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História Harvest Moon: Life In Summer Valley - Paixõezinhas e Bruxarias Ridículas!


Escrita por: LorenaLuiza e Balleseros

Notas do Autor


Não me responsabilizo pelas esquisitices escritas a seguir. Obrigada.

Capítulo 11 - Paixõezinhas e Bruxarias Ridículas!


POV Louise
Fazia poucos dias que eu não falava nem via o Dylan, mas mesmo sendo pouca distância, eu já estava quase morrendo. Além de nem mesmo ter coragem de ir conversar com o Leo, agora eu tinha perdido o meu irmão também. Não podia continuar assim!
Apareci na carpintaria num dia qualquer. Entrei de uma vez e, por sorte, encontrei o Dylan sentado numa cadeira com os pés sobre o balcão. Ah, que mania horrorosa... Ignorando o fato de que eu queria arrancar os pés dele de cima da mesa, já fui falando tudo o que eu queria.
– Você não vai voltar pra casa? – disse, cruzando os braços e encostando-me ao batente da porta. Minha voz estava toda mole e desafinada, porque eu estava me controlando pra não chorar nem nada. Sério, ultimamente eu andava uma manteiga derretida...
Dylan tirou os pés da mesa assim que ouviu a minha voz e deu uma risadinha irônica.
– Pra você ficar falando mal das pessoas que eu gosto?
– Você também faz isso.
– Mas você é pior.
Okay. Ele venceu.
– Sinto muito por falar da Bianca. Perdoe-me, por favor, volte para casa.
– Promete não falar mais de nenhuma pessoa que eu gosto?
– Só se você também não falar!
– Então está fechado. – falou, e se levantou.
Não preciso nem dizer o alívio que senti. Ele foi até outro cômodo da carpintaria e voltou carregando um monte de roupas, lençóis e coisas esquisitas que eu nem sei de onde tirou. Nem o vi ir até a nossa casa nenhuma vez... Ué.
Continuando... Acho que tudo ficaria bem se não fosse o meu tremendo medo de ver o Leo outra vez. Sério, eu não queria nem imaginar me encontrando com ele depois do que fiz! Só que era meio impossível evitar alguém numa cidade minúscula como aquela. Uma hora ou outra, eu ia ter que encará-lo outra vez.
É, essa hora chegou, e foi bem desconfortável. Fui obrigada a ir para a feira semanal no começo do outono, para montar a nossa tenda, como sempre. Eu tinha me abaixado bem rapidinho para pegar uma caixa com ovos e quando levantei outra vez, lá estava ele. Sei lá, acho que quando ficamos um tempo sem ver uma pessoa que gostamos, acabamos a achando mais bonita ou parecendo mais legal. Leon estava surpreendentemente – wow – bonito, admito. Ele sempre foi um rapaz bem bonitinho, mas nunca cheguei a reparar muito. E o pior era que ele estava do mesmo jeito que sempre, com aquela camiseta enorme e a calça jeans igualmente larga, então nem entendi porque o achei tão adorável.
Fiquei naquela babação toda, olhando para ele com uma cara idiota sem nem mesmo perceber o papelão que estava fazendo.
– A cada minuto que passa, eu te acho ainda mais estranha. – finalmente falou, com aquela cara sem expressão de sempre e enfiando as mãos no bolso.
– Olá para você também. – eu disse. Não fiquei nervosa nem nada por ele ter me assustado, era raro uma situação onde eu ficasse envergonhada perto dele. Todos os meus podres ele já conhecia, não tinha motivo para ficar de timidez.
– Imaginei que você estivesse doente. Sumiu do nada. – falou, olhando as mercadorias dispostas no balcão da minha tenda.
Sim, estávamos fingindo que nada aconteceu. Acho que eu esperava ele falar algo e ele esperava que eu falasse.
– Eu estou bem. E você?
