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História Guia Definitivo de Como Conquistar Kim Taehyung - Parte 2


Escrita por: KimTaelly

Notas do Autor


Oi BabyReaders, me desculpem pela demora, só que desde que postei o último capítulo aconteceu muitas coisas e eu fiquei sem internet muitas vezes, mas agora dei um jeitinho de postar 💙💙

Esse é o final de GDCCKT, essa fanfic não estava nos meus planos, como disse ela é um presente para a Ana Júlia, nem eu mesma sabia que ia gostar tanto de escrever e do resultado final que teria, mas aqui estou e a fic acabou, espero que gostem desse final e que eu não decepcione ninguém 💙💙💙
Boa leitura 💙💙

Capítulo 2 - Parte 2


Point Of View, Jeon Jeongguk.



Passo 3, Passo 2: Mistério.


Essa etapa consistia em escrever cartas como um admirador secreto para Taehyung, e colocar nas coisas dele durante as aulas.

Mesmo não escrevendo nada muito bom, achei que seria legal fazer isso.

A primeira carta foi relativamente curta, mas serviu para atrair a atenção de Taehyung.


“Confesso que a última coisa que queria fazer hoje de manhã era abandonar minha cama e vir para a escola, mas depois que eu te vi pela primeira vez no dia, percebi que não importa com o que eu esteja. Somente te olhar já me faz sentir a pessoa mais disposta do mundo inteiro.

Assinado: A pessoa a qual você mais faz bem.”


Ele sorriu quando leu e eu fiquei completamente bobo por ter o feito sorrir outra vez, então sem perder tempo eu fiz muitos bilhetes para o entregar ainda naquela manhã.
Corri rápido para a sala tentando colocar o bilhete entre suas coisas, coloquei em seu estojo e antes que conseguisse fechar o material Jimin apareceu na sala, e com o susto eu cai na frente da mesa de Taehyung.


— Jeongguk, está tudo bem? — Jimin perguntou me olhando curioso.


Isso só pode ser palhaçada.


— Sim, estou sim. Está tudo ótimo, Jimin. — Falei sorrindo falsamente, fechando o estojo atrás de mim.

Jimin foi para sua carteira e eu corri até a minha.
Os meus colegas foram vindo e Taehyung se sentou. Ele ficou um tempo sem fazer nada, o que me deixou agoniado, mas assim que ele abriu o bilhete quase pulei de animação.
Esse era sobre sua inteligência e beleza exterior, já que eu não tinha experiências suficientes para dizer se ele era tão lindo por dentro quanto por fora, mas desconfiava que fosse.

Trocamos de matéria no outro período, e tivemos que ir pegar nossos livros que estavam nos armários. Aproveitei para deixar outro bilhete — dessa vez em seu caderno —, e corri para ir pegar meus livros.
Quando voltei, Taehyung estava com o bilhete em mãos, e ao passar por ele o ouvi ler o bilhete em voz alta para si mesmo.

"Pela segunda vez você riu por mim, e eu mal te agradeci por existir. Por que é que você tem que chegar sorrindo daquele jeito? Quer me matar, Kim Taehyung? Talvez se eu fosse mais corajoso falaria com você pessoalmente mais vezes. Assinado: O garoto que não consegue te ver sem sorrir."

E eu fiquei a aula inteira praticando o Passo 1: observação.


Taehyung era um apaixonado por inglês, e essa era a única matéria que não ia muito bem.
Taehyung era muito complicado. Amava inglês e era quase o pior da sala naquela matéria.

Depois da aula fui atrás de Jun Hee e Yoongi, e então meu intervalo acabou assim que vi Jung Hoseok passando pelo portão da instituição, chegando mais uma vez atrasado. Taehyung o olhou, mas Hoseok passou reto por ele.
Yoongi e Jun Hee estavam sentados embaixo de uma árvore comendo sanduíches. Os dois vinham conversando bastante desde que se conheceram, e eu não podia querer algo melhor que meus dois melhores amigos sendo amigos também.

— Quem é aquele menino? Ele é muito bonito. — Ouvi Jun Hee perguntar olhando para Hoseok, e, sinceramente, eu quase vomitei.

— Jung Hoseok. — Yoongi disse sem desviar o olhar de seu sanduíche.

— Hoseok? — Ela perguntou de forma escandalosa, se levantando.

Jun Hee foi igual a um furacão atrás de Hoseok, mas eu a segurei pela cintura, impedindo-a de fazer uma besteira.

— Me larga Jeongguk! Ele traiu o meu bebê! — Jun Hee gritou revoltada, se mexendo e tentando se levantar.

— Se acalma Ana Júlia! — Falei a segurando.

— Não me chama assim seu filho da puta! — Ela disse, logo em seguida dando uma joelhada no meu pênis.

A primeira coisa que fiz foi soltar ela e cair deitado em posição fetal segurando meu membro.

— Ah! — Soltei um grito gutural, me segurando para não chorar.

— Ai meu Deus Jeongguk, me desculpa! — Jun Hee se abaixou do meu lado.

Só consegui ouvir a risada alta de Yoongi, e eu era o alvo de sua diversão.

— Vocês são muito anormais, principalmente você, Mochi. — Ele disse e eu quase parei de sentir dor para tentar entender de onde havia saído aquele apelido e o porquê ele tinha o dado para Jun Hee.

— Me ajuda aqui Yoongi, eu deixei o Kookie estéril. — Ela disse, e eu só queria jogar na cara dela o quanto a mesma se importava comigo.

— Fodeu. Olha quem vem ali. — Yoongi avisou.

Segui para onde seu dedo apontava, e vi Taehyung vindo até nós com toda sua fúria, o que me fez levantar rapidamente.

— Taehyung, veio visitar a sua irmãzinha? — Jun Hee perguntou fazendo uma carinha fofa que funcionava com quase todos, mas não com quem fazia aquela expressão até melhor que ela: seu próprio irmão.

— Vou ser rápido com vocês. Eu sei o que vocês querem, mas eu não quero nada com você Jeongguk, e não quero que você se meta na minha vida Jun Hee. — Taehyung disse parando de braços cruzados em minha frente.

