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História Half a Heart - A Festa


Escrita por: newbitchell e MrsHoradke

Notas do Autor


Hey, babes. Já sabem o esquema: link das roupas nas Notas Finais. Aproveitem o capítulo. <3

Capítulo 2 - A Festa


2° capítulo - Descoberta

A casa da tal amiga da ''nossa'' mãe ficava perto dali, algumas ruas depois. Paramos na frente de uma casa média, de dois andares ate que bonitinha. O jardim bem cuidado, o balanço na varanda, tudo sendo uma bela junção de típica casa de família. Aquele lugar não me era estranho. Descemos do carro e eu bati na porta.

Enquanto esperava, percebi que um carro exatamente igual ao de Anthony na porta da garagem. Se isso for uma brincadeira, só pode ser de mau gosto.

A porta de entrada se abriu, na minha frente se encontrava Mary e uma senhora que me parecia levemente familiar. Seus cabelos castanho claro já continham uns fios grisalhos. Ela sorriu simpática, puxando-nos para um abraço.

- Meu Deus! Maddie como você ta linda! Zoe, meu Deus, que cabelo lindo! Cresceram muito. Vocês duas estão lindas, são duas mulheres maravilhosas, meu Deus. Que orgulho. - ela despejou as palavras rapidamente, chacoalhando Maddie e eu enquanto falava. - Mary, as meninas chegaram. - ela berrou, soltando-nos. Maddie e eu nos encaramos com os olhos meio arregalados. Pude ver Maddie sussurrando “quem é essa doida?”, e eu apenas balancei a cabeça indicando que não sabia.

- Vocês nem devem se lembrar de mim, né? Que falta de educação a minha, sai agarrando vocês duas sem nem ao menos dizer quem era. Vocês eram tão pequenas quando falavam comigo. Sou eu, a Tia Amy.- disse nos puxando pra dentro e sorrindo meigamente, apontando pra uma foto no balcão da sala. Era Maddie e eu quando éramos pequenas, junto com uma senhora de cabelos castanhos e de um garotinho moreno e de olhos castanho claro. Eu lembro daquele dia, faz tanto tempo...

- Tia Amy! - exclamamos juntas, sorrindo. Fomos em direção dela para abraçá-la, dessa vez apertado e sabendo quem cada uma era. Tia Amy era uma amiga de colégio Mary, quando eu e Madison éramos mais novas, antes dos meus pais morrerem e eu me mudar para casa de Mary, vínhamos brincar com o filho de Tia Amy, o Nath. Lembro-me de todas as tardes que passamos aqui, correndo e comendo cookies. Maddie sempre disse que odiava Nath, pois o mesmo vivia pegando no seu pé. Ela também não ajudava, já que sempre foi explosiva como é. Eu amava Nath, apesar de tudo. Nós 3 éramos um trio inseparável. Mas, após meus pais morrerem, Nath e tia Amy se mudaram, e nunca mais tivemos contato com eles.

Desliguei-me de meus pensamentos no susto quando ouvi o som de uma porta batendo. Acho que era a dos fundos.

- Oi, mãe.Chegam... - Nathan surgiu na cozinha ao lado de Anthony. Parou o que estava dizendo assim que nos viu. - O que elas estão fazendo aqui? - nos encarou com a cara fechada.

- O que eles estão fazendo aqui? - Maddie e eu perguntamos praticamente juntas. Eu encarava Anthony, que olhava pros lados, sempre desviando de meu olhar. Maddie e Nathan praticamente se espancavam pelos olhos.

- Ah, meninas, é o Nath. Vocês três brincavam quando crianças, lembram? -  perguntou meigamente, apontando novamente para foto do porta-retratos no balcão. - O garotinho da foto.-

- O que? - perguntei com o tom um pouco alto demais. Fala sério, como eu não notei antes? Bem que aqueles olhos azuis não me eram estranhos.

- Nath? - Maddie perguntou, indiferente e com o tom sério. Já não se gostavam antes, agora então...

- Mad e Zoey? Uau - ele perguntou mais pra si do que pra gente, de fato. Anthony nos olhava sem entender, seguindo os olhos pra quem falasse. Parecia uma criança no meio de vários adultos.

- Não creio nisso, não creio mesmo. - disse eu, olhando curiosa para Nath. Essa coisa era menor que eu, e agora está bem mais alto. Seu rosto não mudou muito, mas seus traços agora tão sérios era bem diferente do rosto angelical que tinha quando criança. Ele estava sempre sorrindo, fazendo brincadeiras e zoando Maddie.

- Nem eu. - Maddie disse, suspirando e olhando para a foto. Sabia que ela, no fundo, tinha ficado feliz em revê-lo, mas não iria demonstrar, ainda mais depois de hoje.

- Nossa, como o tempo passa... Quando criança, vocês eram tão amigos. Era lindo ver vocês 3 juntos. E agora tão assim, indiferentes. Não vão nem se abraçar? - Mary se pronunciou, ao lado de tia Amy, que sorriu com a idéia. - Vamos meninas, só um abraço. - disse chegando atrás de Maddie e eu, empurrando-nos na direção de Nathan, que era empurrado por tia Amy também.