– Eu? Eu quero um desses. – pegou uma garrafa pequena de leite e olhou o rótulo, sem responder a minha pergunta. – Quanto?
– Ah, hm... São 150g.
Reparei que, quando ele retirou a mão do bolso para pagar, havia um machucado horrendo em um de seus dedos. Parecia um corte bem fundo, feito recentemente, com a pele juntada por pontos. Um arrepio subiu pela minha espinha só de olhar.
– O que é isso? – falei, me referindo ao machucado, querendo saber como tinha feito.
– Chama-se mão, serve para pegar as coisas.
– Faz tempo que você não diz algo tão idiota, eu já estava sentindo falta... Eu estava falando do machucado. O que é?
– Ah, isso?
– Sim.
– É um machucado.
– Palhaço! – reclamei. – Como foi que você o fez?
– Uma longa história...
Ele pegou a sacolinha com o leite e colocou numa sacola de pano que trazia, cheia de legumes. Então, botou os cotovelos no balcão e começou a falar.
– Naquele dia que você foi a minha casa e tal, lembrei que o vovô viria também, pouco tempo depois. Pensei em agradá-lo e fui para a cozinha para fazer uma sopa para ele, então peguei a faca e comecei a cortar os ingredientes. Eu ainda estava meio “assim” por causa daquilo você falou e fez. Aí fiquei todo nervoso e “PÁ!” no dedo. Legal, não? Olha como você me faz bem.
É, ele não aguentou e falou sobre o que eu fiz. Ai, que droga, que droga...
– Foi mal. Eu não sabia que você era burro o suficiente para se cortar só de lembrar-se de algo.
– Eu devia te dar um soco, sabe disso, não sabe?
– Você não faria isso...
– Verdade. Eu não faria. Sabe por quê?
– Ah, é? Por quê?
Se você esperava que ele fosse me puxar, me dar um beijo e falar que não me bateria porque me ama, sinto muito, mas você está muito enganado.
– Por que eu não me sujaria tocando em você! HÁ, HÁ!
– Por que eu gosto tanto de você, maldito?
– Também não sei.
Abaixei por um momento, para pegar outra caixa com ovos. Por sorte, as vendas estavam indo muito bem.
– Continuando, sinto muito por ter te deixado tão apaixonado que saiu se cortando todo. Desculpas aceitas? – lá de baixo, falei.
– Claro. Pra falar a verdade, até estou agradecido por ter me cortado. Meu avô chegou e ficou todo preocupado, então fui até a Kristina e ela fez um curativo. Doeu pra caramba, mas pelo menos eu vi aquela garota linda que ela é, oh, meu Deus!
– O QUÊ? KRISTINA? – eu disse, involuntariamente, e tentei me levantar num pulo.
Bati com força a testa no balcão, derrubando a tenda inteira. Todas as pessoas que estavam por lá, tanto clientes quanto donos de outras tendas da feira, se viraram para ver o que tinha acontecido. E é claro que tanto o Leon quanto as crianças que passavam por perto quase caíram no chão de tanto rir da minha situação. Fala sério que, além dessa Kristina pegar o Ivan, ela quer o meu Leon também?!
Espera? Meu Leon? Ignore o que você leu, eu estava sem corretivo e não deu para apagar.
Continuando o acontecido, ele estava com as pernas moles de tanto rir e nem veio me ajudar. Comecei a tentar reerguer tudo outra vez, com o Dylan me ajudando. Ficou tudo torto, mas pelo menos dava pra continuar em pé até o final da feira.
Eu não quis saber nem de xingar o Leo por ele ter me feito derrubar a tenda toda. Eu queria é saber que história era aquela de ir até o consultório do médico do vale só para ver a Kristina.
– Quer dizer que se a enfermeira não fosse a Kristina, você teria ficado com dedo todo ferrado? Não iria ao médico? – falei, prestando imensa atenção a cada palavra que ele dissesse.