— O quê? Não sei do que você está falando. — Eu disse tentando desviar o olhar das orbes penetrantes.

— Eu sei que você escreveu as cartas, é a sua letra e Jimin me confirmou. Eu até gostei delas, mas eu acabei de terminar com o Hoseok, e eu não gosto de você. Então, por favor, me deixe em paz. — Taehyung pediu, indo embora sem nos deixar  respondê-lo.

Eu olhei para o chão, e Yoongi riu até mais do que antes.

— Esse foi o melhor pé na bunda eu já vi. — Ele disse quase sem ar.

— Sabe o que isso significa? — A voz de Jun Hee soou fraca.

Levantei meu rosto com um largo sorriso e assenti freneticamente, correndo até ela e a abraçando.

— Ele conhece minha caligrafia, ele presta atenção em mim! — Sorri animado e Jun Hee se grudou em mim enquanto pulávamos.

— O quê?! Vocês têm algum problema? Essa é a hora que vocês deixam o menino em paz. — Yoongi explicou como se fôssemos idiotas.

— Claro que não, Yoongi! Fique quieto, por favor. — Jun Hee falou sem dar ouvidos a ele.

— O próximo passo vai vir em boa hora. — Lembrei.

— E qual seria? — Yoongi perguntou.

— Romantismo antigo. — Disse Jun Hee. — E nós iremos fazer isso amanhã mesmo. Vamos deixar Taehyung se acalmar, chegue cedo amanhã, vamos programar o que você vai fazer durante o dia. — Ela deu a ideia e eu assenti eufórico.

Pela primeira vez eu sentia que aquilo era uma esperança, afinal, eu achava que Taehyung não sabia nem meu nome, e ele sabia até mesmo diferenciar minha caligrafia das outras!

Eu faria o possível para que desse tudo certo amanhã.

 

{...}

 


Depois que a aula acabou eu fui para a casa de Jun Hee, que por acaso era a casa do Tae, e mesmo tremendo muito só de pensar em o olhar, fiquei decepcionado quando cheguei e ela me disse que ele não estava, e que tinha saído com o Namjoon.

— Olá Jeongguk. Como você cresceu. — O senhor Kim disse ao me ver entrando.

— Oi senhor Kim, faz tempo que não nos vemos pessoalmente. — O lembrei enquanto ele bagunçava o meu cabelo.

— Realmente. Eu senti saudades de muitas coisas na Coreia, mas você foi uma das principais. Talvez a principal depois do meu Tae. — Ele disse com um sorriso bobo ao falar do filho.

Eu não fazia a mínima ideia de como ele havia conseguido passar tanto tempo longe de Taehyung, se o Kim mais novo faltava um dia na escola eu já ficava louco de preocupação.

— Sobe logo Jeongguk, que droga! Será que eu vou ter que vir aqui te buscar toda vez? — Jun Hee perguntou parada no pé da escada.

— Eu já vou! Credo! Você é muito estressada, Ana Júlia. — Falei rindo de seu rosto vermelho.

— Já te disse que esse é um nome especial e só pode ser usado em solo brasileiro. — Ela disse puxando o meu cabelo.

— Ai! Me solta sua maluca! — Reclamei e nos separamos.

— Venha logo. — Jun Hee disse subindo e eu fui logo atrás.

— Estava com saudade de vocês juntos. -O senhor Kim comentou, me deixando envergonhado.

Paramos em uma porta e eu fiquei me perguntando onde seria o quarto do Taehyung.

— O quarto do Tae é o da frente. — un Hee soltou aleatoriamente, me fazendo pular de susto.

Por acaso ela estava lendo os meus pensamentos agora?

— Hm. — Falei simples, querendo entrar no quarto dela de uma vez.

Fui até a escrivaninha branca e me sentei lá olhando para o "Guia de Como Conquistar Kim Taehyung" que eu havia trago. Jun Hee pediu para mim levar para casa, o que reduziria as chances do Tae o achar.

— O que você acha que podemos fazer amanhã no próximo passo? — Jun Hee perguntou se sentando ao meu lado, cruzando as pernas como a menininha que eu queria que ela fosse.

— Que tal eu tocar alguma música para ele? Sabe, com meu violão. — Dei a ideia, sorriso animadamente.

Taehyung gostava de música, eu tinha certeza que ele iria gostar bastante disso.  E era algo que eu ainda não havia tentado com ele, talvez desse certo.

— Não Jeongguk, isso é muito simples. — Ela disse abanando a mão como se afastasse a ideia.

— Então o que você tem em mente? — Perguntei emburrado.

— Você tem que ser um romântico antigo Kookie. E é claro que você precisa ver filmes com essa temática porque você não sabe nada sobre isso. — Jun Hee argumentou.

Acreditem se quiserem: eu tive que fazer maratona de filme antigo, e eu dormi durante a maior parte deles. Sério, aqui era um saco! Mas se me fizesse atrair a atenção do Tae, eu estava imensamente satisfeito.

— Por favor Jun, me deixa ir para casa. Eu estou morrendo de sono. — Pedi torcendo para que o meu pedido não fosse negado mais uma vez.

— Que saco Jeongguk! Vai logo, peste! — Ela disse se levantando.

Quem a vê assim acha que ela gosta de me ter na casa dela, mas só parece mesmo, Jun Hee viu que eu estava entediado e ela gosta mesmo é de me causar sofrimento.

Descemos as escadas e logo percebi que tinha alguma coisa errada. A senhora Shi — sobrenome de solteira da mãe do Tae e da Jun Hee — estava falando alto e o senhor Kim rebatia com toda sua fúria.

— Ele não chegou em casa até agora, deve estar fazendo algo errado. — A mulher disse irritada.

— Pode ter acontecido algo, precisamos ligar para a polícia. — O senhor Kim disse nervoso, andando de um lado para o outro.

— Para quê? Para eles procurarem Taehyung e acabarem o levando preso quando verem o que está fazendo? — A senhora Shi rebateu.

A olhei confuso. Eu concordava com o senhor Kim, e se algo sério tivesse acontecido com Taehyung?

— Talvez porque nosso filho esteja fora de casa desde que saiu para ir à escola?  — O homem perguntou debochado.