- Ah, não é necessário… - Maddie tentou se soltar, mas no fim elas venceram. Nos abraçamos de forma desajeitada, dando um tapinha nas costas de Nathan. Nos soltamos rapidamente, e Maddie saiu rápido em direção à porta.

- Bom, mãe, vamos, né? Acho que acabamos aqui, Foi um prazer te ver de novo, tia. - Maddie falou simpática, mandando um beijo no ar para tia Amy e puxando tia Mary para fora. Dei um abraço em tia Amy e abanei de qualquer jeito para Nathan, que apenas devolveu um sorriso sínico e de lado. Encarei Anthony antes de sair, e ele continuava quieto e com a maior cara de culpado.

Sabe quando você sente que perdeu uma parte de você? Um vazio? Eu me senti assim quando meus pais morreram. Senti como se meu coração e uma parte da minha alma tivesse sido tomada de mim. Agora eu senti outro vazio, como se tivesse perdido eles de novo. É como se as almas deles estivessem naquele colar, como se a vida deles estivesse guardada ali naquelas pequenas fotos e pingentes. Pode parecer dramático, mas eu me sinto assim. Aquele colar era o que eu levaria pro meu caixão, o que eu não tiraria nem na hora de ser enterrada.

Estávamos caladas durante o caminho. O clima estava pesado, então tia Mary resolveu se pronunciar.

- O que aconteceu que vocês duas estão tão caladas hoje? Nem parecem as duas doidas que estão sempre rindo alto e gritando. - disse ela rindo, provavelmente lembrando de nossas cantorias no carro. Sorri de lado.

- Fizeram Zoe perder a corrente dela, mãe. - disse  Maddie desviando os olhos para Mary, focando-os na estrada em seguida.-
-Ah, não… Zoe querida, como? Quem?... Ah, eu sinto muito, meu bem. - falou preocupada, me abraçando de lado.  Abracei-a forte, sentindo meu olho arder e minha visão embaçar. O abraço dela lembrava o da minha mãe… Aquilo fez com que as lágrimas descessem. Eu sentia tanta falta deles...

Fiquei assim por alguns minutos, até perceber que já estávamos chegando. Soltei tia Mary, sequei minhas lágrimas e respirei fundo. Abri a porta do carro e entrei em casa, subindo pro quarto, sendo seguida de Maddie.

Me joguei na cama e abracei meu travesseiro. Peguei meu celular e abri a pasta onde continham fotos de meus pais comigo. Mais lágrimas vieram. Lembrei de quando recebi a notícia de sua morte e mais lágrimas vieram.

Ouvi Maddie me chamar, fazendo com que eu voltasse à realidade. Ela percebeu que eu estava chorando e se jogou do meu lado, me abraçou e tirou o celular da minha mão delicadamente.

- Cara, ficar vendo fotos deles não vai te ajudar... Eu sei que você tá triste, mas isso não é motivo pra você ficar trancada aqui. Eu sei que dói, mas eu não quero ver você passando por tudo aquilo de novo. Eu to aqui, não precisa ficar assim, ok? Eu to aqui com você. - disse Maddie me abraçando forte, pondo o celular em cima de mim. Eu amava ela, muito. Ela me fez um bem enorme naquela época. Não sei o que seria de mim sem ela. -

- Eu sei, Maddie. Mas eu sinto saudade, sabe? Me sinto uma criança agora, mas, o vazio que eu tenho aqui dentro tá ficando cada vez maior. Cada vez a saudade aumenta, cada vez as lembranças machucam mais. Mesmo que eu chore, olhar nossas fotos me faz lembrar dos momentos bons, lembrar do quanto éramos felizes e me faz sorrir. Isso me faz bem, ao mesmo tempo que faz a saudade aumentar, entende? - disse com a voz trêmula sentando na cama. Peguei o celular, e abri na nossa última uma foto. Era verão, estávamos fazendo um piquenique de despedida, um dia antes da viagem. Eu e minha mãe ríamos porque meu pai estava com a cara suja de bolo. Sorri ao ver aquela foto, lembro perfeitamente do momento em que minha mãe afundou o rosto do meu pai no prato de bolo e se escondeu atrás de mim. Eles eram duas crianças que se amavam, lembro de sonhar com um amor igual ao deles. Meu olho ardeu.

Madison narração -

Zoe estava para baixo e eu realmente odeio ver minha melhor amiga, minha irmã, triste assim por culpa que um otário como aquele. Saber que ela estava revivendo tudo aquilo por culpa de Anthony fazia meu sangue ferver. Lembro-me do quanto aquele tempo foi difícil, do quanto Zoe sofreu e do tempo que teve que passar indo à psicólogos graças à seu trauma. Dói ver ela chorando, ainda mais quando me pego pensando se fosse minha mãe no lugar dos pais delas, a mulher que me criou, que, apesar das brigas, eu tanto amo...Lágrimas vieram e meu olho ardeu. Balancei a cabeça para afastar aqueles pensamentos.

Lembrei que, naquela época, quando Zoe ficava triste íamos a um lago perto da antiga casa de Nathan, e víamos o sol se pôr sentadas entre as flores que cresciam por ali.