– Qual é, eu sou homem. Qualquer um preferiria ir a um posto de saúde com uma enfermeira daquelas.
– Nossa como você é idiota. Vai embora agora, tô trabalhando. Não tenho tempo pra ficar olhando pra sua cara.
– Ah, entendi. – falou do nada. Sua cara sem expressão foi preenchida por um sorriso enorme e debochado. – Awn, que fofo, Louise! Você tá com ciúmes!
– Ciúmes do quê? Você não tem nada comigo. Não tenho que te cobrar nada.
– Como assim, não tem nada? Quer dizer que você vai lá e abusa do meu corpo, depois finge que nada aconteceu?
– Abusar do seu corpo? Se enxerga! Eu só... – esqueça aquela história de que eu não me envergonho perto do Leo. Quase virei um tomate só de lembrar de que eu tinha o beijado! Carambolas, o que está acontecendo comigo? – Eu só te beijei, foi isso. Nada demais.
– “Nada demais”, então? – fez voz fininha e imitou meus gestos. – Eu te conheço. Você não cora por nada nesse mundo, e agora parece estar com febre. Se você não gosta de mim, eu não sei do que você gosta.
– Como se eu tivesse algum motivo para gostar de você.
– Por favor, olhe para esse corpinho. – ele mostrou seu corpo com as mãos como se fosse o mais bonito do mundo. – OLHA ESSA BUNDINHA!
Eu preciso realmente dizer o quanto de vergonha alheia eu senti? É, acho que não!
– Todo o mundo tá te olhando! Sai, você vai atrapalhar os meus negócios!
– Claro que não! Eu chamo os clientes! – ele foi para trás do balcão e apanhou um sino. Não pergunte por que havia um sino lá, nem eu sei. – Quer apostar?
– Vá em frente.
Começou a balançá-lo fazendo estardalhaço. É, se ele queria chamar a atenção, conseguiu.
– LEITE E OVOS DA FAZENDA DOU-ALGUMA-COISA! – berrou, sacudindo a porcaria do sino. – DE-LI-CI-O-SOS! NOZES FRESCAS DA MONTANHA!
– Que japa mais fofo! – comentou uma menina de uns quinze anos que estava por perto. – Ei, tio, eu quero uma bandeja de ovos!
– Eu quero duas! – pediu um velhinho que estava por perto.
– E eu quero todas! – falou uma mulher gordinha.
Em menos de uma hora, nosso estoque já tinha sido vendido. Fiquei desacreditada de aquela habilidade dele, meu Deus! Dylan teve que voltar para a fazenda para pegar mais coisas. Enquanto ele não voltava, nós dois achamos uma barraquinha vendendo doces e fomos “almoçar” lá.
Sentados e com nossos docinhos em mãos, começamos a conversar outra vez. Depois de ele ter vendido tudo o que tinha na nossa lojinha, eu nem reclamei sobre ele ter derrubado a tenda. E nem me lembrei do assunto da Krissie.
– Bom trabalho com as coisas. – elogiei. – Valeu mesmo.
Ele só riu, com a boca cheia de açúcar.
– Mas o papo da bundinha foi zoado, sabe disso, né? Que vergonha você me fez passar...
Outra risadinha, ainda mais bonitinha que a outra. É, bonitinha, dessa vez eu admito. Leo limpou a boca com um guardanapo, depois disso.
– Para você ver o nível do meu poder de sedução.
– Há! Deixa de ser bobo, foi sorte.
– Sorte? Sabe o quanto de sucesso eu faço na minha sala da faculdade?
– Sucesso? Com quem?
– Com as tchutchucas.
– Vai começar com esse assunto de novo?
– Tô brincando. Não precisa ficar com ciúme, sou seu. Único e exclusivo. – deu um sorriso de canto de boca e piscou.
Coloquei meu doce inteiro na boca, só para não ter que responder aquilo. Sério, não estou dizendo isso como se fosse uma garota trouxa que finge odiar uma pessoa que ama, mas o sorriso dele foi mesmo ridículo.