— Se acalme, homem! Para que tanta preocupação? É o Taehyung afinal, eu estou acostumada com esses desgostos que ele me dá. Taehyung é um desperdício de espaço. — Ela disse me deixando chocado.

Mas não tive tanto tempo para raciocinar, pois ouvi a porta fechar e Taehyung passar como um furacão de cabeça baixa e sem olhar para ninguém. Ele certamente havia ouvido tudo.

— Filho, não é isso que você está pensando! — O senhor Kim gritou pelo, mas não obteve resposta. Apenas ouvimos uma porta se fechar com força no outro andar.

— É melhor você ir Kookie. — Jun Hee disse baixinho no meu ouvido.

Mesmo não querendo, eu saí daquela casa. Fiquei o resto da noite com o coração na mão, imaginando como fazer para que Taehyung melhorasse no dia seguinte.

 

{...}

 


Passo 3: Romantismo antigo.


Bom, o dia começou chuvoso e depois de tudo o que aconteceu, pensei em classificá-los com base nos níveis de vergonha alheia que eu estava sentindo de mim mesmo.  E, cara, quando você sente vergonha alheia de si mesmo, é porque a coisa está séria.


Vergonha nível 3:



Estava tudo molhado, e pela primeira vez eu cheguei no mesmo horário que Taehyung. Jun Hee vinha atrás dele no carro do pai dos dois.
Quando Tae foi entrar na escola, Jun Hee apontou para uma parte côncava onde ele iria pisar se continuasse tão distraído com o celular. Então eu corri até ele, tirando o meu casaco e coloquei a peça em cima da sujeira, Taehyung só percebeu o que eu tinha feito depois que olhou para o chão após passar.

— Preste atenção, Tae. — Falei sorrindo, e ele continuou me olhando confuso.

— Anh... obrigado? — Ele agradeceu como se questionasse se precisava estar o fazendo.

Taehyung continuou caminhando e eu fiquei olhando suas costas. Não pude evitar analisar sua bunda — que era bem gostosa por sinal — mas logo afastei esses pensamentos.

— Qual é o seu problema? — Jun Hee perguntou dando um tapa na minha cabeça.

— Era para você avisar sobre o buraco, e não colocar seu casaco por cima. Agora Taehyung te acha ainda mais esquisito do que antes. — Ela explicou.

— Por favor, não me lembre disso. — Falei olhando para o nada.

Essa vergonha está no nível três porque ninguém a viu. E, com isso, eu percebi que vomitar na pessoa que você quer conquistar é pior do que jogar um casaco no chão para que ela pise em cima.


Vergonha nível 6:


Depois da vergonha nível três, houve a nível seis, que ocorreu na sala.
Taehyung, como sempre, dormiu durante toda a aula de matemática, e eu copiei os meus exercícios e depois copiei para ele.
Fiz os dele antes mesmo de fazer os meus, e fiquei muito confuso por todos não estarem prestando atenção nos exercícios. Em sua maioria, estavam conversando e brincando.

Eu preferia não ter descoberto o motivo daquilo. Taehyung acordou e olhou curioso de mim e para o caderno dele que estava na minha mão.

— Por que você fez isso? — Ele perguntou.

— Porque você estava dormindo e eu quis te ajudar para não ficar muito pesado depois. — Expliquei sorrindo pequeno.

— Você sabe que esses exercícios são os da prova da semana passada, não é?

Dessa vez nossos colegas estavam nos olhando e tentando entender a situação.

Peguei minha pasta dentro da mochila e procurei pela prova, e quase pirei ao ver que estava tudo ali, todas as questões.

— Então por que ela passou tudo no quadro? — Perguntei confuso.

— Primeiro: porque aquela menina rodou, e o castigo dela vai ser reescrever tudo e fazer de novo. Segundo: porque aquela professora é louca e quis copiar tudo de novo, nos deixando sem nada para fazer por ser fim de semestre. — Taehyung explicou.

Minha cara de idiota fez com que todos os alunos começassem a rir, e entre eles, Jimin, o meu pior pesadelo depois de Hoseok.
Mas eu facilmente superei esse acontecimento fatídico. Só que não deu nem uma hora, eu já estava pagando novamente a imensa dívida que tenho com a humilhação


Vergonha nível 8:


Logo após a vergonha seis, veio o intervalo e... BAM! Vergonha número oito!

Vocês notaram que todos os micos foram seguidos? Eu não estava entendendo o motivo, mas achava que era alguma praga que tinham rogado no meu nome, porque esse era o único motivo realmente plausível.


Eu fui para o refeitório, e dessa vez Yoongi e Jun Hee estavam lá comendo bolo — que era algo que Yoongi poderia comer todos os dias, sem nunca enjoar.


 


— Foge, Jeongguk. — Yoongi me alertou antes que eu pudesse me sentar na mesa.

Infelizmente não dei ouvidos a ele e quando fui ver já era tarde demais, Jun Hee já estava na minha frente com um bolo em cima de uma bandejinha.

— Aqui, Hoseok está afastado e Namjoon não veio, o Tae está sozinho, vá ficar com ele e o dê comida. — A garota disse animada.

— Eu ainda acho que romance antigo não tem muito a ver com o Kookie. — Disse Yoongi. — Claro que ele é todo preocupado e daria comida para o Tae todos os dias, se o este não o ameaçasse de jogar na cara dele, mas mesmo assim, não parece o Jeongguk.

Eu e Jun Hee o olhamos e quando eu fui comentar ela me forçou a segurar a bandeja.

Finalmente alguma coisa que eu sabia que Taehyung iria gostar. Ele adorava comida, quando a ganhava de graça então nem se fala.

Fui em passos lentos até a mesa de Taehyung, onde ele comia uma barrinha de cereais e tomava suco de laranja.

— Oi. — Falei envergonhado. le levantou o olhar do celular e me respondeu:

— Olá.

— Eu t-trouxe bolo. Espero que goste. — Disse me sentando e empurrando o alimento para o lado dele.

— Obrigado, foi bem legal da sua parte. — Taehyung agradeceu. — Quer? — Sle perguntou me apontando o suco, e eu não neguei a oportunidade de me sentir pelo menos um pouco íntimo de Taehyung.

