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História Healing Hearts - Fazendo reparos


Escrita por: namjintry

Notas do Autor


voltei voltei volteeeeeeei
com meu precioso tempo pra escrever de volta e um capítulo um pouco menor do que o normal, mas pra ir preparando vocês pro que está por virrrr

espero que gostem 💗

Capítulo 8 - Fazendo reparos


O despertador tocou no quarto e, como de costume, Seokjin já estava acordado. 

O sol começava a clarear o cômodo, e ainda que seu relógio biológico fosse bastante pontual, o tirando do sono sempre cinco minutos antes das seis da manhã, levou algum tempo a mais para mover as cobertas para o lado e se colocar em pé. Os dias já não eram mais tão quentes e deixar o conforto da cama era uma tarefa desenvolvida de forma cada vez mais preguiçosa.

Uma vez em pé, seguiu até o banheiro de seu quarto, molhou o rosto com um pouco de água fria e, mais acordado, vestiu um casaco e suas pantufas, para enfim começar o dia.

Saiu para o corredor, indo até as escadas e descendo para a cozinha, onde passou a encaminhar o café da manhã para os filhos. Primeiro deixava tudo pronto para que comessem e só depois os acordava, pois era, obviamente, muito mais fácil cozinhar e realizar outras tarefas quando eles ainda estavam dormindo. Aliás, o momento entre as seis e as seis e quarenta da manhã era um dos únicos de silêncio quando as crianças estavam em casa. Isso acontecer quando elas estavam todas dormindo dizia muito sobre como era ter três filhos.

Havia dias em que conseguia atender às especificidades do gosto matinal de cada filho, outros em que precisavam se contentar com simples torradas, mas esse era um dos dias em que acordara disposto. Seokjin até gostava de cozinhar, porém dificilmente tinha tempo ou energia. Envolvia-se mais com o preparo de pratos no fim de semana, quando não estava trabalhando ou quando as crianças estavam mais tranquilas e conseguia fazer comidas mais elaboradas, se não, normalmente contava com a boa vontade de Taehyung e os serviços de entrega. É claro, sempre cuidava para que os filhos tivessem uma alimentação saudável e nutritiva, e achava que fazia um bom trabalho, no geral.

Após deixar tudo posto sobre a mesa da cozinha, incluindo a xícara do café quentinho, perfeito – além de extremamente necessário – para iniciar o dia, já tomada pela metade, voltou para o andar de cima, a fim de iniciar todo o processo de acordar os filhos.

Começou com o mais desafiador: Jaesung. Abriu a porta do quarto do mais velho, acendeu a luz e desejou o primeiro ‘bom dia’, ganhando também o primeiro resmungo preguiçoso em resposta. Deixou o garoto ter seus minutos de preguiça antes de se levantar de vez e foi então até Heejin. Fez o mesmo processo de acender as luzes do quarto da garotinha, falando o segundo ‘bom dia’, mas desta vez aproximou-se da cama que imitava uma carruagem de princesa e abaixou-se até alcançar a filha, beijando-a na testa carinhosamente e recebendo o mais adorável dos ‘bom-dias’ de volta. No que Jin saía do quarto, a menina se sentava com os pés para fora da cama, os olhinhos fechados ligeiramente pelo sono, o cabelo apontando para todos os lados, a face típica de uma noite bem dormida e um despertar preguiçoso, mas o pai sabia que ela logo estaria em pé... Ao contrário de Jaesung, a quem Seokjin teve de chamar mais uma vez.

Yejan, como tinha o privilégio de ainda ser muito pequeno para ir para à escola, possuía mais algum tempo de sono, tudo dependia do próprio garotinho – às vezes, Jin mal descia as escadas para ajudar os outros filhos com o café e já o ouvia chorando no quarto, servindo como o próprio despertador. De qualquer forma, seu horário de sono ia no máximo até umas oito da manhã. O que, para Jin, já era tempo o suficiente para poder organizar um pouco da casa e resolver outros assuntos do dia a dia.