Ficamos em silêncio por um tempinho minúsculo. E teríamos continuado quietinhos se eu não tivesse olhado para ele enquanto comia. Achei que o Leo nem veria que eu estava olhando para ele, mas ele se virou e sorriu. E ainda sorriu com a boca suja de açúcar, com uma das sobrancelhas erguida e cara debochada.
– Por que você faz isso? – falei, constrangida.
– O quê?
– Eu tô aqui lutando pra não me apaixonar por você de novo, mas tá difícil. Eu tenho medo de me decepcionar de novo, e, mesmo que eu saiba que você não vai me machucar, continuo tentando recusar o que sinto. Não sei se você vai entender isso o que estou falando...
Sorriu outra vez, e terminou seu refrigerante num gole.
– Você tem o tempo que quiser para tentar entender o que está se passando aí. – ele fez uma setinha com o dedo, apontando pro meu peito. – Só que sozinha, porque eu não entendi nadinha do que você falou. Eu vou estar aqui para você, sempre. Espero o tempo que for preciso. Certo?
Só concordei com a cabeça. Ele deu um beijo que era para ser na minha testa, mas foi no meu olho porque eu me assustei quando ele se aproximou.
– Não sei se você vai entender, mas quanto mais eu te vejo, mais eu gosto de você. É de propósito que você faz essas coisas, não é?
– Eu sou sexy por natureza.
~
Parece que tudo estava finalmente resolvido. Não havia mais problemas com o Leo e nem com o Dylan. Ah, parecia bom demais para ser verdade... Com o dinheiro adquirido na feira, comprei as sementes que precisaria para o outono. Pelas pesquisas que fiz, percebi que seria mais lucrativo plantar batatas doces, e foi o que fiz.
Consegui tomar mais da metade do campo que havia na fazenda só com aquelas sementes. Ufa! Eu nunca tinha plantado tanto... Desejei boa sorte a mim mesma na hora de colher aquilo tudo, pois eu precisaria.
Devia ser o terceiro dia do outono quando eu finalmente resolvi dar uma olhada no calendário. Nosso aniversário, meu e do Dylan, estava chegando! Yay! Ainda faltava bastante, mas mesmo assim não pude deixar de ficar ansiosa. Além do aniversário, meu Festival favorito também estava por vir: Festival dos Ovos! Esta festa se resumia a procura de ovos pela praça central. Quem encontrasse mais ovos, levava o grande prêmio, que era algo diferente todo ano. E é claro que eu sou competitiva e sempre venço!
Depois disso, resolvi dar uma olhada na montanha também. Tinha uma história de uma tal baga da lua cheia ou algo do tipo que ninguém nunca conseguiu provar. Já fazia uns quatro anos que eu ia até a montanha todos os dias para procurá-la, mas nunca encontrei. Fui até o topo e nada da maldita baga. Na volta, encontrei uma coisa que eu não tinha visto ainda.
Parecia um buraco no chão preenchido por água, como uma poça. Mas a última chuva tinha caído há vários dias, então não tinha como aquela poça ter se formado. Não sei se eu deveria chamar o buraco de laguinho, porque era bem maior que uma poça. Ajoelhei no chão e vi meu reflexo na água. Coloquei a mão dentro e... a água era morna? Quê? Tentei tocar o fundo, mas não o achei. Devia ser um laguinho, então.
Levantei para ir embora, mas não deu. Eu queria, precisava ver direito que diabos era aquilo. Ajoelhei outra vez e meti a cara dentro da água morna. Tentei ver o fundo, mas simplesmente não havia nenhum. Estava prestes a levantar para vazar de uma vez quando algum filho de uma égua deu um empurrão fortíssimo nas minhas costas e me desequilibrei, caindo com tudo na poça.
