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História He Is Just a Killer, Right? Wrong. - Purple Guy


Escrita por: nace

Notas do Autor


quando nosso querido amigo finalmente perdeu a linha..

Capítulo 4 - Purple Guy


Fanfic / Fanfiction He Is Just a Killer, Right? Wrong. - Purple Guy

Uma mais inovada peça de ferro-velho manifestou-se na vida de Scott, formando mais desgraça na vida do funcionário mais antigo, o único que permaneceu vivo e que deveria ajudar os novos funcionários nas novas pizzarias pelo resto da vida. Irrefutavelmente, qualquer coisa que ocorresse na rede de alimentação teria de automaticamente ser do interesse de Scott. 

O pedido de visita de Jeremy Fitzgerald era uma questão que Scott ainda estava pensando sobre, reviver memórias não era algo que costumava gostar de fazer recentemente, porém, informações tinham de ser dadas ao garoto — que já tinha quarenta e oito anos — após tanto tempo ser saber de nada que envolvesse a Freddy Fazbear's Pizza. E, também, Scott almejava por uma conversa decente com um rosto familiar, provavelmente, sobre um outro rosto familiar que faleceu já faz alguns anos.

— Eu sei que é estranho Scott, mas esse robô será o seu único ''inimigo'' por hoje — o novo rapaz que informava por chamadas de telefone o avisou. Scott desviou o olhar, agora entendia bem como as pessoas se sentiam quando ele ligava — vigie-o, e não se preocupe, é normal ele ficar andando pelas salas, mas certifique-se de que ele não entre na sua. 

— Eu irei, meu amigo. — Scott assistiu as movimentações do robô parcialmente destruído com olhares fixos, percebendo suas características que se tornavam cada dia mais humanóides — Eu irei. 

.   .   .

William dirigiu-se a porta de saída principal da pizzaria, com apenas uma alça de sua mochila presa, sendo essa em seu ombro direito. Os olhos brilhavam, prontos para que libertassem algumas lágrimas, mas o sujeito não deixaria que isso acontecesse na frente de ninguém, nem quando estivesse sozinho consigo mesmo. 

Entrou no carro emprestado e afundou a própria cabeça no banco do motorista, suspirando e fechando os olhos para que sentisse exclusivamente a brisa da manhã fazendo cócegas em seu rosto escuro. Apesar de tudo, vestia as roupas roxas de trabalho, e, mesmo quando possuísse outros trajes disponíveis no emprego, essas seriam as roupas que usaria pelo decorrer de suas semanas. 

— Por favor, abram a porta! — uma criança de aparentemente cinco anos de idade berrava aos prantos, enquanto batia na porta com suas pequenas mãos que não fariam diferença alguma de som — Por favor, por favor! — ela chorava desesperadamente. William quase pensava não ter sido uma criança normal, pois nenhuma das crianças que conheceu se pareciam com ele há um tempo atrás. 

A ideia de mutilar-se novamente com seu canivete lhe passou pela cabeça por alguns minutos, tanto pela raiva de ter sido praticamente chutado da pizzaria tanto pela raiva de estar ouvindo aqueles berros já fazia mais ou menos cinco minutos. Com toda a raiva que guardou nesses minutos, William bateu a porta assim que deixou o automóvel, indo em direção àquela criança que continuava querendo entrar na pizzaria. 

— Por que está chorando? — William disse trêmulo. Estava quase sedento. Sedento por acabar com tudo que estivesse em sua frente, o impedindo de possuir sanidade. A verdade é que ele não tinha sanidade há um bom tempo, mas isso jamais fosse motivo para que descontasse em todas as outras pessoas.

— E-Eu quero entrar, mas.. 

— ISSO NÃO É MOTIVO PARA CHORAR! — antes que pensasse direito no que estava prestes a fazer, a lâmina daquele canivete passou duramente pela garganta da criança, fazendo com que a própria caísse no chão e se engasgasse com seu próprio sangue. 