Por já ter acabado a barrinha ele pegou o bolo, e pelo canto do olho vi Jun Hee sinalizando desesperada balançando as mãos, eu tentei entender o que ela queria até que ela começou a correr na nossa direção.

Taehyung começou a tossir do meu lado e vi que ele havia cuspido o bolo e tentava a todo custo achar algo para tomar.
Jun Hee surgiu na nossa mesa desesperada e pegou o suco das minhas mãos dando para Taehyung tomar.

— Você estava tentando me matar? — Ele perguntou chocado.

— Ahn... como assim? — Perguntei confuso.

— Tinha nozes naquele bolo. Eu sou alérgico. — Taehyung disse me fazendo arregalar os olhos.

Claro que eu sabia da alergia dele, mas eu achei que Jun Hee não me daria um bolo com nozes.

— M-me desculpa. — Pedi desesperado, mas ele levantou e foi rápido para fora do refeitório.
 
Olhei em volta e fiquei irritado ao ver que um dos que riam era Hoseok. Quem ele pensava que era para rir de mim e do Tae?

— Tinha nozes no bolo? — Perguntei inconformado para Jun Hee.

— Aquele era do Yoon, só que ele se confundiu e pegou o que era para o Tae. Era isso o que eu tentei te avisar. — Ela explicou.

— Tudo bem, mas agora chega de vergonha. — Falei decidido.


Vergonha nível 10:


Essa nem tinha nada a ver com o plano, eu não estava tentando ser fofo, nem romântico. Mas quando eu estava passando pela escola no horário da tarde, tentando fugir da aula de química, vi a piscina do clube de natação.
Olhei pelas portas de vidro e vi o momento em que Taehyung caiu — de roupa e tudo — dentro da piscina, e só um pensamento passou pela minha cabeça: eu não podia deixar Taehyung morrer afogado. Não podia e não deixaria.
Corri para dentro do local e me atirei dentro da piscina, mas então eu lembrei que eu não sabia nadar, e enquanto me debatia tentei achar o corpo de Taehyung.
Tiveram momentos em que eu fiquei completamente submerso e achei que fosse morrer, mas então senti mãos passarem pela minha cintura e me puxarem para cima.

Com agilidade, fui colocado no piso ao lado da piscina, mas não conseguia abrir os olhos. Senti que faziam massagem cardíaca em mim, até que colocaram a mão na minha cabeça e abriram minha boca.
Alguém estava fazendo respiração boca a boca em mim e eu tinha vergonha de abrir os olhos e dizer para a pessoa que não precisava daquilo, mas assim que o fiz queria fechar os olhos de novo e aproveitar o momento.
Kim Taehyung estava com a boca grudada na minha, tentando me salvar.

— Graças a Deus você está vivo. — Taehyung disse se separando de mim assim que viu os meus olhos abertos.

— E-eu você também. — Falei entre tossidas me sentando.

— O que deu em você? Só um idiota se joga em uma piscina funda sem saber nadar. — Ele disse acusador e eu encolhi os meus ombros.

— Eu achei que você ia se afogar, te vi caindo e vim te salvar. — Expliquei envergonhado e ele soltou uma risada desacreditada.

— Eu sou capitão do time de natação. Me surpreende que não saiba, você me observa tanto. — Taehyung disse e me senti um idiota completo por não ter lembrado.

— Mas você estava de roupa. — Falei acusador.

— É que eu estava tentando nadar com peso e ver minha marcação de tempo com isso. Temos um campeonato por perto e tenho que treinar. Ontem mesmo, quase perdi minha cor nessa piscina. Fiquei bastante tempo aqui depois da escola. — Ele falou e eu assenti.

Então era isso que ele estava fazendo ontem. A senhora Shi estava errada ao chamá-lo de desperdício de espaço, mas era bom ver que ela estava também errada em relação à demora de Taehyung para chegar em casa.



 

{...}


Hoje dei um jeito de fugir dos passos do Guia de Como Conquistar Kim Taehyung. Desde que aquilo havia começado eu só havia passado vergonha. Mesmo com os avanços, sentia que Taehyung me via cada vez mais como um completo idiota.

Ele ainda estava separado de Hoseok, e em nenhum dia eu o vi perto do Jung. Isso me deixava muito bem, mas mesmo que parecesse idiotice, não queria Hoseok andando tanto com o Jin, pois sabia que isso magoava muito Taehyung cada vez que ele o via.
Mas algo que o distraía era o clube de natação, ele passava bastante tempo lá, e descobri que Jimin e Jin faziam parte do clube também. Comecei a ir visitar mais aquela piscina depois do incidente da sexta passada.


Yoongi:

Onde você está? Jun Hee está te procurando como uma louca!


Li a mensagem de Yoongi, mas simplesmente ignorei e coloquei o meu celular no bolso novamente, voltando a andar até a sala de música que estava vazia e trancada nesse horário, mas como eu tinha a chave que o professor me deu, isso não fora um empecilho.

A primeira coisa que fiz foi abrir as janelas, e depois ir pegar um dos violões que estavam guardados num dos armários.

Eu já tinha uma música em mente. Ela não saia da minha cabeça, e eu a amava muito, então comecei a dedilhar suas notas e deixei que a atmosfera leve guiasse a letra.


 

 

Please, don’t see

Por favor, não veja

Just a boy caught up in dreams and fantasies

Apenas um garoto preso em sonhos e fantasias

Please, see me

Por favor, me veja

Reaching out for someone I can't see

Procurando por alguém que não consigo ver

Take my hand

Pegue minha mão

Let's see where we wake up tomorrow

Vamos ver onde acordaremos amanhã

Best laid plans

Os melhores planos

Sometimes are just a one night stand

Às vezes são só uma noite sem compromisso

I'll be damned

Eu serei condenado

Cupid's demanding back his arrow

O cupido está pedindo sua flecha de volta

So let's get drunk on our tears

Então vamos ficar bêbados em nossas lágrimas.



— Wow você canta bem.

Tomei um susto ao ver Taehyung em pé logo atrás de mim.
O olhei, chocado demais para poder falar algo.

