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História Guardião por destino - Diário de um urso (Parte I)


Escrita por: Nan_Melo

Notas do Autor


Faaaaaaaaaala bbs, tudo bom? Porque eu tô ótima.

Voticontá, comecei a escrever esse cap e nem vi pra onde tava indo. Quando vi tava ficando gigante :x então achei melhor dividir ele em dois pra postar pelo menos a primeira parte ainda hoje. Devo dizer que estou muito orgulhosa de como saiu porque eu adorei, então espero que vocês pensem o mesmo~

Dei uma intensificadinha na história e no que aconteceu depois que ele deixou o Luba no hospital, principalmente dando uns hints sobre o motivo pelo qual nosso ursinho tá meio ooc. Será que esses dois vão acabar colando os pedacinhos do coração um do outro? Hmmmmmm~

Boa leitura!

Capítulo 4 - Diário de um urso (Parte I)


No entanto, antes do encontro fatídico...

Olioti estava inquieto. Desde que deixara o rapaz no hospital, não havia tido notícias de como ele estava. Como era um desconhecido que não possuía nenhum grau de parentesco com a vítima, ele não podia simplesmente acompanhá-lo quando a equipe médica o levou. Além de tudo, ele não podia se expôr por muito tempo. A última coisa que precisava era ser questionado pela polícia.

Quando lhe perguntaram o que havia acontecido, ele apenas disse que ouviu gritos perto de onde caminhava e que decidiu ir verificar, encontrando o rapaz que trazera desacordado e seu companheiro assassinado. Foi rápido ao dizer que já tinha acionado as autoridades, e antes que alguém pudesse perguntar mais alguma coisa, ele apenas pediu para que tomassem conta do rapaz e rapidamente deixou o hospital.

Longas horas de estrada depois ele estava de volta ao QG, de banho tomado e vestimentas trocadas. Ao sair de seu quarto, se deparou com Christian e Mauro, que não perderam tempo em perguntar o que tinha acontecido. Olioti não estava com um humor bom para um interrogatório, então apenas disse “Tive que levar o sobrevivente pro hospital.” e seguiu seu caminho. Christian e Mauro trocaram olhares incertos e então o seguiram, decidindo que talvez não fosse o momento mais oportuno para encher o amigo de perguntas.

O trio andou em um silêncio desconfortável pelos corredores do QG—Bem, Christian e Mauro estavam desconfortáveis. Olioti nem parecia lembrar que eles estavam por perto, seu olhar distante e pensativo deixava isso bem claro. Mauro até abriu a boca uma vez para tentar começar algum assunto, mas Christian apenas balançou a cabeça antes que ele pudesse dizer alguma coisa. Ele entendia que Mauro sentia falta do velho Olioti, mas estava claro de depois do que acontece,u não tinha como se saber se eles teriam aquela pessoa de volta algum dia.

Lucas Olioti costumava ser um homem cabeça fria e brincalhão, a vida e a graça do QG. Mas desde aqueletrágico dia dois anos atrás , na qual se recusava a falar sobre, ele nunca mais fora o mesmo. Não sorria mais, não brincava mais—se fechou por completo e virou uma pessoa completamente diferente do que costumava ser, e ninguém parecia ser capaz de trazê-lo de volta. Comandante Neto os aconselhou a lhe darem um tempo e não tentarem forçar nenhuma situação, já que estava claro que Olioti não queria deixar ninguém entrar, mas isso não mudava o fato que todos os seus colegas e amigos se preocupavam.

Mauro e Christian principalmente.

Mas não tinha o que se fazer por agora, então eles apenas o seguiram em silêncio. Poucos minutos depois, eles finalmente chegaram no salão principal do QG onde os caçadores se juntavam para conversar ou fazer suas refeições. Olioti seguiu em direção ao balcão onde as refeições eram solicitadas e pediu o que queria, logo depois se sentando na primeira mesa vaga que avistou. Christian e Mauro logo se juntaram a ele e começaram a sua refeição. Olioti, no entanto, continuava com seu olhar vago sem realmente tocar no prato. 

As coisas prosseguiram assim até Leon, o chefe de TI da base, correr na direção do trio e se sentar ao lado de Olioti — Fala galera, tudo certo?

— Na medida do possível. — Christian respondeu

— Tudo na paz. — Disse Mauro

Olioti apenas assentiu. Leon já estava acostumado com o comportamento atípico do colega, mas era de partir o coração os olhares perdidos e desapontados que seus amigos mandavam em sua direção. Vendo o silêncio que brevemente se instalou como sua deixa, Leon prosseguiu — Então, eu estava fazendo uns updates no sistema enquanto a Nilce tentava descobrir quem nosso querido Olioti aqui fez o favor de transformar em pó antes de fazer pelo menos uma pergunta.

— Tinha uma vítima precisando de socorro, eu não tinha tempo a perder. — Olioti rapidamente se defendeu sem desviar o olhar do prato.

