Seus olhos se abriram e ele se sentou subitamente, se arrependendo de imediato devido à excruciante dor de cabeça que lhe acometeu. Lucas soltou um resmungo baixo enquanto massageava a cabeça e tentava lembrar o que estava acontecendo, até tudo voltar de forma súbita.
Godric, a perseguição, e a torre ruindo acima de sua cabeça.
Ele piscou inúmeras vezes, olhando ao seu redor apenas para encontrar as paredes brancas do que parecia ser uma enfermaria; o cheiro for de álcool e medicamentos sendo sua comprovação. Tentou se lembrar de como ele tinha chegado ali, e mais importante, onde estavam Olioti e Alexi.
Seu coração passou a martelar dentro de ser peito. T3ddy. O que tinha acontecido com ele? Da última vez que o viu, Godric o tinha entre suas garras. Talvez algo tenha acontecido enquanto estava desacordado, e ele sentiu pânico se instalar perante aquela possibilidade. Sem pensar duas vezes, colocou as pernas para fora da cama e se pôs de pé, pronto para abrir a porta e procurar o moreno, mas antes que pudesse, a porta abriu por si mesma e atrás dela estava Olioti, com uma bandeja em mãos e um sorriso caloroso que se alastrou por seus lábios assim que seus olhos entraram em contato com os de Lucas.
― Bom dia, bela adormecida ― ele disse gentilmente, um pouco de humor em sua voz enquanto Lucas permanecia onde estava o encarando em silêncio. Olioti levantou uma sobrancelha e adentrou o quarto, colocando a bandeja em uma das mesas da enfermaria e começando a se virar de volta para o psicólogo ― Sabe, você já estava me preocupando. Já fazem três dias que-...
Ele foi subitamente interrompido pelos braços de Lucas envolvendo seu torso e seu rosto se afundando em seu peito. Seus olhos se arregalaram por um momento devido ao gesto súbito, mas ele logo relaxou, correspondendo o abraço e puxando o ruivo para mais perto enquanto o sentia sussurrar contra sua camiseta ― Eu achei que tinha acontecido alguma coisa com você...
― Nunca ouviu dizer que vaso ruim não quebra? ― Olioti brincou, o que fez Lucas rir baixinho enquanto se afastavam para olhar um para o outro ― Estou bem, e Alexi também.
― Onde ela está?
― Conversando com Félix. Como braço direito do Godric ela sabe muito de seus planos, então ela está passando os detalhes do que sabe pra ele.
Foi a vez de Lucas de levantar uma sobrancelha ― Félix? Estamos de volta à Brighton?
Olioti assentiu ― Ela nos teletransportou pra cá.
― Espera, mas ela não estava desacordada?
― Sim, mas ela acordou.
― Como?
Olioti mordeu o lábio. Ele não podia contar o que tinha acontecido agora. A primeira coisa que Celestine fez quando eles chegaram foi avisar à Olioti que eles deveriam vir à ela quando Lucas estivesse buscando respostas, e que ela mais uma vez explicaria tudo que precisariam saber, mas até então... a verdade não deveria ser dita a ele.
Até porque ele muito provavelmente não acreditaria, até Olioti estava tendo dificuldade em acreditar.
― Não importa agora, Celestine vai explicar tudo depois ― ele respondeu calmamente, acariciando o rosto de Lucas com os dedos, o que o fez fechar os olhos ― você me assustou, sabia?
Lucas abriu os olhos ― Mais do que você me assustou? Acho difícil.
Olioti sorriu ― Não sei o que faria se algo tivesse acontecido contigo.
Com braços envolvendo o pescoço do moreno e o trazendo mais pra perto, Lucas colou suas testas e respirou fundo ― Eu digo o mesmo, então por favor, não me assuste mais desse jeito.
― É meu trabalho te defender ― Olioti apontou, fazendo com que aquela imensidão esverdeada o encarasse intensamente.
― E como meu namorado é seu dever ficar ao meu lado, então pare de atacar vilões lunáticos e psíquicos de peito aberto, ok?
O sorriso nos lábios de Olioti era radiante ― Namorado? ― Ele perguntou, mexendo suas sobrancelhas e fazendo Lucas rir.
― Sério que isso foi a única coisa que você prestou atenção na frase inteira?
― Foi a única parte que importou ― ele respondeu, puxando Lucas e selando seus lábios em um beijo tenro, que durou apenas alguns segundos. Quando ele se afastou, Lucas tinha uma expressão surpresa e extasiada, além do adorável tom avermelhado que tinha tomado suas bochechas. O caçador não conseguiu suprimir o sorriso que mais uma vez tomou conta de seus lábios ― Você é uma visão de tirar o fôlego, sabia?
