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História Heart Anatomy - está sendo reescrita. - Nunca estarei pronto para te ver com outra pessoa


Escrita por: didi_cookye

Notas do Autor


Cês acharam que eu não ia rebolar minha bunda aqui hoje???? Muahahahaha'.
Brincadeiras e memes a parte, talvez esse capítulo esteja faltando uns pontos finais pq eu não conseguia enxergá-los no word. Agr quando tava pegando pra postar fui trocar de letra e vi que eles ficaram mais claros e que não era minha miopia kkkkkkk (cada K é uma lágrima meus amores. Cada K é uma lágrima). Mas não quero perder tempo revisando novamente, hj tenho trocentas coisas para fazer e não queria adiar mais ainda. Eu revisei o capítulo, mas qualquer coisa me perdoeem!
Meu PC está vivo -por enquanto-. "Atrasei" esse capítulo porque dia 14 foi meu aniversário (18tão, finalmente tenho idade pra LER minhas histórias hahaha') aí atrasou uns três dias por causa de correria de bolo e talz. Mas até que consegui escrever bem!
Bom capítulo pra vocês!!

Capítulo 62 - Nunca estarei pronto para te ver com outra pessoa


Fanfic / Fanfiction Heart Anatomy - está sendo reescrita. - Nunca estarei pronto para te ver com outra pessoa

            Ela estava certa. Temari estava certa. Ele tinha de ir. Mesmo que não fossem Gaara e Tenten ele respondeu a um chamado. Tinha trabalho a fazer.

            Depois de um último olhar dirigido a ela, Shikamaru praticamente lançou-se emergência adentro. Puxou o jaleco que estava pendurado em sua mochila e vestiu-o rapidamente. Assim que acabou de ajeitar o crachá sentiu uma presença atrás de si. Não precisava olhar para saber que era a namorada. Uma quase ineficiente Karin aproximou-se dele rapidamente com um prontuário em mãos.

- Dois pacientes. Homem 27 anos fratura na clavícula – informou como um robô. - Mulher grávida torção leve no pulso, a Dr Hyuu... Uzumaki – corrigiu-se com um quase que imperceptível desdém - já está cuidando disso.

            Temari respirou fundo para não dar um soco na cara dela. Shikamaru continuou olhando o prontuário rapidamente.

- São eles – Shikamaru confirmou assim que olhou o prontuário. Ele virou a página enquanto passava os olhos pelas informações – é uma fratura simples, Gaara vai ficar bem. Por que não tem o prontuário da Dr. Mitashi? – Shikamaru inquire enquanto caminhava até o box indicado.

- A Dr. Uzumaki pegou – Karin respondeu ao mesmo tempo em que eles chegaram no box.

- Eu continuo usando o Hyuuga – Hinata respondeu olhando por cima do ombro. Ela e Tenten estavam sentadas em cima da cama. A outra tinha uma compressa com gelo no pulso direito. Enquanto Gaara estava deitado à cama ao lado totalmente imóvel.

- O que aconteceu? – Temari adiantou-se em perguntar. Hinata abriu espaço para a loira -visivelmente afetada- sentar.

- O poste caiu muito perto da moto – Gaara respondeu sem mover um musculo que não fosse os do rosto. – Eu perdi o controle e caí.

            Shikamaru chegou perto dele e começou a trabalhar. Ele examinou a clavícula, o ombro e a parte superior do tórax buscando identificar edemas, deformidades, escoriações, equimoses e dor à palpação ao longo da extensão.

- Dói? – Shikamaru indagou mesmo depois de ter apalpado e não obtido nenhuma reação.

- É suportável – Gaara respondeu sincero.

- Eu vou pegar a sua mão e te mover, mas preciso que me deixe fazer todo o trabalho. Não se mova sem ser quando eu mandar. Okay?  

            Com a confirmação de Gaara ele moveu-o checando se os vasos sanguíneos e nervos foram lesionados pela clavícula fraturada. Logo em seguida avaliou a amplitude do movimento do pulso na altura do punho e cotovelo. Checou a sensibilidade e a força muscular do braço.

- Eu diria que uma fratura dessas não ter causado nenhum dano é um milagre ou muita sorte – Shikamaru declarou pegando o prontuário e escrevendo algumas coisas rapidamente. – Mas sorte não é o caso, seu corpo é muito resistente. 

- Eu tenho namorada – Gaara responde devido ao tom maravilhado que o amigo usara na última frase. – E você também. Ela está bem ali olhando para gente com olhos de peixe. Sem piscar.

- Tenho que recomendar que continue em silêncio – Shikamaru pede entregando o prontuário a Karin. – Passa para o sistema, por favor.

- Sim, doutor – e assim ela se retirou com o mesmo silêncio em que estava o tempo inteiro. 

- Acabou de dizer que estou bem – Gaara desmentiu ao amigo.

- Preciso de uma radiografia para confirmar. Mas não acho que precise de cirurgia – Shikamaru dá o veredito, fazendo as mulheres presentes respirar em alivio. - Você vai ficar umas seis semanas de molho – o Nara declara por fim. – Ele vai ficar bem, preciso leva-lo, fique com Tenten – Shikamaru pediu sério, mas gentil. Deu um último selinho em Temari antes de levar Gaara embora com Hinata.

- Como você está? – Temari pergunta passando a mão pelos cabelos suados de Tenten, descolando-os da testa. – Alguém te fez um ultrassom?

- Bem – ela adiantou-se em responder. - O bebê também está bem, não precisa de ultrassom. Estava agitado, mas já se acalmou. Só fiquei assustada com Gaara estirado no chão.

