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História Harry Potter e o Mistério dos Black's-Harmione - A Incansável Busca


Escrita por: Kathy_Lyn

Notas do Autor


Hi people! Como estão? Espero que bem!
Obrigada a todos pelos comentários e favoritos. Já somos mais de 300! ^^
Amo muito a cada um de vocês.
Aqui temos o capítulo penúltimo. "Mas Kathy, já?"
Eu sei, também me parte o coração... Mas eu prometo teremos um longo capitulo final. Eu não o quero dividir em mais de uma parte para não ficar difícil de compreender.
Então, espero que curtam bastante. Beijos a todos.

PS: Os textos em itálico representam sonhos ou lembranças.

Capítulo 58 - A Incansável Busca


Harry virou mais uma página do bloco de pergaminhos. A letra caprichosa e bem escrita, lhe provocava certa angustia. "Que saudades"…

-Harry? Posso entrar?

A voz de Peasegood soou detrás da porta. O garoto alçou a vista e ajeitou os óculos, respondendo positivamente, logo em seguida. O amigo abriu a porta de mansinho e entrou, um tanto apenado.

-O jantar esfriou há muito tempo.

-Estou sem fome.

-Ted Lupin já dormiu? - Indagou outra vez, sentando-se na cama, ao lado dele.

-Sim. Estava cansadinho.

-O que é isso? - Sinalizou os papéis que ele tinha em mãos.

-Uma tradução que Hermione fez deste livro - Recolheu o exemplar de cima da mesa de canto e jogou-o nas mãos de Arnaldo que franziu o cenho, curioso - Ela me disse que o professor Henre lhe deu.

-São runas antigas… - Pontuou, observando as páginas amareladas do livro.

-Sim e isso me faz pensar que Hermione talvez pudesse saber sobre a runa que abre o portal de Threshold.

-Mesmo? - O fitou, outra vez supreso.

-Mas eu procurei em suas malas, armários… Não encontrei. Não está em nenhuma parte!

-Se ela tivesse esse objeto, teria lhe mostrado alguma vez, não acha?

-Foi o que pensei. Ela me falou sobre o livro, sobre a tradução que havia feito. Mas não me lembro de ter me dito sobre nenhuma runa... - Os dois se mantiveram pensativos por alguns minutos, até Harry voltar a quebrar o silêncio - Arnaldo, pode me acompanhar até Hogwarts amanhã? Eu quero conversar com o professor Henre sobre esse livro.

-Claro que sim, Harry. Mas precisamos ir bem cedo, porque eu pedi a Kingsley o dia livre para visitarmos Gore pela tarde - Avisou, abrindo um sorrisinho maroto. Foi Harry quem expressou surpresa desta vez.

-Você é o melhor amigo do mundo, Arnaldo! - Não evitou sorrir também. Dedicou um desajeitado abraço ao amigo, expressando sua imensa gratidão - Obrigado por tudo que tem feito por nós.

-Não há o que agradecer, Harry. Você e Hermione são como meus filhos. Eu quero muito que tudo dê certo e vocês sejam felizes. Além do mais… - Ele suspirou profundamente, como se lamentasse algo em seu íntimo - Eu prometí à Drômeda que protegeria sua filhinha - Harry encurvou os lábios, tristonho.

-Quem de nós imaginaria que tudo isso fosse acontecer tão rápido? A morte da senhora Tonks, agora a Mione atravessou esse tal portal…

-Mas vamos manter as esperanças, Harry. Agora, já sabemos que Hermione está viva! E não importa onde ela esteja. Daremos um jeito para trazê-la de volta, nem que levemos a vida toda investigando esse maldito mundo.

-Disso eu tenho certeza, Arnaldo! - Ele assentiu, convicto - Jamais desistirei de procurar pela Mione. Jamais…

Naquela noite, Harry se deitou mais cedo, logo após conferir se estava tudo bem com Ted Lupin. O bebê dormia um sono profundo, cansado do dia triste sem a presença da tia. Toda a casa, na verdade, parecia viver um segundo luto.

Mas, apesar de tudo, Harry também se encontrava ansioso pelo dia de amanhã. Visitariam o senhor Gore e, quem sabe, pudessem adquirir informações importantes sobre aquele mundo que havia levado sua garota.

