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História Haru, Haru - Only - Forgive Me...


Escrita por: Kamui_Nishimura

Notas do Autor


Bom ,aqui a segunda parte *e mais importante* da fic
Boa leitura

Capítulo 2 - Only - Forgive Me...


Fanfic / Fanfiction Haru, Haru - Only - Forgive Me...

“Finalmente eu percebi que não sou nada sem você.

Eu estava errado, me perdoe...”.

 

 

Quem diria, depois de três meses longe do meu chibi... Eu já estaria de volta.

 

Como eu senti falta do sorriso e do cheiro dele.... Alias, senti falta de tudo...

 

Mal conseguia falar com ele durante esse período, mas agora, espero que nunca mais isso se repita. Me recuso a ficar longe dele mais uma vez...

 

Eu nem havia conseguido avisá-lo que chegaria hoje.

 

Segui direto para o apartamento dele, e assim que  cheguei, o vi abraçando o Yuu.

 

Porque senti ciúmes disso?

 

Ele me viu, e mesmo assim não se afastou do Yuu para me abraçar, e assim que vi a cena, deles se beijando, larguei minhas malas.

 

Como assim? Me traindo com o Yuu? O Yuu que era meu melhor amigo...

 

- Taka?! – chamei ele o vendo desviar o olhar, Yuu me olhou assustado. E eu corri na direção deles, já derrubando o Yuu.

 

- Akira... Calma... – ele disse e eu lhe acertei com um soco no nariz. Senti as mãos do Taka me puxando, e eu simplesmente ignorei a presença dele.

 

Se ele imaginasse, o quanto àquela cena doera em mim, me deixaria matar o Yuu desgraçado.

 

- Yuu... Se defenda! – ouvi o Taka gritando, e por uns instantes deixei de bater no moreno.

 

Quando o Taka esqueceu de mim? Quando ele me deixou de lado?

 

Yuu me empurrou se levantando, e me mantendo afastado de si.

 

- Para Akira! – gritou.

 

- Akira! Você desaparece por todo esse tempo, e acha que eu sou obrigado a te esperar? – Taka disse puxando Yuu, e eles entraram novamente no prédio.

 

Fiquei ali, estático, sentindo o coração acelerado, sentido um amargo na garganta.

 

Taka... Eu te amo... Por que fez isso...?

 

- Aki? – ouvi a voz do Yutaka... Ele morava por perto, e eu o abracei, deixando minhas lágrimas de frustração caírem. – O que houve?

 

- O Taka... Você sabia que ele está com o Yuu? – quando disse, o Yutaka se afastou e me olhou assustado.

 

- Não. Eu... Nem imaginava isso. Você os viu?

 

- Os vi... E soquei o Yuu... E vou socar mais assim que o ver de novo...

 

- Calma... Vamos para minha casa... Você precisa se recompor...

 

- Tudo bem... – limpei meu rosto, recolhi minhas malas, e o acompanhei cabisbaixo.

 

Entrei na casa dele, e ele preparou um chá para nós.

 

Sentou-se ao meu lado, e esperou que eu lhe contasse.

 

- Yutaka... Eu não acredito no que eu vi... Eu não quero acreditar que o Takanori me traiu...

 

- Eu não entendo... Faz alguns dias que eu não vejo os dois... Mas pelo que eu sei o Yuu estava com o Kou.

 

- Então o Kou é outro chifrudo... – esbravejei, vendo o Yutaka se encolher.

 

- O Kou anda bem ocupado... Acho que...

 

- O Yuu queria atenção e o Taka também... – deixei a xícara sobre a mesinha de centro. – Eu tentei me manter ligado a ele... Mas...

 

- Eu entendo... Aki... Você estava trabalhando, não festejando... Vamos descobrir juntos o que está acontecendo...

 

- Não precisa se envolver nisso... É uma ‘guerra’ minha... – me levantei. – Eu preciso ir para minha casa... Obrigado pelo chá. – me levantei recolhendo minhas malas.

 

- Se quiser... É só vir aqui, ou me ligar... Pode contar com minha ajuda.