Seokjin passava pelo corredor em direção às escadas quando ouviu o barulho da descarga soando no banheiro. Alcançou a porta e bateu fraquinho com uma das mãos para chamar a atenção de Heejin, a quem imaginou que estivesse ali dentro.

— Precisa de ajuda, meu amor? — Falou alto o suficiente para se fazer ouvido atrás da porta e ficou aguardando enquanto a fechadura era destrancada.

Estranhou. Heejin não costumava trancar a porta, na verdade, achava que ela sequer sabia.

— Meu anjo, você...

Foi quando a porta se abriu e foi quando Seokjin se lembrou, interrompendo o que ele já nem sabia mais que queria dizer. Levantou o rosto apenas um pouco para encontrar os olhos do homem que saíra pelo banheiro e o olhava com um misto de vergonha e estranhamento. Jin realmente se esquecera de incluir um homem de quase dois metros de altura em sua rotina da manhã.

— Desculpe, eu... — Deu um passo para trás. Como havia parado muito próximo à porta, acabara consequentemente ficando próximo daquele que surgira por ela. — Eu achei que fosse Heejin.

— Imagine, tudo bem. — Namjoon tratou de dizer. — Você quer usar o banheiro? — Indicou a porta atrás de si com o dedo e fez menção de sair do caminho para o dono da casa.

— Não. — Seokjin responde, só então se lembrando de que, antes de dar de cara com seu hóspede, estava indo para a cozinha. — Na verdade, estava indo ajudar as crianças com o café.

— Ah... Certo. — Namjoon respondeu.

Assim, ambos ficaram no mesmo lugar, em silêncio, Namjoon com uma das mãos na própria nuca, em um claro gesto de tensão, e Jin olhando para os lados a procura de alguma coisa para dizer.

— É cedo, não é? — Namjoon finalmente indagou. — Acho que vou dormir mais um pouco...

— Ah, sim. É claro. São seis e cinquenta da manhã. — Seokjin informou, olhando então por um momento para o homem a sua frente, não podendo deixar de notar que ele não parecia em nada ter acabado de acordar. Será que havia perdido o sono durante a madrugada? Ou sequer houvesse dormido?

— Certo. — Namjoon declarou, e fez o favor de se afastar daquela conversa que nenhum dos dois entendia o porque de estar sendo um tanto constrangedora.

Quer dizer, tirando o fato de que Namjoon havia acordado na casa de um estranho e de que não havia se preparado para interagir com o mundo tão cedo. E também o lado de Seokjin, que agora precisaria adicionar ao seu dia a dia ter um estranho circulando pela casa. Nenhum dos dois havia parado para pensar nessa parte (dentre outros inúmeros fatores que não haviam sido cogitados). No convívio diário. Mas nada como o tempo para fazê-los se acostumarem.

Como Namjoon já estava no caminho de volta para seu quarto, Jin resolveu fazer o mesmo e seguir seu rumo original, por fim.

Na cozinha, encontrou Heejin esperando por ele, com uma tigela funda em mãos e a expectativa para o cereal de chocolate com leite. Jin pegou o litro da bebida na geladeira e o colocou sobre a mesa, alcançou a caixa de cereal do armário acima da pia e deixou que a filha se servisse. Um tanto do leite foi parar na toalha de mesa, mas Seokjin não ligava. Era importante que Heejin fosse se tornando independente nessas coisas pequenas, apesar de ela já ter ultrapassado há muito a infantilidade para algumas tarefas, como organizar seus materiais de aula e se arrumar para a escola, dentre várias outras que surpreendiam Seokjin.

— Dormiu bem? — Jin indagou à filha, servindo a si mesmo uma tigela com cereal.

Com a boca cheia, a garotinha somente acenou em afirmação com a cabeça.

— E você, papai? — Perguntou após engolir, já levando outra colher à boca.

