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História Harry Potter e o Mistério dos Black's-Harmione - A Verdade Sobre Alyvia Black


Escrita por: Kathy_Lyn

Notas do Autor


Boa noitee. Muito obrigada a todos que favoritaram e comentaram.
Gostaria muito de poder colocar mais de um capítulo por dia, mas o tempo está corrido. Com certeza, os dias que houver tempo sobrando, farei isso. Ainda falta tanto para chegar de onde paramos? Acredito que sim. Não me lembro quantos havia postado, mas eram muitos. Aos poucos chegamos lá. Beijokas 😘

Capítulo 14 - A Verdade Sobre Alyvia Black


—Eu acho que eles já foram – O garoto de olhos  verdes murmurou, espiando pela janela da sala.

Hermione acabava de chegar no local com uma bandeja nas mãos, contendo panquecas, geleia e suco. Depositou-a numa mesinha de centro, entre duas poltronas.

—Menos mal... Temos que ir para a casa de Andrômeda rápido... Antes que eles mandem colocar um anúncio de desaparecidos no Profeta.

—Nem brinca... – Harry sentou-se e pegou uma panqueca, devorando-a quase toda de uma vez - Eu estava morto de fome...

—Eu me encontrei com o Monstro na cozinha... – Contou tranquilamente.

—É mesmo? E o que ele estava fazendo?

—Nada, além de me insultar... – Meneou a cabeça. Harry suspirou.

—Não se preocupe. Quando terminarmos Hogwarts, eu vou me mudar para essa casa e o Monstro vai ter que te respeitar, ou eu estrangulo ele – Brincou.

—Deixa, Harry. Eu não ligo para o que ele diz – Afirmou – Como está a sua perna hoje?

—Muito melhor. Já não está doendo – Hermione o fitou com um ar de apreensão, o que deixou Harry um tanto preocupado. No geral, sempre o preocupava aquele olhar da amiga. A conhecia bem demais para saber as suposições  que ela estava fazendo naquela cabecinha – O que houve?

—Harry... – Ela deixou o copo de suco que tinha nas mãos e mordeu o lábio inferior – O que nós fizemos ontem, foi muita irresponsabilidade.

—Eu sei, Mione – Ele realmente sabia, mas não queria pensar ou falar daquilo no momento, então simplesmente voltou a comer.

—Não, Harry! É sério... Podia ter acontecido algo grave... Esse feitiço que atingiu sua perna, poderia tê-lo atingido de forma pior. Ou...

—Ou o quê? – Ele incentivou, percebendo que a amiga estava realmente encabulada.

—Ou os comensais, ao invés de nos ter surpreendido, poderiam ter nos seguido até a casa de Andrômeda – Harry deixou de mastigar por uns  instantes. Não havia pensado naquela hipótese – Harry, temos que ter mais cuidado com as coisas que fazemos. Não temos mais o Dumbledore para nos livrar das encrencas em que nos metemos.

—Você tem razão... – Ele assentiu, meio envergonhado. Havia sido culpa dele, toda aquela situação. Não queria nem pensar na possibilidade de os comensais terem seguido-os e atacado a senhora Tonks ou Ted Lupin. O pequeno nem ao menos poderia se defender. Hermione estava certa. A imprudência deles poderia ter causado uma tragédia.

Não obstante, desejava não se martirizar por isso, no momento. Ainda tinham preocupações maiores na cabeça, como por exemplo o fato de  ter que explicar a fuga.

Então terminaram de comer rapidamente afim de voltar logo para casa. Hermione organizou a cozinha para não ter que ouvir reclamações de Monstro e depois voltou para a sala, onde Harry a esperava.

—Vamos de uma vez – Harry pegou a mão da amiga, que assentiu.

Em fração de segundos, ambos os jovens aparataram defronte a mansão Tonks. A imagem que viram à seguir, não era a melhor...

Logo na varanda, uma McGonnagall exasperada acabava de avistá-los. A face da senhora estava branca como papel. Harry tentou imaginar se seria pela angustia ou pela raiva... Talvez fosse a última opção, já que ela tinha também as duas sobrancelhas encurvadas e uma expressão de muita decepção no rosto. Pela porta, acabava de sair uma mulher ruiva, que o garoto reconheceu rapidamente como sendo a senhora Weasley. E ela não parecia nada amigável naquela manhã...