 

- Tá...  – assenti, e sai, praguejando por ter tido a idéia de ir atrás do Takanori assim que cheguei.

 

Voltei para casa, sentindo o frio, o frio do amor quebrado.

 

[...]

 

“Meu coração quebrado como uma onda

Meu coração tremendo como uma ventania

Meu coração desapareceu como fumaça

Isso não pode ser  apagado, assim como uma tatuagem”.

 

 

Quase uma semana se passou, e eu não vi o Takanori, e muito menos o Yuu.

 

Eu recomecei aos poucos a rotina de trabalho, e tentei recomeçar sem o Takanori... Um tanto difícil... Eu não tinha noção de como faria... Tudo me lembra ele... O meu apartamento, repleto de porta retratos, o jeito como estava arrumado.

 

A raiva subiu e não me controlei quebrando metade do que havia no apartamento, rasguei fotos e todo tipo de lembranças dele.

 

Taka havia quebrado o coração, e nem ao menos me explicou o por que... Aquilo que ele falou só podia ser mentira... Nosso amor não acabaria assim... Prometemos ficar um com o outro...

 

Prometemos

 

E ele não cumpriu.

 

Ouvi a campainha, e por um minuto me livrei da raiva. E atendi a porta, vendo Kouyou um tanto exasperado.

 

- Descobriu? – deixei sair à frase, vendo Kouyou me observar entristecido. Ele ainda estava com o jaleco do hospital, e devia ter acabado de sair do plantão.

 

- Eu... Eu tentei entender... Akira você sabia e não me contou? – ele entrou jogando a bolsa dele sobre o sofá.

 

- Eu ia chegar em você... E dizer que vi seu namorado te traindo com o meu? – olhei indignado para ele, o vendo se sentar e abaixar a cabeça.

 

- Eu... Não conversei com o Yuu... Eu não consegui... Eu...

 

- Não se culpe... Eles que escolheram isso, não nós.

 

- Acho que não dediquei tempo o suficiente para o Yuu.  – ele levou as mãos ao rosto, e ouvi seu choro contido.

 

O abracei, beijando o topo da sua cabeça. Kouyou sempre foi como um irmão para mim. E embora, ultimamente, estivéssemos afastados. Eu queria protegê-lo.

 

- Não fique assim... Kou...  Não precisa chorar... Vamos superar isso.

 

- Eu amo o Yuu... Amo mais que tudo... Não posso perdê-lo assim... Akira... Eu preciso do Yuu...

 

- Mas... Eles não precisam de nós...

 

- Vou fazer com que ele precise. – Kouyou se levantou.

 

- Aonde você vai?

 

- Atrás do Yuu...  – pegou a mochila, e saiu correndo.

 

Eu não tinha o direito de impedi-lo... Alias, eu devia fazer à mesma coisa.

 

Mas faltava algo, ou melhor, eu tinha medo... Medo de perder o Taka totalmente... De apagar os vestígios dele da minha mente, de odiá-lo.

 

Ah como eu temo odiá-lo...

 

Apenas me deitei no sofá, e fitei o teto.

 

Se algo fosse acontecer, não seria por intervenção minha... Eu não tinha coragem para isso.

 

Fui pego por lembranças e quase não contive minhas lágrimas...

 

Como eu te amo Taka... E como eu nunca tomei nenhuma atitude em relação a nós dois...

 

Nem quando ficamos juntos pela primeira vez...

 

“Mal chegamos a casa e o senti me despindo, eu estava um pouco ébrio, mas nada que me fizesse estar sem consciência.

 

Taka sempre me chamava, sempre estava por perto... Ele sempre se aproximava com um sorriso... E  eu apenas pensei que ele não queria nada além da minha amizade.

 

Eu gostava dele desde o inicio, mas... Sempre tive medo de me confessar...

 

Senti seus lábios nos meus, e ele terminara de tirar minha camisa.

 

Eu não podia deixar que ele tomasse todas as atitudes.

 

O joguei no sofá, e o despi rápido, vendo a pele dele se arrepiar ao sentir a temperatura ambiente.