— Também. — Bem até demais, Seokjin pensou, para alguém que se via com um estranho na própria casa. Ele não podia aceitar que houvesse apenas esquecido, mas, com toda a rotina e movimentação da manhã... Bem, talvez simplesmente decidira que confiaria em Namjoon e que não tinha motivos para se preocupar. Sim, era isso. Dormira e acordara plenamente consciente da presença do hóspede em sua casa e estava totalmente atento a qualquer estranheza que pudesse vir do homem. Em momento algum se esquecera, nada disso. — Meu amor, você viu se o Jae já estava descendo? — O homem questiona, não apenas para tirar aqueles pensamentos da cabeça, mas porque, de fato, todas as manhãs precisava chamar a atenção do filho mais velho para o horário de irem para a escola.

— Ele estava no banheiro. — A garotinha respondeu despreocupada, e Jin também assim ficou. Ao menos o filho já saíra da cama, não estavam tão atrasados. — Papai, podemos fazer um cartão para o titio Yoongi e o titio Hobi?

— Claro, filha. Mas por que? — Nenhuma data comemorativa ou aniversário próximo lhe surgiu aos pensamentos, mas decidiu que era melhor não responsabilizar sua mente para se lembrar das coisas... E era a decisão certa.

— Ah, só porque eles vêm nos visitar amanhã e eu estou muito feliz.

Seokjin teria achado adorável o amor que a filha sentia pelos tios, comentaria que eles haviam estado juntos no fim de semana passado e o quanto era bonito o apego que a pequena tinha por eles, mas a relação que o cunhado e o marido dele possuíam com seus filhos ficou de lado, dando lugar a certo pânico.

A filha estava certa, Yoongi e Hoseok os visitariam, como faziam todo fim de semana, e só então lembrava-se de que contaria com a presença não apenas dos tios das crianças, mas de Jimin e o namorado Jungkook. E é claro que ele havia se esquecido disso também. Havia se esquecido de que explicar para as crianças a presença daquele estranho em sua casa até fora fácil, mais ainda para o amigo Taehyung, mas o que diria para o cunhado? O que iriam pensar de sua atitude?

Seokjin não queria se arrepender de ajudar ao homem, mas ele definitivamente também não queria ter de explicar para outras pessoas, ainda que fossem muito próximas, o que não conseguia nem explicar a si mesmo.

 

Certo, Seokjin tinha tempo para se preparar.

Foi do que tentou se convencer, conforme as crianças ficavam prontas para a escola e descia a rua com elas até o ponto de ônibus. Andavam na formação de sempre: Heejin segurando uma de suas mãos, Yejan em um dos braços, Jaesung vários passos à frente fingindo que sequer os conhecia. Pela primeira vez em tempos, Jin estava com a mente ocupada demais para entrar na espiral diária dos pensamentos de ‘será que meu filho me odeia?’.

O ônibus surgiu na esquina da rua assim que alcançaram o ponto. Então, após despedir-se com um abraço apertado em Heejin, e outro nem tanto em Jae, Seokjin voltou para casa. Ao chegar, fez o mesmo processo de todos os dias, ou melhor, quase o mesmo; entrou em casa, colocou Yejan no cercadinho e até tentou organizar um pouco a bagunça das crianças, mas suas pernas acabaram por leva-lo direto à cozinha, onde se sentou em uma das cadeiras da mesa de jantar e ali ficou, pensativo.

Não deveria ser um dilema tão grande. Seokjin era um adulto plenamente consciente de suas decisões; é claro que a opinião de seus familiares importava, mas não ao ponto de fazê-lo questionar suas atitudes e temer reações externas... Bem, isso era a teoria, mas a inquietude de Jin, que balançava tanto as pernas que fazia a mesa chacoalhar, deixava claro que ele estava extremamente preocupado com o que o cunhado pensaria. Sem falar em Jimin, que além de um de seus melhores amigos, era também coordenador da escola das crianças. Ele teria uma opinião como pessoa próxima e educador.

Se ao menos a visita tivesse sido uma semana antes...

— Bom dia. — Uma voz grave surge atrás de Jin, que quase se assusta, tão distraído em suas preocupações.

Era Namjoon, é claro, que surgira na cozinha já há algum tempo, mas se detera a observar, em uma ação inconsciente, o momento do dono da casa em sua reflexão silenciosa. Parou próximo às escadas, de onde tinha uma vista da cozinha, e ficou ali até se sentir constrangido, por algum motivo, tendo a sensação de que havia algo de muito íntimo naquela cena do homem sentado solitário à mesa.

