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História Hate - Único


Escrita por: ilymoon

Notas do Autor


oi gentem
essa uma oneshot muito gracinha eu espero que vocês gostem ♡
~fefa

Capítulo 1 - Único


Eu sempre o observava. Ele estava sempre sorrindo. Sorrindo muito. Como ele conseguia fazer aquilo? Definitivamente me irritava muito.


Eu simplesmente odiava Kwon Soonyoung. 


(곧훈) 


- Que cara feia é essa, Jihoon? - disse Jeonghan colocando sua mochila na cadeira ao lado da minha.


- Não é a cara de sempre? - provocou Seungcheol fazendo o mesmo em frente á cadeira do namorado. 


- Cala boca. - resmunguei e ele deu risada.


- Relaxa, Jihoonie. - Seungcheol começou a dizer alguma outra coisa, mas rapidamente se interrompeu, abrindo um sorriso sarcástico. - Ih, olha lá seu crush.


Olhei pra trás rapidamente e observei Soonyoung entrar na sala de aula, conversando animadamente com Vernon.


- Muito engraçado. - eu disse lançando um olhar reprovador a Seungcheol.


Soonyoung havia pintado seu cabelo, estava num tom azul prateado, que deixava seu rosto ainda mais iluminado e feliz.


Isso me irritava. 


Me virei para o lado oposto, com a esperança de ele passar direto por mim, mas meu cabelo de coloração rosa não ajudava muito. 


- Bom dia, Jihoonie! - o garoto disse ao parar de conversar com os dois e vindo na minha direção, ainda mais sorridente que antes, se isso era possível. 


- Bom dia, Hoshi. - disse Jeonghan se escorando na minha mesa também. 


E ele ainda tinha esse apelido fofo. 


Escorei minha cabeça na mão e olhei pra ele com tédio. 


- E o que é que tem de bom? - eu disse e Jeonghan me olhou com reprovação, fazendo mímicas de descontentamento atrás de Soonyoung. 


Hoshi rodeou minha mandíbula com seu dedo, e o pousou debaixo do meu queixo, aproximando seu rosto do meu. 


- Você. 


Senti que minhas bochechas ficavam da cor do meu cabelo enquanto Hoshi ainda me encarava com aqueles olhinhos rasgados, seu rosto a poucos centímetros do meu. 


- Que gay, Soonyoung. - disse Seungcheol se juntando ao grupo enquanto abraçava Jeonghan de lado pela cintura e cheirava seus cabelos. 


Hoshi se afastou devagar, revirando os olhos. 


Era impressão minha ou eu não conseguia falar? 


***


- Porque eu preciso ir? - reclamei enquanto fechava a porta do carro e me sentava no banco de trás. 


- Porque o Hoshi vai, e eu shippo Soonhoon. - falou Jun do volante.


- É porque vocês não estavam semana passada na aula quando o Soonyoung quase beijou o Jihoon. - falou Jeonghan da poltrona ao meu lado. 


- Ele não...


- Porque você não dá uma chance pra ele? Hoshi definitivamente gosta de você. - falou Seungcheol se sentando ao lado de Jeonghan. 


- Ele sempre fica mais feliz quando te vê, e também está sempre te observando. - Minghao disse se pronunciando do banco do carona. 


- E você vive comendo o garoto com os olhos também, Jihoon. Pensa que a gente não vê. - disse Jun.


- Vocês não viram o que ele fez. Ele está definitivamente brincando com a minha cara. - eu disse cruzando os braços. - Além do mais, não gosto do jeito dele. 


- Feliz e sorridente? - disse Jun e eu o vi revirar os olhos pelo retrovisor. - Eu sei que gente assim te irrita, Jihoon. Mas eu sei que lá no fundo você sabe que gosta dele, assim como aconteceu com o Seokmin. 


- Talvez eu não tenha "lá no fundo". 


***


- Jihoon veio! - disse Seungkwan ao abrir a porta de sua casa. 


- A gente agradece as boas vindas também, obrigado. - disse Seungcheol já invadindo a casa. 


- A cara de vocês eu já to cansado de ver. - falou Seungkwan fechando a porta. 


- Convenci ele a sair da toca. - disse Jun piscando.


- Com "convencer" ele ta querendo dizer "arrastar e jogar dentro do carro" - eu disse mas não aguentei e abri um sorriso. - É bom ver você também, Seungkwan. - continuei e ele bateu palmas e me deu um abraço.


