História Harry Potter - Passado, presente e futuro - Parte VII

Já em 2019, o grupo se deparou com um rapaz estranho de cabelos castanhos e rosto mal-encarado.

- Deu ruim!  - exclamaram as crianças.

- Bom dia, sou Matthew Roberts, do Departamento de Mistérios. Fomos notificados pelo uso excessivo de viagens no tempo e vamos confiscar esse Vira-tempo da senhorita, Rose Granger-Weasley.

Matthew Roberts tomou o medalhão das mãos da garota.

- Ah, e agradeça ao senhor Dumbledore por não estar em Azkaban agora. Ele me garantiu que a senhorita fez isso sem a intenção de alterar os rumos dos fatos. Este vira-tempo será destruído e o faremos na sua frente, para não restar dúvidas de nossa idoneidade.

Matthew pegou a varinha, disse algo como Alakhazadra e o colar de ouro se desintegrou, virando micropartículas douradas.

- E recebam todos uma advertência de que estão proibidos de viajar no tempo novamente. Vocês dois – disse ele apontando para Albus e Scorpius – Estejam avisados, se ousarem tentar alterar os rumos dos fatos de novo, poderão ficar presos por toda a eternidade numa cela especialmente assustadora em Azkaban.

- Ouviram bem, não é? – ameaçou James.

- Por que ele disse “vocês dois”? Só eu tentei mudar minha história! – estranhou Scorpius, mas não houve resposta.

- Oblivate.

As nove crianças foram reconduzidas exatamente onde estavam. Albus e Scorpius encontraram um vagão só para eles, o loiro chorava.

- O que houve, cara?

- Minha mãe. Ela morreu.

Rose também exibia uma novidade para seus primos Molly, Roxanne e Louis, mas em vez de um vira-tempo, ela mostrava ostensivamente uma pedrinha que se fosse atirada no teto, soltava uma chuva de estrelas douradas e brilhantes.

- Podíamos usar isso quando a Griff ganhar o próximo jogo de Quadribol. Sabem contra quem vai ser?

- Não sei, mas espero que seja a Sonserina – disse Roxanne, bem alto para que Albus e os outros sonserinos pudessem ouvir.

James encontrou Fred, conversou com ele e depois foi para o vagão dos monitores. Já Lily parecia extasiada ao ver uma garota de cabelos muito negros, pele muito clara e olhos azuis-acinzentados sozinha em um vagão. A garota se virou para ela – tinha o rosto tão perfeito que parecia ser uma escultura grega – e disse, com sua voz delicada e suave:

- Olá, meu nome é Iara Stone, e o seu?

- Lily Potter. Posso me sentar aqui?

- Claro!

1972

James, Sirius, Remus e Peter ficaram parados no corredor. O primeiro coçava a cabeça e murmurava:

- Que sensação estraha...

- O que, James? – indagou Sirius.

- Sei lá... Uma impressão...

- De que está esquecendo alguma coisa?

- Isso!

Remus e Peter, que permaneciam calados, concordaram com a cabeça.

- Será que fomos atordoados? – perguntou o Lupin.

- Por quem? – questionou Peter – Não há mais ninguém aqui além de nós, há?

James se virou e acreditou ter encontrado a explicação para os seus problemas.

- RANHOSO!!! Você aprontou com a gente, não foi?

Severus Snape, que estava tão confuso quanto ele, nem teve tempo de se explicar, muito menos de se defender, ele recebeu uma série de azarações dos quatro meninos que o deixaram completamente desfigurado.

Estes, por sua vez, comemoravam.

- Acabamos com ele! – vibrou Sirius – Quem tentou deixa-lo com cara de lesma? Foi você, Remus?

- Não, fui eu... – murmurou Peter, ficando vermelho.

- Mesmo, Peter? Nossa, foi incrível! E esses chifres de bode?

- Esse foi obra minha – admitiu Remus – eu queria ter feito a da orelha de dragão, mas saiu essa, não sei por que...

- Deve ter sido por que ela não combinaria com as unhas gigantescas que eu pus nele – gabou-se James, curvando-se para os outros – obrigado, eu sei, foi sensacional...

- Foi ridículo, isso sim! – bradou uma voz feminina que vinha de um banheiro de garotas, que todos conheciam como sendo a de...

- Lily Evans... – sibilou James, caminhando até a ruiva – Não gostou da nossa obra de arte?

- Arte? É esse o nome que vocês dão agora para o que todos conhecem como COVARDIA? Sim, por que isso foi uma covardia, digna de fazer Godric Gryffindor se revirar no túmulo de tanta vergonha de ter vocês quatro como membros desta casa!