- Bem, eu tive uma ideia. Já que o dia está bonito e temos algumas horas até a festa, pensei em dar um passeio. Vem comigo? - disse me levantando e secando minhas lágrimas. Minha frase pareceu ter trazido Zoe de volta ao mundo. Sorri incentivadora assim que me mandou um olhar triste.

- Tem certeza? – miou, se arrastando na cama. Puxei-a pelo braço, balançando a cabeça em um sim. – Ok, dar um passeio seria um ótimo jeito de afastar as coisas ruins. – suspirou em rendição, se levantando e se olhando no espelho. Bati palminhas animadamente e a mesma riu.

-Vou trocar de roupa, já volto, mozão - disse eu pegando uma roupa no guarda-roupas e saindo correndo atrapalhadamente na direção do banheiro.

Nathan narração-
Depois da confusão no racha, fui com Anthony para minha casa. Eu ainda estava perplexo por saber que aquelas duas meninas eram Zoe e Maddie, as duas garotas que brincavam comigo quando éramos crianças, antes de me mudar para Atlanta.

- O que que foi isso, Nathan? - minha mãe me olhava séria, de braços cruzados. 

- Isso o que? - disse eu distraído, encarando-a sem entender.

- O modo que vocês se trataram. Maddie te olhando torto eu já esperava, afinal como atormentava ela quando eram pequenos. – riu, provavelmente lembrando de minhas torturas. Ficou séria em seguida, voltando a falar – Mas, você e Zoe se olharem com desprezo? Isso é meio surpreendente. – falou cruzando os braços.

- Ah, mãe, não foi nada. – me olhou desconfiada, e eu dei de ombros – Esquece isso, foi só surpresa . – disse enquanto subia as escadas. Anthony veio atrás de mim, segurando-se nas paredes.

- WTF? Como assim vocês já se conheciam?- sussurrou Anthony entrando no meu quarto, sentando-se na frente do pc em seguida.

- Eu não sabia que eram elas. Na verdade, eu até achei elas meio familiares, mas nada muito gritante. Nós costumávamos brincar na minha antiga casa, antes de irmos morar em Atlanta e tal. Elas eram filhas de amigos da minha mãe, aquele lance de amigos da escola que mantinham contato e blá blá.- disse eu me jogando na cama e respirando fundo. Anthony apenas murmurou um “ah bom” e continuou prestando atenção na tela do computador.

Eu não podia acreditar que a única garota para quem eu perdi um racha era Maddie. Madison...Eu era apaixonado por ela. Completamente. O fato dela me odiar fazia com que eu gostasse mais dela ainda. Eu dava todos os motivos para a mesma ter aquele sentimento por mim, sempre adorei vê-la irritada e com aquele bico que ela tinha mania de fazer. Naquela época eu teria ficado feliz por ela ter me beijado, mesmo que por uma pegadinha. Porém, os tempos mudam.

- Que horas é a festa mesmo? – sentei na cama, bagunçando o cabelo e respirando fundo.

- 22h00. Adam disse que sua maninha Maddie ia mandar o endereço.- disse ele sem tirar os olhos da tela do computador, sorrindo pelo “maninha”. Esse cara é retardado?

- E que horas são? – ignorei sua provocação, levantando-me da cama e olhando pela janela.

- São – deu uma olhada rápida no relógio - São 18h45. – continuou centrado no pc, pondo um fim da conversa. Era impossível falar com Anthony enquanto ele mexia em qualquer meio de comunicação. Revirei os olhos, pegando meus tênis de corrida embaixo da cama.
- Vou correr. – falei simplesmente, enquanto saía do quarto carregando uma bermuda qualquer e tênis de corrida.

[...]

Madison narração-

Já eram 19h15, eu e Zoe voltávamos da antiga casa de Nathan. Zoe teve a incrível idéia de apostarmos corrida, já que não fazíamos isso a muito tempo. Parecíamos meninas de 10 anos correndo pelas ruas de novo.

- Vem me alcançar, molenga. – berrou Zoe disparando em minha frente.

- Vai se foder, sua vaca. – corri mais rapidamente, ultrapassando Zoe. – Quem chegar primeiro, entra no banheiro primeiro. – gritei, virando-me para trás e mostrando a língua para ela, que me mandou um dedo do meio. Ainda olhava para trás quando senti algo trombar em mim, fazendo com que eu caísse com força para trás.

- Olha por onde anda, retardada. – berrou o garoto em que trombei, tirando os fones de ouvido e me encarando sério. Olhei para cima e pude reconhecer Nathan, que revirou os olhos ao me reconhecer. Ele estava sem camisa, e seu peitoral brilhava pelo suor. Engoli seco.

- Retardada? Você que trombou em mim. – falei séria, rejeitando a mão que esticou em forma de ajuda, fazendo com que ele revirasse os olhos. Zoe chegou um tempo depois, encarando Nathan seriamente.

- Isso foi agora? Deixa eu ver. – Nathan olhava para meu braço que eu havia cortado no galho de alguma árvore qualquer e puxou-o para perto.

- Não, não foi. Já falei que não preciso da sua ajuda. – puxei-o com força, caminhando em seguida. Esse garoto é doente? Faz toda aquela merda, e agora vem com “deixa eu ver”. Patético. Zoe só encarou Nathan e correu atrás de mim. Apenas entrei em casa e segui para o banheiro.

