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História Heart Attack - Palpitação.


Escrita por: DeestLumen

Notas do Autor


Pensei que eu tivesse esquecido a senha dessa conta, mas por sorte lembrei. Passou muito tempo desde o primeiro capitulo, eu já tinha terminado o segundo mas não me empolguei muito e fui procrastinando, hoje eu decidi voltar a escrever e estou aqui, de volta haha, acho que o comeback do SNSD e as musicas solo das meninas me deram um up, e me animou também os momentos TaeNy que a gente anda tendo, e saber que as meninas mantem contato me deixou feliz. Bom, espero que gostem, e peço desculpa desde já para quem favoritou e eu deixei esperando. Boa leitura.

Capítulo 2 - Palpitação.


Depois dos meus 7 anos em diante digamos que eu voltei a ter cor de papel, o marca-passo me ajuda a ter uma vida normal, eu não possuía falta de ar e muito menos tinha desmaios porém eu continuava uma pessoa gelada, como eu era uma sangue suga de batimentos cardíacos - passei a me intitular assim depois de alguns anos- e não havia contato com ninguém a muito tempo, a saúde do meu coração estagnou, nem melhorou e nem piorou, não cogitava em tocar em alguém só para ter uma aparência saudável, mas não é por isso que eu amava essa minha aparência de cadáver. Eu tinha um pouco de complexo com ela. 

Depois de passar horas em frente a lareira me levantei dobrei o cobertor e o coloquei em cima do sofá. 
Calcei minhas pantufas azuis e subi os degraus até meu quarto no andar de cima.
Minha casa era moderna com um toque rústico, o piso era de madeira em um tom caramelo e as paredes eram de pedras grandes no tamanho de tijolos ou até maiores, pareciam que haviam sido arrancadas de uma caverna mas a decoração era bem moderna. 
Meu quarto eu fiz questão de falar para os engenheiros de interiores passarem geso na parede e pintarem de azul bebê clarinho como o da minha casa da cidade natal; uma das engenheiras que trabalhou para mim ficou com um pouco frustrada com isso, foi quase imperceptível mas eu percebi, ela aparentemente tinha TOC, tudo que ela fazia tinha que ser milimetricamente igual e estranhamente quando ia falar com ela ela ficava olhando para os botões da minha camiseta social e só faltava me espancar, por falta de atenção muita das vezes quando ia abotoar a camiseta acabava colocando os botões nos lugares errados e ela como não deixava passar esse tipo de coisa, sempre me avisava quase tendo um ataque de fúria, e quando eu falei para ela o que eu queria ela falou mil ideias para  repensar melhor, vejamos, as paredes de todos os cômodos eram de pedra, menos a do meu quarto, acho que isso a incomodou um pouco.

Adentrei em meu quarto peguei meu Notebook na escrivaninha e fui em direção a cama, me acomodei e comecei a responder alguns e-mails, nada muito trabalhoso, minha secretária queria que eu passasse alguns orçamentos das vendas do começo da semana, entrei no meu bloco de notas do Notebook conferi os valores e mandei para ela. 
Fechei o e-mail e o desliguei, fiquei encarando a tela preta do computador perdendo o foco da visão. Muita das vezes eu ficava pesando sobre tudo que me aconteceu, eu ficava ponderando o porquê de tudo ter acontecido depois da cirurgia e não antes, a uns anos atrás eu ficava imaginando se era problema no marca-passo, porém não era, eu havia enfrentado mais uma cirurgia para retirar ele, era um médico da confiança de meu pai, ele contratou uma equipe bem restrita e explicou o caso para eles, o médico achou uma escapatória, ele acabou fazendo uma cirurgia robô-assistida, onde o médico ópera através de uma máquina, era quase como se ele estivesse operando através de um controle de vídeo game, o que foi perfeito pois não precisa ter contato físico comigo. Mas infelizmente não adiantou nada, minha saúde começou a piorar e continuei sugando os batimentos cardíacos das pessoas em minha volta, o que resultou em outra cirurgia para reinserir o marca-passo, eu criava algumas teorias, uma delas é que com a primeira cirurgia o médico poderia ter tocado em algo e poderia ter despertado o que naturalmente eu já possuía e nada que eu fizesse mudaria aquilo.
Fechei a tela do Notebook afastei um molho de chaves que estava no meu criado mudo e o coloquei em cima e me ajeitei para dormir.