- Hansol, cadê a comida?! - ouvi a voz de uma pessoa e antes que eu pudesse fugir, Soonyoung girou a cabeça e me viu. Mas dessa vez o sorriso que tinha em seu rosto sumiu, e ele arregalou os olhos e corou. 


Ele lançou um olhar que eu interpretaria como "Vou te matar e mandar os pedaços em papel rosa pra sua família" pra Seungkwan e deu um sorriso amarelo pra mim.


- O-oi Jihoonie. - ele disse e eu levantei uma sobrancelha. 


Senti Jeonghan me dar um empurrão no ombro e eu quase caí pra frente.


- Oi Hoshi. - eu disse rapidamente e me sentei no sofá da sala. Ele sorriu, de novo, e se sentou ao meu lado, felizmente ainda deixando espaço pra eu "respirar". 


Depois de comermos toda a comida tailandesa que Vernon tinha, maravilhosamente, comprado no restaurante da esquina, todos ficamos calados encarando o teto, esperando a digestão de toda a comida que havíamos comido fazer efeito.


- Porque a gente não brinca de alguma coisa? - falou Wonwoo finalmente falando alguma coisa e quebrando o silêncio que, por mais que pareça estranho, não era constrangedor e sim levemente aconchegante.


- Verdade ou consequência? - sugeriu Mingyu dando de ombros.


- Boa ideia. - disse Vernon sentando no chão, empurrando a mesinha de centro e pegando uma garrafa vazia. - Andem.


Todos nos sentamos em um círculo, encarando uns aos outros.


- Tá. - disse Seungcheol pegando garrafa e girando.


Wonwoo pra Seungkwan.


O moreno pensou algum tempo até os outros o apressarem.


- Quando você e o Hansol vão parar de mimimi e falar logo que estão namorando? - falou Wonwoo, sorrindo de lado.


Seungkwan paralisou e olhou para os lados. 


- Eu já disse pra vocês que não estamos namorando, que merda. - ele falou cruzando os braços. Parecia irritado.


- Vamos fingir que a gente acredita e continuar. - disse Jun pegando a garrafa e girando, recebendo um olhar assassino de Seungkwan e Vernon. 


Após algumas rodadas bem idiotas e cheias de risada, a garrafa parou numa combinação levemente peculiar. 


Jeonghan e Hoshi.


Ah, puta que pariu.


- Jeonghan. - eu disse em voz baixa, em tom de aviso. Ele sorriu, como se dissesse "calma você verá".


- Consequência. - Hoshi disse.


Eu definitivamente ia matar aquele sujeitinho.


- Eu te desafio a brincar de sete minutos no paraíso. - Jeonghan disse sorrindo imensamente pra Soonyoung. - Com o Jihoon.


- O quê? - Hoshi disse e oscilou o olhar entre eu e Jeonghan. Ele parecia não querer olhar nos meus olhos, e eu o estava fitando intensamente nesse momento.


- Sua sentença de morte está assinada, Yoon Jeonghan. - eu disse fechando os punhos com força.


- Eu sei disso, agora vai. - falou e voltou a encarar Soonyoung.


- Sério que não tem outra opção? - disse Hoshi aflito.


De repente eu estava sentindo tudo ficar mais... cinza? Porque eu me deixei iludir com a possibilidade dele gostar de mim?


Soonyoung não gostava de mim. Isso era tão claro como cristal, simplesmente mais um que queria brincar comigo e com meu jeito idiota de tentar acreditar nas pessoas. Nem fazia tanta diferença cumprir essa ideia idiota ou não. 


- Parece que o Jihoonie não quer ficar perto de mim, então... - ele continuou, abaixando a cabeça, triste. 


— Ah cala essa boca. - falei levantando abruptamente e puxando o braço de Hoshi, que se assustou e tropeçou nos próprios pés na hora de levantar, assim como os outros que olhavam pra mim perplexos.  


— Jihoon, o que... — Hoshi começou mas parou ao ver eu abrir a porta do banheiro e nos fechar lá dentro.  


— Não esqueçam de apagar a luz! — gritou Mingyu e eu revirei os olhos, apertando o interruptor.  


Um silêncio dominou o local.  Eu conseguia ouvir a respiração pesada de Soonyoung e seus olhos me observando no escuro.  


— Porque fez isso?  — ele disse finalmente.  


— Eles iam encher nosso saco até fazermos isso.  — eu disse emburrado.  


Mais silêncio. 


— Porque você me odeia?  — ele falou novamente.  