—Vocês dois! – Ela quase cuspiu enquanto avançava na direção deles – Onde é que estavam com a cabeça quando decidiram fugir assim? – Ela indagou de forma ríspida, apontando o indicador para ambos. Seu olhar penetrante fez Harry, instintivamente, recuar um passo – E não adianta tentarem me enrolar! Arthur me contou que estiveram no Saint Mungus ontem.

—Foi tudo ideia minha, senhora Weasley – Harry apressou-se em dizer – Eu queria muito conferir como estava Arthur. Desculpe... Não pensei nas consequências.

—Não pensou nas consequências? Harry, por Merlin! – Ela quase gritou. McGonagall apenas observava tudo de longe, mantendo os braços cruzados e um semblante de desânimo – Temos dezenas de comensais sendo caçados! Acabou de ocorrer um ataque em vários locais e você me diz que não pensou nas consequências? E você, Hermione? – Ela virou-se para a menina que até então permanecera calada – Achei que fosse mais responsável um pouco a ponto de impedir o seu amigo de fazer tamanha besteira!

—Ela não tem culpa – Harry intrometeu-se – Eu a convenci de fazer isso.

—E eu aceitei prontamente – Hermione o interrompeu, fitando-o de maneira autoritária – Mas acho que a questão não é essa. Nós estamos bem! E isso demonstra que sabemos nos cuidar melhor do que pensam! Quanto exagero... – Molly arregalou os olhos, fitando-a  de forma escandalizada. McGonagall então se aproximou, tencionando acabar com a discussão. Molly pareceu murmurar baixinho, completamente ofendida. Ela havia dito "quanto exagero"? 

—Senhorita Granger, vamos entrar – Minerva chamou-a numa voz um tanto suave. Não obstante, sua expressão ainda demonstrava desapontamento – Andrômeda quer vê-la.

Hermione lançou, a Harry, um olhar  um tanto cansado e  suspirou, seguindo Minerva até a mansão. Molly ainda o observava, talvez esperando uma explicação.

—Eu sei que o que fizemos foi errado, senhora Weasley – Ele abaixou a cabeça, sentindo-se realmente constrangido por causar aquele tumulto – Eu realmente não imaginava que ia acontecer tudo isso... Mas Hermione tem razão, vocês estão exagerando um pouco. 

—Onde vocês estavam?  Quando saíram do hospital? – A mulher o olhou de esguelha e cruzou os braços, ainda chateada.

—Quando nós saímos, procuramos por uma rua menos movimentada para podermos aparatar... Então percebemos que haviam dois comensais nos seguindo – Molly entreabriu a boca, todavia mais espantada – E decidimos aparatar no Largo Grimmauld... Eu achei que fosse melhor eles descobrirem onde fica a minha casa do que descobrirem a casa da senhora Tonks. Então chegamos à conclusão de que teríamos que permanecer por lá, para não corrermos o risco de nos seguirem até aqui.

—Harry... Eu não acredito nisso... – A senhora Weasley agora parecia muito mais decepcionada que antes – Eu achei que podíamos confiar em vocês! Não são mais crianças para fazerem coisas desse tipo!

—Exatamente... Não somos mais crianças para sermos tratados como tais! – Ele retrucou, também chateado – Sabemos nos virar muito bem. Não acho justo que tenhamos que receber broncas por causa disso. Hermione e eu passamos um longo período sozinhos no início do ano, nos escondendo de comensais, de Voldemort... E não morremos! Sabemos nos virar.

A senhora Weasley pareceu vacilar por uns instantes e os olhos se cristalizaram.

—Apenas estamos tentando protegê-los, Harry! Você sabe que eu o adoro como se fosse um de meus filhos! – Ela explicou, tentando fazê-lo compreender. Harry voltou a abaixar a cabeça, sentindo-se tocado por aquelas palavras – Eu sei que sabem se cuidar e eu tenho orgulho disso... Não queremos prender vocês ou obrigá-los a viverem trancados. Apenas queremos vê-los em segurança porque vocês já enfrentaram muitas coisas... Não queremos mais vê-los em perigo! Tanto Minerva quanto eu, sentimo-nos responsabilizadas pela segurança de vocês – Harry umedeceu os lábios e refletiu por alguns instantes.

—Eu entendo, senhora  Weasley... Me desculpe.

Molly assentiu e aspirou o ar, com grande profundidade, estufando o peito. Então meneou a cabeça, decidindo que já bastava daquela discussão. Os garotos estavam bem. Conseguiam se cuidar, como eles próprios disseram.

