1. Spirit Fanfics >
  2. Heartbeat >
  3. To the last beat of my heart

História Heartbeat - To the last beat of my heart


Escrita por: nsbenzo

Notas do Autor


Boa leitura amores.

Capítulo 20 - To the last beat of my heart


P.O.V Peeta

Não conseguia chegar à conclusão de quantos dias haviam se passado desde que deixei Delly encarregada de falar com Katniss. Talvez há mais de uma semana.

Minha cabeça doía, assim como todo o resto do meu corpo. Nunca havia apanhado tanto como nesses últimos dias. Meus pulsos pareciam estar em carne viva quando eu os movimentava, tentando sair da cadeira em que eu estava amarrado.

Eu estava completamente ferrado.

Vir atrás do cara que ameaçava tirar a minha vida, a de Delly e a de Katniss, sozinho, era realmente um plano suicida.

Eu poderia ter ouvido Delly. Eu poderia ter explicado tudo para minha ex esposa, eu mesmo, e quem sabe fugir com Katniss pra longe de Nova Iorque com nosso bebê. Eu poderia estar agora ouvindo reclamações dela, sobre como eu era um intrometido por obriga-la a comer.

Eu nunca pensei que até mesmo o mal humor de Katniss me faria falta.

Meu estomago doía pela falta de alimento, e minha boca estava seca por falta de água.

Como eu era imbecil. Provavelmente eu nem veria meu filho ou filha nascerem.

Mais uma vez iria abandonar minha Katniss.

Morreria ali, completamente indigno.

– Me parece que ninguém virá te buscar, querido. – uma voz feminina me fez erguer a cabeça de maneira lenta.

A porta do local estava aberta, fazendo a luz externa machucar minhas retinas. Fui obrigado a fechar os olhos, e prestar atenção no que acontecia ao meu redor apenas com os ouvidos.

– Mas devo confessar que você é bem corajoso. Snow não gosta de visitas surpresas. Logo ele virá finalmente conhece-lo.

Resolvi tentar abrir os olhos novamente, conseguindo finalmente focar na mulher alta e loira parada a minha frente.

– Você não parece combinar com esse lugar. – comentei com a voz rouca, notando que suas roupas eram limpas e inadequadas para cativeiros.

– Eu sempre disse isso ao meu avô, mas ele insiste para que eu aprenda os negócios da família. – ela sorrio, fazendo-me notar que era uma bela moça. – Peeta Mellark, não é? – questionou.

– Depende. Quem quer saber? – retruquei.

A mulher alargou seu sorriso, erguendo a barra de sua calça, e puxando uma faca que estava presa a sua canela.

Era pequena, porém afiada.

– Pode me chamar de Glimmer. – respondeu aproximando-se mais. – Meu avô está procurando suas mulheres. – pude sentir a ponta da faca passear pelo tecido jeans da minha calça.

– Minhas mulheres? – meu corpo retesou, e minhas mãos fecharam-se sobre os braços da cadeira, causando-me mais dor por culpa das amarras.

– Delly Cartwright. Katniss Everdeen. – disse ainda sorrindo. – Não me diga que tem mais alguma... – sua faca subiu por meu tronco sobre a camisa.

– Eu não tenho nada com nenhuma das duas. – respondi sério.

– Não é isso o que ela diz. – um homem entrou segurando alguém que estava com as mãos pra trás e a cabeça coberta com um pano preto.

Meu coração pareceu parar, enquanto eu analisava a mulher que o cara guiava. Delly e Katniss tinham a mesma estatura, porém só voltei a respirar de verdade, quando notei a ausência da barriga.

Glimmer puxou o capuz, revelando, claramente, Delly que parecia tranquila demais para quem havia sido capturada.

– Deixa que eu cuido dela. – a mulher disse ao homem, que soltou Dell. – Vá buscar uma cadeira para colocarmos o suposto casal juntos.

Os olhos da minha amiga e antiga parceira pararam em mim, e sua boca se abriu, parecendo em choque.

Com certeza eu estava acabado.

– Que lindo essa preocupação no olhar dos dois. – Glimmer zombou.

– Na verdade, eu só peguei uma carona com... Como é o nome dele mesmo? Marvel né? – Delly se manifestou.

A mulher franziu a sobrancelha, enquanto Dell estralava o pescoço, movimentando a cabeça diagonalmente para a direita e depois para a esquerda.