— Quer mesmo saber?  — falei e vi ele concordar com a cabeça.  — Você se parece exatamente com meu ex-namorado.  — soltei,  sendo sincero pela primeira vez.  — Sorridente,  feliz,  está sempre jogando ideias no ar... Mas no final é só mais um que quer brincar com o coração das pessoas.  


No momento que eu terminei de falar,  senti braços me rodearem e me emprensarem contra a pia do banheiro. 


Eu sentia o rosto de Hoshi tão perto do meu que eu conseguia sentir o cheiro do seu perfume impregnando minhas roupas.  


— Como você sabe que estou brincando com você? — ele disse,  encostando os lábios na minha orelha,  e eu senti um arrepio percorrer todo o meu corpo.  


— Está fazendo isso agora. 


— Mas é de jeito diferente.  — falou colocando suas mãos em minha cintura. — Estou brincando com sua sanidade,  não com seus sentimentos.


— Você não mexe comigo,  Soonyoung. — eu disse entre uma respiração pesada e outra. Ele sorriu, porém era um sorriso doce,  não sádico, nem cínico, nem safado.  


Ele me afrouxou, me soltando em seguida,  colocando as mãos pra trás.  


— Eu não sou esse tipo de pessoa.  — falou coçando a cabeça.  — Só quero que saiba que eu realmente gosto de você, Jihoon.  


Eu não pude nem ter reação, já que Junhui abriu a porta tão delicadamente que quase arrancou ela fora, provavelmente esperando pegar a gente "no flagra". 


Se ele tivesse chegado segundos antes... 


Ele fez uma expressão de reprovação, e Minghao apareceu ao lado dele.  


— Vocês dois são estraga prazeres.  — disse o mais novo que parecia claramente decepcionado. 


Hoshi passou na minha frente, como se nada tivesse acontecido, e segurou minha mão, e eu fui,  atordoado,  incrivelmente sem reclamar.  


A sala naquele momento parecia um verdadeiro motel.  Seungcheol e Jeonghan trocavam beijinhos e mãos bobas no sofá, Hansol e Seungkwan conversavam um de frente para o outro, deitados no chão, enquanto Mingyu estava com as pernas em cima das de Wonwoo e o mesmo fazia carícias no cabelo dele como se ele fosse um gatinho.  


— Isso aqui ta fedendo a sexo.  — disse Jun. 


— Tá mesmo.  — eu disse encarando Jeonghan e Seungcheol que,  com uma pitada de bom senso, pararam de quase se comer no sofá.  


— Estou com sono.  — disse Jeonghan esfregando os olhos, tentando desviar dos meus olhares assassinos.  — Acho melhor a gente ir.  — continuou, dessa vez se direcionando ao namorado.  


— Com sono, aham.  — disse Hansol irônico.  


— Também estou com sono, Haohao. — disse Junhui lançando um olhar discretíssimo pra Minghao. 


— Credo,  seu bando de pornôs.  — disse Mingyu.  


— Chama a Ludmilla.  — disse Seungkwan e todos olharam pra ele, confusos.  — Esquece. 


— Pera,  vocês vão me deixar aqui?  — eu comecei,  apontando pra Jeonghan, Seungcheol, Jun e Minghao.  


— Pede pro Hoshi te levar.  Ou fica aí com os enrolados.  — falou Jun e fechou a porta, indo embora.  


— Você quer que eu te leve?  — Hoshi falou, coçando a cabeça e parecendo envergonhado. 


— Tá. — eu disse cruzando os braços.  — Tchau,  seus viados.  — eu disse abrindo a porta da casa de Seungkwan e eles acenaram com a mão.  


— Olha quem fala... 


O ar estava frio lá fora. E meus ossos estavam quase congelando, mas Hoshi parecia não sentir nada, andava tranquilamente, parecendo viajar em seus devaneios.  


Eu precisava admitir pra mim mesmo que Soonyoung era pra realmente muito atraente.  Sua pele era fofa e ele tinha bochechas grandes,  além dos olhos rasgados e dos dentes grandes, ele parecia cada vez mais um bonequinho.  


— Para uma pessoa que não gosta de mim,  você me observa muito. — ele falou,  me encarando e me arrancando de meus pensamentos, esboçando uma expressão de surpresa. — Sim, eu percebo você me encarando, Jihoon. 


Eu fiquei calado, olhando para os meus pés enquanto caminhava. Eu nunca havia reparado que ele percebia.  


Será que ele realmente gostava de mim?  


