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História Guerra e Paz - Capítulo I - Mudança de planos.


Escrita por: KimonohiTsuki e JonhJason

Notas do Autor


Contudo, em agradecimento a PegasusUzumaki e kamisama446677 que favoritaram, eis o capítulo dois.

CAPÍTULO ATUALIZADO: 31/03/2023

Conteúdo revisado.

Betado por: JonhJason & Rêh-chan

Capítulo 2 - Capítulo I - Mudança de planos.


Fanfic / Fanfiction Guerra e Paz - Capítulo I - Mudança de planos.

Capítulo I – Mudança de planos.

Vinte anos antes da sucessão do Submundo...

Shun, acordou numa planície desconhecida e cheia de flores brancas, a última lembrança em sua mente sendo o golpe final de Athena contra o deus do mundo dos mortos. Recordava o quão devastador havia sido a última Guerra Santa, como o santuário foi quase completamente destruído, os cavaleiros de ouro mortos e suas armaduras perdidas.

Não conseguia sentir a cosmo energia de seu irmão, mas algo lhe dizia que este também havia sobrevivido, talvez por ser a própria Fênix reencarnada. Porém tampouco conseguia sentir a presença de Seiya, Shiryu ou Hyoga. Isso o preocupava de sobremaneira, seu único consolo era poder sentir o cosmo de sua deusa intacto. Portanto, abandonou sem pestanejar o campo florido que estranhamente tanto o lembrava dos Campos Elíseos, lugar onde a derradeira batalha final foi traçada, e partiu em busca de Athena.

Encontrou-a ainda pela manhã numa bela planície, aparentemente eles não haviam parado muito longe uns dos outros, embora não soubesse dizer por quanto tempo permaneceu inconsciente. Para sua surpresa, contudo, Seiya estava junto a uma aflita Saori, debilitado e condenado a uma cadeira de rodas depois da luta travada contra Hades. A lâmina do Submundo, invisível para os mortais, havia se tornado uma maldição derradeira para o cavaleiro de Pégaso. Em questão de meros três dias ela atingiria o coração do jovem, matando-o. Era absurdo pensar que o forte cavaleiro viria a morrer depois de já terem vencido a guerra, fruto da arma invisível.

Athena, preocupada com seu fiel guardião, confessa estar decidida a viajar até o Monte Olimpo, para rogar pela ajuda de seus meio irmãos, Arthemis e Apolo. Shun, movido pela lealdade e senso de companheirismo, concorda em acompanhar sua senhora na viagem, mesmo sem saber em que exatamente os irmãos da deusa poderiam ajudar.

Para chegar até lá, em primeiro lugar, tiveram que passar pelo Star Hill. O monte além do Santuário onde apenas o Grande Mestre e Athena poderiam pisar. O cavaleiro de bronze jamais imaginou que ficasse ali a entrada para o famoso Monte Olimpo. A montanha, coberta pela noite salpicada de estrelas, parecia ser envolta em seu próprio tempo e espaço. Ele seguia Saori de perto enquanto se perguntava como, sendo mortal, podia pisar nesse solo sagrado. O caminho, contudo, se mostrava um imenso labirinto de trilhas que ao invés de subirem a montanha, pareciam andar em círculos, dificultando a jornada.

Quando a preocupação começava a tomar o guardião de Andrômeda, eis que surge uma senhora de rosto horrendo e capa negra esvoaçante, segurando um cajado de ponta espiral, declarando ser Hécate, a deusa da bruxaria. Por alguma estranha razão essa mulher parecia ser de alguma forma familiar, não por sua face, mas por seu cosmo. Uma energia semelhante em alguma parte a de Hades. Ele podia dizer, tendo partilhado por alguns instantes o corpo com o deus do Submundo. 

A senhora se oferece para ajudá-los em troca dos cabelos de Athena, supostamente dotados da capacidade de aumentar a longevidade de uma pessoa em muitos anos. Mesmo que Shun tenha insistido que poderiam encontrar outro meio, Saori prontamente aceita a troca. Contudo, o escambo mal tinha finalizado e a bruxa simplesmente desapareceu, apenas para que os dois descobrissem que o labirinto era, desde o começo, uma armadilha de Hécate para obter o que desejava.