— Me desculpe por ter te atrapalhado, nem deixei você terminar a música. Já a ouvi, você estava no começo. Mas é que bem... você me impressionou. — Ele disse envergonhado.

— Obrigado pelo elogio. — Falei da mesma forma que ele.

— Você toca outra coisa além de violão? — Taehyung perguntou andando pela sala.

Música era uma matéria adicional, na verdade era um clube de música e Taehyung não participava dele.

— Toco violino, e você toca algo? — Perguntei educado.

— Bateria, mas eu gosto de vários instrumentos. Eu amo música. — Ele disse algo que eu já sabia a muito tempo.

— Por que não faz parte do clube? — Indaguei.

Isso nunca fez muito sentido para mim. Ele gostava de música, mas não fazia parte do clube, e nem demonstrava grande vontade de fazer.

— O clube de música é no mesmo horário que o de natação. Eu tive que escolher entre os dois, e sou muito feliz com minha escolha. — Taehyung disse, se sentando.

Assenti e abaixei o olhar, o fixando nos meus tênis. Depois de alguns minutos de silêncio Taehyung suspirou e começou a falar:

— Olha Jeongguk, eu não te odeio, não tenho nada contra você. É só que meu término com o Hobi foi recente, entende? E eu sou apaixonado por ele. — Tae disse hesitante, me fazendo olhar para cima.

Fiquei em transe pensando no que o dizer, é claro que eu sabia que ele era apaixonado por Hoseok, mas ouvir... bem, era outra realidade.

— Entendo. — Soltei.

Mas eu queria era gritar, dizer que realmente não entendia, que Hoseok não o merecia e que eu faria de tudo para o ver feliz, ao contrário daquele lá.

— Bom Jeongguk, nós poderíamos ser amigos, e você poderia me ajudar a mostrar a Jun Hee que o melhor para mim e para ela é ficarmos afastados. — Ele disse com um sorrisinho.

Ele queria afastar Jun Hee dele? Por mais que ela me irritasse, eu sabia que não havia pessoa mais doce e querida do que a mesma.

— Não entendo o porquê de você não querer ficar próximo dela. Jun Hee é a melhor pessoa que eu já conheci, ela está sempre disposta a ajudar os outros. — Contei e ele revirou os olhos.

— Já imaginava que você não fosse entender. — Taehyung disse se levantando — Eu já vou indo, Jeongguk.

E com isso ele saiu sem que eu pudesse falar mais nada, e eu fiquei confuso sobre o que havia acabado de acontecer.
 

 

{...}

 


No outro dia, não tive como escapar. Jun Hee veio para cima de mim com mais alguma coisa que queria fazer, me senti mais mal por fazer aquilo, estava começando a achar que não seria daquela forma que conquistaria Taehyung, mas Jun Hee insistia em achar que se eu me portasse de formas diferente iria o conquistar.


Passo 4: Bad Boy.


Estávamos na sala de Yoongi e Jun Hee — que estava vazia —, conversando sobre o que exatamente seria o passo “Bad Boy”.

— Olha Jeongguk, eu acho que esse é um dos que mais vai funcionar, acho que combina muito, você só deve ignorar o Taehyung, ele não é acostumado com sua falta de atenção, isso vai funcionar. — Jun Hee me dizia.

Yoongi parecia extremamente cansado de ficar ali ouvindo aquele tipo de coisa. Tinha ciência de que ele achava todo o caderno que Jun havia feito uma grande bobagem.

— Mas, Jun Hee, não é assim. Mesmo se funcionar, Taehyung não vai se apaixonar pelo Jeongguk, e sim por um personagem. — Yoongi disse deitando a cabeça na mesa.

— Eu também não gostei desse Jun Hee, não gostaria de tratar Taehyung mal. — Argumentei.

Mas ela não gostou muito de ouvir outras opiniões.

— Vocês estão ficando loucos, e você só vai tratar o Tae mal hoje, Jeongguk. É por um bom motivo. — Ela disse sorrindo.

Yoongi me olhou reprovador, mas eu o ignorei e olhei para Jun Hee assentindo.

Saí daquela sala me sentindo um saco cheio de pedras de tão pesado. Taehyung olhou para a porta e a sala estava em dupla, ele estava sozinho como sempre, e eu me sentaria com ele como em todas as aulas que haviam dupla.

— Eu não quero me sentar com o Kim. — Falei alto para a professora, para que Taehyung pudesse ouvir. Ele levantou os olhos, observando o que estava acontecendo quando seu nome foi citado.

— O que é isso, Jeongguk? Você nunca teve problemas em se sentar com o Taehyung. — A professora perguntou confusa.

— Eu só não quero me sentar com ele, vou ser obrigado? — Indaguei grosso.

— Não será, mas saiba que rejeito sua atitude. — A mulher disse. — Troque de dupla com Nayeon.

Fui até o novo lugar e simplesmente fechei os olhos, e coloquei minha cabeça sobre meus braços tentando dormir, o que achei muito difícil porque meu cérebro a todo instante tentava me lembrar que eu estava em sala de aula.
Mas por algum milagre, no segundo período eu dormi, acordando somente na hora do intervalo. Tomei um susto ao ver que Taehyung já estava saindo da sala, nesse horário eu geralmente estava o acordando. O que significava que ele não havia dormido nessa aula, e eu que já estava com um peso na consciência, me senti mais culpado ainda pensando que tinha tirado até sua vontade insaciável de dormir.

— Por que não quis sentar comigo hoje? — Taehyung indagou me parando na porta assim que sai da sala.

Olhei atentamente em seus olhos e engoli as palavras, se eu dissesse algo entregaria a desgraça do Passo 4, então só o ignorei e voltei a andar.

Não fui para o refeitório, não conseguiria ficar lá como se nada tivesse acontecido, vendo Taehyung e conversando com Jun Hee — eu estava um pouco chateado com ela por não me escutar e tentar fazer eu ser outra pessoa. —, então fui para o pátio e fiquei lá até que bateu o sinal. Quando eu ia sair recebi uma mensagem.