Não tive nem tempo para emergir outra vez e correr atrás do engraçadinho. Acho que a água me sugou para o fundo ou alguma coisa assim, sério. Você deve estar lendo isso e se perguntando se eu estava bêbada, mas juro que não.
Quando me dei conta, estava numa espécie de gruta subterrânea. Tinha um cheiro esquisito e úmido e tanto o chão como as paredes eram de pedra. Olhei para os lados e, de um deles, havia uma espécie de cachoeira. Do outro era um portão enorme, feito de um metal branco que eu desconhecia.
Bem, pior do que estava não poderia ficar. Acreditei que fosse só um sonho estranho, mesmo, e meti um pontapé no portão. Não abriu. Dei mais alguns e fiquei com o pé doendo, até que reparei que tinha um papel colado na parede, ao meu lado.
“Garota estúpida, o portão abre para fora.” é o que estava escrito.
Falei uns palavrões e puxei a porta, então me deparei com uma visão incrível. Parecia uma espécie de palácio enorme, totalmente branco e dourado. Havia duas escadas no centro que levava para o mesmo lugar, o segundo andar. No de baixo, havia vários portões iguais ao que entrei. Subi as escadas escorregando, de tão liso que era o piso. Abri o portão principal de lá em cima e vi uma coisa ainda mais inacreditável.
Uma figura ridícula dançava ao som de Nicki Minaj enquanto batia um bolo. Nem pude reparar se era homem ou mulher, de tão esquisito que era. Já o cômodo parecia uma mistura de laboratório com cafofo de bruxa, com um enorme caldeirão roxo e fumegante no centro. Havia várias prateleiras com vidros contendo olhos, cerejas, canetas e coisas ainda mais estranhas. Procurei de onde vinha o som e vi um rádio portátil cor-de-rosa conectado à parede por um fio.
– POR DEUS! O QUE É ISSO? – exclamei perplexa.
A criatura se virou para mim. Era ainda mais ridícula quando vista de frente. Um rapaz de aparência bem jovem, até mais novo do que eu, usando umas roupas esquisitíssimas. Parecia árabe ou sei lá, eram umas vestimentas bem largas, roxas, brancas e douradas. Ainda estava descalço. Seu cabelo era completamente branco e a pele também. Parecia extremamente ofendido com o meu gritinho.
– POR DEUS DIGO EU, CRIATURA DOS INFERNOS! COMO ENTROU NA MINHA CASA? – berrou de volta, largando a bacia com o bolo numa prateleira.
– É um sonho, é um sonho, eu sei que isso é só um sonho... – falei mais para mim mesma do que para ele.
– Eu sei que sou um sonho. Obrigado, baby. – deu uma piscadela estranha e sorriu. Depois disso, sua cara voltou a parecer incomodada. – Agora, saia da minha residência ou serei obrigado a chamar as autoridades.
Naquele momento, Nicki Minaj chegou ao refrão de Superbass. Ele voltou a rebolar, girando o garfo de batedeira e espalhando massa de chocolate pelo cômodo.
– Quem é você? Que lugar é esse? Quem me empurrou?
– Calma querida. Vamos por partes. Eu sou o digníssimo Ian Yankrokróviskt Meia-Lua Graúda da Glutonaria, ou só Príncipe Bruxo, mesmo. Esta é a minha humilde residência, Palácio Subterrâneo dos Bruxos. Cada porta lá embaixo leva para um lugar, sabe né? Mas tá tudo sempre trancado, sei lá porque diabos tu veio pra cá, criatura. E eu vou saber quem te empurrou? Tenho mais o que fazer.
– Ian do quê?
– Ai, você cansa minha beleza. Vai dormir garota, você não tem o senso que eu tenho. Isso é nome de rico, não é nome de pobre que nem “Louise”.
– Mas, por que o portão lá de baixo estava aberto para mim? Por que é numa poça de água? Você é estranho assim sempre ou hoje é um dia especial? Espera! Como você sabe o meu nome?