— Eu entendo cara, mas estamos em águas desconhecidas aqui. Faz anos que um vampiro não nos trás tantos problemas por tanto tempo. Precisávamos ao menos saber de quem se tratava.

Olioti bufou — Ela disse que vinha de algum clã histórico ou coisa assim. Provavelmente um bando de babacas fora de época que vivem à moda antiga e se recusam a se adaptar à modernidade.

— E é exatamente sobre isso que eu vim falar com vocês — Leon suspirou — Nilce passou horas tentando identificar alguma vampira que se encaixasse na descrição que você nos passou, e isso foi o que ela encontrou.

Leon puxou alguns papéis de dentro de sua pasta e os espalhou pela mesa, fazendo com que o trio se inclinasse sobre a mesa para observá-los melhor. A maioria continha apenas listagens e diversas coisas escritas, páginas que Mauro e Christian logo pegaram e se puseram a ler, enquanto Olioti voltou sua atenção na direção de uma fotografia e logo a pegou para examiná-la mais de perto.

A mesma vampira ruiva estava na foto, usando vestimentas pomposas de época e sentada em uma poltrona de aparência cara e luxuosa. Ela sorria de forma charmosa, e se não fosse por tudo que tinha acontecido, ele provavelmente a acharia muito linda.

Mas no momento tudo o que ele via era uma víbora sanguinária.

Atrás dela, estava de pé um homem de aparente idade avançada. Ele compartilhava algumas das características da mulher—tal como o cabelo ruivo ou o nariz arrebitado—o que o levava cogitar a ideia de serem parentes. A foto era claramente de época tendo em vista que ainda parecia deteriorada apesar de ter sido impressa em papel novo, e logo abaixo se lia “Scarlett e Godric Maquiavelli. Abril de 1882, Londres.”

Olioti ergueu uma sobrancelha — Maquiavelli? Nunca ouvi falar.

— É um dos primeiros clãs que existiram. Eles se mantém isolados, mas a história deles data mais de mil anos. — Leon explicou, fazendo com que Mauro arregalasse os olhos e Christian assobiasse — E você meu amigo — ele deu alguns leves tapinhas nas costas de Olioti — acaba de assassinar a única herdeira existente.

Olioti soltou a foto e se reclinou no encosto da cadeira — Puta que pariu — esbravejou enquanto esfregava o rosto — foi isso que ela quis dizer.

— O que ela disse? — Mauro indagou, fazendo com que Olioti respirasse fundo e olhasse pro teto — Lucas, o que ela disse?

“Se me matar, sua vida vai virar um inferno."

Silêncio.

— SUA ANTA! — Christian e Mauro esbravejaram ao mesmo tempo, chamando a atenção de todo mundo no salão enquanto Leon apenas levava a mão ao rosto.

— Ei, ela tinha acabado de matar alguém e claramente queria mais, o que queriam que eu fizesse?! Educadamente pedisse que ela me acompanhasse até a cela mais próxima?! — Olioti rebateu irritadiço, mas Christian respondeu logo em seguida

— Incapacitasse ela, o que fosse cara! — ele retrucou, não deixando espaço para Olioti argumentar — Tu sabe o quão treta é ficar marcado por um vampiro, imagine um clã inteiro!

— Não é “um” clã, é “O” clã. — Mauro comentou, apontando pros papéis — As coisas que esses caras fazem deixam o conde Vlad no chinelo!

Olioti se afundou na cadeira — Não tá ajudando, Mauro.

— E esse não é o único problema — Leon disse, recebendo olhares de “Você só pode estar de brincadeira” dos outros três — além de violentos, eles são rancorosos. Ou seja, eles vão querer matar todo mundo envolvido na morte da herdeira.

— Pera pera pera, — Olioti se endireitou na cadeira e se apoiou na mesa, gesticulando enquanto falava — tu tá me dizendo que esse clã maluco de vampiros não vai vir só atrás de mim, mas também de todo mundo que teve alguma coisa haver com o que aconteceu ontem? — Leon assentiu — Puta...!

Sem mais nenhuma palavra, Olioti se levantou e disparou pelo salão, sumindo no corredor que dava pra ala leste. Leon piscou estupefato e olhou pros dois que restaram, ambos igualmente surpresos pela atitude do amigo — Alguém pode me explicar? Até hoje eu não faço ideia como a cabeça dele funciona.

— Só tenho uma coisa a dizer — Mauro se começou enquanto se afundava em sua cadeira — tá todo mundo fodido.

— Comandante! — Olioti alcançou uma sala no final do corredor leste e abriu a porta sem cerimônia, encontrando Comandante Neto em sua mesa. Ele digitava algo no computador quando fora interrompido e apenas levantou uma sobrancelha para a súbita aparição do moreno — Preciso fazer um pedido!