Também estava esperançoso pela ida à Hogwarts. O professor Henre devia ter alguma ciência dos assuntos do além véu.

Deitou-se na cama, ouvindo o silêncio da noite. Era extremamente incômodo não tê-la ao seu lado. Como a queria alí! Merlin... Daria tudo somente para voltar naquela noite e ter permanecido em casa, para tê-la ajudado quando o procurou. O que havia acontecido que a motivara a sair daquela forma, sem olhar para trás, deixando até mesmo o pequeno Ted Lupin? Talvez nunca descobrisse e isso começava a tornar-se insuportável, cada dia mais. O peito parecia se asfixiar numa angustia interminável. Mas apesar de muito pensar, acabou adormecendo em poucos minutos, talvez motivado pelo cansaço dos dias anteriores.

"-Mamãe, por favor, não a deixe me levar!

Uma pequenina de cachos platinados se agarrava à cintura da mulher, muito chorosa. Atrás dela, outra bruxa, de vestido negro, segurou-a por trás, erguendo-a nos braços e afastando-a de sua mãe.

-Eu preciso proteger sua irmã, por favor, entenda…

A pequena manteve um semblante assustado, como se não acreditasse no que se passava. Tentou escapar. Se contorceu nos braços da bruxa má, tentando descer. Mas a mulher era demasiado forte. Segurou-a firme e começou a caminhar para fora da casa.

Outra criança, um pouco maior, tentou correr atrás da pequena, mas a mãe a segurou, abraçando-a, na vã tentativa de consolá-la.

Os gritos da menorzinha ecoava por todo a casa. Desesperadamente, implorava para a sua mãe, como se pudesse convencê-la a mudar de ideia.

A jovem mulher fixou a última visão que teve de sua caçula. O rostinho vermelho, de tanto chorar… Bracinhos estendidos, clamando por socorro. O vestidinho amassado, pela forma ríspida com que a irmã segurava a criança, era o único pertence que levava consigo. Até mesmo seu ursinho preferido ficara para trás.

Mas não tinha volta… Faria tudo para proteger sua família. A verdadeira família que reconhecia, como se aquela pequena não significasse mais que um objeto descartável."

Harry acordou mais disposto na manhã seguinte. Vestiu-se e desceu para o café da manhã, já com Ted Lupin no colo. Sentou o bebê em sua cadeirinha e cumprimentou Sírius, que já estava à mesa.

-Peasegood ainda não desceu?

-Ainda não o vi - O padrinho contestou, lhe passando um prato com wafles - Essa comida trouxa é mesmo boa!

-Sim, o Ted também adora, não é meu pequeno? - Cortou um pedaço e entregou na mão do bebêzinho que sorriu, parecendo agradecido - Hermione é quem comprava essas coisas… - Contou, suspirando profundo. Sírius continuou a comer, cabisbaixo. O padrinho parecia sentir mais que qualquer um. Não aceitava a ideia de que a moça houvesse atravessado o véu para salvá-lo - Falando em Hermione, eu tive um sonho muito estranho essa noite.

-Mesmo? Com o quê? - O homem voltou a prestar-lhe atenção, curioso.

-Com Bellatrix. E uma menininha… Bellatrix estava levando ela de sua casa. A pequena chorava muito e pedia sua mãe para não deixar com que a levasse. Eu não vi bem o rosto da mãe, não sei quem era. Mas Bellatrix… Eu a vi perfeitamente.

-Liv... - Sírius contestou, convicto.

-Sim, eu acho que era ela. Porque Hermione me disse que foi bem assim quando a tia a levou de sua casa. Mas... - O garoto fez uma pausa, pensativo. Encolheu o cenho, fitando outra vez o padrinho - Foi tão estranho... Um sonho muito real, muito nítido! Diferente de qualquer sonho que já tive até hoje. Me lembro de cada detalhe. Além do mais, por que eu sonhei com esse episódio da vida dela? Estou muito intrigado com isso!

-E agora eu também fiquei! Mas talvez seja pela saudade de Hermione, por tudo que tem acontecido…

-Eu não sei, Sírius! Mas fiquei bastante confuso com esse sonho! A menina era tão pequenininha e chorava tanto… Me deu uma angustia tremenda quando acordei.