Glimmer se aproximou de Delly, ainda com a faca em mãos, talvez preparada para feri-la, mas ela não conhecia Cartwright. Assim que a mulher estava próxima demais, Delly chutou sua mão com força, e desviou, enquanto a faca voava para trás, e fincava a ponta na parede que parecia de madeira. Antes que Glimmer reagisse, Delly já havia alcançado a faca com as mãos mesmo atrás do corpo, puxando-a com pressa.

– Você percebe que não tem para onde correr? – Glimmer ameaçou entre dentes andando até Delly.

– Eu não vou correr, meu amor. – respondeu. – Você notou que tenho pernas espertas, e que não preciso das mãos para bater em você? – indagou caminhando de frente para a mulher, e vindo de costas em minha direção. – E ainda não sei se percebeu, mas o tal Marvel está demorando com a minha cadeira.

Delly entregou a faca para minha mão direita com dificuldade. Mesmo sentindo a dor corroer meus pulsos, eu estendi a faca para frente, dando a oportunidade de Delly cortar a corda que prendia suas mãos.

Glimmer parecia preocupada demais com o que estava acontecendo do lado de fora, pois não notou o que veio em seguida.

Dell correu em sua direção, e apenas o calcanhar dela foi o suficiente para derrubar Glimmer, que levara a pancada em sua bochecha esquerda.

– Fácil demais. – se gabou voltando até mim, e pegando a faca para me libertar.

– O que está acontecendo? – questionei vendo-a se abaixar e cortar as amarras que prendiam minhas pernas.

– A cavalaria chegou, querido. – Delly ficou ereta e me encarou. – Você está um caco.

– Você também não está lá essas coisas. – observei, notando suas olheiras e cara de cansaço.

– Depois você me paga, seu babaca. – rebateu, ajudando-me a levantar. – Não dá pra eu te arrastar. Consegue andar sozinho? – perguntou me dando apoio até a parede mais próxima.

Encostei, movimentando minhas pernas devagar para a circulação voltar ao normal. Analisando a situação, ser obrigado a me erguer do chão quase todos os dias por ter apanhado enquanto estava amarrado, não tinha sido de todo mal. Se eu tivesse ficado tanto tempo apenas sentado, precisaria, sim, ser arrastado para fora do local.

– Você está sozinha? – perguntei.

– Não sou você. – acusou. – Precisamos ir. – falou segurando meu braço e o colocando sobre seus ombros.

– Você é baixa demais para servir de apoio. – reclamei.

– Vá se danar, Peeta. – pude notar que Delly esboçou um sorriso.

Continuamos andando até sair, do que eu consegui finalmente ver, de uma pequena cabana no meio de muitas arvores.

– Onde está sua equipe? – perguntei.

Ela olhou ao nosso redor, percebendo o silêncio.

– Devem estar a caminho. – respondeu. – Eu só precisei dizer quem eu era pra ser trazida floresta a dentro. O rastreador em minhas botas os trará até nós dois.

– Mas se não foi sua equipe que pegou o tal Marvel, cadê ele? – questionei, fazendo Delly congelar no lugar.

– Droga. – xingou baixo. – Katniss.

 

P.O.V Katniss

Mesmo depois de Delly convencer Finnick que eu poderia participar da operação onde tentaríamos resgatar Peeta, eu fui barrada por Annie, Gale e Madge, que haviam enlouquecido com a possibilidade de eu estar em campo dessa maneira.

Passei um bom tempo tentando repelir Delly, porém aos poucos pude notar que sua preocupação não era apenas com Peeta, mas sim com nós dois. O que, depois de três dias de investigação, e invasões a antigos esconderijos de Coriolanus Snow, onde eu não era permitida estar, pude perceber. E então eu baixei a guarda para ela, dando-lhe oportunidade de conversarmos decentemente.

Foi dessa forma que também percebi que apenas Delly compreendia meus motivos de querer agir, e não ficar sentada em minha sala esperando notícias. Mas como ela era minoria, apenas me mantinha informada mais do que os outros.

– Essa floresta fica próxima as Cataratas do Niágara. – explicou apontando no mapa digital que estava na tela do computador. – Acredito que é um dos últimos esconderijos mais próximos.

– Isso é quase no Canadá. – Gale comentou. – E não podemos ter certeza que Peeta ou Snow estejam lá.