 

-O que foi aquilo, hein? -  perguntou Zoe, enquanto passava seu batom.

- Aquilo o quê? - Falei distraída enquanto cantarolava a música que ouvíamos e vasculhava meus acessórios.

- Não se faça de idiota, querida. Você sabe muito bem do que estou falando - parou de braços cruzados em minha frente, me encarando com uma cara de “para de ser burra”. Respirei fundo, lembrando de Nathan hoje mais cedo. Murmurei um “ah” e revirei os olhos.

- Ele é completamente sem noção, não sei nem porque você deu bola. - dei de ombro. Estávamos quase prontas, só faltava terminar meu cabelo. Zoe colocou uma roupa simples, porém linda. . Eu já coloquei uma roupa mais chamativa. Adoro roupas coladas e com detalhes mais expostos.

Estávamos descendo quando fomos paradas por minha mãe. Passei reto por ela, pegando minhas chaves na bolsa.

- Onde as mocinhas pensam que vão? - disse se escorando na ponta da escada e cruzando os braços.

- Vamos sair, ué.- disse com um tom óbvio, apontando para nossas roupas.

- Isso eu sei. Mas, quem deixou ? - disse ela levantando uma sobrancelha, falando sério.

- Ah, por favor. Quase 18 anos na cara e a senhora quer que eu peça permissão para sair às 21h15 de um sábado?  - disse rolando os olhos e me dirigindo à porta, sendo seguida por Zoe que estava calada. Mesmo morando juntas à vários anos, ela não se acostumou com minhas brigas com minha mãe.

- Madison, não fale assim comigo, tu não tá falando com tuas amiguinhas. Enquanto você morar em baixo do meu teto, vai fazer o que eu mandar. - disse já alterada, descruzando os braços. Zoe se encolheu, chegando mais perto da porta, respirando fundo.

- Tá, tá bom. Olha, mãe, não temos tempo, tá? A gente tem que ir. Tchau, te amo.- disse saindo pela porta e ignorando completamente minha mãe. Dei uma corridinha para chegar ao carro rapidamente. Vi minha mãe parar na frente da porta e gritar algo que eu não prestei atenção. Respirei fundo, entrando no carro. Fechei os olhos, encostando a cabeça no banco. Zoe entrou no carro.

- Por quê fala deste jeito com sua mãe? Sério, você tem que valorizar mais ela. - Zoe falou meio sentida, me repreendendo.

- Eu não falei nada de mais, cara. Enfim, vamos deixar isso pra lá. - Pisei no acelerador, ignorando minha mãe e seus gritos. Zoe revirou os olhos e deu de ombros.

[...]

Estávamos chegando no local da tal festa, quando Adam nos ligou. Pediu para que encontrasse com ele no local em que tivemos o racha mais cedo e desligou. Estranhei, mas dei meia volta e fomos direto ao local.

Ao chegar lá, Anthony e Nathan estavam escorados no carro de Adam, enquanto o mesmo carregava o carro com bebidas.

-O que você queria? - falei, saindo do carro e indo em direção a Adam, ignorando Nathan e Anthony.

- Boa noite pra você também, blueberry. - Anthony brincou, fazendo todos ali rirem, até mesmo Zoe. Revirei os olhos, olhando séria pra Adam.

- O pneu do carro dos meninos furou, e os espertinhos não tinham estepe. Pensei, já que você tem espaço no carro, se poderia dar uma carona pra eles? Ai a Zoe vai comigo. - disse no tom mais calmo possível. Ele só pode estar brincando.

- Espera aí, você fez eu voltar tudo aquilo e vir até aqui por quê o carro das princesinhas quebrou? E tá pedindo pra mim, mesmo sabendo o que seu amiguinho babaca fez, dar carona pra eles? - falei com o maior tom de “você é sem noção?”.

- Sim. Pode fazer isso por mim? - disse já puxando Zoe para dentro do carro, que deu um tchauzinho e murmurou um “se fodeu” pra mim. Mandei um dedo do meio e ela sorriu, me mandando um beijo. Antes que pudesse protestar, Adam saiu acelerando o carro, deixando Anthony e Nathan parados ali.

- Bom, eu vou na frente. - Anthony deu de ombros, andando na direção do meu carro e entrando no banco da frente. Nathan entrou no banco de trás, me deixando ali parada. Revirei os olhos. Adam e Zoe me pagam.

O silêncio dominava o carro. Eu já disse como odeio silêncio? Aquilo estava me torturando, ainda mais porque a única coisa que dava para ouvir era o barulho do celular de Nathan.

Liguei o rádio e deixei tocando as músicas do meu pendrive. Começou a tocar uma música que eu amava. Percebi que Nathan e Anthony estavam...cantando? E, caralho, como eles cantam maravilhosamente bem. Abri a boca surpresa e cantarolei junto. Não consigo ficar quieta quando minha música preferida toca. A voz de Nathan era grossa e meio rouca, o que a deixava sexy e me deu uma sensação estranha, porém boa. Ele sempre teve a voz bonita, mas parece que só ficou melhor.  A junção das vozes deles era perfeita, tipo queijo com doce de leite. Ri em mente. Eu sou doente.

