História Hawái • Leon Goretzka - Twenty five

HELENA CARDOSO

Munique, Alemanha

Fevereiro de 2021

Olá, baby girl.
 

Bella havia nascido há três dias e nesse exato momento eu estava chegando na casa dos Neuer‘s para conhecê-la pessoalmente, porque a mocinha resolveu nascer enquanto eu estava na França e eu só descobri do fato quando voltei para Alemanha, por exigência da própria Anna, que queria me fazer uma surpresa e também porque não poderia conhecê-la no hospital.

Helena: Onde elas estão? - Perguntei ao goleiro quando ele abriu a porta da sua casa. - Eu vim voando pra cá assim que eu soube.

Neuer: Elas estão no quarto, subindo as escadas, a primeira porta à esquerda. Pode ir lá. - Apontou para a escada. - Cadê o seu marido? Ele não veio?

Helena: Tá estacionando o carro, eu que saí quase correndo mesmo. - Ri e me dirigi até a escada. - Primeira porta à esquerda, certo?

Neuer: Isso. A porta está aberta.

Helena: Tô entrando. - Falei e subi as escadas rapidamente, procurando a primeira porta e encontrando a minha amiga deitada na cama enorme, apoiada por vários travesseiros com um pedacinho de gente em seus braços. Sorri quando vi a cena, sentindo os meus olhos se encherem de lágrimas.

Anna: A madrinha demorou mas ela veio, meu amor. - Sussurrou pra sua filha e eu ri. - Pensei que não ia vir, demorou meia hora pra chegar.

Helena: Fui deixar as malas em casa e trocar de roupa antes.- Dei de ombros. - Agora deixa eu ver a nossa princesinha linda. - Me aproximei delas, olhando cada detalhe de Bella, que tinha os cabelos bem escuros e a pele clarinha, como a mãe dela. - Ela se parece com você, o cabelo, o formato dos olhos, da boca e do nariz são como os seus. 

Anna: Os olhos estão tão azuis quanto os do Manu, mas o médico falou que ela ainda vai mudar muito, não é, filha?

Helena: Vai ficar mais linda do que já é. - Toquei nos pezinhos cobertos por sapatinhos cor de rosa. - Agora me deixa segurar um pouquinho, vai.

Anna: Só um pouquinho, eu não quero desgrudar dela. - Com cuidado, peguei a bebê molinha nos meus braços e ela resmungou um pouquinho antes de se aconchegar.

Helena: Pronto, pronto. - Embalei o bebê nos meus braços para evitar que ela resmungasse mais. - Ela é muito linda, eu acho que estou apaixonada. Me dá ela, eu juro que cuido direitinho, por favor? 

Anna: Não, quer uma é só fazer com o seu marido, depois de toda a dor que eu senti pra colocar essa menina no mundo, não mesmo. - Anna fez uma careta e eu ri. - Amiga, finalmente alguém que eu tenha intimidade suficiente para reclamar daquela dor. Por Deus, eu achei que não iria sobreviver a tamanha dor.

Helena: Dói tanto assim? 

Anna: Você não imagina, Helena. Essa coisinha linda e grande saindo pela minha piriquita, que dor infernal. Espero que você tenha usado todas as camisinhas que eu coloquei na sua mala, não queira essa dor. - Ri com o seu drama.

Helena: Me diga que não valeu a pena depois que você olhou pra ela.

Anna: Quando eu olhei pra ela não me importei com mais nada, só em cuidar e proteger essa coisinha linda. - Sorri com a forma que ela falou. - E depois da dor pra colocar no mundo, vem a dor de amamentar. Eu chorava de dor e ela de fome, mas agora estamos nos entendendo melhor.

Helena: Você tá sozinha aqui com o Manuel? Não tem ninguém ajudando vocês? 

Anna: A mãe do Manu está aí, deve ter saído pra comprar alguma coisa pra cozinhar, ela tá fazendo umas comidas estranhas daqui mas eu não vou reclamar porque ela está fazendo pra me agradar. - Não deixei de rir do seu comentário. - Ela está nos ajudando muito com a Bella, se não fosse ela eu estava ferrada, não tenho forças nem pra trocar uma fralda e pro Manuel é mais fácil pegar um pênalti do Cristiano Ronaldo do que trocar uma fralda dela.

Neuer: Estão falando de mim? - O goleiro perguntou da porta.

Anna: Sim, estamos. - Deu de ombros e ele riu. - Entra, Leon, só não repara na minha cara de acabada. 

Leon: Você está ótima pra quem acabou de dar à luz, Aninha. - Fez piada e e eu me aproximei de onde ele parou no quarto, para mostrá-lo a minha afilhada mais linda.

Helena: Olha, amor, como ela é linda.

Leon: Linda mesmo, puxou a mãe, não tô vendo um traço feio nela pra ter herdado do Neuer. 

Neuer: Os olhos são azuis como os meus, pera lá.

Leon: Então ela foi sortuda e herdou a única coisa bonita que você tem. É uma princesinha linda. Eu só não me arrisco a segurar porque não levo jeito algum com crianças pequenas. 

Anna: Pois deveria começar a treinar, pela mancha roxa no seu pescoço e pela forma que você olhou pra Helena com a Bella no colo, em 9 meses que estarei visitando o bebê de vocês.

Helena: Não pira, Anna, não pira.

Neuer: Mas é sério, olhando vocês assim com a minha filha eu também pensei em um bebê de vocês.

Leon: A piração da Anna passou pra você, Manu. Foi só isso mesmo.

Helena: Sem bebês pra nós, o assunto aqui é somente a Bella.

Leon: Exato, sem bebês. Daqui a uns dois anos eu proponho a Helena a fazer uma menininha assim, até lá, a gente baba a menina de vocês que foram mais apressados do que nós.

Neuer: Falou o cara que é casado.

Helena: Crianças, não briguem.

Anna: Um é pai de família e o outro é chefe de família mas a mentalidade dos dois juntos deve dar uns 13 anos e meio.

Helena: Estamos feitas com esses maridos que arrumamos, amiga.

Anna: Pelo menos com eles a gente pode se apoderar do cargo de WAG e nunca mais trabalhar na vida. - Ri um pouco mais alto e Bella voltou a resmungar, dessa vez iniciando um chorinho.

Helena: Tá vendo, doida, por sua causa eu acordei a sua filha. - Entreguei Bella a ela.

Anna: Não foi por isso que ela acordou, deve estar na hora de mamar.

Neuer: Vem, Leon, vamos descer e deixar a mulherada aqui.

Anna: Desçam mesmo, eu quero saber os detalhes da viagem da Helena. Você aproveita e descobre os detalhes pela visão do Leon e quando eles forem embora a gente fofoca sobre eles.

Helena: Você não tem jeito, Anna, não vai mudar nunca.