O sangue que pertencia a criança agora também pertencia às roupas de William, que cobriram-se com vermelho que mudaram a cor roxa de seu uniforme. Suas mãos ensaguentadas tremiam quando seus olhos se enlaçaram com os da criança, quando esta estava prestes a morrer. Eu tenho que sair daqui. Tenho que sair daqui. Sair daqui. 

William pegou as chaves e partiu com o carro para o mais longe possível, nem percebendo que suas mãos cheias de sangue pintavam o preto do volante. Seu cérebro estava coberto pela sensação de extâse, a sensação que o fazia ter vontade de parar tudo o que estava fazendo ali e somente admirar aquele sangue. 

O banheiro da casa onde poderia passar um tempo ficou sujo por algumas horas, até que William pudesse enfim tirar qualquer resíduo de um homícidio em seu corpo e suas roupas. Aquela sensação, a sensação de ter tirado a vida de um ser humano, era muito maior e mais poderosa do que qualquer coisa que já tinha sentido. Mesmo quando estava próximo o bastante de Scott para ter a sensação excitante que preenchia suas veias, isso ainda não se comparava com o sentimento de fazer atos tão cruéis. 

Pela primeira vez, ele não estava sentindo qualquer sono após uma noite de trabalho. Com isso, esperou acordado pelo momento em que teria de ir ao endereço do local da nova pizzaria, a pizzaria da qual seria chefe, assim como Scott foi para ele. 

Scott. Scott. Não parava de refletir. Pensar sobre ele, como ele estava, como ele lidaria estando sozinho outra vez. Scott.. era a única coisa em seus pensamentos que fazia com que seu coração acelerasse novamente, com que sua sanidade fosse restaurada e ele sentisse o extâse de uma paixão. Como alguém como William ainda poderia sentir sentimentos tão fortes além da grande e poderosa indiferença? 

— Ei, cara — seu amigo do bar parou em frente a porta do quarto, despertando-os de seus pensamentos profundos, mas ainda causando uma pontada de paranóia, pensando que ele podia ter desconfiado de algo que fez no banheiro — Tem uns caras aí fora, disseram que irão te levar para a nova pizzaria onde você vai trabalhar. 

— O tempo passou voando — o outro apenas riu como resposta. William ajeitou o uniforme de modo apresentável para que fosse ver os homens, e ser levado por eles para seu mais novo local de trabalho. Ainda era inacreditável ver que iria para um outro estabelecimento depois de apenas um mês e meio, mas as coisas iriam mudar mais. E mais. 

.   .   .

O novo estabelecimento era bem maior, e possuía mais inovações contemporâneas. Embora o século XX não fosse o melhor para falar sobre coisas super tecnológicas e modernas, William achou que aquela pizzaria era a rede de alimentação mais moderna do momento. Por essas e outras razões, Afton sentiu-se orgulhoso em comandar um local como aquele e todos os que vinham trabalhar ali. 

Mesmo que ainda não fosse um guarda-noturno oficial, William também tinha seu próprio lugar exatamente como Scott tinha anteriormente, e quando não havia pessoas que assumissem o cargo de guarda-noturno, vez ou outra o afrodescendente cumpria esse favor. Muitas pessoas passavam, trabalhavam por algumas semanas mas logo acabavam saindo, e, obviamente, todas essas pessoas possuíram relações de estranheza com William, ou Dave.

— Esse é um rap muito bom, veio do fundo do baú de um amigo meu que veio a falecer — William falava para um dos antigos funcionários, de cabelos loiros que erguia a sobrancelha com desdém a cada fala de seu superior, o que era bem contraditório — Sinceramente, isso faz eu me remexer sem que eu consiga me segurar — o negro colocou uma bituca de cigarro na boca e aproveitou a melodia. 

— Pois é, dá pra ver. 