— E sim,  eu também presto atenção em você. — ele disse abrindo outro sorriso. Quantos ele ainda tinha? — Eu lembro de todas as cores que você pintou seu cabelo e quando - Porque ele continuava falando?! Whoa! - de todas as músicas que você cantou na escola, quando você veio de blusa de pijama para a escola e ninguém percebeu, de quando você ficou tentando esconder o sorriso o dia todo porque soube que ia no show do K.Will, de quando foi pra Bangkok e voltou com um bronzeado alaranjado que não tinha pegado nas suas mãos, você não sabe o quanto eu desejei te abraçar todas as vezes que te vi chorando, Jihoon.  E foram muitas vezes. Eu sei o quanto você queria se tornar um produtor, um cantor, um idol. Mas eu nunca pude me aproximar pra te consolar, ou talvez eu nunca tive coragem. — Ele parecia triste agora, dando de ombros e suspirando.  — Não existem exatamente palavras pra descrever o que eu sinto por você. - a essa altura eu esperava que ele falasse com pesar de gostar de alguém como eu, mas as palavras dele eram acompanhadas de um sorriso discreto e talvez um pouco triste - É algo maior que eu. É mágico. É esquisito. E mesmo que você me odeie eu nunca, nunca vou deixar de te amar. 


Quando ele terminou,  eu já estava chorando. As lágrimas pareciam sair por conta própria.  Aquele garoto não podia ser real.  


Havíamos parado em um cantinho não movimentado da avenida. Ele parecia desesperado com meu súbito ataque de choro.  


— Jihoon, o que... 


Ele não conseguiu terminar a frase,  pois eu agarrei a gola da camiseta dele e o puxei pra baixo, selando nossos lábios por alguns segundos.


Quando nos separamos, meus lábios estavam quentes e formigavam, e minhas bochechas queimavam em rubor.  


Hoshi me encarou, levemente surpreso, corado e parecia que ia cair a qualquer momento.  


— Porque... porque fez isso?  — ele disse ainda parecendo atordoado.  


— Eu acabei de perceber que... — falei,  tropeçando nas palavras e tentando não emitir sons estranhos com meu nariz escorrendo.  — Você é perfeito, Kwon Soonyoung.  Não posso te perder por causa da minha ignorância.  — eu falei olhando para o chão, envergonhado.  Eu me sentia uma pessoa horrível de ter tratado ele tão mal.  — Me desculpa.  


Alguns segundos se passaram.  Eu estava com medo.  Medo de ele desistir de mim depois do que eu já disse pra ele e pelo que eu fiz ele passar. 


— Eu te amo, Lee Jihoon.  — ele falou antes de agarrar minha cintura e tomar meus lábios num beijo desesperado, enquanto eu deslizava meus dedos em seus cabelos macios,  que pareciam mais lã.  O beijo dele era doce,  e seus braços me envolviam de forma tão certa que nós dois parecíamos ter sido moldados especialmente para isso.  


Nos separamos por conta do maldito ar que era necessário, infelizmente.  


— Eu não acredito que eu passei tanto tempo da minha vida sem beijar você. — Soonyoung disse se separando apenas por poucos centímetros e deslizou suas mãos sobre meu rosto, fazendo eu involuntariamente aconchegar meus rosto nelas. Ele me puxou pra perto novamente,  me abraçando e apertando tanto meus ossos que eu achei que ele estava com medo de me soltar e eu fugir.  


— Acho melhor a gente ir.  — eu disse abafado em seu ombro, com vergonha de continuar ali enquanto transbordávamos sentimentos. 


O mesmo me soltou devagar, e voltamos a andar, com sua mão direita puxando minha cintura para perto dele.  


— Vai com calma. — eu disse olhando em volta pra ver as pessoas nos observando torto.  


— Preciso deixar bem claro que agora você é meu.  — ele disse baixinho no meu ouvido,  fazendo meus pelos se eriçarem novamente. 


— Eu não sou seu.  


— Mas vai ser.  — disse ele estalando a língua.  Eu senti meu rosto ficar quente e vermelho. 


— Eu vou te jogar no mato.  — ameacei o olhando pelo canto do olho e ele deu risada.  


— Pior que eu não duvido disso. — falou ainsa perto do meu pescoço.  


Após muitos passos dados e alguns minutos passados,  Hoshi voltou a falar.  


— Jihoon?  


— Sim?  — respondi.  


— Você me ama também? — falou manhoso.  


Alguns segundos se passaram.  


— Talvez.  


Notas Finais


obrigado por ler ♡


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