—Eu vim até aqui para lhe buscar – Ela contou, por fim – Vamos  voltar para casa. Vou até Cambrigde pela tarde buscar Ronald e Gina – Harry alçou a vista, sentindo uma nova animação se apoderar de si. Ia rever os amigos e ir para a Toca, onde tanto amava – Arrume suas coisas e eu lhe buscarei amanhã, bem cedinho.

—Certo – Ele assentiu, contendo um sorriso.

—Agora deixe-me ir... – A senhora Weasley parecia mais calma que minutos antes. Então lançou um breve aceno e aparatou, desaparecendo num simples piscar de olhos.

Harry abriu um sorriso no rosto e comemorou. Adorava a ideia de passar o resto das férias na Toca. Não obstante, logo o sorriso morreu nos seus lábios, lembrando-se de que McGonagall ainda estava no local. A diretora com certeza não deixaria de passar uma bronca...

Suspirou e arrastou o passo, até a varanda. E antes mesmo que pudesse abrir a porta, ouviu que Hermione discutia com a senhora Tonks. Elas pareciam um tanto alteradas.

—Se eu pedi à Minerva para que te trouxesse para cá, foi porque achei que poderíamos mudar a nossa relação! – Ouviu Andrômeda proferir. Sua voz doce parecia entrecortada, apesar de não estar exatamente gritando. Ela era doce demais para gritar.

—Pois saiba que eu não fazia questão! – Hermione retrucou. Essa sim tinha um tom bastante ríspido na voz. Era típico dela, quando estava chateada... Não era possível que a amiga estivesse discutindo novamente com a senhora Tonks, Harry pensou. Abriu a porta e entrou na sala, onde ambas as castanhas se encaravam, sem sequer notar a presença dele. McGonagall não estava presente no local. Talvez estivesse cuidando de Ted Lupin. Então prestou atenção à discussão delas que parecia um tanto confusa. Do que elas falavam?

—A única solução então é que você volte para a casa dos Grangers, porque é o que você quer, não? – Andrômeda tinha o rosto banhado de lágrimas e parecia muito magoada. Hermione por sua vez, a fitou, incrédula.

—Claro... Essa é a sua forma de resolver os problemas não? “Mande a Hermione para os Grangers” – Vociferou, imitando a voz da senhora Tonks – Porque é mais fácil se livrar de mim do que tentar resolver as coisas! – Ela meneou a cabeça, desesperançosa – Você não mudou em nada...

—Não foi a minha intenção... Nunca foi... – Contestou, numa voz chorosa – Será que você nunca vai me perdoar por isso? Será que você não pode deixar isso para trás e esquecer?

—Eu nunca vou esquecer! – A garota afirmou, num tom um tanto mais passivo. Sua voz falhou. Seus olhos, muito marejados, deixaram escorrer algumas lágrimas que caíram por sua face pálida – Me entregar daquela forma? Eu confiava em você! E eu pedi... Eu te implorei para que não a deixasse me levar... “Eu preciso proteger Dora”, foi o que você disse...

—Querida... – Ela voltou a implorar, ainda mais chorosa. Não obstante, Hermione parecia impassível e não tinha mais intenção de continuar ouvindo-a. A garota simplesmente virou-se, subindo as escadas, lançando-lhe um último olhar de repreensão.

Andrômeda deixou-se cair no primeiro sofá que encontrou, enterrando o rosto entre as mãos e chorando com todas as suas forças.

Harry, que ainda permanecia parado debaixo do umbral da porta, cerrou-a atrás de si e caminhou-se até a senhora Tonks, um tanto quanto confuso. 

Sentou-se ao lado da mulher, sem saber ao certo se a consolava ou se tentava entender aquela terrível discussão que havia acabado de presenciar. Não tentou fazer suposições. Esperava que Andrômeda mesma lhe explicasse. Pelo pouco que conhecera da mulher nas últimas semanas, conseguira perceber que ela era bastante categórica em tudo.

—Eu sinto muito, Harry – Ouviu-a soluçar, instantes depois – Me desculpe por esse escândalo. Eu não me contive...

—Tudo bem, senhora Tonks. Todos nós choramos, às vezes – Ele tentou tranquilizá-la, depositando a destra sobre o ombro da mulher.

—Hermione nunca vai me perdoar pelo que eu fiz. E eu não posso culpá-la... Sou um monstro – Ela fitou o rosto do garoto, caindo em prantos novamente.  O moreno sentiu-se um tanto constrangido, sem saber o que dizer ou fazer. Era péssimo em confortar as pessoas. Além de nem sequer compreender o que a mulher dizia.

—Perdoar pelo quê? – Ele arriscou perguntar.

