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História Heart of Kaleidoscope - Numa sala, num escritório


Escrita por: Kurorra

Notas do Autor


Olá meus amores, estou de volta a cena! E agora com um novo capitulo, já exclui os avisos.

Esse capitulo ficou meio curtinho, mas tem um pouco de Otayurio no final.

Espero que gostem e boa leitura!

Capítulo 30 - Numa sala, num escritório


Encurralado.


Era a palavra e o sentimento que definia perfeitamente o que a mente do Nikiforov gritava naquele momento, mesmo que a sala fosse ampla e arejada, tendo uma porta de vidro aberta logo atrás de suas costas que fornecia uma iluminação agradável e uma leve brisa. Todavia, ter aqueles olhos negros sobre si era como estar preso entre uma muralha e um predador, e mesmo que biologicamente falando estivesse no mesmo patamar de força e dominância que o Altin, sentia que se fizesse qualquer movimento em falso naquela poltrona; sua cabeça seria separada do pescoço, imediatamente!


–poderia parar de me encarar como se eu fosse te mandar para a forca?– Pronunciou-se cético, depois de respirar profundamente e mudar a posição das pernas para uma mais confortável– se está pensando que estou com raiva de você, está equivocado, Nikiforov. Apenas tenho coisas demais para pensar de uma vez só – descruzou os braços também, tomado uma pose mais relaxada no sofá de couro bege.


– é que mais cedo, você parecia meio…


–irritado? Incomodado? Querendo ou não eu sou um alfa e Yuuri um ômega não marcado que vive junto a mim, e compartilhamos os cios dele quando é necessário. Os instintos falam por si só– o queixo de Victor foi ao chão, estava sinete de que Yuuri, provavelmente, teria um parceiro para seus cios _ ele era adulto e descomprometido afinal _ mas nem em seu melhor chute num de seus dias de sorte acertaria que este era o Altin. Pensava que ele era apenas um irmão ciumento e que estava sempre em alerta para qualquer um que se aproximasse do ômega moreno _ ou um cão de guarda bem treinado – não faça essa cara de assustado, não somos irmãos de sangue, apenas cuidamos um do outro e isso incluía esse tipo de ajuda. Bom, antes de você aparecer por aqui.


–o que quer dizer com isso?– não iria mentir em dizer que não tinha se assustado novamente com a nova informação.


– Yuuri passou por um cio logo depois de se encontrar com você e lhe contar tudo, e o enfrentou completamente sozinho por que não conseguia aceitar uma companhia. E sofreu com as consequências depois – o olhar de Otabeck parecia um pouco distante, nostálgico de um maneira não muito agradável – ele desidratou muito e teve que passar uns dias no hospital.


– ele não me contou isso. –apertou as mãos sobre o colo, Yuuri não confiava nele?


– ele não queria que soubesse, afinal, vocês não tinham nada concreto. Também não queria que você se preocupasse com isso quando tinha tantas coisas para raciocinar e pensar de uma vez – fez uma pausa para deixar o outro raciocinar – mas não é sobre isso que quero falar, Victor. Eu só queria deixar claro que não sou contra seu namoro com o Yuuri.– completou com calma e uma expressão amena. Victor sorriu, contente por não ter que enfrentar problemas referentes ao alfa moreno.


– me alegro com isso Otabeck...– foi cortado subitamente pela voz dura e altiva do outro.


– mas se magoar ele eu arrebento sua cara.


Meu deus!


***


“Maldita burocracia!” o ômega se lamentava em pensamentos enquanto encarava aqueles papéis que pareciam não ter fim. Sentado em seu escritório, Yuuri não tinha a menor vontade de ler e assinar aqueles malditos documentos de legalização. Por que construir um restaurante era tão difícil naquele país? A burocracia chegava ao absurdo; começando pela compra do terreno e depois aqueles infinitos termos da vigilância sanitária. E pra deixar sua cabeça _ já dolorida _ mais cheia ainda tinham os problemas no estúdio de filmagem, que Chris tinha jogado inteiramente sobre suas costas e de Otabeck sem pensar duas vezes, dando qualquer desculpa esfarrapada e desligando o celular.


Seu dia realmente não tinha começado de uma maneira agradável _ tirando o “bom dia” gostoso que recebeu de seus alfa _ e mesmo estando de férias das gravações, estava entupido até o pescoço de trabalho. E ainda tinha que ir a festa de Phichit no dia seguinte. Desabou sobre a mesa, o dia mal tinha começado e ele já estava esgotado.


– o que será que Victor está fazendo a essa hora?– perguntou distraído, o som sendo abafado pela curva de seu braço e ignorando a posição desconfortável que, provavelmente, poderia quebrar seus óculos pelo peso.


– Victor teve que resolver alguns assuntos, foi ao hotel onde está hospedado e disse que voltaria mais tarde.– o ômega moreno deu um pulo na cadeira pelo susto.