-Eu imagino o que Alyvia deva ter sentido naquele momento. Tão pequena e ter sido abandonada assim por sua mãe… Eu adorava Andrômeda. Era minha prima preferida. Mas essa atitude dela me decepcionou enormemente! Com todo respeito à sua memória… Liv era tão doce, tão meiga. Um anjo de criança! Não entendo como uma mãe pode se comportar assim… Graças a Merlin que Drômeda raciocinou e se arrependeu. Caso contrário, eu não a teria perdoado.

-É, eu sei. Eu não gosto de imaginar o que a Mione deve ter sofrido. Era tão pequena… Não quero ficar pensando muito nisso! Dói, só de pensar.

-Vamos falar sobre coisas boas… Arnaldo me disse ontem que conseguiu uma visita a Leonel Gore.

-Sim, hoje à tarde! E daqui a pouco, vamos à Hogwarts para saber algumas coisas sobre aquela runa.

-Olha, afilhado, eu sei que passei muito tempo distante e que não estou bem à par de todas as situações que aconteceram aqui, mas quero ajudar em tudo que for possível. Pode contar comigo para tudo que precisar.

-Eu sei, Sírius. Eu quero e preciso da sua ajuda. Não vou negar. Afinal de contas, você passou três anos nesse mundo. Talvez saiba mais sobre ele do que qualquer um de nós.

Voltar à Hogwarts sem Hermione foi como adentrar um mundo sem luz, sem boas motivações. Harry não queria sentir-se um pessimista, mas era impossível evitar todo aquele sentimento de impotência e de tristeza.

Sírius decidiu acompanhá-los, mas reservou-se apenas à falar com a professora McGonagall, receoso do que as pessoas pensariam ao vê-lo. Inutilmente. Os poucos alunos que o avistaram nos corredores, sequer o reconheceram. Ele parecia um homem bastante diferente daquelas fotografias de busca dos jornais bruxos.

Ainda assim, o homem deixou com que Harry fosse sozinho à procura do professor Henre, enquanto permaneceu na sala da diretoria junto a Peasegood.

Harry foi primeiramente em busca de Ron, no Salão Principal. Era hora do café da manhã. Chamou o amigo para a torre da Grifinória e ele o atendeu, prontamente.

O Salão Comunal estava vazio àquela hora.

-Hermione atravessou o véu? - O ruivo perguntou pela terceira vez, minutos depois de terem chegado. Parecia desacreditado de tudo que Harry lhe contara. Com os olhos cheios de lágrimas, tentava imaginar a ausência de sua melhor amiga. A menina que havia amado desde a infância.

-Foi tão rápido… Eu não pude ajudá-la - Harry contou, como se sentisse a necessidade de explicar como deixara aquilo acontecer. Ron secou os olhos e suspirou.

-Por que ela fez isso, Harry?

-Ron… - Ele olhou o ruivo por alguns instantes. Alisou os cabelos e fitou o piso de pedra sob seus pés - Tem tanta coisa acontecendo… Eu nem sei como te explicar tudo isso.

-Quando vocês me deixaram de fora de assuntos tão importantes? - O ruivo alterou um pouco o tom de voz. No entanto, não tomou o amigo de surpresa. Harry sequer o olhou - Como pode ser que Hermione estivesse no Departamento de Mistérios, sozinha, e eu não sabia de nada?

-Ron…

-Absolutamente nada!

Por outros vários minutos, os dois apenas se encararam, num silêncio constrangedor. Ron derramou muitas lágrimas, terrivelmente abalado. Sentia vontade de gritar, de correr, de avançar sobre Harry e golpeá-lo... Mas ele não tinha culpa. Sabia disso.

Ocultou o rosto entre as mãos, buscando se acalmar.

Harry nada disse. Esperou com que o amigo extravasasse a angustia. O conhecia muito bem para saber que era necessário.

Somente então, quando o Weasley o olhou novamente, compassivo, buscou explicar a situação.

-Há tanta coisa, que algumas vezes até eu me pego confuso... Não consigo te explicar tudo agora. Mas Hermione atravessou o véu para resgatar Sírius.

-O quê?