- Você não estava na moto? – Temari indagou enquanto prendia os cabelos com um elástico que tinha em mãos. Tenten lhe dirigiu um olhar agradecido.

- Não, ele já tinha me deixado em casa. Estava tirando os sapatos quando ouvi o barulho – contou devagar – o poste caiu na frente dele, não deu tempo de frear ele perdeu o controle e caiu. Ele é médico, então sabia que mover podia piorar então ele ficou imóvel. Meu coração foi há mil, ele estava sólido como uma pedra. Achei que tivesse... – Um soluço escapou de sua garganta.

 - Ei, tá tudo bem. Ele está bem – Temari diz enquanto abraça a amiga. – Você agiu bem. Fez os primeiros socorros e chamou uma ambulância.

- Eu sei, são só.... Hormônios bobos – Tenten mente apreciando o abraço maternal e caloroso. Nunca tinha ficado tão assustada em toda sua vida. 

- Neji e Ino estão operando? – Previu Temari.

- Sim. A Hinata deixou recados com as enfermeiras para avisa-los assim que suas cirurgias acabassem – a Mitashi respondeu soltando Temari aos poucos.

- Ela fez bem – elogiou Temari. – E o meu pai? Até onde sei ele é contato de emergência de Gaara.

- Estava fora de área e...

 

Quatro semanas depois

Sábado - 16 de dezembro

Casa dos Sabaku

- Não acho que deva tomar chá – Ino opina enquanto enchia a xícara o namorado. – Açúcar pode retardar sua recuperação.

- Você alguma vez já tomou chá preto? – Gaara indagou erguendo as sobrancelhas. Ele levantou a xicara pela alça e ofereceu-lhe – vamos, dê um gole.

            Ele levou a xicara de porcelana aos lábios da namorada observando com admiração a cara torcida que ela fazia. Ino tossiu engasgada.

- Como pode tomar isso? É horrível – Ino fala com a voz diferente devido à língua para fora. Ela enche seu copo com suco novamente e bebe meio copo.

- Bom dia – Temari cumprimenta ao entrar na cozinha.

- Bom dia, parece satisfeita – Ino cumprimenta com certa malicia na voz.

 - Claro que ela parece – quem responde é Shikamaru ao entrar na cozinha. – Invejosa.

- Inveja? – Ino repetiu incrédula – já se esqueceu da grossura do pau do meu namorado?    

- Ino?! – Gaara a repreende exasperado.

- Seu rosto tá da cor do seu cabelo e eu simplesmente não sei o que é mais o que – Temari comenta encostando a mão delicadamente na bochecha do irmão. – Você tomou os remédios?

- Sim, mãe – Gaara respondeu revirando os olhos. – E cadê pai? – Pergunta referindo-se a Kankuro.

- Dormiu na namorada – Ino responde enquanto passava requeijão num pão de minuto.

- Eles fizeram as pazes? – Gaara pergunta como quem não quer nada.

- Estavam brigados? – Ino inquire curiosa.

- Acho que sim – Temari quem responde. – Ele parou de dormir fora e passou a resmungar sozinho pela casa.

- Eu queria tanto saber quem é – lamenta-se Ino.

- Deixa de ser fofoqueira – ralhou Shikamaru depois de engolir sua torrada já mastigada – e termina esse café se quiser carona.

- Eu acho que sei quem é – Temari declara dando um gole no café.

- Quem? – Ino pergunta praticamente dando um salto no lugar.

- Não quero dizer até ter certeza – Temari responde desanimando a outra loura. – E depois, acho que você a constrangeria com toda essa sua... – Ela fez uma pausa, procurando pela palavra certa.

- Falta do que fazer? – Shikamaru completa maldoso.

- Olha só... – Ino começa num tom melodioso olhando para o relógio – hoje é sábado. Dia de ligar pra mamãe.

- Oh my God não conte pra mamãe – Shikamaru finge estar morrendo de medo enquanto agita as mãos.

- Qual é o seu problema comigo hoje?

- Vamos trabalhar – Shikamaru diz levantando-se da mesa. Um código para “no carro a gente conversa”... – Tchau, Blonde – despede-se dando o costumeiro selinho de despedida.

            Temari o segura pelo pescoço beijando-o de verdade.

- Agora vamos logo – Ino diz irritada já no portal da cozinha.

            Shikamaru separou-se da namorada alguns centímetros e tocou-lhe o lábio com a ponta da língua antes de se separar.

- Nós terminamos isso mais tarde – ele insinua endireitando o corpo e levantando.

- Nós ainda não terminamos noite passada? – Temari retruca a insinuação. 

- Eu estou bem aqui! – Gaara exclama exasperado – não quero imaginar. Então, por favor, parem!

            Temari riu e continuou a tomar café com o irmão enquanto os outros dois iam embora.

- Vai me dizer por que está tão pé no saco comigo? – Ino pergunta quando eles já estavam na rua.

- Mom* disse que você avisou que não passaria o natal esse ano. – Shikamaru inicia a conversa.

- Sim. E o que tem? Vou cuidar de Gaara.

- Nós teríamos uma reunião de família, lembra? Eu, você e ela tomando gemada com rum e comendo biscoitos de canela na manhã de natal - Shikamaru pintou suas típicas manhãs de natal.

