1. Spirit Fanfics >
  2. Gyeoul Seuta >
  3. Dossiê

História Gyeoul Seuta - Dossiê


Escrita por: TheCrown

Capítulo 42 - Dossiê


Fanfic / Fanfiction Gyeoul Seuta - Dossiê

 

Universidade Feminina de Ewha.

Daehyeon-dong, Seodaemun-gu, Seoul.


 


Já havia algum tempo que Minjee não deixava o campus, enfurnada em seu dormitório dia e noite, saindo apenas para comparecer às aulas, para a biblioteca ou no mais distante até a cantina, repor as energias. Concentrando todas as suas energias no complexo dossiê sobre o caso "Mizuki Manami".

 

Suas amigas naturalmente preocuparam-se com ela, pois mesmo que a estudante de jornalismo fosse dedicada, seu atual comportamento beirava a maluquice. E seja lá o que estava segredando com tanto afinco, estava acabando consigo em todos os aspectos.

 

— Oh, Unnie!

 

Minjee teve sua atenção roubada pela figura amiga se aproximando em alta velocidade pelo corredor, chamando-a animadamente.

 

— Oh, Bitna-ya. O que faz aqui ainda? — perguntou ajeitando a mochila sobre um ombro.

 

— Eu pergunto o mesmo! É feriado e o campus está deserto. O que faz no laboratório de computação? — inquiriu curiosa. — E... de pijama?

 

A loira então analisou-se brevemente tentando se convencer que seu abrigo de inverno não estava assim tão ruim.

 

— Me preparando para o meu TCC. — respondeu sincera, afinal não deixava de ser uma verdade. O dossiê seria sua base.

 

— Tão cedo assim?! Ah... deixa pra lá! Você precisa sair um pouco. Eu sei de um restaurante que vai ficar aberto o feriado inteiro, você vai adorar.

 

A moça ponderou e ponderou, mental e fisicamente cansada, sem humor para sair. Mas quem sabe tirar os problemas da cabeça por uma dia não fosse tão ruim assim. Afinal já havia progredido tanto em sua escavação de informações, podia se dar esse intervalo. Minjee por fim concordou e então ambas voltaram para o dormitório.

 

— Eu vou tomar uma ducha antes, não demoro.

 

— Ok.

 

Enquanto aguardava no dormitório, Bitna ficara um tanto entediada e se prestou a fazer o que sabia de melhor: revirar as coisas da amiga a procura de algo que a entretesse. Minjee provavelmente nem notaria, o quarto estava uma bagunça mesmo, haviam tantos post it's colados às paredes, roupas sujas e embalagens de take out jogadas à esmo. A garota curiosa então sentou-se à escrivaninha da amiga encontrando o notebook em tela de descanso, tentou acessá-lo mas pela primeira vez tinha senha. Bufou degostosa.

 

— Oh, o que é isso? — notou uma pasta grossa que se assemelhava à um álbum de fotos embaixo do MacBook. — Hehe! Fotografias constrangedoras...

 

Mas ao abrir decepcionou outra vez ao não encontrar nada mais que recortes de jornais, redações e fotos aleatórias. Seria aquele o rascunho do TCC de Minjee?

 

— Daebak, a Unnie é realmente impressionante, isso aqui é Hiragana...? Não, pera, acho que é Kanji. — comentou consigo mesma parando de folhear a pasta para analisar com mais atenção. — Mas o que isso tudo tem em comum? "... suspeito... sequestro... M-Mizu..."? —  arriscou tentar ler uma manchete de jornal aleatória tentando usar seu parco conhecimento de japonês. — Mizu... ki? Oh, deve ser um nome próprio... estranho como me soa familiar.

 

O curioso TCC de Minjee ganhou de alguma forma o interesse de Bitna, que dedicou-se a interpretá-lo da melhor forma que conseguia, pelo menos até sua Unnie retornar ao quarto parecendo alguns anos mais nova agora de cara limpa e cabelo lavado, chamando sua atenção.

 

— Esse restaurante fica onde mesmo? — a mais velha perguntou despreocupada se pondo a pentear os cabelos em frente a penteadeira.

 

— Noryangjin. São especialistas em sashimi de lula.

 

Minjee sentiu a boca salivar só de ouvir. Precisava mesmo sair mais vezes, não iria encontrar algo assim na cantina do campus tão facilmente.