 

Deslizei meus lábios pelo seu pescoço, chupando e deixando marcas vermelhas em seu corpo.

 

Suas unhas curtas arranhavam minhas costas e seguindo para meu abdômen, logo ele abriu minha calça, e a puxou com minha peça intima junto, me libertando do aperto que já sentia.

 

Meus lábios já estavam em seu mamilo, eu o mordia e arrancando gemidos roucos, que me excitavam ainda mais.

 

Ele puxava meu cabelo, sorria me encantava...

 

- Eu te amo... Eu te amo chibi...  – ouvi o risinho dele e logo um sussurro perto do meu ouvido.

 

- Eu te amo mais...

 

Sem prepará-lo o penetrei, ouvindo seu grito, e logo depois o riso... Ele se mexeu indicando que eu podia estocá-lo.

 

Comecei lentamente estocá-lo, o beijei com desejo, sentindo seu corpo no meu, seu calor em mim...

 

Aumentei a velocidade das estocadas, ouvindo seus gemidos se misturando com os meus, e ao mesmo tempo comecei a masturbá-lo, no mesmo ritmo.

 

Depois de várias investidas, me desfiz em seu interior, sentindo logo em seguida seu prazer sujando nossos corpos.

 

- Meu chibi... – sussurrei em seu ouvido.

 

- Meu Akira... – ele riu, se aconchegando em meus braços. – Só meu Akira...”.

 

Meu Chibi...

 

 

Kouyou POV

 

“Achei que não seria capaz de viver um dia sequer sem você

Mas de alguma forma consegui viver mais do que eu esperava

Você não responde nada enquanto choro gritando "sinto sua falta"

Minhas falsas esperanças são inúteis agora”

 

 

Sai decidido da casa do Akira.

 

Eu só havia ficado sabendo dessa história, por que o Yutaka contou.

 

Eu queria esgoelar aquele nanico que levara o meu Yuu... Que o tirara de mim com uma facilidade incrível.

 

Eu queria vê-lo implorar meu perdão... Eu o conhecia desde a adolescência... E nunca imaginei que ele fosse capaz de me apunhalar pelas costas...

 

Eu limpei meu rosto e dirigi até o apartamento do Takanori.

 

Yuu devia estar lá, já que segundo o Yutaka, o carro do Yuu quase sempre estava lá.

 

Assim que estacionei o carro, vi Yuu saindo, com algumas coisas nos braços.

 

- Yuu... – chamei, e continuei parado encostado no carro.

 

- Kou... – ele sorriu, mas não era aquele sorriso encantador que ele sempre teve. – Pensei que estivesse ainda no hospital. – ele se aproximou, e notei que o que ele carregava eram coisas dele.

 

- Não. Acabei de sair do meu plantão.

 

- Eu queria conversar com você... – ele colocou o que trazia no chão.  E levou a mão ao meu rosto, o afastei, e encarei.

 

- Por que não teve a decência de dizer que não me queria mais?

 

- Kou... Não é assim... Kou... Eu te amo...

 

- Me ama? Me ama mesmo? Então por que está com o Takanori? Por que maldição você está com o Takanori? – gritei não me importando se chamaria à atenção do mundo.

 

- Eu... Eu não... Kou entenda... Eu só estou ajudando... Só estou ajudando o Taka a afastar o Aki.

 

- Afastar o Aki? – que resposta retardada é essa?

 

- O Taka quer afastá-lo... Por isso ele me beijou quando viu o Aki... E eu venho aqui cuidar dele... Ele está muito mal... Não pode ficar sozinho por muito tempo.

 

Sem esperar minha resposta, Yuu me beijou, e eu apenas me deixei levar, sentindo o seu sabor mais uma vez...

 

Como senti falta de seus lábios nos últimos dias.

 

Assim que me afastei para buscar ar, Yuu pegou novamente suas coisas, e jogou dentro do meu carro, me puxando para dentro do prédio.

 

Seguimos em silencio no elevador, e Yuu apenas apertou minha mão, e eu notei que ele estava com o olhar abatido.