- Primeiro eu odeio canela – Ino começa a listar. – Segundo eu sei muito bem do que essa reunião de família se trata. Eu já disse tudo o que eu tinha para dizer. Se Yoshino não colocar um pouco de senso nessa sua cabecinha não sei quem vai – Ino resmunga impaciente e então começa a tagarelar: - você e a Temari se amam pra caralho – Ino diz sem filtros. Estava tão acostumada a se policiar perto dos Sabakus que o palavrão saiu de sua boca acompanhada por um estranhamento. – Vocês dois são o casal mais perfeito que eu conheço. Conseguem se entender em tudo mesmo discordando com as coisas. Tem noção do quão raro isso é? – Ela não deu tempo de ele responder – não vai achar isso em qualquer esquina. Depois daquela golpista da Cristal você se fechou para mulheres e ver você com a Temari, minha melhor amiga Temari, foi a melhor noticia do mundo. Não acredito que vai estragar tudo isso por causa de um medo bobo.

- Não é medo é precau...

- É medo sim! – Ino exclamou interrompendo-o. – Precaução é uma ova. Tá com medo de ser um bosta de pai que nem o seu, mas Shika... Ninguém é mais perfeito para Temari do que você. Eu nunca a vi apaixonada por alguém como ela é por você. Nunca a vi apaixonada! – Se exaltava. Fazendo Shikamaru lamentar cada sinal vermelho da engarrafada avenida. – Ela passou tanto tempo procurando o cara perfeito, ideal. Acreditando que tinha um enorme azar para o amor – Ino bufou. – Mal sabe ela que o azar continua.

- Eu nunca menti para a Temari – Shikamaru a cortou sério. – Ela sabe que o nosso relacionamento não é para sempre. Que vamos terminar.

- Mas não sabe o porquê. Se ela soubesse não estaria com você.

            A verdade o atingiu em cheio, afiada como uma faca que ia cortando-o em pedaços lentamente.

- Desculpa – Ino murmurou devagar. – Não sei por que estou exaltada assim com você. Acho que é sono – ela lhe dirigiu um sorriso amarelo, mas que não foi visto. Shikamaru entrou no estacionamento e dirigiu até a sua vaga – e quem sabe falta de sexo. Tenho uma cirurgia agendada, tenho de ir.

- Consulta – Shikamaru limitou-se em responder.

- Você ficou chateado? – Ino indagou soltando o cinto de segurança e abrindo a porta do carro.

- Não. – Ele nega balançando a cabeça. E como estaria se ela está certa?– Desculpe por hoje mais cedo. – Shikamaru diz depois que ela salta do carro.

            Eles brigavam e brigavam, mas no fundo se amavam.

  - Você quer conversar? – Ino indaga esperando-o descer. – Tipo civilizadamente.

            Shikamaru suspirou.

- Tá tudo bem Ino. No fim vai ficar tudo bem. Ninguém morre de amor.

            Ino tinha exemplos na ponta da língua de que aquela afirmação não era verdadeira, mas preferiu “deixar quieto”. Falar não adiantaria. Só um milagre para dar um jeito na vida daqueles dois.

- Do jeito que as coisas estão vocês vão acabar ficando assim para sempre.

- O que? – Shikamaru indagou meio estático. 

- Vocês não estão pra terminar – alega Ino. Aquilo era óbvio, o relacionamento deles estava indo de vento e polpa. - Você diz que a bomba ‘não quero filhos’ vai estourar, mas até agora nada. Já são quase dois anos. Dois anos que a Temari poderia já ter encontrado o pai dos filhos dela. Alguém que possa ficar com ela para o resto da vida. Amar. Dar filhos. Satisfazer. Ele vai ter que se esforçar porque nós dois sabemos que a Temari é muito exigente. – Ino joga a sua última cartada. – Você tem noção do que é isso, não é? Vocês vão se separar. Ela vai sofrer um pouco, mas vai sacudir a poeira e sair para procurar outra pessoa. E vai achar porque convenhamos a Temari é perfeita. Eles vão namorar, casar, trepar e ter filhos. Não necessariamente nessa ordem. Vocês têm o mesmo circulo de amizades, então você vai sempre vê-la feliz com outro homem. E você vai passar o resto da vida olhando outra pessoa fazendo-a feliz. Dando o que você não pôde e blá bá blá.

- Por favor, fique quieta. – Shikamaru praticamente implora.

- Sua vaga é tão longe da porta – Ino reclama enquanto cruzavam o estacionamento.  

 

De volta à casa dos Sabaku

- Você já contou a ele? – Gaara perguntou acariciando os cabelos cor de areia da irmã. Ele estava sentado no sofá assistindo TV, já ela estava deitada no sofá com a cabeça no colo dele analisando pelo notebook a proposta que recebeu por e-mail que recebeu há uma semana.

- Não tenho certeza se vou aceitar – Temari diz pensativa. – Eu tenho que falar com o chefe antes. Não adianta nada me mudar para estudar e ficar sem emprego.

- São apenas seis meses.  

- “‘Apenas”? – Temari repetiu rindo – Sabe o que eu teria de fazer para deixar o meu setor por seis meses?

- Muitas mudanças – concorda Gaara – mas com um planejamento bom tudo vai dar certo. O pai nunca demitira você. Não por ser seu pai, mas por você ser quem é. Você é uma excelente médica Temari. Excelente a ponto de poder deixar o setor por seis meses e voltar ainda por cima.

Temari inspirou lentamente, enchendo o peito. Gaara estava certo.

- Estou dizendo para avaliar suas opções. Ninguém por aqui faz o que estão te propondo – Gaara repete olhando para o notebook. – Vai poder trazer esta inovação para o país. As pessoas não vão mais precisar ir até a Inglaterra para disputar as vidas de seus fetos numa agenda lotada de Mei Terumi. – Temari suspirou. Aquelas seriam as exatas palavras que sua mãe usaria. Com um acréscimo de “não vai deixar essa passar por causa de homem. Mas não vai mesmo!”. - Essa ideia da Mei de treinar pessoas em outros lugares, é extraordinária.