Chegamos no lugar onde a festa acontecia. Era uma casa enorme, com um jardim enorme. A casa era branca com detalhes em branco e dourado. Já podia se ouvir a música que tocava, as pessoas dançavam até mesmo do lado de fora.

Estacionamos os carros no estacionamento da casa e entramos. Assim que entramos, já pude ver alguns caras realmente bonitos. Eles me olhavam de cima a baixo e sorriam, eu apenas devolvia o sorriso da mesma forma.

Assim que entramos na sala, nos separamos. Fui logo pegar alguma bebida e ir pra longe daquelas duas pragas. Estava caminhando pela casa enquanto observava os detalhes. A casa, além de ser enorme, era bem bonita até. Nos fundos da casa, podia se ver uma piscina grande pra caralho onde já tinham pessoas se comendo. A sala estava cheia, luzes azuis, rosas e roxas decoravam a casa e davam um toque de balada. Na cozinha, várias bebidas estavam espalhadas pelo balcão. Enchi um copo de gelo e Whisky, indo em direção à sala dançar.

[...]

Estava no meu quinto copo, já tinha misturado tudo que era bebida. As coisas já estavam girando. Avistei Nathan se agarrando no canto com uma loira peituda.  Anthony estava sentado bebendo perto do lugar onde Adam estava com Zoe, até que vejo uns amigos dele se aproximarem. Adam fala algo para Zoe, que concorda e sai, indo pegar algo pra beber. Me virei de costas pra eles e continuei dançando. Estava de olhos fechados, quando alguém me puxa pelo braço, me assustando.

- Maddie, onde tu se meteu? Te procurei a casa toda! Sabia que essa casa aqui é do primo do Adam? Um gatinho. Tenho que te apresentar! - disse Zoe rapidamente, brotando do chão e me arrastando até onde Adam estava com seus amigos. Ela estava meio alterada, então foi tropeçando até ele. Adam estava sério e seus amigos também. Ele passou a mão no rosto perceptivelmente irritado com algo que os amigos lhe falavam. Olhei-os desconfiada.

- Pronto, chegamos . - disse Zoe sorrindo, enquanto sentava ao lado de Adam empolgadamente. Zoe parece uma criança quando bebe. Adam se virou e sorriu disfarçando a irritação.

- Maddie, esse aqui é o Matthew, ele é o meu primo e dono da casa. - disse rapidamente, me olhando rápido. Nos cumprimentamos com um gesto de cabeça e sorrimos. Era óbvio que aquilo era um pretexto. - Bem...Zoe, precisamos conversar - disse sério olhando para Zoe que me olhou de canto e fechou o sorriso. Se ele descobriu, vai dar muita merda...Ela concordou, e então eles saíram no meio da multidão e eu fiquei ali. Fiz um aceno rápido e caminhei em direção à cozinha, pegando mais um copo, desta vez de Tequila, e voltando a dançar. Olhava sempre na direção onde Adam saiu com Zoe. Não estava com um pressentimento bom.

Adam narração-

Eu e o pessoal estávamos na festa do meu primo. Tudo corria bem, Maddie se embebedava e dançava no meio da sala, Nathan estava pegando alguma loira peituda pelos cantos e Anthony estava no bar bebendo e dando em cima de algumas meninas. Zoe e eu estávamos conversando com alguns amigos enquanto bebíamos. Vi meu primo chegar com uns amigos e pedir para conversar comigo a sós. Pedi para Zoe chamar Maddie, disse que meu primo queria conhecê-la. Assim que saiu, me virei sério para Matthew.

- Dude, bem...a gente… - dizia Matthew extremamente hesitante, enquanto olhava ao redor desesperado. Seus amigos olharam-se também hesitantes. Um de seus amigos, Richard, bufou, revirando os olhos.

- Cara, a gente viu a Zoe beijando o Anthony.- despejou as palavras irritado com a enrolação de Matthew. Matthew encolheu os ombros, esperando a minha reação. Pisquei meus olhos rapidamente, tentando acreditar no que tinha ouvido. Assim que entendi, meus olhos ferveram de raiva. Olhei-os incrédulo. Só pode ser brincadeira.

- Isso é brincadeira? Se for, acho melhor vocês me dizerem logo. Odeio brincadeiras de mau gosto. - disse extremamente sério, já esfregando as mãos pelo rosto. Meu sangue fervia.

- Cara, não é brincadeira, quem dera fosse. Todos nós vimos. Ela que beijou ele. - disse Matthew enquanto seus amigos concordaram com a cabeça. Abri minha boca pra falar, mas antes que dissesse algo Zoe brotou do chão arrastando Maddie. Já tinha esquecido que havia pedido para ela buscar Maddie.

- Pronto, chegamos - disse sorrindo, enquanto sentava ao meu lado empolgadamente. Me virei para ela e sorri disfarçando a irritação. Ela vai me pagar.