-Você sabe… Ela estava obcecada pelos mistérios do véu da morte. Desde a partida de Sírius, buscou se informar sobre tudo que pôde… Com o objetivo de tentar trazê-lo de volta.

-Sim, mas era uma completa loucura, Harry - Interrompeu-o novamente - Como ela resgataria um morto do além véu? - Sua face adotou uma expressão engraçada e Harry abriu um meio sorriso, embora melancólico - Não imaginei que ela estivesse obcecada ao ponto de fazer uma loucura destas!

-Não era uma loucura! Eu sei... Algumas vezes eu também pensei que fosse. Mas no fim das contas, Hermione nunca dava um nó sem ponta, não é verdade? - Ron o fitou de olhos arregalados, esperando por uma explicação - Sírius voltou…

O moreno esperou uma reação de extrema surpresa do amigo. No entanto, Ronald somente continuava a olhá-lo com um ar de incompreensão, como se estivesse processando o que dissera.

-Meu Deus, Sírius! Não sabe como me alegro de te ver!

McGonagall rondava o homem que saboreava uma xícara de chá, tal qual se inspencionasse um objeto muito raro. O Black tragou um gole da sua bebida quente e encarou-a.

-Me tens tão surpresa! Como pode isso?

-É o que todos têm me perguntado, desde que voltei… Mas não se alegre, professora. Tem algo muito triste que envolve o meu retorno.

Minerva apagou o sorriso e olhou Peasegood que pigarreou no mesmo instante. O Obliviador levantou-se e tocou o ombro dela, encurvando os lábios.

-Minerva, minha amiga, não temos uma boa notícia para lhe dar…

-Merlin, não me assustem! O que é que está acontecendo? - Ela fitou um e outro, esperando ansiosamente por uma resposta. Sírius abaixou a cabeça, consternado.

Antes das aulas começarem, Harry encontrou com Henre pelos corredores, solicitando sua presença para falarem. O professor atendeu o pedido, justificando que não tinha classes pendentes naquela manhã.

Encaminhou-se, ao lado do garoto, à sua sala. Sentou-se e escutou, atento e abalado, tudo que acontecera com a sua aluna.

Quando Harry terminou de contar-lhe, permaneceu vários minutos calado, pensativo, enquanto esfregava as mãos trêmulas.

-Professor? - O Potter decidiu chamar sua atenção. O homem o olhou como se houvesse se esquecido de sua presença alí.

-Desculpe, Potter… Isso que me contou é surpreendente e… Consternador também. Não posso acreditar que Hermione tenha morrido desta forma…

-Ela não está morta! - Pigarreou, considerando audaciosa a maneira de chamá-la por seu primeiro nome - É o que descobrimos…

-Descobriram?

-Bom, tivemos permissão para nos inteirarmos de umas quantas coisas sobre o Departamento de Mistérios. Mas, é claro… Se o senhor não o sabe, não sou eu que revelarei os segredos mantidos pelos Inomináveis!

-Senhor Potter - Ayerin recostou-se na sua cadeira - Eu sai da Irlanda para estudar aquele Departamento durante cinco anos da minha vida...

-Eu sei, professor. E é por isso mesmo que estou aqui! - Interrompeu-o - Hermione já havia me dito que o senhor estudara o Departamento e também que lhe dera um livro sobre o véu da morte.

-Assim é… - Contestou, meio preocupado.

-Mas não vim para lhe acusar de qualquer coisa, não se preocupe… Apenas quero uma informação sobre um objeto.

-Um objeto? Qual?

-Uma runa - Respondeu sem rodeios. Notou como Ayerin franzia a testa - Estou procurando uma runa que pode nos ajudar a trazer Hermione de volta.

-Me disse que ela está viva e agora… Que uma runa pode trazê-la de volta?

Harry assentiu, ao que Ayerin alisou o próprio queixo, outra vez pensativo. Fixou seu olhar na janela da torre de sua sala, demonstrando-se inquieto.

-Professor Henre… O senhor sabe de qual runa estou falando? Sei que ajudava Hermione nas suas pesquisas sobre a câmara da morte. No livro que deu à ela, consta o desenho dessa tal runa.