 

Já estávamos no andar do apartamento do Takanori, e Yuu entrou no apartamento sem nem chamar o loirinho.

 

Me puxou até o quarto e eu vi Takanori encolhido, muito magro e com profundas olheiras.

 

- Taka... – chamei, vendo os olhos castanhos desviando para mim, e se encherem de lágrimas. Fui em sua direção e senti suas mãos tremulas em meu rosto.

 

- Desculpa por roubar o seu beiçudo...

 

- O que está acontecendo Taka...?

 

- Algo que eu não quero que o Akira saiba...

 

[...]

 

Yuu POV

 

“Aja como se não tivesse me visto e siga o seu caminho de antes

Se você continuar a pensar nas memórias passadas

Serei forçado a te procurar secretamente”

 

Eu apenas estava confuso com toda a situação... Eu não queria ver o Akira chorando, mas eu não podia impedir.

 

Eu havia prometido.

 

Tinha acabado de lavar a louça, e ouvi o Takanori cantando...

 

Segui em silencio até o quarto, e o vi sentado encolhido, brincando com a mecha do cabelo.

 

Ele havia mudado nas ultimas semanas... E muito, estava mais magro, mais triste.

 

Nossas vidas sempre mudam de uma hora para outra.

 

A música me fez lembrar um momento da nossa amizade, aliás, vários momentos.

 

- “Viveremos fortemente, somos jovens... Não estou sozinho.

Animado eu avanço, porque depois disso, estará eu! Junto com os amigos, sorrindo brilhantemente”.

 

Ele notou que eu o observava, e deu um leve sorriso, parando de cantar.

 

- Por que parou? – perguntei o vendo agitar a cabeça.

 

-Não lembro o resto... Yuu... Você pode ir para sua casa se quiser... – disse

 

- Bom, eu vou levar minhas coisas, e logo volto tudo bem? – sorri, o vendo assentir.

 

Peguei minhas roupas que havia trazido, e sai do apartamento... Sai pensativo, e assim que cheguei à saída, ergui o olhar encontrando o Kou.

 

Meu coração se acelerou.

 

Kouyou sempre foi alguém presente na minha vida, mas agora tínhamos ficado um pouco distantes devido à profissão dele.

 

Às vezes, como por exemplo, as últimas semanas, ficávamos sem se ver por muito tempo.

 

- Yuu... – ouvi sua voz, e sorri de leve, estava cansado... Mas tinha que me manter em alerta.

 

- Kou... Pensei que estivesse ainda no hospital. – me aproximei, sentindo o seu perfume adocicado.

 

- Não. Acabei de sair do meu plantão. – ele me respondeu um pouco rude, e eu sabia que ele devia estar com raiva de mim.

 

- Eu queria conversar com você... – coloquei minhas coisas no chão, e toquei seu rosto, mas ele se afastou, me frustrando.

 

Mas ele estava certo, eu havia desaparecido, e depois ele devia ter conversado com o Akira, que com toda certeza havia contado o que tinha acontecido.

 

- Por que não teve a decência de dizer que não me queria mais?

 

- Kou... Não é assim... Kou... Eu te amo... – Eu nunca o deixaria de amar, seria algo como se eu morresse por dentro deixar de amá-lo.

 

- Me ama? Me ama mesmo? Então por que está com o Takanori? Por que maldição você está com o Takanori? – ele se exasperou, e eu nunca tinha visto Kouyou tão raivoso como nesse momento.

 

Ele sempre fora calmo, pacifico. Estar ao lado dele era como se estivesse no paraíso, no silencio de um templo, mas nada desconfortável, nada tedioso.

 

- Eu... Eu não... Kou entenda... Eu só estou ajudando... Só estou ajudando o Taka a afastar o Aki.

 

- Afastar o Aki? – ele me olhou como se o que eu tivesse dito era um crime, mas de certo ângulo, era um crime. Taka e Akira sempre se amaram, e afastar um do outro era um pecado sem tamanho, era algo tão ruim, mas tão necessário no momento.

 

- O Taka quer afastá-lo... Por isso ele me beijou quando viu o Aki... E eu venho aqui cuidar dele... Ele está muito mal... Não pode ficar sozinho por muito tempo.