                                                                                                                         ***
Por breves momentos eu pensava em entrar em um acordo com meu pai, achar alguém de confiança para colocar no meu cargo aqui na sede porque uma das coisas que eu mais odiava era pegar o trânsito na parte da manhã, era caótico, pessoas buzinando, alguns ônibus velhos soltando aquela fumaça preta extremamente poluída me fazendo espirrar de minuto a minuto, pessoas que não respeitavam o sinal, trânsito quilométrico e pedestres metidos a superman, ficavam impacientes esperando o sinal de pedestres e as vezes acabavam se atirando na frente do meu carro, não sei se aquilo só acontecia comigo mas eu sempre fui muito sortuda em topar com esses pedestres apressadinhos. Na maioria das vezes eu chegava com um leve mau humor na empresa, mas nunca deixava de desejar um bom dia para a secretária da recepção; eu tinha uma empatia com ela, ela tinha por volta de seus 60 anos, e tinha a cara típica da avó que mima os netos e adora fazer aqueles bolos deliciosos na parte da tarde para eles comerem; em decorrência a essa pensamento eu senti uma pontada de saudade de minhas avós, já falecidas infelizmente. 
-Bom dia Mathilde, alguém importante passou por aqui? - depositei os jornais que havia pegado na entrada da empresa no balcão da recepção e a Fitei.
- Não senhorita, só chegou uma carta, aparentemente é de algum nome importante. - falou pegando a tesoura e recortando o pedaço de fita de plástico que havia em volta dos jornais logo me estendeu uma carta que estava em sua gaveta. 

Eu havia feito uma assinatura com um jornal matutino, falava sobre as novidades do mundo e curiosidades banais. Eu havia feito aquilo porque já não aguentava mais todo dia aquele jornal me ligando para tentar me convencer a aceitar seus serviços.
-Obrigada- peguei a carta e um jornal do montinho.

Sai sem me despedir e segui para o elevador. 
Outra coisa que eu odiava, na parte da manhã quando todo mundo começava sua jornada a primeira coisa que eles faziam era pegar o elevador, ninguém é louco de subir as escadas 8:00 horas da manhã, os elevadores ficavam abarrotados de pessoas e eu evitava ao máximo aquilo, mas eu nunca perdia a esperança de pegar um seu ninguém dentro.
Não foi muito difícil avistar um grupo de pessoas quase brigando pra ver quem entraria dentro do elevador, vendo aquilo fiquei observando alguns minutos, não estava com humor para subir a escada muito menos para pegar o elevador com eles e acabar desmaiando todo mundo dali de dentro, é bom evitar acidentes. Esperei todo mundo subir e fui em direção ao elevador acionei o botão para o andar e fiquei esperando. Como era bom ver aquilo vazio. 
Apertei o botão da cobertura, onde ficava minha sala, avistei de longe uma funcionária correndo para pegar o elevador junto a mim e segurei a porta para ela. 
- Bom dia- falou 
Fiz um gesto de cabeça e dei um pequeno  sorriso. 
Eu infelizmente pude aproveitar o elevador vazio por breves momentos.

Eu lembrava dela, ela separava alguns documentos no RH no 8 andar. Ela era jovem, tinha por volta dos 19 anos, era bonita e simpática. Ficava olhando pra mim de soslaio a cada segundo, as vezes mordendo os lábios, as vezes colocando uma mexa do cabelo atrás da orelha. Eu via que ela queria puxar algum assunto então peguei meu celular para me mostrar ocupada. Na empresa muita das vezes alguns funcionários davam em cima de mim, as vezes de modo descarado ou as vezes era mais discreto, como essa garota que estava comigo no elevador. Muita das vezes eram pessoas descentes e interessantes, mas infelizmente não poderia me dar o luxo de sair com elas, infelizmente eu tinha o problema de não conseguir ter contato com as pessoas. 
Já ouvi alguns boatos na empresa que eu na verdade era casada com uma pessoa de outro país por isso nunca queria contato com ninguém, já ouvi também que eu tinha um caso com um dos diretores de outras empresas pra quem eu vendia os produtos, e também já ouvi que eu tinha uma espécie de triângulo amoroso com atrizes famosas. Eu não sabia qual história era mais cômica, mas eles tentavam de tudo para fazer uma teoria explicando porque a futura herdeira da empresa não querer ter relações com ninguém. Eu me divertia um pouco com aquilo, as vezes eles faziam até aposta entre si para ver quem descobria alguma coisa, mas sem sucesso, o mais engraçado é que não sabiam nem um pouco serem discretos. 
A garota parou em seu andar e se curvou brevemente, fiz o mesmo, ela saiu do mesmo e olhou para mim pelos seus ombros e continuou andando. 