-Na verdade, eu não posso negar que me inteirei de algo assim… - Foi a vez de Harry mostrar inquietude - Certo dia, a senhorita Granger veio me indagar à respeito deste objeto.

-E então?

-Até então, eu não sabia bem do que se tratava, mas lhe contei que havia visto uma runa com o mesmo símbolo na sala do ex Diretor, Alvo Dumbledore.

-Na sala de Dumbledore?

-Sim… Eu a havia visto dias antes. Era uma pequena runa brilhante.

-Faz todo sentido… - O garoto pareceu mais entusiasmado - Professor, sabe se Hermione chegou a obter essa runa?

-Eu não sei. Mas é provável que sim. Ela estava muito obstinada por esses assuntos do véu negro. Traduziu o livro em poucos dias e não se cansava de querer saber mais e mais.

-Mas ela não lhe disse se tinha a runa?

-Ela não me disse nada. Algum tempo depois, acabamos discutindo porque ela estava faltando demasiadas aulas. Eu lhe cobrei responsabilidade, mas ela não me ouviu. Disse que apenas queria me isentar por medo das consequências de tê-la ajudado. E depois desse dia, ela não me pediu auxílio em nada mais…

-Ela tinha a runa… Só pode! Hermione é muito determinada para esquecer um assunto assim.

O garoto levantou-se depressa, como se tivesse uma nova tarefa à realizar. Sequer preocupou-se em despedir-se. Não obstante, Henre lhe chamou antes de que deixasse a sala.

-Sim? - Contestou, virando-se outra vez para ele.

-Se posso lhe pedir, também, um favor… Não comente nada sobre a ajuda que eu dei à senhorita Granger. Sabe… Esse emprego é realmente importante para mim. Minerva nunca me perdoaria por ter ajudado uma aluna com assuntos tão perigosos.

-Não se preocupe, professor. Não quero lhe isentar das responsabilidades, mas não o culpo! Hermione descobriria tudo que descobriu, com ou sem sua ajuda.

Antes de que fossem embora, Harry pediu para que Parvati Patil revistasse o quarto à procura de qualquer pertence que restara de Hermione. Inutilmente. Não restara nada. Ela levara absolutamente tudo quando foram para a mansão Black. Harry entendeu que ela nunca tivera a intenção de voltar.

Mas apesar de não encontrarem nada, estava mais confiante. Já haviam descoberto que Hermione tomara conhecimento da runa. Apenas lhe preocupara que ela nunca houvesse dito nada sobre o objeto. O teria tomado como algo sem importância? Talvez não houvesse se lembrado. Junto a tudo aquilo, aconteceu uma sequência de coisas absurdas. Provavelmente ela não se lembrara de contar.

Pensou por vários minutos, deitado em sua cama, após chegarem em casa. Sequer percebeu, mas talvez devido ao extremo cansaço, acabou cochilando.

"A pequena de olhos amedrontados, olhava o grande salão diante de si, tal como se pudesse absorver toda a energia daquele ambiente. Não era boa a energia. Havia uma densidade tremenda de raiva, maldade, inveja… Encolheu-se, alisando seus pequenos bracinhos.

-Gostou da minha casa? - Bellatrix passou à frente dela, pulando pelo salão - Não é grande e bonita?

-Eu quero a minha mãe… - A criança sibilou, chorosa. A mulher puxou-a pela mão e sentou-se na escada, permanecendo em sua altura.

-Ei, ei… Não comece a chorar, mocinha! As meninas fortes não choram!

-Mas estou com saudades da minha mamãe - Contestou, sem todavia deixar de choramingar. Bellatrix estreitou os lábios.

-Sua mamãe agora sou eu! Vai viver aqui comigo e eu vou te ensinar muitas coisas. Muitas coisas legais que uma bruxa tem que aprender! Você não quer aprender a ser uma bruxa muito poderosa? Assim como eu? - A menina a fitou por alguns segundos, talvez tentando compreender o que ela dizia.

-Eu quero a minha mãe... - Voltou a lamentar, meio temerosa.

-Deixa disso! Logo você se acostumará à sua nova vida! - A mulher voltou a sorrir e segurou as pequenas mãozinhas entre as suas, balançando-as de um lado a outro - Que tal ver o seu novo quarto?