 

— Unnie?

 

— De.

 

— Quem é Sato Tetsuo? É algum figurão japonês? — inquiriu confusa e Minjee retesou brevemente antes de perguntar onde ouvira tal nome. — Eu li no seu rascunho. Eu entendi errado ou ele foi sequestrado pelo próprio fã clube? Porque se for, isso é bem doentio!

 

Minjee então finalmente tomou nota do dossiê nas mãos de sua dongsaeng e se praguejou por não tê-lo guardado antes de deixar o quarto. Precisava manter tudo confidencial, pois mesmo a reitora, quem a via com bons olhos agora, poderia repreendê-la e confiscar o material. De fato o dossiê possuía um conteúdo muito sensível o qual os Mizuki não gostariam que chegasse à conhecimento geral.

 

...

 

Lar da Família Mizuki.

Azabu, Tokyo, Japão.


 


Aoi era casada há muitas décadas com aquele homem pretencioso que era Mizuki Daichi, sua presença chegava a ser prejudicial à ela, podia-se dizer que à essa altura o temia mais que o amava. Mas nem sempre foi assim, seu marido já foi um homem gentil, lhe dera uma boa vida e duas filhas lindas. Mas então... ele as afastou de si.

 

Desde sempre foi fácil distinguir o favoritismo de Daichi, ele sempre preferiu Momo à Manami. E acabou por negligenciar a segunda. E por mais que Aoi tentasse compensar com o dobro de sua atenção para com a mais velha, conseguia notar ao longo dos anos o que a falta da imagem de um pai fazia com a mesma. Manami passara a buscar apoio em seus ídolos famosos, homens que tinham entre idades para ser seu irmão ou mesmo seu pai, e se tornara bastante reclusa com até mesmo tendências agressivas.

 

E então começaram os pequenos incidentes, quando Manami passara a causar problemas na escola, na vizinhança e até mesmo fugira de casa algumas vezes. E os ocorridos apenas aumentavam a distância entre ela e seu pai, culminando às vezes até mesmo em Daichi "disciplinando-a", vulgo, maltratando-a física e psicologicamente, para então frustrada ela revidar com mais malcriações. Era ação e reação, num ciclo vertiginoso e destrutivo que se repetiu diversas vezes.

 

E no mais tardar aconteceu o evento que estilhaçou de vez a família.

 

Momo era a pequena bailarina do papai, com um recital importante à caminho, a mesma sonhava em entrar para a fabulosa companhia de teatro Takarazuka*... entretanto teve seu sonho destruído quando "acidentalmente" rolara dois lances de escada em casa, na mesma noite da sua apresentação. Acidente que viria a lhe custar sua habilidade de se locomover da cintura para baixo. Manami estava lá no momento, assistira toda a cena do topo da escada sem mover um músculo para ajudar - ela mesma provocara o acidente, mas de forma sutíl para não se incriminar. O que aconteceu à partir de então foi só um agravamento da situação, Momo separada da sua irmã homicida - e consequentemente da mãe irresponsável - e Manami continuava atraíndo cada vez mais atenção negativa para si.

 

Sem muitas opções e com um nome à zelar, tudo que Daichi podia fazer era apagar os rastros de destruição de sua filha rebelde, independente do quão grave fossem. Porém Aoi também estava disposta a fazer tudo ao seu alcance para garantir que sua pobre filha mal compreendida fosse feliz, mesmo que isso significasse passar sobre as ordens do chefe da família.

 

Aoi tentava velar pela garota da melhor forma que podia, especialmente depois de sua expulsão de Ewha, que foi um momento delicado e culminou na mesma sendo mandada para longe. A mãe de Manami seguia seus passos como podia, pelo internet banking, para pelo menos saber sua localização aproximada.

 

— "Débito em conta... Imobiliária Star Tower ". — a mulher lera em voz alta depois de analisar os gastos com o Black Card que cedera à Manami em segredo para usar como bem entendesse. — Ela alugou um apartamento... em Seoul? Por que ela voltaria lá?

 

Para todos os efeitos, fizera como o marido instruira e a colocara num voo para Nagoya, não que esperasse que ela realmente fosse ficar na casa dos avós, especialmente com tanto dinheiro em posse, mas... retornar para Coréia? Que tipo de negócios ela ainda poderia ter lá?

