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A cada dia Yugyeom via a dificuldade invadindo seu “ser”, seu “corpo” e suas “forças”. Era como se a cada passo que desse, estivesse correndo o risco de cometer uma falha, de não conseguir segurar o que sentia pelo mais velho diante dele, era como se uma força maior lhe impulsionasse para o outro.
Era como imã, como se cada um pertencesse a um polo, e que ao serem colocados perto um do outro a atração os juntasse, de uma forma ou de outra.
“Uma força maior”.
Seria fácil, se você pudesse colocar o que sentia dentro de um potinho e depois lança-lo ao mar, não é?
Isso conservaria tantas amizades, tantas pessoas estariam a salvo de colocar algo maior a perder.
Seria sim fácil...
E como uma coisa fácil, nesse mundo, é quase impossível, Yugyeom já havia aceitado o fato de não poder controlar o que sentia, já havia tentado, mais fora inútil.
...
Todos os outros membros haviam ido malhar, aproveitando a agenda que tinha dado uma acalmada, por enquanto.
Yugyeom preferiu ficar em casa, deitado. Não tinha animação para levantar pesos e ficar soando. Queria aproveitar um tempo, sem pensar, ver e ouvir Park Jinyoung que também havia ido malhar.
Seria fácil, se tudo fosse como aparenta ser.
Seria fácil se, o que Yugyeom sentia fosse o que todos achavam ser.
Jaebum e Youngjae achavam que ele só estava estressado por conta das agendas lotadas.
Mark achava que ele sentia falta dos pais.
Jackson achava que ele estava doente e não queria dizer para não deixar ninguém preocupado.
Bambam achava que o amigo estava triste, por assuntos que ele não ousou confirmar.
Jinyoung achava que o tinha chateado de alguma forma, ou dito algo que realmente magoou o Maknae.
Seria fácil, para Yugyeom, se ele não tivesse descoberto estar apaixonado por Jinyoung, se ele descobrisse como acabar com tal sentimento ou que ele pudesse simplesmente acordar e não sentir mais o que sentia.
Seria fácil, se ele não tivesse vontade de bater no outro até ficar roxo e depois poder beijar cada marca causada, na tentativa de cura-lo enquanto pedia desculpa e mandava-o ir limpar a lua.
Seria fácil poder xinga-lo de todos os nomes feios que existe e dizer que o odiava, e depois o abraçar forte contra o corpo e sussurrar um “Eu te amo”, “mas quero te matar”.
— Yugyeom? – Uma batida na porta e uma voz conhecida fez Yugyeom xingar baixo.
Seria fácil manda-lo ir embora, já que se o mesmo pedisse o mais velho acataria de bom grado, já que ele sabia respeitar o desejo dos outros.
Seria muito fácil.
Mais difícil mesmo era dizer tais palavras ou fazer tais pedidos quando o que ele queria era receber o outro em seu quarto e o abraçar até não ter mais vontade.
De poder chorar em seu ombro, enquanto recebia um carinho nos cabelos e um “Vai ficar tudo bem, eu irei te ajudar” mesmo ele sendo o maior problema.
Ele queria, muito.
Mas não era fácil e nunca seria.
Limpou as lágrimas, fungou pela última vez e tentou fazer a cara mais normal do mundo, e quase não conseguindo manter um olhar sereno sem chorar disse: Pode entrar – Em pensamento.
“Não iria ser como queria, não podia”.
— O que? – Disse, tentando manter a voz.
— Posso entrar? – Pediu, escorando o ouvido na porta enquanto mantinha os dedos na maçaneta da porta.
— Pode! – Abaixou a cabeça, mexendo no celular como se estivesse realmente interessado.
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