A única pessoa que ficou mais tempo do que todos os outros funcionários foi uma mulher. De acordo com as lembranças de William, seu nome era Penny. A mulher era a única que tentava não se importar muito com as palhaçadas de William, e sequer falava com qualquer um e focava apenas em seu trabalho. Por razões óbvias, isso atraiu muito a atenção do mais velho que ficava prestando atenção em cada um de seus movimentos.

— Ei, Penny! — ela olhou para ele, sem demonstrar expressão, enquanto o mesmo soltava algumas fumaças do cigarro — Quem sabe eu possa ser um bom ajudante? — ele sorriu e deu uma piscada sugestiva, que fez com que Penny meneasse com a cabeça e seguisse caminho. 

— Continue sonhando, Phillips — Penny fez uma feição confusa, antes de virar-se novamente na direção do assassino — Não tem um aviso que proibe as pessoas de não fumarem nesse estabelecimento? 

— Não vai contar, vai? — William questionou, enquanto discava devagar os números do telefone da antiga pizzaria, com o fone entre seu ombro e sua cabeça. 

— Tenho cara de quem faria uma coisa dessas? 

— Se quer saber minha opinião.. — William riu e piscou, posicionando seus dois pés em cima do balcão a sua frente, enquanto esperava que Scott atendesse sua ligação, uma tentativa de mostrar o quão carente estava. 

— Vá se ferrar, David. 

Quando Penny partiu para o escritório de vigia, William sentiu-se mais a vontade para falar ao telefone com o asiático que esteve sentindo falta há meses. Mesmo quando esteve na presença de dois gêneros que fossem atraentes para ele, William não conseguiu parar de pensar em seu japinha, que essa hora apenas estaria focado no trabalho. 

''Alô?''

— Oi, japinha. — William sorriu apaixonadamente, fechando os olhos e lambendo os lábios secos pela desidratação — Sinto muito sua falta. Todos os dias.. 

''David?''

— Quem mais seria, seu corno? — mesmo que a saudade fosse maior do que qualquer raiva que tenha sentido por ele nos últimos dias em que estiveram juntos, Scott conseguia ainda o irritar mais do que qualquer um. 

''Não precisa ser rude! Eu só não estou conseguindo ouvir muito bem por conta do sinal daqui. Uhh, enfim.. eu também sinto sua falta, David. As coisas estão diferentes sem você por perto.''

— É claro que estão. — William disse gabando-se, tão aliviado de estar ouvindo a voz de Scott após tanto tempo sem falar com ele — Tive que me virar por aqui. Uma carta pelo menos já ajudaria, Scott. Mas pelo visto, você não se deu ao trabalho. 

''Do que está falando? É claro que eu te mandei uma carta, William. Cheia de todos exagerinhos que você queria que eu mandasse.''

— Te ligo depois, quando você parar com mentiras. 

''Ligue mesmo. Tem muitas coisas que eu quero te contar, tantas coisas estão mudando.. seria melhor se você estivesse por perto pra ver.''

— Para de frescura. Eu vou estar, em breve. Até depois. — William finalizou a ligação com um leve sorriso nos lábios, descansando os olhos até o momento em que Penny terminaria seu turno e viria enchê-lo de piadinhas. Finalmente, após um bom tempo, William conseguia pelo menos cochilar um pouco. 

A única coisa que foi possível de fazê-lo acordar foi os raios de sol que pousaram em seu rosto, fazendo com que ele despertasse e visse que já estava de tarde. Ele não tinha necessidade de partir agora, pois ainda teria que trabalhar mantendo a segurança das crianças — mesmo isso sendo bastante irônico — mas Penny tinha de ter ido embora há um bom tempo. Ela nunca ia embora sem acordá-lo, então isso era esquisito, no mínimo.

Pegando sua lanterna para enfrentar um corredor e um escritório escuros como uma caverna, William decidiu procurar pela funcionária antes que o estabelecimento fosse aberto. O rapaz não costumava se importar muito com os vigias que trabalhavam ali, mas dessa vez, Afton sabia que algo bem estranho tinha que estar acontecendo para não ter nem sinal de Penny. 