—Por eu tê-la entregado para  a minha irmã – A mulher suspirou profundamente, tentando acalmar-se. Então secou algumas lágrimas, afim de poder conversar melhor – Foi muito cruel da minha parte, Harry. Mas eu realmente acreditei ser a melhor decisão a se tomar.

—Do que está falando? – Harry nada compreendia. Andrômeda o olhou com estranheza e percebeu que o garoto nunca estivera à par da situação. 

—Hermione não te contou nada, não é?

—Sobre o quê? – O moreno franziu o cenho, sentindo certa aflição.

—Ela é minha filha, Harry – Explicou, um tanto melancólica, enquanto ainda fitava a face, agora espantada, do garoto – Hermione é minha filha.

—Sua filha? Mas... – A mente de Harry começou a trabalhar de forma rápida, lembrando-se brevemente da história contada por Peasegood, no Ministério.  

—Minha Alyvia... – A mulher assentiu.

—Espera... Hermione é sua filha? Alyvia Black? – Ele concluiu, ainda sentindo-se confuso – Mas como? 

O rostinho triste da pequenina filha de Andrômeda ainda estava bem marcado em sua memória. Então reconheceu os traços da amiga na foto que vira no Departamento de Investigações. Como não a havia reconhecido antes? Talvez por nunca poder imaginar. Hermione era filha de Hope e Jake Granger... Acreditava até aquele momento. Mas Andrômeda apressou-se em contar, percebendo a confusão do menino.

—Sim. Minha filha que eu entreguei para minha irmã Bella, na noite em que ela fugiu de Azkaban pela primeira vez.

—Mas eu pensei que Alyvia tivesse morrido... Foi o que Peasegood me contou

—É o que todos pensam – Andrômeda assentiu – Foi o que fizemos todos acreditarem para que Bellatrix deixasse de persegui-la. Liv sempre foi uma criança difícil Harry... Ela não era como as outras crianças de sua idade. Ela era estranha e... Fazia coisas que me irritava profundamente. Apesar da pouca idade, seus poderes eram muito aflorados e ela não conseguia controlá-los. Bastava uma crise de choro e ela colocava a casa de pernas para o ar, literalmente... Quebrava tudo que estava à sua volta, além de não conseguir conter a magia que projetava. Diversas vezes ela machucou Dora. Ela não fazia por querer, no fundo eu sabia, mas... Eu estava passando por um momento tão difícil, Harry. Liv havia sido um erro na minha vida, um grande erro num momento em que Ted e eu estávamos distanciados um do outro. Dora sofreu tanto com nossa separação e num curto relacionamento eu acabei engravidando de um homem que eu mal conhecia e Ted nunca aceitou esse fato. Quando nós voltamos, ele bem que tentou conviver com a ideia de que eu teria um filho de outro, mas nunca me perdoou totalmente por isso... Conforme Liv foi crescendo e se tornando parecida com o pai, Ted passava a me ignorar cada vez mais. Chegava tarde em casa, todas as noites e às vezes, mal falava comigo.

Harry mantinha a boca entre aberta, absurdamente pasmo com tudo aquilo. Mal conseguia acompanhar todas as palavras da mulher, que continuava falando, como se pudesse desafogar seus remorsos naquela simples confissão.

—Eu tentava não odiar Alyvia mas... Era quase impossível. Aquela garota havia acabado com toda a minha vida, com a minha felicidade... – Ela prendeu a respiração por alguns instantes, como se fosse muito difícil revelar tudo aquilo – Eu não queria aquela criança na minha casa... Eu queria minha vida de volta. Meu marido doce e amável... – Andrômeda parou de falar por uns segundos, readquirindo novo fôlego. Então mudou a tonalidade da voz, tornando-a um pouco mais sombria – Mas o que eu mais odiava em Liv era a capacidade dela de se parecer com a minha irmã. Era de Bella que ela havia herdado toda aquela magia, eu sabia disso. Minha irmã fazia todas aquelas coisas quando pequena, com a diferença de que era extremamente sádica quando utilizava seus poderes. Desde sempre gostou de machucar as pessoas e se orgulhava disso. Eu tinha medo de que Alyvia ficasse igual à ela. Todos as comparavam e esses boatos chegaram rapidamente nos ouvidos da minha irmã. Isso aconteceu logo que ela fugiu da prisão. Então Bella começou a perseguir a nossa família. Aquilo estava me assustando.