De todo modo, conseguiram chegar ao Templo da Lua. Que de certa forma se assemelhava muito a construção do próprio Santuário de Athena. Lá os dois foram recebidos pelas agressivas Satélites, guerreiras fiéis de Arthemis lideradas pela destemida mulher chamada Calisto, de expressão severa e cabelos brancos cacheados que chegavam quase até sua cintura, a qual, mesmo a contragosto, os levou até a presença da divindade lunar.

A deusa de fato lembrava um pouco Saori pelos longos cabelos, mesmo que loiros, e pela face delicada, o que fazia Shun se perguntar se aquele era o corpo verdadeiro da entidade lunar, ou se igual Hades e Poseidon, ela estava utilizando-se de uma hospedeira.  Contudo, assim que as irmãs se encontram, Calisto o encurralou ao tempo que a deusa da Lua começa um monólogo acusatório contra a guardiã da Terra. Por mais que tentasse, Andrômeda mal conseguia identificar o que era dito enquanto sentia que era incapaz de se mexer, forçado a ver Athena defendendo-se com sua armadura e báculo do ataque da própria irmã, também trajada para o combate com seu próprio cetro. Aflito via como Saori sempre voltava a se levantar e rogar pela vida de Pégaso, crente em sua fé na humanidade e no amor, enquanto ele, como um de seus cavaleiros, não podia fazer nada para ajudar. Por mais que odiasse ferir as pessoas, estava começando a concentrar sua energia para uma explosão de cosmo, que ia ferir muito a si mesmo e Calisto, porém antes que o fizesse, Arthemis deu um aviso final, dando as costas à sua meia-irmã. No momento seguinte, os dois estavam novamente nas trilhas do Monte Olimpo, como se todo o conflito jamais tivesse acontecido.

- Isso sim me deu calafrios... - Comentou Shun, recordando-se da postura agressiva de Arthemis diante da própria irmã. Com amargura ver tal cena o lembrava do reencontro que ele mesmo teve com Ikki, durante o torneio galáctico.  

Seus cabelos verdejantes agora estavam sujos de terra com a queda, mas não se importou e aproximou-se de Saori, que igualmente estava suja em seus cabelos arroxeados, que agora mal chegavam aos seus ombros. Um pequeno e único filete de sangue saindo de sua testa, mas em sua expressão ela parecia muito satisfeita.

- He he. Já sabia que não seria nada fácil falar com minha irmã mais velha - Dizia Saori enquanto se levantava, sem precisar de ajuda, limpando o sangue - Mas agora tudo ficou claro.

- Como...? – Questionou Shun. Sua deusa ainda não havia lhe dito qual era a razão de buscar Arthemis e tampouco pôde extrair muita informação da conversa das duas.

- Para salvar Seiya eu devo encontrar um método para viajar através do tempo. – Declarou, séria, suas verdadeiras intenções. – E assim, destruir a espada de Hades.

- Se-Senhorita Saori! - Um mau pressentimento perpassou o corpo de Shun. Seus sentidos apitavam. - Mas... - Hesitava. - Então...

- Isso mesmo. Chronos, o deus do tempo que minha irmã mencionou. Iremos encontrá-lo!

-...Mas... - Hesitou. A má sensação vibrava em seu peito, mesmo tentando ignorá-la. Deveria ser consequência do ataque súbito de Calisto, o grande risco a que Saori esteve exposta e não pôde evitar. Tentava se convencer disso - Como podemos encontrar Chronos? Será que alguém sabe?

- Queres que eu vos diga? - Uma voz infantil ecoou às suas costas.

- Hã? Quem é você?  - Questionou Shun, surpreso.

- Nós nos vimos há alguns instantes atrás. - A voz fina dizia em tom cantante - Por acaso já se esqueceram?

A luz da Lua iluminava sua figura, sentada sobre um enorme pilar em formato de semicírculo lunar. Ela usava uma capa negra esvoaçante que deixava à mostra apenas seus cabelos escuros¹, presos em duas maria chiquinhas, e um grande cajado de madeira que terminava numa enorme espiral em sua mão esquerda. Sorrindo, ela se reapresentou.

- Eu sou a bruxa da Lua, Hécate.

Os dois ficaram extasiados com a informação, observando atentamente a figura da bruxa. Tinha rejuvenescido pelo menos oitenta anos em pouco menos de uma hora! Seria mesmo possível que os cabelos da deusa da guerra tivessem tão grande poder?!

- Por que estáis tão surpresos? – Brincou a divindade – Eu vos disse que o cabelo de Athena tinha poderes fantásticos.