 

Infelizmente para Aoi, sua filha sempre fora uma incógnita, não havia como prever seus movimentos.

 

— Por favor não vá fazer nada que lhe traga arrependimento... — desejou com o peito apertado, tomada de um mal pressentimento.

 

 

Dormitório do BTS.

Apugjeong-dong, Gangnam-gu, Seoul.


 


Jimin sempre teve o sono leve e facilmente perturbável, entretanto quanto mais a gestação progredia mais esse quadro mudava, o cansaço o derrubando a tal ponto que poderia dormir por várias horas à fio e em qualquer lugar. Para a satisfação de Jungkook.

 

O mais novo apegara-se ao hábito de acordar antes do noivo apenas para ganhar alguns minutos assistindo-o ressonar, era a cena mais calma e adorável do mundo. Poder assistir o rosto sereno de Jimin somado à sua respiração lenta e eventuais balbucios, fazia bem para o seu coração. E esta manhã não foi diferente. Acordara espontaneamente, de uma daquelas noites de sono revigorantes das quais se desperta descansado e feliz e, ao olhar para o lado, foi presenteado com o rosto inchadinho do Park à centímetros do seu. Os cabelos em total desordem caindo no rosto, os lábios entreabertos e as bochechas coradas. Mas desta vez um pequeno detalhe fez o coração do pobre maknae derreter:

 

Jimin tinha sua pequena mão esquerda descansando sobre o seu peito, a mesma mão que carregava a aliança que o próprio Jungkook ali pusera. Num encaixe perfeito, como se seu dedo anelar fosse o único receptáculo existente possível para aquele anel. Uma sensação gostosa de possessividade o tomou.

 

Meu. Inteirinho meu.

 

Jungkook cedeu à vontade de tomar aquela mão gordinha na sua e levar aos seus lábios, selando-a com carinho. Jimin murmurou alguma coisa em seu sono mas não retraíu a mão. O garoto não podia acreditar na sorte que possuía, poder encontrar o amor assim tão cedo para então não ter que desperdiçar a vida inteira procurando-o em outras pessoas. Teria Jimin idéia de como o fizera feliz apenas por entrar em sua vida?

 

— Eu te amo tanto... você me faz tão bem. — sussurrou contra a palma de Jimin, acariciando-lhe o cabelo com a mão livre. Deitados juntinhos naquela posição, o maknae podia sentir seu batimento ritmado e sua respiração calma, podia até mesmo sentir Gyuri em seu ventre, muito bem velada e protegida entre ambos.

 

E a sensação era indescritível.

 

Em pouco tempo deixariam de ser apenas um casal e se tornariam uma família, agregando um terceiro indivíduo que seria dependente deles por muito tempo, era um compromisso muito maior, haveriam diversidades e coisas novas a se aprender mas o maknae não podia estar mais ansioso. Claro que às vezes parecia tudo muito surreal para acreditar, ele e Jimin e então o pequeno serzinho dentro dele... tudo muito distante da projeção que Jungkook tinha para sua vida no futuro, e às vezes era assustador pensar que estava se tornando um jovem adulto com tantas responsabilidades de cara. Mas então ele lembrava-se de quem teria ao seu lado para lhe auxiliar e seus medos evaporavam. Afinal isso seria tão ou mais difícil para Jimin, e a ajuda mútua seria necessária.

 

Sorriu contente, apertando forte o noivo contra seu peito, mas infelizmente não pôde prolongar aquele momento tão íntimo, pois já era hora de levantar.

 

— Desliga isso, Jagi. — Jimin pediu com a voz abafada, escondendo o rosto em seu peito sob as cobertas quando o celular disparou na cômoda ao lado. Jungkook riu fraco e esticou o braço para alcançar o aparelho e desativar o alarme.

 

— Hora de levantar, gatinho. — lembrou correndo uma mão pelo comprimento das costas do menor. Jimin gemeu um não em resposta e agarrou-se mais em si, entrelaçando suas pernas e envolvendo seu tronco em um abraço desengonçado. — Precisamos nos arrumar... não vamos querer perder o avião.

 

— Aí a gente vai de trem. — retrucou sonolento.