- Maddie, esse aqui é o Matthew, ele é o meu primo e dono da casa. - disse rapidamente, olhando rápido para Maddie. Se cumprimentaram com um gesto de cabeça e sorriram. Eu não estava aguentando aquele fingimento. Ia tirar aquela história a limpo agora mesmo. - Bem...Zoe, precisamos conversar - disse sério olhando para Zoe que olhou de canto para Maddie e fechou o sorriso. Ela sabia muito bem do que eu queria falar. Na verdade, as duas sabiam. Ela concordou, então puxei-a para o pátio onde não tinha muita gente enquanto trombava nas pessoas que estavam em nosso caminho.

Anthony narração -

Eu estava bebendo Tequila no bar. Observava as pessoas, enquanto trocava idéia com umas gostosas que encontrei na festa. Nathan se pegava com uma loira gostosa, mas não pouco gostosa, MUITO gostosa. Ela não era o meu estilo, e muito menos o dele, mas fazer o que. A carne é fraca, principalmente a de Nathan.

Zoe e Adam estavam juntos mais a frente no bar. Os amigos de Adam chegam, e Zoe sai. Eles começam a conversar um assunto que aparentava ser sério. Eu conseguia ver o rosto de Adam, estava normal até se tornar uma expressão de raiva. Aquilo não estava cheirando bem. Continuei observando eles de longe. Zoe então chega com Maddie, que estava sem entender. Eles conversaram e o caralho a quatro até que Adam puxa Zoe para rua, ainda expressando um pouco de raiva. Dava para perceber que ele tentava disfarçar, o que estava muito estranho, ainda mais sabendo o que aconteceu mais cedo.

Bom, eu preciso falar com  Zoe de qualquer jeito (uma desculpa para poder segui-los) e também to meio entediado. Ah, qual é?

Adam narração-

-  Eu fiquei sabendo de uma coisa que eu ainda não consigo acreditar. - disse olhando para baixo. A raiva me consumia, mas eu queria ouvir da boca dela aquilo. Ela estava encostada na parede da garagem, eu sentia seus olhos pesando sobre mim. Estava nervosa, demonstrando medo.

- Que coisa, Adam ? - perguntou fazendo eu levantar a cabeça. Ela estava nervosa, mas tentava se manter séria.

- É verdade? - perguntei e ela me encarou esperando eu continuar - É verdade que você beijou o Anthony, Zoe? - disse e logo o seu olhar ficou desesperado, ela nem precisava responder. Meu sangue ferveu, meu coração acelerou.

- Eu, eu nunca imaginei, ou muito menos esperei isso de você! - Disse alterando um pouco a voz. Eu não tava acreditando que essa...puta, tinha feito isso. Eu estava com raiva, ela me encarava com medo e receio. Eu sentia meu rosto quente, eu sentia meus olhos arderem - LOGO COM O MEU MELHOR AMIGO, PORRA! QUE MERDA QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA?  - Eu já praticamente gritava. Ela me encarou mais assustada ainda, com os olhos lacrimejando. Passei as mãos pelos cabelos, puxando-os. Virei de costas para ela, tentando me acalmar. Eu tava fora de mim.

- A-adam, eu, eu não queria, mas eu tive que fazer isso, senão a pegadinha ia por água abaixo. - ela disse soltando lágrimas entre as palavras, caminhando em minha direção.

- Não queria? NÃO QUERIA? PORRA, ZOE! VOCÊ ME TRAIU NO MEIO DE TODO MUNDO, FEZ EU PASSAR POR CORNO NA FRENTE DE TODOS OS MEUS AMIGOS POR CAUSA DESSAS MERDAS DE PEGADINHAS QUE VOCÊ E A MADISON FAZEM? - gritei extremamente fora de mim, caminhando em sua direção. Ah, as pegadinhas, aquelas merdas de pegadinhas. Eu mesmo já fui pego por ela, meu carro foi pro concerto e eu fiquei uma semana andando a pé. Eu odiava aquelas pegadinhas de criança. Ela me encarou, encolhendo os ombros.

- QUER SABER? VOCÊ É UMA, UMA... VAGABUNDA!- berrei, despejando as palavras na cara dela. Ela me encarou chorando, sua expressão transpassava raiva - VOCÊ NÃO VALE NADA, NÃO VALE A COMIDA QUE COME.  APOSTO QUE JÁ FEZ ISSO MILHARES DE VEZES NESSES CARALHOS DE PEGADINHAS. VOCÊ NÃO MERECE O AMOR QUE EU SENTI POR VOCÊ. VOCÊ É UMA VADIA, ÓRFÃ, DESGRAÇAD... - Ia continuar mas fui interrompido. Meu rosto queimou, e meu sangue ferveu ainda mais. Ela me deu um tapa.

- Sua vagabunda…- Levantei o rosto, encarando-a com uma raiva que nunca senti antes.

- A-adam…- Ela recuou, mas uma raiva tomou conta de mim. Caminhei em sua direção, empurrando-a com força na parede que estava um pouco mais para frente. Ela fechou os olhos quando chocou suas costas com força na parede, extremamente assustada.Levantei minha mão fechada em um punho, mas senti mãos segurarem meu braço, puxando-me para longe de Zoe. Virei meu rosto e pude ver Anthony me encarando sério.

- Ah, olha só quem chegou: O GRANDE AMIGO QUE FICOU COM ESSA PUTA AQUI! – eu disse abrindo os braços dando uma risada meia maníaca. Zoe ainda chorava, encostada na parede.

