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História Headlights On The Highway - Trouble


Escrita por: AngelCerdeira

Notas do Autor


Por favor, não me matem por causa desse capítulo.

Capítulo 11 - Trouble


POV Camila

Não tenho muita certeza de que horas eram aquelas, na verdade minha certeza era que não queria acordar, mas havia algo se mexendo entre meus braços. Algo não, alguém, Lauren não parava quieta na cama e eu estava sendo obrigada a abrir os olhos.

- Bom dia...

- Uhm, acho que eu ainda não acordei.

- Não? – Lauren perguntou aproximando o rosto de mim.

- Não, eu tive o sonho mais incrível de todos. Sonhei que estamos no VMA e que conhecemos o Ed Sheeran e ele foi um amor.

- Foi mesmo?

- Uhhum e pra completar a garota mais linda da festa voltou comigo e nos dormimos agarradinhas.

- Nossa, acho que tivemos o mesmo sonho. – Lauren falava distribuindo beijos. – Ontem a noite foi algo bem surreal não foi?

- Bastante, estávamos no VMA. Eu lembro de falar ano passado que sonhava em estar lá um dia e aconteceu.

- Aconteceu e um dia iremos ganhar juntas o nosso próprio astronauta.

- Você acha?

- Tenho certeza disso. – Lauren falou me dando um rápido selinho e se levantando da cama – Já tem planos pra hoje?

- Nossos pais estão chegando, queria pássaro dia com eles.

- Verdade, eu tinha esquecido que eles chegavam hoje. Nossa que saudade eu estou de Miami, não vejo a hora de poder ir à praia.

- Eu quero ir ao cinema.

- Cinema? – Lauren me perguntou indo em direção ao banheiro para fazer sua higiene matinal.

- Sim, This Is Us. Eu preciso ver.

- Sim... Vamos ver juntas? – Lauren falou com a boca cheia de pasta me fazendo ir, mas concordei com a cabeça de forma positiva – Feito, será nosso primeiro encontro oficial. – Ela falou antes de trancar a porta para um banho rápido.

 

Depois de ambas termos tomado nossos banhos, descemos para o café da manhã no restaurante do hotel e encontramos as outras meninas comendo. Nos juntamos para comentar sobre a noite passada. Ally estava incontrolável, não para de falar um segundo sobre o quão incrível tinha sido a apresentação do Justin Timberlake e como ele era incrível e perfeito. Fora as vezes que ela começava a falar da reunião do N’sync. Era divertido por pelo menos uma vez nada não ser a fangirl da mesa. Nossos pais começariam a chegar pela hora do almoço e o horário do nosso check-out era 18h.

Voltamos para o quarto para arrumar as malas já que todas planejavam passaer por Nova York antes de ir embora. Enquanto Lauren arrumava as coisas dela ficava comentando milhares de planos que tinha para nós duas enquanto estivéssemos em Miami, que iriamos a praia e que nos veríamos todo o dia, queria que eu a visse treinar softball. Eu deveria estar mais interessada na conversa, mas algo ocupava minha mente. Eu estava tentando me decidir se contaria ou não aos meus pais sobre a minha sexualidade.

Eu sei que a Lauren quer manter em segredo nosso relacionamento e eu concordei em dar esse tempo para ela, mas isso não significa que eu deva ficar esse tempo todo no armário também. Eu não me sinto confortável mentindo para os meus pais e minha sexualidade é minha, não tem nenhuma relação com ela, logo não vejo por que devo consulta-la. Certo?

A grande questão é como virar para meus pais e falar que sou lesbica. Não existe um jeito fácil de dizer isso, por mais que eu diga o tempo todo pra Lolo que tudo vai ficar bem, que as pessoas que se importam com a gente vão nos aceitar, confesso que no fundo eu tenho medo da reação dos meus pais. Tenho medo, mas não posso deixar de ser quem eu realmente sou e eles precisam me conhecer por completo. Eu preciso contar, preciso achar uma forma de dizer isso.

Meus pais e os da Lauren chegaram juntos, incrível como nossas famílias haviam se tornado amigas com tanta facilidade. Por sorte, a mãe da Lauren queria fazer compras e os meus pais queria passear no Central Park.

 

- Mi hija, o que te passa?

- Oi papá?

- Karla, você está mais distraída do que o normal hoje.

- Não é nada papá, apenas cansaço eu acho. E já pedi que não me chama de Karla.