— Quantas vezes eu já te disse para não entrar na minha sala desse jeito, Olioti? — Comandante Neto demandou, mas o jovem caçador ignorou o puxão de orelha completamente enquanto adentrava a sala e se sentava à sua frente. Ele pôde apenas suspirar — Tá, fala. O que foi agora?

— Lembra daquele rapaz que eu salvei da vadia vermelha?

— Doutor Feuerschütte, sim. Por que?

Foi a vez de Olioti de levantar uma sobrancelha — Doutor?

— Ele é psicólogo, tem seu próprio consultório ao sul da cidade de Tubarão há pouco mais de três anos.

Olioti assobiou admirado — Caracas, por essa não esperava.

— Está aqui pra me pedir alguma coisa ou pra bater papo, Olioti?

— Não não, é o seguinte, — ele se endireitou na poltrona — eu acho que ele está em perigo, então queria permissão pra vigiá-lo até eu saber que é seguro.

Comandante Neto revirou os olhos, voltando-os para a tela do computador — Só isso? E desde quando você precisa da minha permissão pra fazer esse tipo de coisa? Sempre faz o que te dá na telha.

— É que dependendo da situação... ele pode ser exposto à verdade.

Aquilo trouxe a atenção do comandante de volta ao assunto — O que diabos tu fez dessa vez, Olioti?

O moreno coçou a barba por fazer — Talvez tenha matado a filha de um dos vampiros mais picas das últimas dez décadas?

Silêncio.

— Sua ANTA!

— Ok, por que todo mundo resolveu me chamar disso hoje?! — Ele reclamou, mas Comandante Neto apenas levou as mãos ao rosto.

— Não acredito nisso. Qual clã?

— Maquiavelli. Conhece? — Comandante Neto tirou as mãos do rosto e arregalou os olhos — Eita caralho, pelo visto sim.

— Não só é um dos clãs mais problemáticos dos 5 fundadores, mas também é o único que ainda não assinou o acordo.

— ... Oh.

— E claramente não vão depois dessa — ele se levantou e esfregou o rosto, andando pela sala e indo na direção dos arquivos — Preciso ligar pra central imediatamente. Podemos estar à beira de uma guerra.

— Wow pera lá, guerra?! — Olioti se levantou também, indo atrás de seu chefe — Isso não é um pouco de exagero?

— Entenda uma coisa Olioti — Ele se virou na direção do caçador — Esses vampiros antigos tem uma péssima forma de lidar com as coisas, e é justamente por isso que os deixamos em paz contanto que eles não causem muito problema. É dor de cabeça sem igual; pra mandar um pedido para Godric Maquiavelli foi toda uma burocracia e planejamento pra que nenhuma merda acontecesse, e agora você me diz que tu matou a única filha dele? Sim. Nós estamos à beira de uma guerra — ele terminou e se virou para as gavetas de arquivos, se pondo a procurar alguma coisa.

Olioti suspirou — Foi mal? Ela tava sendo uma vadia com os joguinhos irritantes dela, e então matou alguém só porque queria me tirar do sério, eu não consegui evitar. — ele tentou se justificar passando a mão no pescoço — E eu acho que era alguém importante pro Doutor Feu... Fersh... — franziu — Pro doutor.

— Era namorado dele — Comandante Neto anunciou, chocando Olioti. Ele pareceu achar a pasta que estava procurando e retornou à sua mesa — Estavam juntos há pouco mais de cinco anos.

Olioti fechou os olhos e apertou seus punhos sentindo uma enorme onda de culpa lhe atingir. Era pior do que ele tinha imaginado — Caralho.

— Pois é. Caralho. — Comandante Neto balançou a cabeça — Eu com certeza não quero que esse rapaz tenha a vida ainda mais destruída por tudo o que está acontecendo, então sim, eu vou lhe dar permissão para protegê-lo, — Olioti se virou para seu superior com um olhar agradecido — Mas em hipótese alguma você deve entrar em contato com ele, estamos entendidos? Apenas o proteja de longe.

— Obrigado chefia, não vai se arrepender! — Olioti agradeceu, apenas recebendo um aceno vagp como resposta enquanto Comandante Neto começava a fazer suas ligações. Olioti saiu em disparada mais uma vez e dobrou o corredor, mas um segundo mais tarde ele retornou breviamente — Ah é, comandante, — Comandante Neto olhou em sua direção — Leon disse que eles provavelmente vão querer matar todo mundo que teve alguma coisa haver com a morte da louca então... a base tá em perigo. Só pra você saber. Tchau! — E desapareceu na dobra do corredor.

Comandante Felipe Neto piscou algumas vezes enquanto parecia digerir o que acabara de ouvir. Um minuto depois, sua voz pôde ser ouvida por toda base — O QUÊ?!


Notas Finais


Quem riu do Felipinho pirando levanta a mão õ/ Imagina as dores de cabeça diárias? ai ai.

Espero que tenham gostado, até a próxima!


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