Ana Júlia/Jun Hee:

Fique aí onde está, o Taehyung está te procurando, ele perguntou ao Yoongi onde você estava, logo ele vai aparecer aí.

 


Me senti nervoso com a mensagem. Não queria ver Taehyung, não queria o tratar mal.
Pensando nisso resolvi apelar, se tinha uma coisa que eu sabia que Taehyung não suportava era cigarro, então assim que o vi se aproximando, peguei um dos cigarros que Jun Hee havia me entregado mais cedo e o coloquei em minha boca.

— O que está fazendo? — Taehyung perguntou assim que eu ia acender o cigarro.

— Vou fumar, não está vendo? — Perguntei grosso.

— Estou, mas você não fuma, e está na hora de irmos para a aula. — Ele argumentou.

— Se está na hora porque você não está lá? — Vi seu rosto ficar vermelho com minha resposta.

— Queria conversar com você, Jeongguk. Você está muito esquisito hoje. — Taehyung acusou cruzando os braços.

Tirei o cigarro da boca para poder falar com mais liberdade.

— Só porque eu não estou correndo atrás de você como normalmente? — Perguntei sentindo o gosto amargo da verdade que aquela acusação tinha.

— Claro que não. — Ele disse ofendido. — Eu não sou desse jeito, só achei que algo ruim poderia ter acontecido com você.

Taehyung havia conseguido me deixar sem fala, recoloquei o cigarro na minha boca envergonhado, e peguei o isqueiro o acendendo.

Foi a primeira vez que fumei, e só Deus sabe o quanto me arrependo, tive que me segurar para não tossir na frente de Taehyung.

— Você não pode fumar na escola. — Taehyung protestou, como uma mãe irritada.

— Ok, então eu vou para fora. — Falei achando graça de sua reação.

Para o provocar peguei impulso e subi no muro, mas não desci, fiquei em cima do mesmo.

— Desce daí, você não pode fumar. — Ele disse subindo irritado no muro.

Ao sentar do meu lado ele arrancou o cigarro dos meus lábios e o jogou fora, ficamos nos olhando por alguns segundos e eu aproveitei para admirar Taehyung de perto.

— Então vocês dois queriam fugir? Desçam já aqui, a diretoria os espera. — O professor que nós teríamos aula apareceu, nos olhando irritado.

 

{...}



Realmente fomos para a diretoria, e ainda por cima chamaram nossos pais, nunca vi minha mãe tão irritada.

— Irei falar com Jeongguk em casa, pode ter certeza que ele jamais tentará fugir da escola. — Ela disse me olhando pelo canto do olho de forma ameaçadora.

— Eu também irei falar com o Tae. — O senhor Kim parecia muito mais calmo que minha mãe.

— Ótimo, fico mais tranquilo assim, não sei o que aconteceu, Kim Taehyung tem uma das melhores notas dessa instituição, e Jeon Jeongguk é o aluno mais bem falado entre os professores, tanto que nunca os tive na minha sala antes. — A velha dramática da diretora disse me deixando entediado.

Depois de mais algumas besteiras da parte dela, e promessas minhas e de Taehyung de que aquilo não iria mais acontecer, fomos liberados.

— Eu quero te matar. — Minha mãe disse me dando um tapa na cabeça assim que saímos da escola.

A diretora havia nos mandado ir para casa mais cedo, o que para mim foi mais como um presente do que castigo.

— Ai, mãe! Desculpa. — Pedi mesmo sabendo que não iria adiantar.

Ela foi buscar o carro e eu fiquei observando Taehyung e o senhor Kim conversando.

— Por que você queria sair da escola, meu filho? — O senhor Kim perguntou brando, mas Taehyung só o olhou debochado e riu alto.

— Não tente se fazer de bom pai agora. Eu queria sair por motivos pessoais. — Taehyung só disse isso.

— Filho por favor, eu só quero saber o que acontece com você. — O mais velho insistiu.

— Não aja como se você se importasse. Deveria me perguntar o que estava acontecendo quando foi para o Brasil se tornar mais rico e me deixou em uma vida tão miserável como a de um rato. — Taehyung explodiu.

— Eu errei indo, mas nunca te deixei desamparado. — O senhor Kim insistiu firme.

— Como pode ser tão falso? — Taehyung disse surpreso — Quer saber? Deixa, eu vou sozinho.

O mais novo foi para dentro da escola e depois de alguns minutos minha mãe estacionou me fazendo entrar dentro do carro, e vi antes do mesmo dar a partida Taehyung sair da escola em cima do skate, antes de finalmente sumir de vista, Tae me olhou risonho e me lançou uma piscadela.

Aquele garoto não tinha jeito mesmo.

 

Point Of View, Jeon Jeongguk.

 


Passo 5: tensão sexual.


Esse sem dúvidas foi o passo mais gostoso.
O objetivo dele era simplesmente criar o máximo possível de tensão sexual entre mim e Taehyung, e para isso acontecer eu tive que ser o mais autoconfiante possível.

— Jeongguk, o que aconteceu com você? — Taehyung perguntou confuso.

Taehyung não estava dormindo tanto nas aulas, e como estávamos em inglês ele não dormiria mesmo.

— Acontecendo o quê? — Perguntei tentando parecer sensual.

— Você está fazendo os exercícios errados. — Ele disse engolindo em seco.

— Tae, inglês não importa agora, tenho coisas mais interessantes para fazer. — Falei desviando meu olhar do seu e apoiando meus cotovelos na mesa.

— Como o que, por exemplo? — Ele perguntou ofendido.

Tinha me esquecido que só a menção à reclamação sobre a matéria favorita do principezinho fazia-o ficar revoltado, mas isso me ajudaria a realizar meu primeiro objetivo... fazer Taehyung fugir.

— Brincar. — Ditei simples levando minha mão até sua coxa e a apertando perto da virilha, sem deixar de analisar sua expressão.

Fiquei com muito medo de ser desrespeitoso e Taehyung me dar um tapa na cara, mas eu nunca saberia se aquilo não o incomodaria sem antes testar.
Sua reação foi melhor do que imaginei, Taehyung deu um pulinho na cadeira e olhou para os lados com as bochechas ruborizadas. Soltei uma risadinha e, se isso for possível, ele ficou ainda mais vermelho

— E-eu vou no banheiro. — Ele disse saindo rápido da sala sem nem avisar o professor.