- Cara, te acalma. Você tá bêbado. – Anthony disse, esticando a mão como se eu fosse um cachorro brabo.

- “ME ACALMAR”, DIZ O CARA QUE FICOU COM A MINHA NAMORADA, EX, NA VERDADE. – eu disse encarando ela com nojo, e ela soluçou. Voltei a encará-lo, e agora ele tinha o punho fechado. – AH, FALA SÉRIO!-

- Porra! Pra quê bater nela, cara? –

- PORQUE ELA É UMA VADIA! E vadias, como ela - apontei para Zoe - merecem apanhar pra aprender. – gritei.

- SE QUER BATER EM ALGUÉM, BATE EM MIM. FUI EU QUE FIQUEI COM A SUA NAMORADA, NÃO É? – Ele disse irônico, abrindo os braços. Sua voz estava alterada também. – VIRA HOMEM, SEU MERDA. NÃO SEJA UM COVARD-

Voei para cima dele, acertando um soco em seu olho.

Zoe narração-

Adam deu um soco em Anthony, que devolveu com um soco em sua barriga. Logo os dois já rolavam pela garagem. Eu estava em choque, ainda encostada na parede. Ao ver Anthony bater com as costas em uma mesa, consegui cair na real.

- Meu Deus... Chega vocês dois, PAREM!– gritei, chegando perto deles e tentando apartar.  Adam acabou dando um empurrão que me fez cair no chão. Levantei irritada, sentindo uma dor fraca na bunda. Pessoas começaram a chegar para vê-los. Aquilo tava virando uma palhaçada.

- CARALHO! Anthony!– me enfiei na frente deles assim que os dois se afastaram rapidamente. Adam estava caído no chão, parei em sua frente, virada para Anthony. Ele estava sangrando acima do olho e no canto da boca, tinha alguns hematomas. Tentou passar por mim, indo para cima de Adam novamente. - Não! Sério, chega. Olha para mim, não precisa fazer isso.  – eu disse encarando ele séria, mantendo-o longe de Adam. Ele me encarou, respirando fundo. Logo puxei ele para sair dali.

- ISSO, VAI COM ESSA PUTA. APROVEITA E COME ELA TAMBÉM! – Adam gritou se levantando, mas eu não liguei. Levei Anthony até a calçada na frente da casa.

- Fica aqui que eu já volto. – eu disse assim que Anthony sentou. Ele ficou em silêncio. “Ok, vou interpretar isso como um sim”. Corri para dentro, pouco ligando para a minha maquiagem e pros olhares curiosos sobre mim. Algumas pessoas cochichavam enquanto me olhavam, mas eu apenas ignorava. Essa gente catadeira me irrita. Fui lá em cima pegar a chave do carro de Maddie. Procurei por um tempão, mas assim que achei desci correndo. Quando passei pelo salão, procurei-a por cima das pessoas, mas ela estava se divertindo bebendo. Não queria atrapalhar sua noite. “Depois eu me resolvo com ela”.

Anthony narração-

Fiquei sentado na calçada esperando Zoe voltar. Algumas pessoas passavam e me encaravam, alguns até davam risadinhas. Bufava. Aquela gente tava’ me irritando. Um bêbado passou me encarando, estava prestes a falar algo quando Zoe chega com uma chave. Finalmente. Me levantei, seguindo-a até um carro. Ela entrou, fazendo um sinal para que eu entrasse em seguida. Obedeci seu pedido, me acomodando (o tanto que as dores me permitiam) no banco. 

A viagem estava muito silenciosa, um clima super tenso dominava o local. Resolvi quebrar o silêncio, assim que ouvi seu suspiro e lembrei do que havia acontecido. Pigarreei, coçando a garganta. Ela me olhou rapidamente, piscando os olhos para segurar as lágrimas que estavam quase descendo.

- Hã...Você tá bem? Sabe, o que aconteceu agora pouco...– perguntei encarando-a, sentindo um pouco de dor ainda. Ela suspirou, balançando a cabeça em um “sim”. Seu queixo tremeu, ela estava prestes a chorar. - Olha, se você quiser chorar...Não precisa segurar. Eu sei que deve ter sido difícil lidar com aquil-

- Está tudo bem. - ela falou meio grossa, me interrompendo. Arqueei a sobrancelha, surpreso pelo modo que falou. Ela suspirou, cansada. - Desculpa. Obrigada por se preocupar, mas eu não quero falar disso. - falou cansada, sua voz estava trêmula. Algumas lágrimas desceram, mas ela logo as secou. Fiquei em silêncio.

Logo ela estacionou o carro em frente à uma casa grande e branca.

- Onde estamos? – perguntei, analisando a casa.

- Na minha casa. – ela disse, soltando o cinto e descendo.

- Mas por... – falei tirando o cinto, mas ela me interrompeu, abrindo a porta do meu lado e me puxando para fora.

- Fica em silêncio, pelo amor de Deus. – ela sussurrou e entramos pela porta de trás.A casa era bem bonita, passava um ar confortável.

Ela me puxou para cima, acho que pro seu quarto. Era um cômodo bem grande, tinha duas camas e era bem clássico. Sentei-me na cama mais perto.