— Garota? Tá aí? — foram as palavras que William repetira em cada salão em que entrava, com exceção de um, do qual nem precisou abrir a boca para ver algo que sua mente estava sequer um pouco preparada. 

A roupa de Freddy Fazbear estava revista por sangue em todas as suas brechas, junto com alguns ligeiros rastros de gosma. O corpo de Penny foi forçadamente posto sobre uma das roupas, até que todos os seus órgãos internos fossem esmagados impiedosamente. Seja qualquer ser humano normal que fosse, provavelmente sentiria-se enojado em ver aquela cena, mas William apenas estava assustado. Assustado que fosse pego por algo que nem fez. 

De algum meio teria de livrar-se daquele corpo, mesmo sem acreditar que mais alguém além dele poderia ter sido capaz de fazer isso. Alguns dos segredos daquela pizzaria provavelmente seriam enterrados junto com ele no dia de sua morte, e sequer o dono saberia do tanto que William sabe. 

Todos os dias em que Afton esteve trabalhando ao lado das crianças — o que não fazia no estabelecimento anterior —, tirou a vida de pelo menos uma delas. Seis crianças já tinham partido. Seis vidas. Sete vidas, se contasse com Penny, já que acobertar um assassinato é tão ruim quanto o próprio homicídio. 

.   .   .

A loja de conveniência possuía uma divisão de coisas emergenciais, como um kit de maquiagens que evidentemente era algo que se necessitaria em uma emergência. William passou seu olhar sobre os objetos de aparência e estética, decidindo aos poucos que os levaria, mesmo que aquelas maquiagens não fossem nem de longe para seu público alvo. Junto de outros objetos para outras emergências, William retirou um gel para barbear e uma lâmina, guardando em sua cesta de compras um conjunto de luvas brancas. 

Era quase como uma obrigação estar alterando sua aparência dessa maneira, mesmo que fosse quase uma aventura olhar no espelho e sentir-se diferente. Embora adorasse a tintura atual de seu cabelo, William não hesitou nem um pouco em se arriscar, escolhendo uma tinta de cabelo um tanto peculiar para alguém do sexo masculino naquela época. 

— Lâmina de barbear, kit de maquiagem, tinta de cabelo — a mulher rechonchuda atrás do balcão do caixa observou, sorrindo enquanto mastigava uma goma cheia de açúcar — Tem alguém aqui que está querendo agradar a namorada, não é? — William apenas sorriu forçado como resposta, pagando por suas compras e deixando a loja com um objetivo a seguir, no banheiro público mais próximo.

O espelho trincado do banheiro apertado era tudo o que o sujeito possuía ali. Naquele dia, lembrando-se de Mahogany, teve de aprender por si só como usaria maquiagem. O lápis de olho deu mais destaque a suas orbes, que não eram tão escuras quanto ele pensava. A base negra escondeu bem boa parte de suas imperfeições, sem contar os pelos de sua barba, que saíram facilmente com a lâmina e o gel. Vivendo de tal modo, William quase se esqueceu de que já foi um homem de parar o trânsito. 

Antes que o homem passasse mais de três minutos encarando o reflexo atraente no espelho, recebeu uma ligação de um dos seus chefes. O medo não o consumia mais ali, pois sabia que o que quer que descobrissem, William jamais estaria envolvido, graças ao seu senso de disfarce. 

''David?''

— Sim?

''Receio que nós temos más notícias.''

.   .   .

Scott, após o fim de seu turno, segurou fortemente o papel amassado em suas mãos com o endereço da nova localização do garoto que costumava ser um amigo um tanto próximo. Mesmo que seu aparelho celular estivesse cheio de mensagens, Scott não hesitaria em tirar o resto de seu dia a conversar com o outro que insistia por uma visita. 

Ou, ficaria pelo menos até o anoitecer, a única vez em que deveria ser, literalmente, robotizado. 

.   .   .



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