 

Kou pareceu perdido, e aproveitei o momento para beijá-lo, sentir seus lábios nos meus era o que eu mais precisava. Por mais que ele pudesse me afastar, me bater, ignorar, eu precisava dele, de senti-lo.

 

Assim que ele se afastou, eu peguei minhas coisas e coloquei dentro do seu carro, e o puxei para dentro do prédio.

 

Eu sei que o Taka implorou para que eu mantivesse segredo. Mas Kouyou podia até confortá-lo.

 

Assim que entramos no apartamento do Taka, levei Kou até o quarto, onde agora o chibi estava deitado, pensativo.

 

A feição de Kouyou passou de raivosa para confusa, ao ver o estado do Taka.

 

- Taka... – o chamou, e eu os deixei sozinhos, eles precisavam conversar um pouco. E eu apenas voltei para sala, onde eu estava dormindo nos últimos dias, e me deitei no sofá.

 

Como eu queria que o Akira soubesse disso, e esse mal entendido acabasse.

 

Depois de alguns minutos, ouvi Kouyou me chamando desesperado.

 

Levantei rápido, e Taka estava quase roxo...

 

- Não... Taka!

 

Kouyou tentava reanimá-lo... Mas o puxei... Tínhamos que levá-lo... Não podíamos fazer muita coisa ali.

 

 

Taka POV

 

“Espero que seu coração se sinta aliviado (Por favor, me esqueça e continue vivendo).

Essas lágrimas vão secar completamente,  (Dia após dia passa).

Teria doído menos se não tivéssemos nos conhecido

Espero que você enterre a nossa promessa...

De estarmos juntos para sempre, baby, eu rezo por você”.

 

[Algumas semanas antes...]

 

Era como se nada mais estivesse em seu lugar.

 

Nada mais...

 

Eu não queria chorar, não podia... Mas como reagir quando todas as suas expectativas são arrancadas de si dessa maneira...?

 

Por que comigo?

 

Eu poderia indagar, mas ninguém me responderia, por que isso é só uma brincadeira do maldito destino.

 

Olhei pela ultima vez para as flores de sakura, que já começavam a cair, inundando o chão com uma coloração rosa esmaecida.

 

Caminhei sem direção pelo parque, sendo observado pelas pessoas, já que meu rosto devia estar repleto de lágrimas.

 

Doeu tanto, tanto... Pensar nessas hipóteses, mas eu só as tenho para me manter com sanidade.

 

- Taka?... – ouvi a voz do Yuu, e tratei de secar as minhas lágrimas (em vão), e o olhei, ele vinha correndo atrás de mim, e já devia ter visto a minha situação. – Taka, aconteceu alguma coisa? – ele me olhou um pouco exasperado, e eu apenas respirei fundo, e tentei controlar minhas lágrimas, para falar com ele.

 

- Yuu... O que você faria se todo o seu futuro, toda a felicidade que jurou ter, se desfizessem após as palavras de um estranho? – ele me olhou confuso, e eu o abracei... Sentindo o meu corpo estremecer... Eu estava frágil, e chegaria a um ponto pior que esse...

 

- Do que está falando Taka?

 

- Por que isso agora Yuu? Por que comigo?

 

[...]

 

“Não olhe para trás e saia

Não me encontre de novo e viva

Pois não voltarei a te amar

Fique apenas com as boas memórias

Posso carregar isso de alguma forma

Posso me levantar de alguma forma

Se você é assim, deveria ficar feliz.

Mas... Fico angustiado dia após dia”

 

 

Os dias se passaram, e eu contei com o apoio do Yuu para tudo, tudo mesmo. Eu já não conseguia ser o Takanori, mimado, resmungão, e que amava cantar, como todos diziam que eu era.

 

Era.

 

Acho que já me acostumei a usar o verbo no passado. Yuu ainda tentava me animar, me arrastava para sair, ver o sol, a lua, que seja... Mas eu não sentia nem vontade de respirar.