— Bom dia. — Jin respondeu, acompanhando Namjoon com os olhos enquanto ele se aproximava, espantando as preocupações, ou, ao menos, fingindo espantar. — Nossa, ainda é cedo. — Não tinha um relógio, mas sabia que não fazia tanto tempo desde que retornara para casa depois de levar as crianças. — Achei que fosse dormir mais.

— Ah, eu dormi... — O outro declarou, mas Jin não pode deixar de notar, outra vez, que ele não parecia estar com a postura de alguém recém desperto. Algo dava ao dono da casa uma suspeita muito grande de que o hóspede não havia dormido por um segundo sequer.

— Certo, é que são oito horas, e... eu meio que achei que você... fosse dormir o dia inteiro... — Até esperava por isso, na verdade, exatamente para evitar o tipo de conversa e convívio constrangedores que certamente haveria entre o dono da casa e o hóspede quase-completamente-estranho. Além do mais, também havia o fato de que ficar perambulando pelas ruas por tanto tempo devia ser no mínimo exaustivo, ainda mais com um ferimento no braço. — Sente-se, vou te servir um café. Você toma?

— Tomo, obrigado. — Namjoon afirmou enquanto se direcionava até outra cadeira, demonstrando constrangimento a cada passo, como se quisesse fazer o máximo para evitar dar mais trabalho além do grande absurdo de lhe servirem uma xícara de café.

Com a bebida servida, o dono da casa também buscou alguns talheres

— O que você costuma comer de manhã? — Seokjin pergunta, abrindo a geladeira em busca do que quer que fosse a resposta.

— É... Qualquer coisa está bom...

— Desculpe, não tenho isso em casa. — O anfitrião brincou, retirando alguns condimentos e outras coisas que o outro pudesse querer. Não viu, por estar de costas alcançando algo nos balcões aéreos, Namjoon esboçando algo muito parecido com um sorriso, mas tão logo surgiu, já retornava a sua expressão neutra de sempre.

Com tudo posto à mesa, Seokjin deixou Namjoon à sós, imaginando que ele ficaria mais à vontade, não queria que ele contivesse sua fome por uma possível vergonha de ter Jin ali. Afirmou que o hóspede podia pegar o que quisesse da geladeira, também dizendo onde ficavam os chás e outras coisas.

Na intenção de não constranger Namjoon havia também uma desculpa para poder voltar aos seus pensamentos, e era o que tinha em mente enquanto saia da cozinha, no entanto, mal conseguiu chegar à sala e já ouve Yejan chorar. Desta forma, seguiu até o cercadinho do garoto e o aninhou em seus braços, levando-o consigo para o andar de cima.

No que alcançava o quarto do filho mais novo, já tinha em mente algumas ideias. A maior parte delas com extremo potencial para darem errado, mas Jin sentia que nada poderia ser pior do que ter que explicar a verdadeira razão da presença de Namjoon em sua casa. Deixou Yejan já mais calmo em seu quarto com seus brinquedos e, na tentativa de se distrair, engatou uma organização no andar de cima da casa – porque o hóspede estava no andar de baixo –, começando por seu próprio quarto, onde arrumou a cama e achou roupas para serem dobradas.

O serviço não o distraiu exatamente, mas o ajudou a organizar seus pensamentos e decidir de vez como resolveria aquela situação, coisa que sequer teve a chance de adiar, pois quando foi descer para o andar debaixo, levando algumas roupas para serem lavadas, Namjoon estava subindo os primeiros degraus da escada.

— Posso ajudar em algo? — O hóspede parecia ligeiramente ansioso, sem mencionar o constrangimento de sempre que pairava entre ele e o dono da casa.

— Na verdade... Podemos conversar?

Namjoon apenas acenou com a cabeça em afirmação e Seokjin tomou a deixa para ir até o quarto de visitas, sabendo que o outro o seguiria.