            Temari o escutava, mas permanecia em silêncio. De todas as médicas... Ou melhor, de todas as cirurgiãs pediátricas do país ela foi escolhida a ingressar num intensivo de seis meses na Inglaterra para aprender a realizar cirurgias neonatais. Fazer cirurgia em bebês antes que eles nasçam. Aumentando suas chances de sobrevivência.

- Tem razão – Temari concorda depois de um tempo. – A ideia é maravilhosa, quase um sonho...

- Então por que está com o pé tão atrás? – Gaara indaga voltando com o carinho. Tinha uma linha fina entre Gaara e Karura. E está linha se chama gentileza. Karura era mais “agressiva”. Franca num nível abissal, Karura dizia logo o que devia ser dito, doa a quem doer. Era afiada como uma navalha. Já Gaara era gentil com as palavras e até mesmo nas ações. Mesmo em contraste com a sua própria personalidade, Karura os criou para serem gentis.  

- Nós vamos terminar, eu sei disso. Ele já disse que não posso esperar grandes coisas dele – Temari admite sentindo o peito doer. – Me dói. Porque ele é perfeito para ser o meu cara, minha lagosta.

- Friends? – Gaara indaga só para confirmar a referencia.

- Sim – concorda Temari. – Eu só não quero adiantar esse término

- Nós devíamos parar de falar sobre isso – sugere Gaara – senão vai mesmo acontecer. Parece que todos ultimamente só sabem falar disso.

- Todos? – Temari repetiu.

- Ino, Tenten, Ino, Hinata, Ino, Sakura, Ino. Eu já falei a Ino? – Gaara tenta fazer a irmã rir, mas fracassa. – Até o Sasuke comentou sobre isso.

- Por que não fazem uma aposta? –Temari sugere mórbida – quanto tempo esse barco vai procrastinar até afundar.

            Gaara sentiu um arrepio na espinha, mas decidiu ignorar. Tratou logo em mudar de assunto para entreter a irmã mais velha. Deixá-la de cabeça ocupada.

- Você não tinha que sair? – Gaara lembra-se de repente. – Encontrar a Tenten ou algo assim?

- Não, é só no.... - Temari franziu as sobrancelhas por um momento. – Hoje é que dia?

- Sábado – ele responde prontamente.

- Data, Gaara, data.

- 16 de dezembro – respondeu fazendo-a levantar do sofá e deixar o notebook por lá mesmo.

- Tem razão, hoje é o último dia que podemos procurar pelo vestido – Temari diz rapidamente enquanto passava as mãos pelos cabelos ajeitando-os.

- Ainda na busca pelo vestido “deslumbrante”? – Gaara repetiu as palavras que a Mitashi usara na última vez que a viu.            

- É, é – Temari respondeu impaciente já se retirando da sala.

 

Uma hora depois

Centro

 

- O que você acha? – Tenten questiona recebendo um olhar analítico da outro. – Eu selecionei você para esta missão porque é a mais sincera. Então seja direta. Direta como uma flecha.

- Está horrível, por favor, tire enquanto eu arranco os meus olhos – declarou num tom dramático.

            Tenten entra no provador novamente, fechando a cortina para retirar o vestido.

- Pensei que tivesse gostado. Disse que era bonito e tudo – diz enquanto puxava para com dificuldade os panos para fora de si.

- E é. Lindo. Mas não pra você, ele não é a sua cara. Sei lá, só não achei que ficou bom – Temari explica sincera. – Talvez devesse mandar fazer um – sugere Temari.

- Vai sair muito caro – A Mitashi diz aliviada por finalmente ter se livrado do vestido. No corpo era até que confortável, mas para tirar... Só Jesus! Olhou-se no espelho por um momento, tocando o ventre quase que inconscientemente. A barriga já evidente estaria ainda maior no dia do casamento. Já tinha escutado várias vezes: “vai ser difícil esconder”. Como se ela quisesse isso. Estava produzindo uma vida, não tinha vergonha disso. Pelo contrário. Sentia-se orgulhosa e feliz.

- Precisa de ajuda para tirar? – Temari ofereceu enquanto estava distraída com o celular. O e-mail ainda a perturbava.

- Não, já consegui – Tenten respondeu pegando as próprias roupas. – Pode parar de chutar minha bexiga Prince... – Zangou com o filho ainda na barriga.

            Terminou de se vesti e voltou para Temari com o vestido em mãos. A vendedora retornou assim que a viu com o cabide em mãos. Nem perguntou se a Mitashi iria levar, só pela expressão ela sabia que não.

- Por que não experimenta esse que você fica babando quando acha que eu não estou olhando? – Temari sugere esticando-o para ela. Tenten pegou o vestido em mãos, pronta para rejeitar – é só para experimentar, vamos.

- É tortura – argumenta Tenten.

- Vai Tenten – Temari tenta mais uma vez. – Eu pude ver corações no lugar dos olhos quando você o viu. 

            Tenten se dá por vencida voltando para o provador.

- Não posso levar. É tão caro – ela diz enquanto o vestia com menos dificuldade do que esperava. – Estou cheia de hormônios. Se eu chorar depois que vesti-lo você vai ter que me comprar barras e barras de chocolate.

            Temari revirou os olhos enquanto trocava algumas palavras com a vendedora.

- Você pensou em fazer um empréstimo?