 

Por mais que quisesse se manter naquela cama o dia inteiro, não podia decepcionar a mamãe Park, a prometeu que levaria seu filho de volta para o Chuseok e o faria. Com alguma dificuldade deixou a cama, mesmo com Jimin dramaticamente o chamando de volta, e adentrou o closet - quase tropeçando nas malas no processo - e foi se vestir. Ao retornar ainda precisou resgatar um Jimin muito sonolento da cama e ajudá-lo com sua higiene matinal, já terminava de passar o lip balm nos lábios rechonchudos do noivo quando o líder veio chamá-los.

 

— Então família feliz, ta na hora do live. — anunciou com um sorrisinho sonolento antes de retroceder para a sala.

 

— Pode ir, eu levo as malas. — Jungkook instruiu e Jimin assentiu levantando-se vagarosamente da beirada da cama e levando um tapinha no traseiro de incentivo para acelerar o passo.

 

— Já vou, já vou!


 

Como esperado, os garotos logaram no Vlive para poder desejar brevemente um bom feriado à todos, encerrando com lembretes para prevenirem-se de resfriados, uma vez que já era época. Logo após despedirem-se entre si, os bangtan dispersaram-se, Taehyung pretendia encontrar-se com o namorado para um café da manhã à sós, Jin adiantou-se para a estação de trem para visitar os avós, Namjoon visitaria os pais e também não demorou-se muito no dormitório, e por fim Hoseok e Yoongi optaram por um longo cochilo ali mesmo no sofá.

 

Já Jimin e Jungkook tinham feito planos para o feriado há muito tempo, que incluíam Busan como destino.

 

— Reclamações formais dos vizinhos de novo? — Jimin perguntou quando o noivo finalmente retornara ao carro, ocupando o banco da direção, com um envelope em mãos que lhe foi entregue.

 

— É o meu celular. — o mais novo respondera já pondo o cinto e ligando o carro no instante seguinte. — Parece que alguém encontrou no estacionamento ontem à noite e deixou com o porteiro do bloco.

 

— Aish! Jeon Jeongguk, seja mais responsável com as suas coisas! — o loiro brincou imitando o tom de sermão do Bang PD, arrancando uma risada gostosa do noivo. Jimin então procedeu a abrir o envelope e retirar o aparelho de dentro intacto. — Mas é sério, seja mais cuidadoso, amor. Isso poderia ter acabado muito mal.

 

— Araseo...

 

— Hunf! Você deixou cair no estacionamento, foi? Parece bem inteiro pra mim...

 

— Acho que nem o acaso aguenta mais me assistir destruir uma tela atrás da outra. — brincou já manobrando o carro para fora das dependências do condomínio.

 

— Mas como sabiam que era seu celular?

 

— O porteiro repassou que estava caido na nossa vaga. Deve ter caído quando descia do carro. Mas admito que tive sorte de ninguém mal intencionado tê-lo encontrado.

 

— Põe sorte nisso... ain! Gyuri-ah! — Jimin se viu resmungando ao massagear a barriga. — É muito cedo pra você estar acordada... volte à dormir, sim?

 

Jungkook riu das peripécias de Jimin e seu fetinho, e usou a mão do câmbio de marcha para acariciar o abdômen protuberante do noivo sob o suéter. Jimin ronronou, adorando o carinho, e alguém dentro de si julgou que chutar mais forte ainda seria sua forma de retribuir o gesto.

 

— Ela fica agitada quando estamos longe de você, sabia? — o gestante confidenciou pondo sua mão sobre a que já descansava contra sua pancinha. — Como se não suportasse que fiquemos separados.

 

Jungkook sentiu o peito aquecer com a informação e ficou todo bobo pelo resto do trajeto até o aeroporto. Chegaram à Gimpo em questão de poucos minutos e deixaram o carro da empresa no estacionamento mesmo, afinal voltariam para recuperá-lo em menos de uma semana - o que ainda estava no prazo de guinchamento segundo o regulamento do próprio aeroporto.

 

Conseguiram até mesmo misturar-se à massa, uma vez que ninguém esperava pelas suas ilustres passagens por ali. O local estava cheio graças ao feriado, cheio demais para darem atenção à um casal de homens de mãos dadas embarcando.

 


Notas Finais


Eu sei q o cap ta menor q o usual mas eu fiz de propósito, p ter certeza d qn teria mta informação embrenhada junta e vcs consigam se concentrar em uma treta d cada vez.

p.s.: amo escrever gs


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...