— Então... — Jin iniciou antes mesmo de adentrarem o cômodo. Parou à porta e tomou um tempo para pensar enquanto Namjoon ia em direção à cama, mas sem se sentar. — Bom... Meu cunhado está vindo esse fim de semana. Ele, o marido, e um amigo que trabalha na escola das crianças, na verdade. E eu queria saber se... Se você se importa de... ficar escondido...? Pelo tempo em que... eles estiverem aqui. — Seokjin fechou os olhos por um instante, gesticulando muito com a mão que não segurava as roupas sujas na tentativa de se explicar, um pouco por vergonha, um pouco por saber que seu pedido não soava nada bem. — Eu sei que é algo chato de se pedir, mas...

— Imagina, eu entendo. — O dono da casa lançou um olhar para o homem a sua frente, encontrando uma expressão tranquila que não esperava. — Quer dizer, eu sei que... isso... — Namjoon não sabia o que exatamente ‘isso’ significava, mas sentia que fazia o trabalho de resumir a situação. — Não é algo simples de se explicar. Ainda mais sendo algo de última hora...

— Eu havia me esquecido completamente de que eles viriam, foi Heejin quem me lembrou, na verdade... — Por mais que estivesse tudo bem, Seokjin ainda sentia a necessidade de esclarecer todos os detalhes. — Nós normalmente ficamos só lá embaixo, então você vai poder ficar a vontade aqui em cima, pode até trazer o que quiser pra cá, comida, livros, a TV... Só tente não fazer barulho ou aparecer nas janelas, e nem...

— Ei, não se preocupe. — A voz surpreendentemente suave do hóspede tirou Seokjin de sua torrente de pensamentos nervosos. — Eu sou ótimo em me esconder.

— Certo. — Jin respirou fundo e até conseguiu sorrir um pouco, olhando para Namjoon com gratidão. — Eu não gosto de ter que te pedir isso, mas preciso de mais tempo para pensar em como explicar tudo a eles.

O outro apenas meneou a cabeça em um gesto simples; não havia um sorriso em seus lábios, mas Jin pensou que a expressão dele combinaria muito com um. Era compreensiva e livre de julgamentos, pois o que Seokjin pensou que poderia ofender Namjoon, na verdade lhe era um alívio. Ele também não estava preparado para interagir com mais pessoas, ainda mais se isso envolvesse ter que atuar de acordo com uma mentira que tornasse aceitável sua presença na casa de Seokjin. Era exaustivo ter de agir de acordo com qualquer coisa que não fosse sua realidade, por mais dura que pudesse ser.

— Tudo bem. — O dono da casa fez outra declaração para encerrar a conversa que já se encerrara, ficando constrangido pelas palavras sem necessidade. Rapidamente fez menção de deixar o quarto de visitas. — Eu vou... organizar algumas coisas.

— Tem algo que eu possa fazer? — Namjoon indagou novamente, seguindo Seokjin para fora do quarto. Queria e sentia que precisava ajudar de alguma forma. Também, não aguentaria ficar sem nenhuma ocupação o dia todo.

— Você deveria descansar. — Jin indicou o braço ferido do outro. — Inclusive, logo vou trocar seus curativos.

— Eu não posso só descansar enquanto você faz tudo. — Namjoon argumentou.

— Eu não faço tudo. Tae me ajuda com a comida e a faxineira vem nas terças. As sextas são para organizar pequenas bagunças da semana. — Seokjin foi ditando o cronograma de organização enquanto descia as escadas. — Tem um vazamento na cozinha, mas precisa de alguém que entenda de encanamentos e essas coisas...

— Eu posso ajudar com isso. — Namjoon declara simples, pegando Jin de surpresa. Ele encara ao hóspede por um momento, ambos parados na metade da escada. Namjoon, por algum motivo, contia um sorriso. A expressão do dono da casa era, ao seu ver, digna de uma foto, mas também manteve isso para si mesmo. — Você por acaso tem uma caixa de ferramentas?

 

Próximo ao fim da manhã, o estranho hóspede de Kim Seokjin havia não somente resolvido o vazamento da cozinha, mas encontrado outro no banheiro, o que então o motivou a fazer uma vistoria em toda a casa. No que Seokjin, devidamente vestido em seu traje de enfermeiro, vai ao encontro de Namjoon na lavanderia para avisar que estava indo para o trabalho, ele já havia feito outros três reparos dos quais o próprio dono da casa sequer tinha consciência de que eram necessários.