- Até que sim, mas não para o casamento e sim para a casa. – Tenten responde desanimada. Ela termina de colocar o vestido de costas para o espelho e respira fundo. - Decidimos parar a obra para poder ter dinheiro para as coisas do bebê.

- Conseguiu alguém para morar no seu apartamento? – Temari perguntou indignada.

- Ainda não. Vou colocar o anuncio no quadro do hospital.

            Tenten finalmente se vira para o espelho. Estava perfeito. Ela estava perfeita e simplesmente não podia tê-lo. Estava acostumada com aquilo. Desde que perdera os pais era acostumada a escolher pelo que a avó podia lhe dar, e não o que queria. Primeiro por medo de ser devolvida para orfanato. Depois por consideração a sua velha.

- Tenten, você precisa de ajuda? – Temari oferece mais uma vez, impaciente com a demora da outra.

- Temari eu quero aquelas barras de chocolate – Tenten murmura enquanto saia do provador.

            Temari a encarou de cima abaixo. Parecia analisar os mínimos detalhes.

- Vamos levar – declarou baixinho para a vendedora. – Pode trazer a máquina, por favor... Aceitam elo?

            A vendedora –Lory- afirmou com a cabeça.

- Sobre o que estavam falando? – Tenten indagou, mas não estava realmente curiosa. Seu animo diminuiu estrondosamente.

- Você pode sentar aqui por um minuto? – Temari pede gentilmente. Ela lança um olhar para a vendedora que rapidamente a entende. Lory pega os vestidos que a morena havia experimentado e se retira. Deixando-as a sós. – Ten.. – Ela começa depois que a Mitashi se acomoda.

- Tema – Tenten diz imitando o tom da mais velha.

            Temari sorriu e continuou.

- Esse vestido é perfeito, ficou mais do que fantástico. Não existe uma palavra para descrever o quão deslumbrante você ficou nele. Por favor, por favor, por favor, me deixe compra-lo para você – Temari pede, implorando com os olhos.

- Eu não posso acei...

- Não é caridade – Temari a interrompe, prevendo suas palavras. - Só se for para mim. Pois eu não quero ter o desprazer de te ver no melhor momento da sua vida com um vestido sabendo que existia outro melhor. E eu juro juradinho que vai ser o meu presente de casamento e de aniversário. Posso jurar que não te dou nada pelos próximos três anos se quiser.

            Tenten estava em silêncio, pensativa. Sabia que a mais velha tinha boas intenções, mas era um vestido tão caro.

            Temari se ajoelha na frente da morena, segurando-a pelos joelhos.

- Eu sei que para você é muito caro – Temari expõe voltando ao seu tom gentil. – Mas eu quero que você pense que para mim não é. Não estou dizendo ou fazendo isso porque quero ser vista como boa, ou algo assim. E sim porque eu te amo. E quero que o seu dia seja mais do que especial.

- Eu jamais pensaria isso de você – Tenten profere abraçando a amiga. – Jamais! – Repete em ênfase. – Mas eu não posso aceitar. É muito dinheiro. Imagina o que vão pensar de mim? Que eu só tenho amigos ricos para me aproveitar deles.

- Dane-se o que as pessoas vão pensar – ela pronuncia calma. - O que adianta ter amigos ricos se você não pode se aproveitar deles? – Temari indaga brincalhona.

- Uma coisa é deixar vocês me pagarem comida, mas isso. Isso parece tão errado para mim.

- Modéstia a parte isso não faz nem cocegas na minha conta – Temari diz um pouco mais séria. – Só tendo cinco filhos eu precisaria começar a me preocupar com dinheiro. E não seria nem para viver, e sim em termos de herança.

            Tenten encara os olhos de Temari. Viu persuasão, claro. Mas também enxergou bondade, luz e quem sabe um pouco de receio.

- Você é incrível – declarou por fim. - Não se cansa de ser incrível o tempo todo?

- Uma hora eu falho – Temari responde dando de ombro e levantando-se.

- Sem mais presentes! – Tenten exclamou dando-se por vencida – e isso inclui os seus irmãos também.

            Opa...

- Hmm, vou pedir para Gaara cancelar as cascatas de chocolate e a chuva de pétalas de rosas – Temari “brinca” sorrindo.

- Cascatas de chocolate?! – Tenten repetiu incrédula, mas animada.

            Temari gargalhou.

- Você não existe! - Temari exclama ainda sorrindo. Estava saltitante. Não acreditava que tinha convencido a Mitashi. Num impulso alegre ela puxa a outra para um abraço. – Se você não está esperando ou quer presentes caros melhor alertar a Hinata sobre o que o Naruto anda fazendo. Porque ele fez uma lista e eu tenho certeza que li BMW em algum lugar – Temari informa desfazendo o abraço. Tenten estava com os olhos arregalados e a boca num perfeito: O.

- Carro ou moto? – Perguntou só por curiosidade.

- Não sei, ele puxou a lista muito rápido – Temari conta. – Talvez nem seja para vocês não é – Temari diz tocando o ventre da amiga, recebendo um chute em resposta. – Ele me ama – cantarola ao sentir o chute.

- Espero que ele não compre uma lista inteira.

- Acho que não – Temari responde sincera. – ele não seria tão louco. E afinal de contas Hinata piraria. Ahn... Falando em loucuras – a loura começa num tom adoçado fazendo Tenten unir as sobrancelhas. – Isso de sem presentes também inclui o Boris? Porque eu estava navegando pela internet esses dias e vi esses kigurumis muito fofos e comprei três.

            Tenten riu, declarando que estava tudo bem.

- De cada tamanho – completa Temari.

-Temari!

- Você não vai brigar comigo se eu te mostrar – Temari conta pegando o celular rapidamente.