- Sabe que qualquer coisa que lhe preocupe, pode falar comigo e com sua mãe não é?

- Sei sim. – Papá me abraçou enquanto eu lhe respondia.

 

Eu sinceramente esperava que eles continuassem pensando dessa forma depois que eu contasse tudo que tinha para contar. Era quase 16h quando paramos para tomar um café e voltamos para o hotel. Por sorte nenhuma das meninas havia retornada ainda. Se eu iria contar algo, esse era o momento. Fomos para o meu quarto com a Lauren.

 

- Mamá, papá, sentarse. Tengo algo que decirte.

- Mi hija, você está nos assustando, aconteceu algo? – Minha mãe perguntou enquanto sentava na beira da cama.

- Aconteceu e não aconteceu, mamá. – Falei enquanto caminhava de forma inquieta pelo quarto. – eu não sei como contar isso, mas sinto que é algo que preciso contar. Eu nunca menti para vocês e nem fui de esconder nada, não quero começar agora.

- Mi hija, você não está gravida está? – Papá levantou alterado já.

- Sientate, papá. Eu não estou gravida, é quase o oposto. Eu sempre me senti diferente, de certo modo, nunca fui como as outras meninas. Nunca tive namoradinhos, nunca me interessei por garotos. Eles não me chamavam a atenção e por muito tempo eu tentei negar o que já sabia, mas não quero mais fazer isso, eu quero ser sincera sobre quem eu sou e o que eu sinto.

- Karla, o que você está insinuando? – Pode sentir que mamá já havia compreendido onde queria chegar, papá ainda estava silencioso.

- Mamá, não estou insinuando, estou tentando achar uma forma de dizer a vocês que eu gosto de garotas. Eu sou lesbica. – Nesse momento minha mãe levantou-se claramente contrariada.

- Não fale bobagem, você não é lesbica!

- Eu gosto de meninas, mamá. Eu só gosto de meninas, acho que essa é a definição para lesbica.

- Você é muito nova para saber o que quer.

- Mamá, por favor, entenda. Se eu fosse hetero seria muito nova para saber o que quero?

- Essas ideias que você está tendo não são suas, é esse meio que você está vivendo, isso não vai lhe fazer bem.

- O que a senhora está falando?

-Acho que cometemos um erro deixando você ir morar em Los Angeles sozinha, seguir carreira na música. Ainda é uma criança. Um pouco afastada e já vem falando esses absurdos.

- Absurdos? Absurdos são isso que a senhora está falando. Eu não mudei em absolutamente nada, sou a mesma Camila que a senhora criou todos esses anos, eu apenas criei coragem de assumir aquilo que eu sempre senti e tive medo. Isso não é ideia de outra pessoa, eu nasci assim, mamá. – Eu falava com as lagrimas rolando pelo meu rosto já. – Eu só quero que a senhora me aceite.

- Isso não é algo natural, Camila. Não é normal.

- Mamá, esse é o meu natural, é quem eu sou.

- Não, você não é assim. Eu sou sua mãe e sem como é minha filha.

 

Eu não tinha como argumentar com minha mãe, ela simplesmente parecia incapaz de aceitar isso. O pouco que eu enxergava através das lagrimas me mostrava que mamá se recusava a olhar para mim, como se eu tivesse magicamente me transformado em algo repulsivo. Tudo que consegui fazer foi correr e me trancar no banheiro do quarto. Sentada no chão com as costas apoiada na porta pude ouvir papai sussurrando algo com minha mãe, infelizmente eu não era capaz de entender o que eles conversavam.

 

- Mi hija, eu e sua mãe vamos dar uma volta. Acho que vocês duas poderiam usar um pouco de ar. Volto a tempo de pegarmos nosso voo.

 

Eu não consegui responder, fiquei chorando não sei por quando tempo naquele banheiro até ouvir alguém bater, teria ignorado completamente se não fosse a voz da Lauren do outro lado me chamando. Abri a porta e nem deixei a falar nada, me joguei em seus braços, precisa de um conforto que só ela poderia dar. Ficamos em silencio por um tempo com ela afagando meus cabelos e eu soluçando contra seu corpo.

 

- O que aconteceu, meu amor?

- Meus pais... – Começa a falar e o choro voltava.

- Vocês brigaram? Por quê?

- Eu... Eu contei pra eles...