Então, certa noite ela apareceu em nossa casa – Um breve arrepio traspassou o corpo da mulher, fazendo-a estremecer-se. Abraçou-se a si própria, esfregando seus finos braços – Ela disse que queria conhecer Liv e que seu Lord ficaria extremamente orgulhoso de saber que a sobrinha era tão poderosa quanto ela. Então tentou me convencer de deixar com que a levasse.

—E você deixou? – Harry indagou, pressentindo a resposta. Andrômeda apenas assentiu, por vários segundos,  enquanto derramava muitas outras lágrimas.

—Ela me ameaçou, Harry. Eu pensei apenas em proteger Ninfadora... Bella me ameaçou e me disse que mataria Dora se eu não entregasse Liv – Contestou com dificuldade. Suas palavras quase desapareciam em meio as lágrimas – Ela me implorou, tanto... Sua vozinha grita em minha cabeça até hoje, me pedindo para que não a deixasse levar. Ela estava tão apavorada e era tão pequena... – Harry engoliu em seco, imaginando aquele momento. Não sabia o que dizer... Nunca pensou que a senhora Tonks pudesse ter feito algo assim – Eu não sei o que Bella fez com Liv enquanto esteve com ela, mas eu posso imaginar... Minha irmã sempre foi demasiadamente cruel e eu tinha certeza de que ela não teria paciência com a menina. De fato, eu  não sei o que a levou à tentar matar Liv. Mas ela a empurrou por aquele véu no Ministério.

—Como ela sobreviveu? – Harry indagou, sentindo-se extremamente ansioso, sem deixar de dar atenção à história da mulher. Era notável que se inquietaria diante à revelação de que alguém sobrevivera ao véu da morte.

—Eu não sei. Eu realmente não sei... Apenas sei que Dumbledore apareceu com ela, dias depois.

—Dumbledore? Quer dizer, Alvo Dumbledore? – O garoto pareceu ainda mais intrigado. Andrômeda voltou a assentir.

—Eu não sei como ele a salvou, mas... Ele me disse que Bella acreditava ter matado Liv e que tinha uma solução para nós. Havia encontrado uma família trouxa que tinha interesse em adotá-la. Apenas nós deveríamos saber daquilo porque... Para o mundo, Alyvia tinha que estar morta. Foi a forma que Dumbledore encontrou para protegê-la de Bella.

—E então você a deu para os Grangers? – Ele concluiu por conta própria, compreendendo tudo, afinal.

—Sim. Alvo levaria minha filha para aquele casal de trouxas, ela receberia um novo nome, uma nova família, talvez fosse amada por eles e se esquecesse de sua antiga vida. Foi a solução de todos os meus problemas... Eu ia me desfazer de Alyvia e Bella ia deixar de nos perseguir. Eu não pensei duas vezes em aceitar a proposta de Alvo... Dias, semanas após todos esses atos de crueldade que eu cometi contra a minha própria filha, eu estava radiante. A paz parecia ter voltado a reinar em nossa casa... Ninfadora acabava de entrar em Hogwarts e aquilo me aproximou muito mais de Ted... Mas... Depois que a euforia por ter resgatado meu casamento passou, a culpa e o remorso começaram a tomar conta de mim. E conforme os anos passavam, eu jamais conseguia esquecer a traição que eu havia cometido contra Liv e então eu fui entendendo que eu nunca poderia ser realmente feliz. E eu me arrependi... De verdade, Harry – Ela assentiu, ainda muito chorosa – Você não sabe como eu me arrependo do que eu fiz... Mas já era tarde. Eu só voltei a me encontrar com a minha filha, muitos anos depois, quando ela estava entrando na Escola de Magia e Bruxaria. Eu sabia que ela havia recebido a carta de Hogwarts e fui até a estação para vê-la de perto... Ela estava tão linda, tão grande e esperta... Mas nem de longe parecia aquela menina que eu havia entregado. Eu estava disposta a pedir perdão e levá-la de volta para casa. Recomeçar nossas vidas, longe de tudo aquilo que tinha nos feito mal... E foi então que eu comecei a pagar por todos os meus erros, pois minha filha me odiava. Ela nem sequer queria me ver ou falar comigo...

—Eu sinto muito... – Foi apenas o que Harry conseguiu sibilar, minutos depois. Era chocante saber de tudo aquilo. Era chocante perceber que nunca soubera dos fatos mais importantes da vida da pessoa que ele mais acreditava conhecer. Por que Hermione nunca havia  dito nada? 

Olhou mais uma vez para a senhora Tonks, dedicando um breve aceno de apoio. Não sabia se sentia pena de Andrômeda, mas com toda certeza, sentia muita pena da amiga.



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