O homem era tão lesado que nem notou que um aluno saiu da sala, e eu me aproveitei isso.

— Professor, eu preciso ir no banheiro. — Pedi e ele somente assentiu e eu saí.

Passei pelo corredor quase como um jato, e desci as escadas igualmente rápido fazendo um barulho desnecessário e quase caindo, mas assim que abri a porta do banheiro masculino, Taehyung — que estava com as mãos apoiadas na pia — se virou me encarando.

— Te achei. — Falei sorrindo.

— O que aconteceu com você, Jeongguk? — Ele perguntou respirando rápido.

— Para de perguntar o que aconteceu comigo. Pergunte o que vai acontecer. — Pedi.

Me aproximei dele lentamente, e a cada centímetro que estávamos mais perto um do outro sentia meu âmago se revirar.

— Eu só quero te mostrar o que eu poderia te dar TaeTae. — Expliquei de forma erótica.

— C-como? — Taehyung perguntou gaguejando.

Antes que ele me mandasse sair, peguei em sua cintura e o empurrei, o prensando contra a pia.

— Assim.

Guiei minha boca diretamente para seu pescoço, atacando aquela região de sua pele dourada, a marcando e ouvindo seus arfares. Taehyung entranhou seus dedos nos meus cabelos de forma automática.

— J-Jeongguk, não! — Ele disse de olhos fechados quando coloquei meu joelho no meio de suas pernas.

— Por quê? — Perguntei tentando me segurar para não perder o controle ao inalar o gostoso cheiro de sua pele livre de qualquer perfume.

— Eu não posso fazer isso. -Taehyung disse agindo rapidamente.

Ele se abaixou fugindo de minha boca e passou pelo espaço entre mim e a pia, não pude nem falar nada e ele já havia saído do banheiro de forma atrapalhada.

— Uau. — Falei para mim mesmo.

Tirei o meu casaco sentindo um calor infernal pelo meu corpo, nunca imaginei que chegaria a esse ponto com Taehyung.

Saí do banheiro e fui correndo atrás de Jun Hee e Yoongi. Quando os vi peguei Jun Hee no meu colo e rodei feliz com elas em meus braços.

— Deu certo? — Ela perguntou rindo alto junto comigo.


— Maravilhosamente certo, o Taehyung é tão... — Falei sem saber que adjetivo usar para o definir. Quente? Gostoso? Cheiroso?

— Que bom que pelo menos alguém está se divertindo com esse plano maluco para conquistar o Taehyung. — Yoongi disse grosso.

Nos últimos dias ele estava assim: criticando tudo no nosso plano e sempre mal-humorado. Sem falar que se irritava toda vez que eu chegava perto dos dois para contar algo novo.

— Deixa o Yoongi de lado, Kookie. Vocês querem ir lá em casa hoje? — Ela perguntou fazendo sinal para que eu não olhasse para Yoongi.

— Não sei, você sabe que meus pais vão viajar por um mês. Se eu não estiver em casa hoje para me despedir eles podem ficar irados. — Lembrei.

Chegava a ter vontade de morrer quando lembrava que teria que ficar um mês sem os meus pais. Eu não era nem de longe o garoto que mais prezava privacidade e independência, tanto que amava ter minha mãe fazendo comida e meu pai lavando minhas roupas.


— Está tudo bem. Eu conversei com eles ontem sobre outro assunto, e creio que eles não vão se importar. — Jun Hee disse sorrindo largo.


— Sobre o quê? — Perguntei desconfiado, e até mesmo Yoongi a olhou sem entender.


— Uma surpresa. Você vai saber se for lá em casa hoje. — Ela disse chantagista e eu revirei os olhos. Não poderia esperar outra coisa dela.


— Ok, eu vou. — Cedi.


 

 

{...}



Os mais pessimistas dirão que algo deu errado e eu me arrependi de ir até lá, mas, por incrível que pareça, eu não podia ter feito melhor escolha.


A senhora Shi não estava, mas tanto o senhor Kim quanto o Taehyung estavam, e assim que chegamos Yoongi foi apresentado ao pai da Jun e do Tae, e logo depois subimos para o quarto dela.
Até ali não podia ter nada mais chato. Ficamos lá olhando para cara um do outro e jogando vídeo game.


— Jeongguk, vai pegar uns salgadinhos. — Jun Hee pediu.

— Por que eu? — Perguntei indignado

— Porque eu pedi. — Ela disse simples.


— Levanta a bunda e vai, Ana Júlia. — Falei correndo até a porta e fugindo da almofada que foi jogada na minha direção.


Quando me vi sozinho foi inevitável não ter minha atenção levada até a porta entreaberta do quarto do Taehyung.

Como se tivesse um imã me puxando, fui entrando discretamente. O quarto por dentro era diferente do que eu imaginava, era bem claro e organizado. As paredes eram azul turquesa, e tinha um mural de fotos dele com o Namjoon e o Hoseok, algumas até mesmo dele e do Jimin, e todas me deixaram enciumado.


Me aproximei de sua mesa de estudo, e percebi que todos os livros eram gastos. Nunca tinha realmente observado isso, mas tudo o que o Tae usava parecia realmente gasto e velho, e isso me deu um aperto. Não gostava de o imaginar passando privações.


— O que você está fazendo no meu quarto? — Ouvi a voz de Taehyung vinda da porta.


Prendi minha respiração. Taehyung com certeza estava irritado por me ver mexendo em suas coisas, e eu fiquei com medo de virar, o olhar e ser expulso à vassouradas de sua casa.


— Eu... — Perdi minha fala e minha mente apagou assim que finalmente virei e tive a visão de um Taehyung recém-saído do banho.


Ele estava sem camisa, usando um short que parecia de pijama. Seu cabelo pingava e algumas gostas faziam um caminho tentador até seu short.


— Você? — Taehyung perguntou sério.


E eu sorri malicioso ao decidir mudar o rumo de nossa conversa.


— ...vim finalizar o que começamos no banheiro. — Falei.


Dessa vez ele não escaparia.