– Não importa. – Delly desviou o olhar do mapa para encarar um por um na sala, menos a mim. – Esse não será o último esconderijo que irei tentar. Vamos achar Peeta. O bebê de Katniss não ficará sem pai. Isso eu garanto.

– Já faz mais de uma semana que ele sumiu, Delly. – Madge quem falou dessa vez. – Estamos ficando sem recursos para tantas viagens.

– Nós iremos, nem que seja a pé. – Finnick se meteu, recebendo o olhar dos outros em sua direção. – Alguns aqui podem até não gostar de Peeta, mas isso é uma ordem. – impôs com sua voz forte de tenente, o que me fez abrir um sorriso fraco.

– Como faremos? – um oficial perguntou.

– Eu vou na frente. Vou vasculhar tudo ao redor, enquanto vocês ficarão de longe. Quando eu tiver certeza, ativo o rastreador em minha bota, e vocês me seguem. – Delly explicou.

– É arriscado você ir sozinha. – Madge disse.

– Eu não vou sozinha. Vocês só vão ficar a alguns poucos quilômetros de mim, para não alarmarmos ninguém, caso haja alguém por lá. – falou se afastando do computador.

Eu permaneci em silêncio toda a reunião, apenas ouvindo tudo, até que Finnick me olhou.

– O que acha disso? – indagou.

– Que Delly sabe o que faz. – a olhei, recebendo um sorriso agradecido em troca. – Com certeza ela saberá se virar até vocês chegarem.

– Certo. – Finn concordou. – Quais são as chances de Peeta estar lá? – questionou de sobrancelhas franzidas.

– Meu sexto sentido diz que são altas. – Delly afirmou. – Podemos ir?

Finnick afirmou com a cabeça, sendo o primeiro a se retirar. Logo foi seguido pelo resto da equipe, o que incluía Gale e Madge.

– Eu ligo pra cá assim que encontra-lo. – Delly prometeu olhando pra mim. – Não faça nenhuma loucura, Everdeen.

Talvez ela tivesse realmente um sexto sentido. Afinal, eu não ficaria sentada novamente de braços cruzados, esperando uma ligação, que, quem sabe, fosse uma má notícia.

– Eu não faço loucuras. – respondi.

 

_|||_

 

– Eu a encontrei se esgueirando ao redor da cabana. – o homem disse, segurando minhas mãos para trás.

– Deixe-me ver se eu a conheço. – a voz rouca do segundo homem me fez estremecer levemente.

Meus olhos estavam atentos. Ele tinha cabelos e barbas grisalhas. Em sua mão uma pistola, que eu reconhecia como uma 38 cano longo, que estava ao lado do corpo, apontada para baixo. Porém não era isso que me deixava assustada.

Seu sorriso perverso era pior do que qualquer tipo de arma de fogo.

– Mas é claro que viria, senhorita Everdeen. – ele disse com ar de divertimento. – Ou ex senhora Mellark. – comentou. – Porém eu estou intrigado. Como veio parar aqui?

Depois que Delly saiu da delegacia, eu a segui de perto. O que me trouxe até a floresta antes da equipe de Finnick.

O fato é que enxergar Peeta pela fresta de uma janela, todo machucado, enquanto Delly brigava com outra mulher, me deixou em pânico. Sendo assim, acabei sendo pega desprevenida e arrastada para outra cabana que ficava a alguns metros da primeira.

Não o respondi, mantendo-me com os lábios em linha reta, e o olhar impassível.

– Sabe que eu sei muito sobre você, Katniss? – ele disse fazendo sinal para que o primeiro homem me soltasse. – Achei que seu sentimentalismo tivesse sido enterrado junto com seu casamento. – seu sorriso se abriu novamente. – Mas acho que me enganei. Mesmo depois de ser trocada por Delly Cartwright, você continua dando sua vida em prol de Peeta Mellark.

Deixei que minhas mãos caíssem ao lado do corpo.

– Desarme-a, Marvel. – o homem disse apontando sua arma em minha direção.

O tal Marvel começou a me apalpar, fazendo-me cerrar os punhos. Logo ele havia retirado todas as minhas armas, deixando-me mais indefesa.

Como eu era idiota.

Tornei-me suicida como Peeta.