– Otabeck! Ao menos bata antes de entrar. Que que eu morra de infante? – brigou. O moreno apenas riu de canto.


– foi mal. Não queria te assustar assim– mentiu – mas, só lembrando, o escritório também é meu– apontou com o polegar para a mesa que ficava a frente da de Yuuri, a uns poucos quatro metros. Eles eram sócios, por isso não viam razão para separarem o local de trabalho. – só vim para dar a notícia sobre seu “namorado”– deu ênfase a palavra, sabendo que não havia ocorrido nenhum pedido oficial ainda _ mesmo não estando a par dos acontecimentos da noite anterior– parece que aquele velho careca e carrancudo ligou e gritou um monte no ouvido dele para que voltasse ao hotel, e ele me pediu para avisar, já que você está ocupado.


Yuuri suspirou, apoiando a cabeça sobre a mão dobrada, com o braço a apoiado na mesa de qualquer jeito. Queria falar mais com Victor, passar um tempo mais íntimo juntos e esclarecer mais as coisas, principalmente por terem, enfim, transado _ e a maior prova disso eram as marcas por seu corpo e as dores leves em suas partes baixas. Otabeck se retirou com um leve aceno de cabeça, indo direto para seu quarto.


Se deteve diante da porta de correr, recuperando sua linha de raciocínio normal e se focando em seus próprios problemas...ou melhor; os problemas que tinha tomado para si. Adentrou o cômodo, tendo o cuidado de fechar a porta silenciosamente e andando o mais silenciosamente também. Sentou-se a beirada da cama, observando o ser que dormia ali. O corpo magro e encolhido era coberto pelos lençóis e os cabelos loiros se espalhavam pelo travesseiro e além dele, como uma cachoeira de ouro derretido.


Se parecia muito com a descrição da deusa Sif*, esposa de Thor, e seus longos fios dourados. Apenas queria que Loki não os roubasse também.


Yuri Pisetsky era uma criatura encantadora. E problemático na mesma medida. Se deitou às costas dele o abraçando e presenciou, com surpresa, quando este se virou e aconchegou em seu peito, permitindo ser abraçado. Permitindo ser protegido pelos braços fortes. Na noite passada, estava saindo do aeroporto quando seu celular tocou, uma das raras ligações do Pisetsky _ geralmente era o Altin que entrava em contacto _ e sorriu para a foto de contato estampada na tela do aparelho. Mas assim que a voz do outro lado soou, soube que algo estava errado.


Yuri, o seu soldado russo, estava com a voz rouca, embargada, estava chorando e falando em sua língua natal, que apesar de saber o básico, não conseguia compreender uma palavra sequer. Se desesperou, perguntou onde ele estava e a única coisa que ouviu e entendeu foi “no meu quarto” e se dirigiu para lá com seu caro, não ligando se levaria uma multa ou qualquer outra coisa e chegando no hotel, em tempo recorde, estacionou de qualquer jeito e ignorou o atendente do hall de entrada, subindo direto para os andar _ aquele elevador nunca fora tão lento na sua opinião _ e digitou senha da segunda porta naquele extenso corredor.


Quando a porta se abriu, entrou sem cerimónias e o cheiro do loiro o invadiu, doendo em seu peito e retorcendo suas entranhas. A melancolia e tristeza corrompiam seu aroma de rosas e orvalho. Não hesitou em confortá-lo e não precisou de muito para convencê-lo a ir a sua casa, a deixar aquele quarto escuro e frio.


Não tinham dormido muito aquela noite pois acordava a cada suspiro mais pesado ou movimento em falso que o outro executava durante o sono conturbado, e parecia que a noite insone tinha enfim cobrado seu preço, o abraçou ternamente juntando ainda mais seus corpos e expirou o cheiro que provinha de sua cabelos com força, se permitindo relaxar por um instante, conversariam depois, em outro momento. Agora, só iriam dormir e aproveitar enquanto Morfeu carregava seus problemas para longe...


Continua…



Notas Finais


* de acordo com uma estória da mitologia nórdica, Sif, esposa de Thor (e deusa da essência e habilidade em combate, uma deusa guerreira) possui longos cabelos loiros, mas que os mesmos foram cortados por Loki em uma brincadeira. Mas foi obrigado a arranjar um jeito de que eles voltassem a ser o que era, pois Thor ameaçou quebrar todos os ossos de seu corpo.

E ai meus amores, gostaram? No próximo vamos ter um momento "fuga implacável" com o Victor e possivelmente um amassos ao vapor nas termas. Eu espero que tenham gostado desse capitulo, por que foi difícil reescrevê-lo.

E ai gostaram? Odiaram? Opiniões? Teorias? Pedras? Comentem, comentem, o teclado não morde e eu também não!

Beijinho e até o próximo!


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