Saltou com enorme graça, parando ao lado dos dois, sua altura não chegando ao ombro de ambos.

- A diferença é... - Começou hesitante o jovem de olhos esmeralda, mas logo engoliu seu verdadeiro comentário ao sentir o olhar afiado e ameaçador da bruxa -...Intrigante.

- Obrigada – Agradeceu, dando uma piscadinha para o humano perspicaz o suficiente para mudar suas palavras de última hora. Logo se voltou a figura de Saori – Ouvi teu dilema sobre Chronos. Pela ajuda que me deste, os levarei até ele.

- Faria mesmo isso por nós? – Questionou a jovem de olhos safira, comovida – Oh, Hécate, te agradeço tanto!

A bruxa apenas sorriu, misteriosa, saltitando na frente dos dois, mostrando o caminho.

Os três caminharam pelas montanhas, guiados pela bruxa, pelo que pareceram horas. Shun seguia mais atrás, a sensação de que algo estava errado tão forte quanto antes, como um prego batendo em seu crânio, cada vez mais forte ao ponto de ameaçar tornar-se uma dor de cabeça.

Era como se algo ou alguém estivesse tentando se comunicar com ele. Contudo, por mais que tentasse se concentrar, não havia nenhuma presença próxima além das duas deusas.

"...Não..."

Sobressaltou-se. Uma voz surgiu de repente, olhou surpreso para todos os lados, mas as deusas trocavam palavras amistosas, revelando que apenas ele parecia ter escutado o clamor.

"...Vá... Este... Caminho..."

Continuou procurando a fonte, mas a voz não parecia vir de outro lugar senão de sua própria cabeça.

"...NÃO!..."

Era difusa e distante, com um eco vibrante, grave como a de um homem, mas firme como a de um jovem.

"Q-quem... AHH!" – Tentou comunicar-se com ela.

- AHH! – Gritou distraído, pisando em falso e quase escorregando pelo barranco.

- SHUN! Você está bem? - Questionou sua deusa, preocupada, voltando-se para ele.

- Sim... - Respondeu sem muita certeza, vendo o desfiladeiro que esteve a ponto de cair.

- Tens que ter cuidado, Shun. – Alertou a bruxa, com graça - Este vale é o lugar mais profundo do Monte Olimpo. Se caíres de algum dos precipícios, não será possível que te salves.

Engoliu em seco, suando frio. A dor cada vez mais latente começava a dificultar que até mesmo permanecesse de olhos abertos.

"...Shun..." – A voz insistia.

-...Mas Saori... - Tentava falar com dificuldade, ignorando a dor, esquecendo até mesmo de chamar Athena de senhorita. - Parece que estamos dando voltas e voltas ao redor desse precipício inacessível...

"...Não... Siga..." – Sem cessar.

-...Realmente estamos indo até os aposentos de Chronos?

"...Chronos..." – Aumentando a dor a cada palavra.

- Hummm - Hécate o observou desconfiada por alguns instantes. Subitamente Shun se viu imaginando se ela conseguia ouvir a estranha voz também, mas algo lhe dizia que devia manter isso em segredo. - Se duvidam tanto de mim, então é melhor que eu me vá!

"...Ele vai..." – Melodiou, entrecortada, como se não fosse capaz de enviar a mensagem completa.

-...Gostaria de ver vocês encontrando o caminho por conta própria.

"...TRAIR...." – Gritou, transformando a dor em algo cada vez mais insuportável.

- Hécate, perdoe-nos, por favor! - Athena tentava remediar a situação com a caprichosa bruxa - É que... O tempo nos é escasso!

Shun apertava seus punhos, tentando não começar a arfar tamanho o incômodo que o afetava.

"...Moiras... Shun..." - Suplicava.

"Q-quem é v-você...?"

"...Peça.... Ajuda... Das Moiras..."

A voz era cada vez mais distante e impossível de identificar.

- Quanto tempo tens?

- Três dias... - Saori suspirou -Temos somente três dias para fazer algo muito importante.

- Senhora... Hécate. - Sua boca começou a falar por si só, e ao fazê-lo, a dor diminuía aos poucos, como se o incentivasse a continuar - A senhora, digo-Senhorita também saberia guiar-nos até as Moiras?

O comentário pegou as duas deusas desprevenidas.

- Do que está falando, Shun? - Questionou Athena surpresa.