Diante o silêncio da criança, a mulher somente levantou-se e puxou-a escadarias acima.

A pequena não mudou a expressão diante à visão que teve do quarto. Era muito diferente da sua habitação na casa da mamãe.

Alí, o ambiente era meio escuro. As paredes eram cinzas como o céu do inverno. Haviam pentagramas e uma parede cheia de espelhos.

Virou-se para a sua tia, procurando o olhar dela.

-O que foi? Não gostou do seu novo quarto?

-Sim… - Decidiu assentir, temerosa - Mas, na minha casa, eu tinha bonecas e ursos.

-Isso é coisa de criança mimada! Você vai ser uma autêntica Black, minha querida - Bella sentou-se na cama e puxou a menina para mais perto.

-Não vai mesmo me deixar voltar para minha casa? - Decidiu indagar, depois de muito relutar por medo de ouvir a resposta.

-Mas para quê você quer voltar? Sua mãe não te quer! Ela não se importou de te deixar vir comigo! Diga-me… Ela te tratava bem?

A menina deixou cair umas quantas lágrimas, voltando a soluçar, logo em seguida. Seria verdade que sua mãe não a queria?

-Não chora, chega disso… Eu já te disse! Logo você se acostumará a viver aqui comigo e seremos uma família - A comensal deslizou os dedos pelas bochechinhas pálidas da pequena, secando suas lágrimas.

-Eu não quero viver aqui...

-Por que não?

-Porque você é má!

-Má? Por que pensa isso?

-Porque você estava na prisão e agora me tirou da minha casa… Mamãe me disse que você fez mal para muita gente… - Contou com a vozinha amena, ainda sentindo um certo temor. Bellatrix a fitou com o cenho franzido.

-Bom, é verdade. Eu fiz mal para muita gente! - Riu-se - Mas eu não vou ser má com você!

-Não? - A menina pareceu, finalmente, deixar de chorar. Bella sustentou-a nos braços e sentou-a em suas pernas, acariciando seus cabelinhos cacheados.

-Não. Eu prometo… Mas você tem que se comportar comigo! E então eu vou te ensinar muitas coisas boas, para que você seja uma bruxa muito poderosa e ninguém, nunca, te faça mal - A pequena a olhou com curiosidade.

-Por quê? Por que quer me ensinar?

-Porque você é muito especial… É poderosa, como eu era quando tinha o seu tamanho. Me diga… Você não consegue controlar a magia? - Ela apenas meneou a cabeça em sinal negativo - Eu também não conseguia. Isso é porque você tem uma força excessiva de magia. Mas eu vou te ensinar a controlar tudo isso e a transformar essa magia excessiva em feitiços precisos e astutos.

-É verdade que minha mãe não me quer? - Voltou a indagar, como quem nada escutara. A mulher suspirou, contrariada.

-Se sua mãe te quisesse, teria lutado para que eu não te trouxesse! Ela queria se livrar de você, essa é a verdade… - A menina tornou a ter os olhinhos cheios de lágrimas, fazendo menção de chorar - Eu sei que dói ouvir isso, mas agora você não precisará se preocupar mais com o amor dela! O amor é uma bobagem, criança! Tens que aprender a ser forte, a não deixar com que te façam chorar e nem ter medo!

-Promete que não vai me machucar? - Pediu, finalmente, compreendendo que não tinha escolha.

-Eu não vou te machucar se você for obediente. Eu não gosto se crianças mal criadas, mimadas, birrentas…

-Eu prometo que vou ser boazinha… Mas por favor, não me machuque. Eu tenho muito medo…

Bella riu, meneando a cabeça. Segurou o queixo da menina e fitou outra vez os seus olhinhos castanhos. Não queria mostrar-se frágil, mas aquele rostinho lhe inspirava um sentimento bom de ternura. Há quantos anos não sentia algo assim?

-Como você é linda... Uma completa princesinha! O Lord vai ficar muito contente quando estiver treinada como uma verdadeira combatente!"


Notas Finais


E agora? O que serão esses sonhos que Harry está tendo?
Eles conseguirão encontrar a runa?
Onde Hermione a guardou?
Conseguirão trazê-la de volta?
Deixe sua opinião nos comentários. Abraços.


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