- Espera aí que eu já volto -

- E eu tenho escolha ? – perguntei, e ela deu um sorriso de lado, logo saindo.

Fiquei observando o quarto. Tinha uma penteadeira com luzes e espelho, uma comoda com computador e fotos, duas camas de solteiro bem grandes (acho que Zoe e Madison moram juntas, sim?).

Do lado da bancada com o computador, tinha um grande painel com várias fotos penduradas. Resolvi me levantar para ver. Na maioria das fotos, Zoe e Maddie apareciam juntas. Na praia, em frente a carros, algumas em casa fazendo caretas e abraçadas. Em uma específica, Maddie estava caindo de uma cadeira e Zoe ria junto com outras pessoas. Sorri.

Voltei para sentar na cama assim que acabei de ver todas as fotos. Tinha uma foto pendurada em um quadro acima da cama, que me chamou bastante atenção. Eu tenho uma foto igual aquela. Estava em um show do Iron Maiden, na mesma área que eu estava. Observei bastante a foto até que me vi nela, estava lá no fundo, junto com meu pai. Eu sabia, aquele show histórico...Tenho a foto em um quadro também, aquele show foi em 2008, eu tinha uns 13/14 anos?

Logo ela voltou com uma caixinha e sentou na cama, do meu lado. Abriu a caixinha, pegando um algodão e um vidrinho.

- Por favor, não grita. – ela disse despejando o líquido do vidro no algodão, vindo com a mão em direção dos meus machucados.
- Álcool? – perguntei recuando e arqueando uma sobrancelha. Ela respirou fundo, vindo na minha direção de novo.

- Sim, para limpar. – disse passando aquele negócio na minha cara. Senti arder e por impulso apertei sua coxa. Ela fez um barulho estranho, e eu acabei rindo.

- Ai caralho. – sussurrou me repreendendo, e eu logo tirei a mão da coxa dela. Olhei para onde tinha apertado e ficou com a marca da minha mão.Segurei um sorriso malicioso. – Tenta se acalmar, e de preferência, não arranque minha perna. -

Coloquei minhas mãos para trás, segurando o lençol. Assim que ela passou o algodão no outro ferimento, fechei o olho e puxei o lençol. Parecia que ela estava jogando ácido em mim. Ela pegou microporo na caixa, fazendo um curativo acima do meu olho.

Deu, passou. - disse dando um tapinha no meu ombro, sorrindo de lado. Ata, sou criança agora? Ela me encarou, fechando o sorriso em seguida e ficando com uma expressão extremamente séria, que me deixou até meio desconfortável.

- Por que você fez aquilo? – ela perguntou do nada, enquanto guardava as coisas.

-  Aquilo o que? -

- Você sabe -

- ah...Porque sim. Você acha que eu ia assistir ele batendo em você? – ela encolheu os ombros.

- Mas...o que você tava fazendo lá? Você deveria é ter deixado ele me bater, e ter gritado junto com ele ‘’vadia órfã’’. – ela virou o rosto, se levantando. Pude ouvir um soluço. Acho que ela estava chorando.

- Eu posso ser qualquer coisa, mas não sou um monstro filho da puta.  – disse me levantando também, caminhando até ela. – Digamos que eu conheço o Adam, sei quando ele está fora de si. Deu pra notar isso quando ele saiu com você. - ela me olhou meio desconfiada. - E também...eu queria falar com você.

- O que?-

- Que o que? – perguntei sem entender e ela riu entre as lágrimas, revirando os olhos.

- O que você queria falar? – perguntou, indo até a porta e fazendo um sinal para que fosse com ela.

- Bom, você sabe. Eu fui um pouco babaca hoje mais cedo, e por mais que você merecesse, eu não sabia que aquela pulseira era importante para você... – eu disse e ela ficou séria lembrando do que tinha acontecido mais cedo, passando a mão no pescoço.

- Ah...-

- Me desculpa.

- Tá, tanto faz - ela ainda parecia chateada, e até meio irritada. Dei de ombros. Descemos as escadas em silêncio, parando em frente à porta.

- Obrigada -

- O que? - ela parou de abrir a porta, virando-se para mim, que encarei-a sem entender o que disse, já que falou baixo.

- Obrigada por ter me ajudado. Lembrei que ainda não tinha agradecido - sorriu sem jeito.

- Ah, tá tudo bem. Eu teria ajudado qualquer uma, não gosto de assistir esse tipo de coisa. - falei dando de ombros. - Obrigado pelo curativo, aliás. - ela sorriu de lado, murmurando um “não foi nada” depois.

- Ahn, como eu vou embora ? – perguntei, lembrando que ela tinha me trazido no carro dela.

- Vou buscar a Maddie que já deve estar louca, e você vai comigo.–  disse, me dando passagem e fechando a porta em seguida. Seguimos para o carro, partindo em direção à festa de novo.

Continua...


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Qualquer dúvida, erro, ou o que você quiser compartilhar, só comentar. Beijinhos <3 ;)

Roupas das meninas->
Madison: https://www.polyvore.com/madison/set?id=204567920
Zoe: http://www.polyvore.com/zoe/set?id=204602404


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