– Deixe-me apresentar-me melhor. Coriolanus Snow, ao seu dispor. – ele fez uma reverencia.

– Por que decidiu nos matar? – soltei a primeira frase que me veio à cabeça.

Snow riu, abaixando sua arma.

– O Mellark e a Cartwright prenderam Brutus, e eu sabia que logo estariam atrás de mim. Na verdade, o que os manteve longe, até o momento, foi você. – revelou, fazendo-me franzir o cenho. – Eu soube que eles não tinham nada pouco tempo depois que você e Peeta se divorciaram. E eu acredito que por medo de que eu fizesse algo a você, eles mantiveram o disfarce, e ficaram longe dos meus esconderijos, até conseguirem um bom plano pra me pegarem. – continuou falando. – Porém algo mudou, não é? – Snow virou a cabeça levemente na diagonal, parecendo curioso. – Um pequeno Mellark apareceu. – seu sorriso perverso surgiu em seus lábios novamente. – Um quase milagre da medicina. – ele caminhou devagar até mim. – O que fez Peeta perder a cabeça, e acabar, além de se colocando ao meu dispor, trazendo Delly, você... E o bebê. – Snow passou o cano da arma em meu pescoço, fazendo-me travar o maxilar. – Ao menos o colete a prova de balas ainda fecha. – comentou soltando uma risada. – Acho que Peeta e Delly vão adorar que você se junte a eles. – disse virando-me de costas para ele agressivamente, e segurou minhas mãos para trás. – Andando, gracinha. – sussurrou em meu ouvido, colocando a arma apontada para minha cabeça.

Fechei os olhos enojada, mas Snow me empurrou para a frente, fazendo-me abri-los para não tropeçar.

Andamos de volta pela trilha que Marvel usara. Tudo estava silencioso quando nos aproximamos da outra cabana. A porta estava aberta, mas não havia ninguém à vista.

No segundo seguinte barulho de galhos e cascalhos amassados nos chamou a atenção, obrigando Snow a parar.

– Vocês estão cercados. – a voz de Finnick saiu alta, provavelmente por um megafone.

Alguns policiais apareceram a nossa frente, fazendo Snow pressionar com mais força a arma em minha cabeça.

– Katniss! – a voz de Peeta fez meu coração acelerar.

As lágrimas formaram-se em meus olhos.

Peeta surgiu em minha vista. Ele estava com o olho direito inchado e roxo, alguns cortes nos lábios e sangue abaixo do nariz. Ao caminhar pude nota-lo mancar um pouco.

– Fique ai, Mellark. – Snow ameaçou, fazendo-me fechar os olhos. – Não acredito que queira que isso aconteça. – sua arma desceu por minhas costas, mirando exatamente sobre minha coluna, na altura da cintura.

– Deixe-a ir. – sua voz estava carregada de suplica. – Pode me levar como refém, e eles vão te deixar ir embora. Apenas solte Katniss.

Minhas pernas tremiam, o que me fazia crer que Snow quem me mantinha em pé. Estar sendo ameaçada de morte não era o que me deixava tão apavorada. Era o fato de ter mandado Peeta até essa missão suicida, apenas por não ter perguntado antes de brigar com ele daquela forma na festa de Annie.

Como eu fui estupida. Talvez eu morresse ali, agora, com nosso bebê em meu ventre, e sem a chance de dizer que eu ainda o amava com todas as forças que me restavam.

Eu devia ter dito assim que eu o ouvi dizer a semanas atrás em meu apartamento. Eu devia ter deixado minha boca manifestar o que meu coração sentia.

Abri os olhos para olhar Peeta, que estava a poucos metros de mim. Seu olhar se encontrou com o meu, fazendo com que minhas lágrimas caíssem.

– Eu te amo. – a frase saiu de meus lábios quase em um sussurro. Peeta pareceu confuso. – Eu te amo. – repeti a frase em um tom mais alto, vendo um sorriso triste surgir em sua boca machucada.

– Eu também te amo, meu anjo. – algumas lágrimas desceram de seus olhos. – Até a última batida do meu coração.

Uma arma foi disparada. Peeta pareceu se apavorar. Meu corpo encontrou o chão no mesmo instante. De repente minha vista ficou turva, até eu não conseguir enxergar mais nada e apagar completamente.


Notas Finais


Não me matem. Agradeço.
Beijos.
Até o próximo ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...