- Ai meu Deus, tem de sapinho! – Tenten exclamou com os olhos brilhantes.

- Eu sabia que você gostava então comprei um de sapo também, mas olha esse de leão tem umas patas combinando – Temari diz entusiasmada enquanto passava os print.

- Esse parece grande – Tenten nota que o bebê que usava já parecia ter uns dois anos.

- É, o Boris vai poder usar com uns três anos. Acho que ele vai ser meio pequeno – Temari diz sorrindo.

- Três? E se ele não quiser? – Tenten indaga observando os lindos kigurumis.

- A gente passa para a próxima kid – Temari diz balançando os ombros. – De quem você acha que vai ser?

            Shikatema, Tenten morde a língua para não dizer. Aquilo era o que queria, e não de fato achava.

- Sasusaku – responde ao invés.

- Sério? Acho que Sakura esta muito na vibe de recém-casada que acho mais fácil o Gaara e a Ino cometerem um deslize – Temari articula mirabolante.

 – O Naruto está doido para ser pai, mas a Hinata não está pronta.

- Tem razão – concorda Temari – mas aposto que posso fazê-la mudar de ideia... – Temari profere num tom maquiavélico, para depois cair na gargalhada com a Mitashi.

 

Mais tarde no mesmo dia

 

            Um raro sorriso estampava o rosto de Hosokawa enquanto observava de longe Temari tratar seus pacientes com a Terapia Assistida por Animais (TAA). Havia dezoito crianças ao total, a maioria com câncer ou alguma doença do gênero. Sete cães treinados executavam a terapia auxiliada pelo Dr. Inuzuka, sua irmã Hana e seu amigo Shino. Todos veterinários.

            As crianças estavam na sala de lazer. Havia algumas mesinhas para crianças, uma TV que tinha conexão a internet para passar desenhos, alguns jogos de tabuleiro, quebra-cabeças e até mesmo ursos de pelúcia.

            As crianças menores estavam acompanhadas por seu pai ou mãe, enquanto os pais dos maiores apenas observavam do lado de fora. Onde podia se ver tudo através do vidro. Apesar de ter alguns aparelhos hospitalares a sala era aconchegante e acolhedora. Temari sorria a todo o momento, nada parecia incomoda-la. Nem mesmo quando um enorme labrador lambeu seu rosto e a derrubou de bunda no chão ela deixou de sorrir.     

- Ela é incrível, não é?- Um dos pais perguntou a Hosokawa. Ele era alto e de pele morena, o cabelo era um black curto e bem cuidado, mas talvez não tanto quanto a barba. – Fazia tanto tempo que eu não via minha filha sorrir e agora ela não para de rir. – Hosokawa notou certa emoção no tom de voz dele. – Eu sou o Mike – o homem se apresentou. Hosokawa apertou-lhe a mão e disse seu nome. A mulher de Mike era Alice.

- Qual das crianças é a sua? – A mulher que estava com ele fazia contraste. Ela era de pele alva, seus cabelos lisos e castanhos tinham um corte moderno e repicado.

- A loira – Hosokawa respondeu simplesmente.

- A com o coelhinho? – Alice perguntou para confirmar.

-Não, a com o jaleco – ele respondeu. – Eu sou pai da Dr. Sabaku – disse com orgulho. – Eu acabei de chegar então ainda estou sem jaleco. Sou o chefe de cirurgia, Hosokawa no Sabaku – se apresenta novamente, dessa vez mais formalmente.

- Parabéns – outro pai que ouvia a conversa o felicitou. Assim como alguns outros, até que todos tinham lhe apertado à mão e sorrido. Mesmo meio sério Hosokawa aceitou com educação.

            Ele viu Temari sair da sala e se aproximar deles.

- Oi pai – cumprimentou beijando-o no rosto. – Oi pessoal! – Cumprimentou alegre virando-se para os pais, mas ainda abraçava o pai pela cintura.

- Oi querida, como está indo? – Pergunta circulando a cintura dela num abraço.

- Perfeitamente bem – Temari respondeu contente. – O Dr. Inuzuka é ótimo! E as crianças estão reagindo bem melhor do que esperado. Até mesmo os que tinham um pouco de medo estão reagindo bem – conta dirigindo-se também aos pais. – Como vocês já sabem os animais proporciona um ambiente agradável e melhora a qualidade de vida. Aqui na terapia para as crianças os animais são de total importância. Não só emocional, mas também físico, social e mental. – Explicava de um jeito simples. – Dá para notar só de olhar que as crianças estão não só brincando com os animais, mas também estão entrosando entre si. Estão mais alegres, relaxadas. – Disse dando alguns exemplos mais específicos. Conhecia cada criança ali por nome. - A vida delas mudou e agora elas vivem no hospital. Vocês não podem ficar no hospital sempre e deixo claro que não estou os julgando por isso, longe de mim. Mas mesmo que vocês ficassem aqui 100% aqui elas iam continuar se sentindo sozinhas. Com saudade dos amigos, de outros familiares. Da vida delas. E os cães são uma forma de aliviar isso. Diminuir a solidão, proporcionar diversão, aliviar o tédio do cotidiano. E fisicamente os exercícios são variados e aumenta a mobilidade das crianças. A terapia ajuda a regular a pressão arterial, porque tem reações químicas positivas. Ela dá um bem-estar geral. E até mesmo reduz a dor. Ela dá um novo animo para as funções da fala.

- Minha criança tem problemas de pressão então isso que você disse sobre pressão arterial...

