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História Hades - Eu admiro você, pai.


Escrita por: leal109

Capítulo 5 - Eu admiro você, pai.


-Nico, você sabe que a sua decisão pode ter consequências, não sabe?-falo depois de um longo dia no júri. 

-E eu arcarei com as consequências. 

Aquilo me deixou surpreso.

-Eu queria me desculpar por tudo o que te fiz passar hoje.-disse meio sem jeito.

Eu nunca pedia desculpas.

-Você fala tanto de Zeus, mas, no fundo sabe que é como ele.-caminhou rumo ao barco de Caronte.-Tão inseguro quanto...

Nico sabia como me derrubar, caí por dentro depois daquela afirmação. E ele estava certo, eu tinha matado Fred para mostrar meu poder a Tânatos, assim como Zeus precisa humilhar todos ao seu redor para se sentir melhor. 

A raiva me subiu, ser como Zeus era a coisa que eu mais temia. E ver, Nico me comparando a Zeus é pior ainda.

-Não me compare a Zeus.-falei com a toda a raiva que tinha.

-Você sabe que é como ele.

Nico não tinha medo.

-Deveria ter medo de mim.-entro no barco.

-Eu não tenho medo de ninguém. Principalmente de um deus como você.

Nunca me deixei abater, mas aquelas palavras me botaram no chão. Ver que eu não sou admirado nem pelo meu filho me doeu.

-No fundo todos nós somos inseguros.-olho pro Nico.-E, talvez sempre estamos procurando por um pouco de reconhecimento. 

Como Zeus disse. Talvez ele tenha razão, talvez eu queira mesmo não ser tão rejeitado e temido.  Talvez eu queira respeito e não medo.

-Então deveríamos merecer.-desviou o olhar pro rio.

-Eu me orgulho de você, Nico.-falei rápido, antes que não tivesse mais coragem.

-Eu admiro você, pai.

Ganhei meu dia com aquelas palavras. 

***

-Gostou do seu café,almoço, e lanche da tarde, Perséfone?-abri o meu sorriso.

-Vai se fuder, Hades.

Olhei para os lados, Perséfone não tinha comido nada o dia inteiro.

-Então não gosta de gelatina e café.

Perséfone pegou uma xícara de café e jogou em meu rosto.

-Uma pena isso estar frio.-cerrou os olhos. 

-Essa é a sua idéia de vingança? Pensei que um dia aqui te deixaria um pouco mais criativa.-limpei um pouco do café e me afastei dela.

Ela continuou sentada no chão.

-Estava me esquecendo do melhor.-sorri.-Pode entrar, Nico.

Nico apareceu na porta escura da cela, Perséfone foi se levantar.

-Não, não, não. Pode continuar sentada.-me virei pra Nico e fiz o sinal pra ele vir até mim.-Agora seria a hora das desculpas. 

Perséfone me olhou com um olhar tão desesperado que deixava a situação ainda melhor. Estar acabada em uma cela, e pedir desculpas não é algo fácil.

''E eu não queria fazer isso com ela.''

-Não tenho todo o tempo do mundo. Sou Hades, não Cronos.

-Me desculpe, Nico.-olhava pro chão. 

-Não considero isso um pedido de desculpas. 

-Me desculpe por ser tão cínica a ponto de fingir NÃO gostar de você, e por fingir NÃO aceitar o fato de você ser gay.-falou com um tom sarcástico. 

-Nico, me espere no jantar.-fiz o sinal pra ele sair, me obedeceu.

Puxei Perséfone pelo braço até ela ficar de pé. 

-Você pediu pra eu pedir desculpas, Hades, e fiz isso.

-Acho melhor você ir jantar com seu filho, quem sabe ele te trate melhor que eu.-deu o sorriso mais falso que eu já vi em minha vida.

E depois desse sorriso falso eu tinha realmente entendido tudo, Perséfone não tinha um problema com os homossexuais ou até mesmo com o meu filho. Ela tinha ciúmes de Nico, tinha ciúmes de mim, e queria chamar minha atenção.

Mas saber disso me deixou mais enfurecido ainda. Saber que o plano pra chamar a minha atenção era tratar meu filho mal me deixou enfurecido.

-Você é tão cínica a ponto de se rebaixar nesse nível?-não obtive respostas dela. -Você vai subir na porra daquela sala de jantar e vai pedir desculpas pro meu filho, e nunca mais vai levantar a voz pra ele.

Eu me sentia um lixo por estar a tratando assim, me sentia um lixo por não ter pedido desculpas, me sentia um lixo por estar a forçando fazer uma coisa que ela não queria.

Mas eu não conseguia parar,e me sentia um lixo por isso também.

 

 

 

 

 

 

 

-O que você tá fazendo aqui? Quem te deixou entrar? 

-Vim visitar meu querido irmãozinho.-agora sabia de onde Perséfone tinha herdado tanto cinismo. -Caronte me deixou entrar.

-O que está fazendo com a minha filha desse jeito?-Zeus dizia impaciente.

-Perséfone tem uns assuntos pra tratar com meu filho.-apontei pra Nico.-Agora se dá licença.-fiz o sinal para que ela fosse falar com Nico.

O silêncio se instalou na sala até Perséfone tomar coragem e ir até Nico.

-Olha, Nico.Pode não parecer, mas eu estou muito arrependida por tudo que fiz com você. Então, minhas sinceras desculpas.

-Eu aceito suas desculpas, Perséfone. -Nico sorriu e voltou ao normal. 

-Pode ir, Perséfone.

-Perséfone fica.-ordenou Zeus.

-Olha, irmãozinho.-sorri pra ele.-Pode não parecer, mas esse é meu palácio, meu reino, ou seja, eu dito as ordens.-ficou surpreso.-Então, pode ir, Perséfone.-assim fez, sem nem protestar. 

Zeus fingiu que não viu nada, e já ia se sentar.

-Não, não, não se sente.-me olhou confuso.-Peguem uma boa cadeira pro nosso visitante. -saíram correndo pra pegar.

-E por que não posso sentar nessas cadeiras?

-Ah, porque elas não são dignas pra você.-me sentei na maior cadeira(justamente a minha) na mesa.-Essa sim é digna.-o mordomo veio trazendo uma linda cadeira de plástico. 

-O que é isso?-gritou Zeus.

-Uma cadeira digna pra você. 

Olhei pra Nico que ria como se o mundo fosse acabar hoje.

-Pode se sentar, irmãozinho. 



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