― Cala a boca e me beija logo, idiota ― Lucas ordenou impacientemente, o que fez Olioti rir divertidamente.
― Como quiser, Lubinha.
E logo seus lábios estavam colidindo novamente, dessa vez de forma insáciável e com uma intensidade que parecia crescer à cada minuto. Olioti estava sendo pressionado contra a porta da enfermaria, e ele não pensou duas vezes em trancá-la. Logo suas mãos retornaram para a cintura do psicólogo, que continuava a devorar seus lábios sem cerimônia.
Lucas suspirou contra sua boca, o que fez com que Olioti se deixasse levar pelos seus instintos e se movesse em direção da cama mais próxima, puxando-o junto consigo já que seus lábios se recusavam a se descolar. Logo os dois estavam sobre o leito vazio, Lucas abaixo do moreno enquanto ele continuava a lhe devorar a boca, mãos passeando pelas inúmeras curvas de Lucas que Olioti passara tanto tempo admirando. Ao toque, tudo parecia ainda mais real.
O caçador então começou a distribuir pequenos beijos pelo pescoço do psicólogo, que suspirou prazerosamente e permitiu que suas próprias mãos passeassem por suas costas largas, e Lucas sentiu a pele dele tremer abaixo de sua palma devido ao o leve rosnar que pareceu escapar seus lábios enquanto ele continuava a distribuir carícias pela sua pele. Olioti se afastou o suficiente apenas para encarar Lucas, e o psicólogo teve que reprimir o ofegar que quase escapou os seus lábios devido à coloração avermelhada que mais uma vez tinha tomado de conta dos olhos do moreno, que lhe encaravam sedentos.
Algo dentro de si se retorceu com antecipação, e sem hesitar, ele estava puxando o caçador de volta aos seus lábios, os leves rosnados que tremiam seu peito fazendo com que Lucas sentisse um arrepio eletrizante lhe percorrer o corpo inteiro. Ele nunca tinha sentido desejo daquela forma, e estava sendo difícil conter um sentimento que ele não parecia ter poder ou conhecimento algum sobre.
Seu corpo inteiro tremeu involuntariamente, e foi então que Olioti se afastou ofegante, olhos instáveis entre o vermelho e o castanho enquanto ele tentava recuperar o fôlego. Lucas, que também tentava se recompor, olhou para o caçador confusamente ― Algo errado?
― Melhor a gente parar por aqui ― ele disse pausadamente, olhos fechados enquanto sua respiração já parecia normalizada. O psicólogo no entanto apenas pareceu mais confuso.
― Por que? ― perguntou receosamente, seus medos interiores começando a retornar ― Algo te desagradou?
― Pelo contrário ― Os olhos de Olioti se abriram, e Lucas sentiu sua pele inteira formigar perante seu olhar ardente ― É só que se eu continuar, eu vou te devorar, e se eu for fazer isso... não vai ser em uma cama de enfermaria.
Lucas sentiu seu rosto em chamas, o que pareceu divertir Olioti já que ele soltou um riso baixinho e selou os lábios do psicólogo embaraçado. Lucas assentiu silenciosamente, e aquela visão apenas fez Olioti se apaixonar ainda mais pelo seu doutor.
Logo eles estavam se ajeitando na cama, Lucas com o rosto no peitoral de Olioti enquanto ele descansava os lábios em sua testa e lhe acariciava a nuca; a bandeja de comida que Olioti trouxera esquecida por completo. Lucas envolveu sua cintura e soltou um suspiro feliz ― Obrigado por estar aqui...
― E não planejo ir à lugar algum ― Olioti jurou, depositando um breve beijo no topo da cabeça de sua cabeça ― Dorme mais um pouco, mais tarde temos que falar com Celestine.
Lucas assentiu contra o peito de Olioti, e após alguns minutos de silêncio, o moreno pôde sentir sua respiração se estabilizar. Olioti não resistiu e depositou mais alguns beijos no rosto e na testa do doutor, admirando o quão belo ele ficava adormecido. Provavelmente poderia contemplar aquela expressão serena por horas à fio sem notar o tempo passar.
Mas ele não sabia quando eles teriam outro momento tranquilo como esse, então puxou Lucas para mais perto e o envolveu com seus braços, permitindo que a fragância entorpecedora que ele exalava lhe arrastasse para o mundo dos sonhos.
Era melhor descansar enquanto ele tinha chance, e não havia maneira melhor de se fazer isso do que com o seu doutor seguro em seus braços.
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