Namjoon também lavara toda a louça do café mais cedo, incluindo os utensílios que haviam sido usados por Seokjin e os filhos.

— Eu gostaria de trocar seus curativos antes de ir. — Seokjin declarou com certa veemência, pois não tivera a atenção do outro em seu anúncio de que estava saindo.

— Ah... Claro. — Namjoon, que parecia estar envolvido em algo extremamente interessante no tanque, finalmente se lembra de que talvez não estivesse na melhor forma para manejar ferramentas e mexer em canos. Seokjin aguarda enquanto o outro se volta em sua direção, não deixando de observar que suas roupas estavam molhadas em diversos pontos, e ficaram mais ainda quando ele passa as mãos na camiseta para secá-las. — No quarto de visitas?

— ...Sim...! Isso. — Era Seokjin quem dava as costas ao hóspede agora, chacoalhando a cabeça discretamente, uma expressão de estranhamento pelo devaneio em que mergulhara apenas por ver o homem secando as mãos.

Trocando um devaneio por outro, o dono da casa colocou-se a pensar – isso enquanto saíam da lavanderia em direção às escadas e então ao cômodo destinado às visitas –, quantas habilidades a mais Namjoon escondia, não propositalmente, é claro, mas apenas por não se conhecerem. Havia um sentimento de curiosidade com um inconsciente misto de satisfação.

— Obrigado. — Namjoon proferiu após minutos de silêncio e um curativo feito.

— De nada. Obrigado você pelos consertos. — Jin sorriu pequeno, a curiosidade o levando a questionar internamente se as habilidades do hóspede eram apenas com canos, ou se expandiam para trabalhos manuais no geral.

— Foi meu irmão quem me ensinou. — Namjoon apenas disse, sem nenhum motivo, as palavras apenas saindo suavemente. Seokjin o olhou surpreso, parando no processo de guardar os materiais que usara para o curativo, com medo de espantar o outro com qualquer movimento brusco. Ambos estavam surpresos na mesma medida, mas por motivos diferentes e com reações distintas quanto à informação compartilhada.

— Eu não sabia que você tinha um irmão...

— É... Eu tenho. — Seokjin sentiu algo de sombrio na afirmação do outro, o que, juntamente com a escassa informação que possuía da família de Namjoon e do quão pouco Jihye falava dela, o levou a adicionar mais um milhão de questionamentos aos que já tinha. — Nós dois nos viramos desde muito cedo, então... Ele fez o que pode para me ensinar tudo.

— Isso é ótimo. É algo realmente bom que seu irmão fez por você. — E ali estava, a faísca de alguma coisa, passando como uma rápida sombra pelos olhos de Namjoon. Isso nada ajudou nos questionamentos de Seokjin, mas era um passo a mais em direção à verdadeira história de seu hóspede. — Ele é mais velho?

— ...Sim. — Namjoon proferiu. E foi isso. No segundo seguinte a sua resposta ele já estava fechado novamente. E manteve-se em silêncio.

— Bem... Eu preciso ir trabalhar. —  O dono da casa encerrou o assunto que já se encerrara por si só, e passa a se dirigir para a porta. — Tae estará em casa até eu voltar. Ele é totalmente de confiança, qualquer coisa que precisar pode pedir a ele, ok? Eu volto à tardinha.

Namjoon resumiu-se em acenar afirmativamente com a cabeça. 


Notas Finais


pra finalizar, quero agradecer a quem tem acompanhado até aqui e também não desistiu desse mundinho namjin pelo tempo desse hiatus.

não esquece de deixar seu fav e dizer o que achou! e indica a fic pra um namjinist que vai gostar 🍯💫

eu tenho twitter: @/namjintry e namjintry_fics
por acaso também tenho um curious cat que também é namjintry - aceito perguntas, dúvidas, curiosidades, reclamações e tudo mais
obrigada por ler!


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