Fui a passos rápidos até ele e segurei em seus quadris, grudando seu corpo no meu, e gemendo baixinho assim como ele quando nossos membros se chocaram.


— Jeongguk, o Hoseok… — Ele tentou dizer.


Sabia o que Taehyung falaria: “eu ainda sou apaixonado e não posso fazer isso com Hoseok”, mesmo que Hoseok fizesse ainda pior sem ele saber.


— Esquece ele, por favor. — Pedi segurando seu rosto em minhas mãos.


Entorpecido, Taehyung apenas assentiu e eu juntei nossos lábios pela primeira vez. Uma sensação de explosão dominou meu corpo, e eu senti que queimaria quando as mãos de Taehyung adentraram minha blusa.
Sem perder tempo, o larguei sobre sua cama e fiquei por cima dele enquanto nossas línguas dançavam de forma erótica. Deixei minhas mãos irem até aquele maldito short e o tirei.
Taehyung separou nosso beijo para soltar um gemido um tanto alto quando apertei seu membro. Ele se levantou e me ajudou a tirar minha blusa de forma afobada, logo nos deitamos novamente e eu comecei a beijar seu corpo.
A pele dele, que estava consideravelmente gelada após seu banho, ia ardendo por onde minha mão e minha boca trilharam caminho, e eu aproveitei sua fragilidade para puxar suas pernas e me colocar no meio delas.

— Eu n-não sei o que e-está acontecendo, m-mas não pare. — Taehyung pediu manhoso, e eu soltei uma risada anasalada.

— Não vou. — Garanti.

Eu deveria ter dito “a menos que alguém me pare”, assim segundos depois quando a porta foi aberta com brutalidade eu não teria sido tão contrariado.

— Tae você viu o... meu Deus, que porra é essa?! — Jun Hee gritou assim que abriu a porta.

 

 

                               ******

 

Me separei na velocidade da luz de Taehyung e me pus em sua frente assim que avistei Yoongi na porta também.

— Aconteceu alguma coisa filha? — O senhor Kim gritou do andar de baixo.

— Não foi nada, senhor Kim! — Gritei de volta, por que Jun Hee não tinha capacidade de responder.

— Ok, eu vou no mercado e já volto. — Ele avisou.

— Ah não! Eu atrapalhei meu otp! — Jun Hee disse colocando a mão na boca.

Olhei para Taehyung e ele estava completamente envergonhado e eu decidi fazer algo, não podia o deixar ser exposto daquela forma.

— Vai lá para baixo Ana Júlia. — Mandei firmemente e me levantei pegando minha blusa, ainda tentando manter a pose na frente de Taehyung, que se encolhia na cama.

— Mas... — Ela tentou argumentar, mas eu pedi ajuda para Yoongi com o meu olhar suplicante.

— Vem Mochi, ele vai explicar depois. — Yoongi disse puxando Jun Hee para o fora do quarto.

Me virei para Taehyung e sorri compreensivo.

— Se vista e depois venha junto. — Pedi terno e ele assentiu sem dizer mais nada.


 

 

{...}

 


— Pode me explicar o que aconteceu agora? — Jun Hee perguntou em de pé braços cruzados.

Eu me sentia aflito.
Yoongi e Jun Hee estavam em pé na minha frente esperando respostas, enquanto eu esperava para falar o óbvio.

— Eu segui o passo 5 e criei uma tensão sexual entre nós dois. — Dei de ombros.

— Era para criar uma tensão sexual, e não quase transar com meu irmão enquanto estamos em casa. — Jun Hee disse acusadora.

— Mochi deixa o menino em paz, ele pelo menos fez tudo certo dessa vez, pelo menos descobrimos algo que faz efeito em Kim Taehyung. — Yoongi disse safado.

Fiquei muito irritado pela forma como ele se referiu à Taehyung, e ia o dar um cascudo se não fosse o tapa que ele levou na cabeça de Jun Hee. Me sentia satisfatoriamente vingado porque senti dor só ao ouvir o som do impacto.

— Ok, mas não é isso que eu queria falar. — Disse ela. — Jeongguk, eu falei com seus pais e eles, assim como eu, acham melhor você passar o mês que eles vão ficar fora aqui em casa. — Jun Hee contou com um sorriso, e Yoongi se engasgou com a própria saliva.

— Nossa, que bom que você é apaixonado pelo Tae. — Ele disse enquanto ia até a geladeira pegar água, mas não entendi seu comentário.

— Tipo vir aqui todas as tardes? — Perguntei confuso, se bem que eu tinha entendido bem só não tava acreditando mesmo.

Sabe quando seu cérebro se divide em dois? Uma parte está gritando “TOMEI NO MEIO DO MEU CU!” e a outra “VOU DORMIR NO MESMO TETO QUE O MEU BOY, ISSO AÍ!"

— Não, dia e noite. Ficar aqui durante um mês! — Ela exclamou animadamente.

— Vejo que já contou para ele. — O senhor Kim disse aparecendo na cozinha cheio de sacolas.

— Contei o que? — Taehyung perguntou já vestido.

Ele me olhou envergonhado, e eu sorri lembrando a cena de agora há pouco.

Jeongguk vai vir dormir na casa de vocês durante um mês. — Yoongi contou e eu o olhei reprovador, pois não sabia qual seria a reação de Taehyung.

— O quê?! Como você permite isso? — Ele perguntou revoltado ao senhor Kim, que parou de comer seus morangos e olhou para o filho sem saber o que dizer.

— Eu descobri hoje. — O homem disse dando de ombros.

— Por quê? — Taehyung mudou o alvo e olhou desesperado para a irmã.

— Porque os pais dele vão passar um mês fora. — Ela explicou.

Assim que ele me olhou aproveitei a chance de ter sua atenção para mim.

— Não se preocupe, eu não vou fazer nada que você não quiser. — Falei malicioso piscando para ele.

Taehyung me olhou e soltou um som que mais parecia um choro engasgado.
Seria um mês muito interessante, ainda mais depois do que aconteceu hoje à tarde.


Notas Finais


Eu amei escrever essa estória, e espero que vocês tenham amado lê-la. Até breve 💙💙


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