            Temari continuou a responder algumas perguntas até que deu a hora combinada com Kiba para o fim da terapia. O veterinário tinha se disponibilizado a vir de quinze em quinze dias. E o melhor de tudo: de graça. Temari disse que esta seria uma ótima oportunidade de divulgar a clinica dele e de seu amigo Shino, que além de veterinário era formado em entomologia.  

- O tempo da terapia acabou – anuncia Temari – tenho que ir salvar os cães das crianças. – Comenta fazendo alguns pais riem. 

            Minutos depois os cães já estavam em suas caixas transportes e as enfermeiras levavam as ultimas crianças para seus respectivos quartos.

            Os médicos pararam para conversar aproveitando o tempo livre da Sabaku para conhecê-la melhor. Shino e Hana não ficaram por muito tempo, pois os cães precisavam ser levados de volta para seus donos.

- Muito obrigada Kiba – Temari agradeceu pela incontável vez.

- Você não se cansa de agradecer? – Kiba indaga pandego. – Jesus Cristo!

            Temari riu fazendo o sorrir em resposta.

- Que tal um café? – Ele sugere ainda com um sorriso.

            Shikamaru chegou atrasado à ala pediátrica. Tinha pensado em fazer uma surpresa para a namorada e vir prestigiá-la no novo método, mas acabou preso nas consultas.

            Mesmo de longe, assim que pisou no corredor ele a viu. Uma luz de sol em meio a toda a escuridão. A cabeleira loura estava em frente à sala conversando com alguns pais, então decidiu dar-lhes alguma privacidade.

- Dr. Nara – Hosokawa cumprimentou ao passar por ele.

- Chefe – cumprimentou com um aceno de cabeça.

            Os pais também foram saindo, liberando Temari aos poucos. Logo só sobrou ela e os veterinários. Ia se aproximar, mas uma ligação rápida da mãe o manteve distante por mais alguns minutos. Quando desligou notou que só Temari e o ex de Hinata conversavam.

            Eles riam como se fossem amigos de anos. Shikamaru aproximou alguns passos e pôde ver o olhar de admiração que ele tinha e um pouco de... Interesse?

Que tal um café? O ouviu sugerir com um sorriso quase que sugestivo. Temari não pareceu notar a intenção do outro. Shikamaru respirou fundo colocando um sorriso animado no rosto.

            Quando Temari ia responder Shikamaru chegou ao seu lado, ele sorria tão abertamente que por um momento ela pensou ser outra pessoa.

- Oi meu amor – ele cumprimenta alegre e lhe cola os lábios por um breve momento. “Meu amor”? Ele nunca a chamava assim... Ela com certeza perceberia os seus ciúmes. – Como foi à terapia?

- Com licença, tenho de procurar uma amiga – Kiba pede sério retirando-se.

- Tchau Kiba – ela despediu-se e logo voltou animada a Shikamaru respondendo a sua pergunta. – E você como foi às consultas? Algo interessante?

- Até que sim – ele respondeu pegando-a pela cintura e guiando pelo corredor.

- Vocês estão indo para a cafeteria? – Naruto praticamente brotou ao lado deles. – Me tragam um duplo, por favor. – Pede coçando a têmpora. Já estava no hospital há vinte e quatro horas, apenas quatro dormidas. - Cadê o doutorzinho, não quis ir com vocês?

- Shikamaru o afastou com seus ciúmes – Temari respondeu mordaz, Naruto riu baixo enquanto Shikamaru suspirou. Ela era impossível.

- Não esqueçam meu duplo – Naruto diz depois de um bocejo. – E se virem minha esposa digam que estou a chamando.

- Por que não manda uma mensagem? – Temari perguntou, mas Naruto já estava a caminho de sua sala. – Agora além de médicos nós fazemos delivery?

            Shikamaru apenas levantou os ombros para a pergunta irritadiça.

- Como Gaara está indo? – Perguntou quando entraram no elevador vazio.

- Me diz você, você que é o médico dele. – Temari responde afiada.

- Boa resposta – elogia Shikamaru.

Eles ainda estavam sozinhos no elevador. O velhinho que trabalhava ali havia se aposentado.

- Está estranho – Temari comenta sem fazer rodeios. – Com ciúmes, distante, fazendo perguntas aleatórias para preencher o silêncio. Não somos assim. Sempre temos o que conversar. Senão o silêncio nunca é constrangedor.

            Havia se esquecido – ou melhor- deixado de lado o fato de que Temari era muito observadora.

- É algo que a Ino disse – Shikamaru começa a explicar desviando o olhar do painel para os brilhantes olhos verdes. – Que se nós realmente terminarmos – ele explica devagar, selecionando as palavras cuidadosamente. Ela não saberia demais, mas também não ficaria no escuro – eu tenho que estar preparado para te ver com outra pessoa. Não acho que eu esteja preparado para te ver com outra pessoa.

- Deve ser porque não terminamos – Temari argumenta num sussurro.

- Acho que nunca estarei pronto para te ver com outra pessoa – admite Shikamaru.

            “Então não me deixe”. Temari pensou quase que imediatamente, mas não podia dizer isso. Não podia fazer isso com ele. Não quando desde o começo ele deixara claro que ele não ficaria com ela para sempre.

            A porta do elevador finalmente se abriu, eles saíram lado a lado do elevador. Mas como o esperado Temari quebra o silêncio:

- Eu não posso dizer o que eu quero dizer e isso está me matando – ela diz baixo, afinal estavam no hospital Mas mesmo discutindo a relação em público, eles eram discretos e a conversa parecia tão intima que ninguém jamais ousaria os interromper.