Cheguei em minha sala finalmente, depositei o jornal em cima de minha mesa de madeira e abri a carta.

"Prezada Kim Taeyeon, a empresa RET te convida para uma festa Beneficente do nosso mais novo hospital vinculado ST. Patricius. Esperamos sua presença.

Data: 16/10 as 20:00 

Agradecemos desde já" 

Suspirei e sentei em minha cadeira.
A festa beneficente seria amanhã e eu não estava com um pingo de vontade de ir. Mas como meu pai diz: " esses eventos são bons para a imagem de empresa".

                                                                                                                       ***

Era exatamente 19:30, estava terminando de me arrumar. 
A empresa RET, uma empresa especializadas em remédios estava dando a festa, agora vinculada com o hospital ST. Patricius. Eles não eram uma empresa tão grande, logo não me vesti tão cheia de glamour, vesti uma camiseta social preta com as mangas dobradas e uma calça também social preta e um salto. Coloquei meu relógio e peguei a chave do carro.
Atravessei a casa até chegar a porta da garagem na cozinha e a abri. Uma das coisas que eu mais tinha apreço era a minha Mercedes- AMG GT C, era rápida, bonita e confortável. Eu comprei ela em um preto fosco quase não se dava para ver no meio da noite.
Abri sua porta, me ajeitei devidamente e coloquei o cinto. Antes de ligar o carro eu havia esquecido de uma coisa muito importante, eu não iria levar ninguém a festa, e provavelmente os representantes das empresas se juntariam em uma pequena roda e ficariam horas em afinco discutindo sobre negócios; não queria ficar tão deslocada lá, rapidamente peguei meu celular e fiz uma pequena pesquisa de quem iria estar lá e é claro pesquisei sobre o dono da RET, Yokino Hakada, era japonês, por volta dos 50 anos, pesquisei um pouco sobre ele e outras pessoas, seria bom entrar em um terreno já conhecendo um pouco as pessoas, feito isso liguei meu carro e abri a garagem. 

                                                                                                                 ***
Me perdi umas duas vezes pelo caminho, havia o endereço atrás do envelope porém o endereço ficava um pouco longe da cidade e o GPS não tinha o mapeamento completo daquela área, mas depois de algum tempo consegui achar o caminho. A construção parecia um castelo da época dos cavaleiros medievais, o caminho era feito de pedrinhas brancas e havia algumas pessoas no gramado ao lado desfrutando de algum champagne que eu provavelmente odiaria e um homem tocando violino. Nunca fui muito chegada em bebida alcoólica, as vezes aceitava só para fazer a social mas também só ficava segurando a taça da bebida na mão sem bebericar uma vez sequer. Parei perto de um homem que aparentemente era o chofer e sai do carro ele logo veio ao meu encontro pedindo as chaves; depositei a chave do carro em sua mão e disse um breve "obrigada". 
A primeira coisa a se fazer agora era entrar lá, encontrar Yokino Hakada e discutir os possíveis investimentos que eu poderia fazer em sua empresa ou talvez divulgar sua empresa e o Hospital de alguma maneira, era sempre assim. Subi as escadas para onde levava a uma gigantesca porta, subi degrau por degrau, olhando para os lados e avaliando o local, estava bem iluminado tanto dentro como por fora, era um lugar bonito. Havia uma pessoa em todos os lugares tocando a mesma melodia, parecia que tinham combinado para tocar na mesma hora, o que provavelmente era verídico, na entrada havia um violinista do lado direito da grande porta, mais a frente mais um, e no segundo andar no corredor depois das escadas que dava a vista para o salão tinha mais um também, sem excluir o que estava lá fora no gramado.
Fiquei alguns segundos parada olhando o homem tocar o violino, logo me toquei que estava bloqueando a passagem. Segui olhando para o rosto de cada pessoa logo as reconhecendo de minha breve pesquisa. Um baixinho rechonchudo se aproximou de mim com o sorriso carismático e fez um aceno com a cabeça.
- Ora se não é a jovem Kim Taeyeon, muito prazer- estendeu sua mão pra mim, sem ter saída recusei e me curvei em sinal de respeito. 
Ele estranhou minha atitude mas não falou nada. 