 

Numa dessas tentativas de me animar, ele me arrastou para caminhar no parque. Foi quando eu vi o Akira...

 

Akira...

 

A única pessoa que estava perto o suficiente para entender tudo.

 

Mas em mim algo gritava para que eu o mantesse afastado, para que ele não sofresse junto comigo.

 

Assim que ele se aproximou sorriu ao me ver... Devia ser algo que eu corresponderia, mas eu apenas abracei o Yuu, e o beijei... Eu tinha que afastar o Akira... Eu precisava.

 

Eu vou afastá-lo de mim, nem que pra isso... Eu perca todo o amor que ele nutre por mim.

 

Ele largou as malas, e eu sabia o quanto ele devia estar furioso, sempre o conheci tão bem.

 

- Taka?! – ele me chamou, e Yuu se virou impressionado com a minha atitude, e surpreso por ouvir Akira.

 

- Akira... Calma... – Yuu ergueu as mãos, mostrando que não queria brigas, mas Akira lhe deu um soco certeiro.

 

Se o Akira imaginasse, o quando tudo doía em mim, se afastaria e me esqueceria.

 

- Yuu... Se defenda! – assim que gritei, Akira parou de bater no Yuu, me olhando decepcionado.

 

Yuu o empurrou e o manteve longe de si.

 

- Para Akira! – gritou.

 

- Akira! Você desaparece por todo esse tempo, e acha que eu sou obrigado a te esperar? – menti.

Da maneira mais deslavada, eu menti... Sentindo algo em mim se quebrar em milhões de pedaços, de maneira irreparável.

 

Seus olhos marejaram, e eu apenas puxei o Yuu para irmos embora.

 

- O que você está fazendo? – perguntou Yuu para mim, seu rosto estava vermelho, e seu nariz estava sangrando.

 

- Me afastando. E você vai me ajudar. – disse sério.

 

Seguimos de volta para meu apartamento, onde, o Yuu agora ficava comigo, me fazendo companhia.

 

- Taka... Tem certeza? Você ama tanto o Aki.

 

- Eu não quero que ele sofra quando acontecer... Por isso tenho que afastá-lo antes.

 

- Você não vai contar para ele? – Yuu me olhou como se eu tivesse pecado.

 

E de certo ângulo, era realmente o maior pecado que eu cometia. Acabar matando o meu amor. Afogando-o nas minhas lágrimas.

 

- Não vou contar para mais ninguém. Só você... Só você pode saber disso... – ele assentiu.

 

- Taka... Mas... Por que isso?

 

- Por que você é o único que não me olha com pena. Eu sei que eles vão agir como se eu fosse uma criança e não entendesse o que está ocorrendo.

 

- Taka.

 

- Yuu... Eu não iria contar para ninguém, mas você apareceu como um anjo, e eu acabei contando. Já vejo como está sofrendo... Não quero ver mais ninguém assim. Por que dói muito mais do que isso. – coloquei a mão sobre o peito.

 

- Taka... – ele me abraçou, e me senti mais confortável por ele ter entendido.

 

“Eu choro choro

Você é meu tudo

Diga adeus adeus

Oh meu amor

Não minta minta

Você é meu coração

Diga adeus...”

 

Akira POV

 

Yutaka tinha vindo atrás de mim, estava preocupado, e eu não o culpo.

 

Por certo tempo, ele me fez companhia, e como sempre fazia com todos nós, cuidou de mim como se eu fosse uma criança.

 

Não demorou muito para que o assunto fosse o Taka.

 

- Você não o procurou, nee? – perguntou.

 

- Como eu iria? Você mesmo disse que o Yuu não sai de lá... E se eu o encontrar vou arrebentar a cara dele.

 

- E o Kou.... Veio aqui?

 

- Veio, e foi atrás do Yuu, e se ele o matar, eu pago o melhor advogado do mundo para defender o Kou, por que ele tem razão.

 

- Não devia ter deixado o Kou ir.... Ele pode fazer uma besteira da qual vai se arrepender.

 

- Yutaka.... O Kou é decidido, ele não vai se arrepender...