– O Príncipe tudo sabe, o Príncipe tudo vê. Espera, você veio por uma poça de água?
– É, foi o que eu disse.
Ele começou a pular e sapatear de irritação, como uma criança contrariada.
– Maldita Deusa da Colheita! Isso é tudo culpa dela! – berrou. – Odeio ela! Detesto! Quero que exploda! Essa cabeça de grama fica brincando com esses portais e quem acaba com um monte de bicho em casa sou eu! Depois, quem é o malvado? Quem é odiado? SOU EU! MAS ISSO É TUDO CULPA DELA!
– QUÊ? BICHO, EU?! Ora, cale a boca, seu mimado! E a Deusa não tem nada a ver com isso, aposto.
– Você diz isso porque não é você que tá na boca do povão como um cretino! Só porque eu pego uns anõezinhos, chuto umas bundinhas e arrumo umas brigas às vezes, não significa que eu sou uma pessoa má! – choramingou. – Sério, Louise, eu sou uma boa pessoa.
– Não quero saber se você é bom ou mau, só quero ir embora. Não tô dando a mínima para o que o pessoal acha de você, mas eu não gostei.
– Nossa como você é malvada! É assim porque sempre tem gente perto de você, é cheia de amigos! Agora, me responde quem iria querer ser amigo de um bruxo?
– É, ninguém.
– Você não tem pena de mim?!
Pensei um pouco antes de responder.
– Nem um pouco.
Ian começou a chorar e se jogou no chão. Ai, meu Deus, o que eu faço com esse cara?! Ele se agarrou no meu pé.
– Solta a minha perna, cara!
– Se você virar minha amiga, eu faço qualquer coisa! Posso te fazer uma poção, posso te dar um sapo e até te arranjar um namorado! Com esse seu humor, não deve conseguir nenhum né?
– É-é claro que eu consigo um namorado! Agora deixa de ser criança e para de encher.
– Mas eu quero um amigo, Louise!
– Se você soltar a minha perna, conversaremos sobre isso. – falei, chacoalhando a perna. Ele não soltava de jeito nenhum.
Seus olhos brilharam só de ouvir. Levantou-se num pulo e me deu um abraço sufocante, agarrado no meu pescoço. Aquele era o “bruxo” mais ridículo que já vi na vida, sério... Tentei empurrá-lo pra longe, mas foi em vão.
– Ai, nós faremos muitos bolos juntos! E também tomaremos chá toda tarde, vamos assistir Miss Fofa, Bruxinha em Treinamento e fazer guerra de bolas de neve no inverno! – exclamava, sem parar de falar nem para respirar. – Eu já estava pensando em te transformar num sapo se não aceitasse conversar comigo, como quando aquele cara apareceu aqui, e... Ah! Sempre que precisar de uma poção, ou um remédio, pode vir aqui que eu farei para você, só precisa trazer os ingredientes! Melhor amiga, melhor amiga, melhor amiga! Linda! Te amodoro!
– Ok, ok, agora me solta.
– Oh, desculpe. Você vai voltar pra casa, agora?
– Eu preciso.
– Você vai voltar outro dia?
– Eu não quero ter que me jogar numa poça de água para fazer isso...
– Sempre que quiser vir até aqui, passe por trás da cachoeira. Há um portal por lá, mas tome cuidado para não acabar no lar da Deusa da Colheita. Ela sempre está por lá... Argh, que nojo daquela mulher, nem senso de moda ela tem. – reclamou.
– Ok. Agora me tira daqui, por favor.
– Claro, melhor amiga! – respirou fundo como se fosse correr uma maratona e falou alguma coisa, bem baixinho.
Senti como se tivesse levado um murro no nariz. Quando abri os olhos outra vez, estava na floresta outra vez, largada debaixo de uma árvore. Esfreguei os olhos, confusa.
Será que foi só um sonho?

Notas Finais


Espero que todos tenham sobrevivido após o término da leitura.


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