- Você fez o que?! – Lauren se afastou um pouco de mim e pude perceber sua cara transtornada. – Camila, já não havíamos conversado sobre isso, não era ainda o momento de contar nada. Eu lhe pedi pra não contar e você resolve contar sem nem ao menos me avisar. Como pode fazer isso, você sabe que isso é um assunto delicado. – Ela cuspia as palavras, meu choro parou e acabei sendo toma por uma raiva.

- Lauren para de ser paranoica um único segundo. – Berrei de volta – Eu contei pros MEUS pais que EU sou lesbica. Você nem ao menos foi citada na conversa. Minha sexualidade não lhe diz respeito, eu contei sem lhe consultar por que é um assunto meu. Não queria continuar mentindo pra minha família. Se você quer fazer isso, bem, é um problema seu. Eu estou aqui desesperada por que minha mãe surtou com a noticia, está provavelmente cogitando me tirar da banda e você preocupada em guardar seu segredinho? Eu só precisava que minha namorada me desse um pouco de calma e conforto, mas acho que é pedir demais por um pouco de compreensão. Até por que, você não é nem minha na namorada de verdade.

 

Não iria aguentar os dramas da Lauren de não querer nos assumir, não dei espaço para que ela respondesse. Terminei de falar, me virei e sai do quarto batendo a porta. Um pequeno problema de estratégia já que agora eu não tinha mais onde me esconder. Parei pra respirar um pouco e resolvi seguir para a escada de emergência, ali poderia ficar em paz sozinha. Estava perdendo a noção do tempo quando a porta que dava para a escada se abriu e pude ver uma Mani preocupada entrando atrás de mim.

 

- Finalmente te encontrei, menina, você sumiu. Deixou todo mundo preocupada – Ela falou sentando-se ao meu lado.

- Eu precisava ficar sozinha.

- Brigou com a Lauren? Fui no quarto atrás de vocês e ela estava desolada.

- Sinceramente, não quero me preocupar com ela.

- Tudo bem então, mas eu posso saber o que aconteceu pra você estar com esses olhos vermelhos?

 

Precisei respirar fundo quatro vezes antes de contar tudo que havia acontecido. Expliquei que não queria esconder nada dos meus pais, que apenas falei de mim e nem comentei que estava namorando com a Lauren, falei da reação da minha mãe e nesse momento senti Normani apertando minha mão em apoio. Expliquei da briga com a Lauren e de como aquilo havia me chateado. Manibear era uma excelente ouvinte.

 

- Vem aqui, pequena. – Normani me deu um abraço bem apertado – Não fica assim, eu sei que tudo parece estar horrível. Mas a sua mãe vai entender, dá um pouco de tempo pra ela.

- Como que ela vai entender?

- Você pegou ela de surpresa, foi um choque. Você chegou e mudou completamente as regras do jogo, foi uma reação errada, mas eu tenho certeza que ela te ama e vai recobrar o juízo.

- Você acha?

- Tenho certeza, ela é sua mãe. Só quer o seu bem, ela vai entender que essa é quem você é. E eu não vou deixar ninguém, nem mesmo ela te afastar do nosso grupo, você é parte fundamental do Fifth Harmony.

- Brigada Manibear. Você é uma namorada melhor que a Lauren.

- Não diga isso... Eu sei que a Laur tem essa pose toda confiante de garota madura que sabe o que faz. Só que na maior parte do tempo ela é uma criança assustada sem certeza de nada. Mas ela te ama.

- Será?

- Claro que sim, todo mundo sabe disso. Ela só está um pouco assustada com tudo, é um mundo novo pra ela.

- Pra mim também. Não é justo ser eu que tenho que segurar as pontas de tudo, eu também vou precisar de amparo.

- E ela vai te dar, só tenha um pouco de paciência. E dê chance dela de se desculpar. Você é bem geniosa quando quer e ela também. Não vão jogar você a relação de vocês.

- Além de linda, é madura e inteligente. Mani, se a Lauren realmente me dispensar, aceita namorar comigo?

- Eu já disse que vejo vocês como minhas irmãs. Não sou de fazer incesto.

- E você continua não recusando a ideia de ficar com garotas. Tudo bem, entendi que teu tipo e a Shay Mitchell. Pelo menos nossa turnê com ela tá se aproximando.

- Hahaha, muito engraçadinha. Já está fazendo piada, então melhorou. Levanta que tá passando da nossa hora de saída do hotel.


Notas Finais


Eu precisava criar um pouco de drama na historia, tenho só um pouco de paciência e não me matem.


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