Eu lembrava dele, era dono de uma empresa de pequeno negócio, mexia com coisas agrícolas; Jean Paul, um inglês. 

- Como vai senhor Paul?- perguntei.

Depois de Jean Paul, eu e ele nos encontramos com mais algumas pessoas, acabou formando um pequeno grupo de 5 pessoas, Jean Paul mais três homens que não fiz questão em decorar o nome e uma mulher que estava como acompanhante de algum deles. Como era de se esperado iniciamos uma conversa sobre negócios, depois que alguns longos minutos arrastadas Yokino Hakada iniciou um discurso pedindo o silêncio de todos. 
Fez um discurso longo e arrastado agradecendo todo mundo e logo se estendeu falando suas futuras expectativas e seus projetos para o hospital. Yokino aparentava ser bem mais velho do que sua idade, no meio do discurso parava para beber água ou dar uma breve respirada, estava bem claro que ele não estava bem de saúde.
Ele acabou seu discurso e passou mais meia hora sumido do evento. 
Estava um pouco de saco cheio de ficar ali com aquelas pessoas e logo pedi licença e subi ao segundo andar e adentrei em uma varanda, por sorte minha, Yokino estava ali, finalmente poderia conversar com ele.
Ele estava apoiando uma de suas mãos no parapeito da varanda e sua outra mão estava em seu coração.
- Sr. Hakada, está tudo bem com o senhor? - me aproximei dele preocupada.

O homem ficou respirando de uma maneira cortada e começou a se inclinar para fora da sacada.
- Sr. Yokino! - falei exasperada.
Eu realmente não sabia o que fazer, se eu tocasse nele as coisas só piorariam.
Claramente ele estava passando mal, ele estava pálido e seu corpo estava mole, quase não conseguia se sustentar. 

Sai da sacada e olhei rapidamente para os dois lados do corredor para ver se achava alguém para pedir ajuda, nada, não havia ninguém, comecei a ficar desesperada, não sabia se eu tentava correr o mais rápido possível para o andar de baixo pra pedir ajuda, não sabia se eu corria pelos corredores do segundo andar para procurar alguém, respirei fundo tentando me acalmar e adentrei na varanda novamente; O homem a minha frente já estava com mais da metade do corpo para fora da varanda, aquela situação era perigosa, se ele perdesse o controle de seu corpo ele poderia cair de lá. 
Meu coração estava batendo tão forte que eu podia ouvi-lo, minha mãos começaram a suar, eu queria fazer alguma coisa, mas se eu tocasse nele eu poderia até mata-lo, meu corpo estava mandando tanta adrenalina para minha corrente sanguínea que se eu tocasse no Sr. Hakada naquele momento o meu corpo puxaria toda energia vital daquele homem para o meu corpo para compensar a energia que eu estava perdendo naquele momento.
Meu corpo inteiro gelou, o senhor Yokino apagou e seu corpo começou a escorregar lentamente para fora do parapeito da varanda, sem pensar, por reflexo, agarrei sua cintura e usei tanta força que eu nem sabia que eu era capaz para puxar ele de volta, sentia as veias de meu braço saltarem e fui puxando ele lentamente, por um momento as coisas começaram a ficar  silenciosas, eu podia ouvir meu coração em meus ouvidos desacelerando o ritmo e minhas pernas ficaram bambas como se eu tivesse corrido uma maratona de 20 km comecei a enxergar pequenos pontos brancos nas costas do homem em minha frente e comecei a escutar um zumbido, como se um mosquito insistente estivesse dentro de minhas orelhas, eu não sabia o que estava acontecendo, as últimas coisas que me lembro foi de ter caído junto ao corpo do senhor Hakada na varanda, em segurança, comecei a ouvir vozes bem ao fundo, depois daquilo tudo ficou um completo escuro.


Notas Finais


É isso, peço desculpa se tiver algum erro. Obrigada por ler.


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