 

- Que horror.... – disse sacudindo a cabeça.

 

O telefone tocou, mas eu estava sem ânimo para atender. Mas depois de alguns segundos ouvindo o toque estridente, acabei atendendo.

 

- Fala...

 

- Aki... Pelo amor de kami-sama, venha para o hospital agora. – era a voz do Kou, e ele parecia desesperado.

 

- O que aconteceu Kou? – perguntei confuso.

 

- Vem logo! É o hospital que eu trabalho, vem logo, onegai... – ele estava chorando, e estava me assustando.

 

Desliguei o telefone e peguei minhas chaves sendo seguido por Yutaka que ainda não sabia o que estava acontecendo.

 

Entramos no meu carro, e eu acelerei não me importando se iria ser multado, se atropelaria alguém, eu só queria saber o que estava acontecendo para deixar o Kou tão desesperado.

 

Cheguei em menos de cinco minutos, e assim que entrei na sala e espera, encontrei com o Yuu, e a primeira coisa que pensei foi socar sua cara, mas assim que ergui minha mão, ele a segurou.

 

- Não Aki... Por favor... – seus olhos estavam cheios de lágrimas. – Me escuta... O Taka sempre te amou e sempre vai te amar... Ele não te trocaria por nada nesse mundo...

 

- Não minta para mim Yuu... Não minta! – gritei. E logo vi o Kou no canto, com os olhos cor de mel arregalados.

 

- Aki... Vem.... – ele começou a chorar me estendendo a mão, e eu o segui tremulo.

Alguma coisa tinha acontecido com o Taka... E era grave, por que o Kou não ficaria assim por pouca coisa.

 

Ele me levou até a porta de um quarto, mas antes que entrássemos, o médico saiu do quarto, balançando negativamente a cabeça.

 

O olhei confuso, e as palavras que ouvi da sua boca, me fizeram desabar...

 

- Ele não resistiu...

 

- Quem não resistiu? O que houve? – olhei para o Kouyou

 

- O Taka... – chorou desesperado. – O Taka...

 

Cai de joelhos... Como assim?... Meu chibi havia morrido?

 

Como assim? Ele.... Ele sempre foi tão saudável?

 

Yuu se abaixou diante de mim, e segurou meu rosto, me fazendo olhá-lo.

 

- Ele me fez prometer que não te contaria... Ele me fez jurar, que ajudaria ele te afastar...

 

- O que ele tinha? – perguntei em meio às lágrimas.

 

- Câncer no cérebro... Um muito raro, e quando identificado já está em estágio avançado, e nada pode ser feito.

 

- Ele estava morrendo aos poucos?

 

E agora eu estou morrendo aos poucos...

 

Senti Yuu me abraçar, e logo me ajudou a levantar. O afastei, e entrei no quarto, mesmo com o medico dizendo que era melhor eu me acalmar...

 

Encontrei o Taka, tendo os tubos, e todos os outros fios sendo desconectados.

 

Ele estava tão branco, com os lábios roxos, e os fios loiros colados no rosto. Ele sofreu por todo esse tempo em silencio. E ainda tentou me manter longe para que eu não sofresse...

 

Me aproximei, e deixei que minhas lágrimas caíssem sobre seu rosto.

 

Como eu queria que ele abrisse os olhos e sorrisse dizendo que tinha me enganado, que só queria ver a minha cara.

 

Mas ele não vai fazer isso... Ele nem ao menos vai corresponder o ultimo beijo.

 

Me abaixei, e selei seus lábios... Sendo afastado pelos médicos.

 

- Me deixem... Eu quero me despedir.... – controlei a minha voz, mas ainda continuava alta...

 

- É melhor se acalmar... – disse um deles, e eu mal conseguia enxergá-los.

 

Senti que me levaram para fora do quarto, e me deixaram na sala de espera.

 

Senti meus amigos me abraçando, e nem isso me confortava...

 

Eu estava sem um pedaço de mim... Estava sem meu coração.

 

Takanori.


Notas Finais


Bom, gente, agora, a ultima parte, para compreenderem o Reita...
Bom vão ler lá...


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