Sirius, Remus e Peter vaiaram, sem conter o riso. Eles se divertiam vendo Lily e James brigarem, por que sempre saíam verdadeiras pérolas dali.

- Ui, quanto drama! Mas se quer saber, nós apenas estávamos nos defendendo do seu amiguinho sonserino que nos atacou covardemente primeiro com uma Confundus.

- Sev não ia fazer isso.

Os garotos sacudiram a cabeça negativamente e riram de forma sarcástica.

- Não ia, é? Isso é o que você pensa. Ou quer pensar, né? – James se voltou para os amigos, que aplaudiam a resposta dele. Mas Lily não deixou por menos.

- Mesmo que ele tenha feito isso com vocês, acho que foi muito bem feito, na minha opinião. Vocês perseguem o Sev sem motivos, já estava na hora dele revidar! No lugar dele, eu teria feito muito, muito pior!

James deu uma gargalhada, aumentando ainda mais a irritação de Lily.

- Então por que não faz? Acha que pode com a gente?

Lily fechou os olhos, respirou fundo e disse:

- Sabe por que não faço, Potter? Por que não sou igual a vocês. Não vou me sujar por causa de vingancinhas idiotas. Pra vocês eu apenas lhes dou o desprezo. Agora, sai da minha frente!

Sirius deixou escapar um palavrão. Remus ainda ria daquela cena, enquanto Peter olhava com expectativa para James, pra ver como ele reagiria. Este, por sua vez, deu mais uma olhada e uma piscadela em direção aos amigos, depois se curvou de forma pomposa e falou, com uma voz exageradamente empostada:

- À vontade, senhorita!

Furiosa, Lily grunhiu de raiva e depois saiu arrastando o corpo de Severus.

- Grrrr!!! Eu te odeio, Potter!

Os quatro garotos quase choraram de rir.

- Essa foi demais, James! – disse Peter.

- Empolgante, teve bons diálogos, mas o clímax deixou a desejar. Nota 9.

- Uau, Remus, parecia até o professor McFly dando as notas!

- Vou entender isso como um elogio, Sirius. Vamos?

Os três garotos foram caminhando na frente, mas James se demorou mais, para ficar admirando a silhueta de Lily se afastar rumo ao final do corredor. Ele nunca tinha olhado tanto para a Evans, agora ele se deu conta de que ela era muito bonita. Principalmente quando estava brava.

1992

Harry, Hermione, Rony, Fred, George e Ginny não entenderam muito bem o que faziam ali parados no corredor. Até que Rony deu um tapa na testa:

- A detenção, cara! Temos que ir!

Harry suspirou desolado. Ter que passar a noite com Lockhart parecia ser uma tortura.

- Como foi que o tempo passou tão depressa?

Cada um foi para um lado. Hermione e Ginny correram para o dormitório das meninas, a primeira para estudar, a segunda para continuar suas anotações num diário que conversava com ela. Fred e George se lembraram de bolar uma vingança contra o Malfoy. E Rony, enquanto marchava para a Sala dos Troféus, sentiu algo estranho nos bolsos. Era um bilhete.

- Nunca deixe materiais perigosos ao alcance de crianças.

O ruivinho coçou a cabeça, sem entender nada.

A mesma coisa aconteceu com Ginny. Ao procurar sua pena, achou um pedaço de pergaminho em seu bolso. Seu bilhete dizia:

- Não dê ao seu filho do meio as roupas velhas do irmão mais velho dele. Você sabe muito bem que isso é muito, muito desagradável.

Harry também tinha um bilhete nos bolsos, mas ele só descobriu quando se prepararava para dormir.

- Você podia ser mais legal com seu filho do meio. Que tal ser menos duro com ele? Dar a ele presentes mais bacanas? E umas roupas novas? E ser legal com o único amigo que ele tem? Ele agradeceria tanto...

Harry não entendeu nada, mas sua cabeça estava cheia demais para pensar num bilhete maluco. Tinha ouvido aquela voz estranha outra vez e Rony acabara de voltar, massageando o braço direito e fedendo a líquido de polimento:

- Meus músculos deram cãibra – gemeu o ruivo, afundando-se na cama. – Quatorze vezes Filch me fez dar brilho naquela taça de Quadribol antes de ficar satisfeito. E tive mais um acesso em cima de um prêmio especial por serviços prestados à escola. Levei séculos para retirar as lesmas... Como foi com Lockhart?