- Você me prometeu fidelidade, amizade, felicidade, amor, um incrível sexo, mas não me prometeu a eternidade. Isso me deixou confusa no começo, e acima de tudo insegura. Mas... – Ela procurou as palavras certas por um segundo – eu gostava de você. Queria te conhecer melhor. Um novo relacionamento é como ver uma piscina de fundo azul meio de longe. Você não sabe se tem água ou não senão se jogar.

- Você pode só mergulhar o dedo – Shikamaru sugeriu esperto. Temari sorriu.

- Esse é o ponto. Eu mergulhei o meu dedo e a água estava tão boa que eu decidi me jogar – Temari disse da forma mais clara que pôde. Mas sabia que ele a entenderia de qualquer jeito.

- E como foi? – Ele inquire sem conter a rara curiosidade. - Você acha que tem água ou que está vazia?

- Eu ainda estou no ar – Temari “esclarece” – não sei se vou ter um delicioso mergulho ou se vou me quebrar toda.

- Estar no ar dói? – Shikamaru indaga meio que relutante.

- Não. – Ela responde prontamente. – Tem esse incrível frio na barriga, o vento fresco no rosto, a adrenalina.

- Você quer mergulhar?

- Claro que eu quero – Temari responde levemente ofendida. – Eu te amo. Não estaria com você se não quisesse... Mergulhar – se segura rapidamente. – E eu sei que você quer mergulhar na minha piscina.

            No momento que ela disse isso viu a interna que passava por eles arregalar os olhos em sua direção. Se fosse outra pessoa teria corado, mas aquela era Temari.

- Isso soou tão pornográfico – diz Temari. Se o assunto fosse outro teria até rido. – Traumatizei a coitada da Kim. – Completa ao ver a morena sair de perto deles quase que voando.

-Tema – Shikamaru chama sua atenção parando no corredor e a puxando para o canto – eu já estou mergulhando em você. Eu queria poder deixar tudo o que eu sinto de lado e deixar a minha mangueira enchendo uma piscina só para você.

- O que é? – Fez a pergunta que atormentava no fim de todos os dias.  

            Shikamaru a encara com intensidade, as cores nos olhos dele brilhavam conforme os sentimentos passavam. Ele abriu os lábios para falar até que avistou uma sorridente Hinata vindo com Kiba. Aquele cara conseguia fazer todo mundo sorrir?

- Oh Temari – Hinata disse assim que os avistou – Kiba estava me contando do sucesso da terapia. Espero estar na próxima sessão.

- Seu marido tá te procurando – Shikamaru resmungou mal humorado. E continuou a seguir o corredor em direção à cafeteria.

- Eu atrapalhei alguma coisa? – Hinata sugeriu maliciosa.

- Sim, mas acho que chegou na hora certa – fala Temari. Talvez não tivesse pronta para aquela verdade. – Não é nada – diz diante do olhar confuso de Hinata. – A Hinata era amiga de quem falara? – Temari pergunta a Kiba. – Podia ter me esperado pra descer.

- E ficar de vela para o casal? – Kiba brinca erguendo as sobrancelhas.

- Posso aceitar aquele café agora ou você o pagou pra Hinata? – Temari finge zanga colocando as mãos na cintura.

            Kiba e Hinata sorriem.

- Café pra Hinata? Nunca mais – Kiba diz tão levemente que as palavras nem pareciam ter o peso que tinham. - Com o partido que ela arranjou pra ela é mais fácil ela pagar para nós três. Melhor, para o hospital todo.

            Elas riram e caminharam com Kiba de volta para a cafeteria.

- Falando em partido rico – Temari começa enlaçando o braço no de Hinata. – Sabe o que Naruto dará de presente para Neji Tenten de casamento? Por que eu vi uma lista bem suspeita e talvez bem extravagante.

             Hinata riu.

- Está tudo bem – ela garantiu. – Nós fizemos essa lista juntos. Chamamos de lista de mediações.

- Como assim? – Kiba perguntou realmente interessado.

- Bem, nós estamos realmente falando de filhos ultimamente – Hinata conta corando um pouco. – Ele sabe que é algo distante, mas estamos discutindo alguns termos juntos. Fizemos uma lista de mediações. Eu o deixo colocar uma extravagância desde que ele concorde com algum termo que eu imponha – Hinata explicava enquanto eles estavam na fila. – Ele disse BMW e eu disse só depois dos dezoito anos e se eles frequentarem escolas públicas.

- Existem boas escolas públicas onde vocês moram – aponta Kiba.

- Foi o que eu disse! Mas acabamos concordando que escolas particulares têm melhores oportunidades – Hinata disse num lamento. – Então concordamos na primeira metade da vida em pública e depois na particular. Mas ele disse que queria colocar explicadoras e... Ai meu Deus eu estou tagarelando – Hinata interrompe-se. – Estou ficando louca como ele. – Ou seria com ele? Pensa Hinata. - Daqui a pouco vou começar a querer coisas impossíveis.

- Ele te falou dos doze filhos – Temari deduziu lembrando-se de uma conversa que teve com o Uzumaki.

- Ele é louco! – Hinata exclamou e assim os três continuaram a conversar tranquila e divertidamente. 

 

 


Notas Finais


Esse dramalhão Shikatema já tá enchendo não é?
Vamos acaba logo com isso??? Vamos!!

Beijinhos com gotas de chocolate da Cookie-chan!! Agr SAN pq entrei pro mundo dos adultos (gente que tristeza. Cadê o emprego? Faculdade? Casa própria? Habilitação? Devia tudo vir num kit!)

Espero que tenham gostado, vejo vcs nos comentários <3 <3 .


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