- Não estavam atrás de Chronos? – Seguiu a bruxa, suspeitosa.

-...Sim... - Respirou fundo, tentando não gaguejar. - Mas elas são. – Engoliu em seco, tentando deixar a mente clara -As deusas do destino, não são? Se queremos... – A dor diminuía lentamente - Salvar a vida de Seiya, talvez... Possamos negociar com elas para mudar seu fadário...?

Hécate ergueu a sobrancelha impressionada, sorrindo travessa. O garoto se mostrava mais inteligente do que pensava.

- Eu não sei, Shun - Colocou Saori indecisa - As Moiras são inquestionáveis, nem mesmo o grande Zeus pode ir contra suas decisões e- Porém, a conversa foi interrompida quando ambos sentiram presenças se aproximando.

- Shun. – Athena o chamou, alerta.

- Sim, Saori. - Confirmou atento - Estamos sendo seguidos.

- Creio que tens razão. - Concordou com pesar.

- Parece que há aproximadamente dez deles - Tentou conciliar os cosmos. A essa altura a dor parecia tê-lo abandonado completamente, depois de ter atendido o pedido da voz em sua mente.

- E então? - A bruxa se intrometeu - Se querem ver Chronos terão que resolver isso, mas já aviso que eu não pretendo lutar! Agora, se planejam ver as Moiras, nós podemos partir do Olimpo agora mesmo, elas não se encontram aqui e se formos até lá duvido que possam nos seguir.

- Senhorita Saori, eu seguirei sua decisão seja ela qual for. - Colocou fielmente o cavaleiro de Andrômeda, sentindo a dor voltar a pulsar como se esta repudiasse suas palavras.- Caso escolha ir até Chronos, deixe esses inimigos comigo e prossiga com o trajeto. Não pode perder tempo permanecendo aqui.

- Shun... - Athena fechou os olhos meditando por alguns instantes -...Se possível eu gostaria de, como você, evitar mais lutas e sofrimento. - Ela sorriu caridosa, seu cosmo cálido envolvendo até mesmo Hécate - Não sabemos com o que nos depararíamos no passado, então, por ora, o melhor é focarmos no presente. Hécate, por favor, poderia levar-nos até as deusas do destino?

O jovem cavaleiro soltou a respiração que sequer notou que estava prendendo, as dores parando novamente, junto a uma estranha sensação de satisfação que não parecia lhe pertencer.

- Segurem-se em mim então! Eu usarei minha magia!

Ambos tocaram os ombros da bruxa da Lua, começando a dissolver-se pela névoa da noite, transformando-se em nada. Instantes depois, uma chuva de flechas caiu sobre a terra onde momentos atrás pisavam.

- Isso não é bom... - Uma jovem de cabelos castanhos presos num rabo-de-cavalo, trajando uma armadura negra com detalhes em vermelho e três flechas em cada lado das costas, lamentou, observando o lugar vazio onde segundos antes estavam as deusas e o cavaleiro. - Terei que informar nossa senhora Calisto de que eles conseguiram escapar...

E por mais que tentasse sentir o cosmo dos três, suas energias haviam abandonado completamente a morada dos deuses.

Num mundo à parte do humano e divino, três senhoras lúgubres conversavam umas com as outras, observando uma roca de fiar de fio arroxeado em meio a um enorme salão, sem qualquer móvel aparente além do objeto focado.

-...Nosso senhor se aproxima...

- ...Ele vem junto a Athena...

-...Hécate os encaminha...

-...Chronos não será feliz...

-...Eles criaram outra linha do tempo...

-...Chronos não será feliz...

-...Querem rogar pela vida de Pégaso.

Então as três sorriram, um sorriso cheio de dentes afiados e negros.

- ...O preço para isso será muito interessante... – Recitaram as figuras femininas envoltas em longas capas negras -...Nosso senhor se aproxima...

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Notas Finais


O começo dessa estória, até a interferência da voz, diz respeito ao começo de Next Dimension, mangá de Kurumada que continua a saga de Hades.

Os acontecimentos se passam por volta do capítulo 16, após conhecermos o passado através de Shion e Dohko e voltamos ao presente e a situação de Seiya.

¹Errata: No mangá o cabelo de Hécate é verde, porém, quando eu comecei a escrever essa estória eu não tinha conhecimento disso, então, para fins de sequência em Guerra e Paz seus cabelos são escuros.


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