Jungkook acordou às 03:17 da madrugada com o celular insistentemente chamando, tateou a cama e pegou o aparelho, colocando no ouvido sem nem mesmo ver o nome.
— Alô?
— Jungkook? — A voz parecia entrecortada, como se estivesse chorando.
— Sim, sou eu.
— Eu não sei mais o que fazer, porra. Estou ficando louco. — Reconheceu de imediato sendo o cantor, passou a mão nos fios que caíam pelo rosto e sentou. O alfa nunca tinha ligado para si. Jungkook não sabe nem como ele tem seu número.
— Você bebeu?
— U-um pouco.
— Taehyung... Onde está o Jimin?
— Dormindo.
— Me diz que tem mais alguém contigo...
— Não.
— Merda, seu irresponsável, como pretende cuidar de uma criança estando bêbado?
— Gukkie... Não grita comigo. Eu não sei cuidar de criança, nunca fiquei sozinho com ele.
— Como assim? Você é o pai dele Taehyung. — Jungkook ficou assustado. Parece impossível que ele nunca tenha cuidado do próprio filho sozinho. Desde quando entrou na empresa percebeu que o alfa realmente não levava jeito, raramente estava com o pequeno e Jimin está sempre carente de atenção. Faz duas semanas que tem ido ao prédio, na maior parte encontra o ômega com Seokjin ou Namjoon, mas quando o vê, corre para seu colo e não desgruda mais.
— Não faça perguntas difíceis, Jungkook.
— Me dá a merda do endereço, estou indo aí. — O ômega levantou e se dirigiu ao banheiro, notou o tempo frio do lado de fora. Taehyung é uma incógnita para si, como é possível que não cuide de um anjo como o filho que tem? — Estou desligando, libere minha entrada.
Pegou a calça preta, uma blusa e o casaco; adorava andar com roupas escuras, terminou de se vestir, pôs os queridos coturnos nos pés e arrumou tudo o que pensou que necessitaria, câmera, celular, chaves de casa, guarda-chuva e um de seus doces, chutou que Seokjin não deve deixar o pequeno comer muito, então qual o mal de fazer um agrado? Abriu a porta vendo que Taehyung já tinha enviado a mensagem com endereço. A essa hora não havia movimento algum na rua, mas por incrível que pareça, um táxi estava passando na hora, fez sinal e logo estava a caminho. Quase cochilou quando escutou a voz do alfa soar no rádio.
— Para um ômega estar saindo a essa hora, deve ser algo bem grave. — Suspirou,vendo que infelizmente o motorista é um alfa; nem tinha se tocado dos riscos quando saiu de casa. Seu corpo arrepiou verificando as possibilidades daquele cara fazer algo consigo, não estava mais em Busan e precisa se acostumar.
— É, pode se dizer que sim, um amigo está bêbado e preciso aparecer antes dele fazer uma merda gigante. — O alfa riu, quantas vezes já não tinha feito tais coisas? O garoto em seu carro é bem bonito, mas sentiu os feromônios de medo.
— Quem nunca fez isso? Eu me chamo Jackson.
— Hm... Jungkook.
— Não precisa ter medo de mim, sou alfa, mas não faria mal a nenhuma mosca e eu já marquei meu ômega.
— Ah! Desculpe... é que eu não sou daqui, mas acabo esquecendo e fazendo imprudências. Cheguei em Seul há duas semanas e meia.
— Eu também demorei para me acostumar, sou chinês e o ômega é de Taiwan, mas vivia nos EUA. A sorte foi nosso alfa Jinyoung que já mora aqui.
— Oh! — Jungkook nunca tinha visto um relacionamento triplo, ainda mais sendo de dois alfas.
— Surpreendente? Pelo sotaque, imagino que você venha de Busan ou Daegu. — Ele riu. — Seul não é exatamente seguro, estou sempre trabalhando pela noite, se precisar... lhe darei meu número privado, pode me chamar.
— Busan. Seu ômega não ficaria com ciúme?
— Acredite, Mark não tem um pingo de ciúme de mim. Tive que correr atrás, ele era bem foda-se para mim. Na verdade, ele era apaixonado pelo Jinyoung. — Jungkook acabou rindo. — Eu era o popular da faculdade, penso que tinha todo esse problema, ele pensava que eu era meio galinha. Jin sempre foi o oposto de mim, representante do conselho, melhores notas... Mark é nosso eixo de equilíbrio.
— É uma boa relação então.
— Não vivo sem eles. — Chegaram no bairro de luxo, Jungkook nunca tinha visto tantas casas bonitas, mas o carro logo estacionou na porta do condomínio. — Seu amigo deve ser famoso, né?
— Bem, na verdade, sou o novo contratado, nem sei porque ele me ligou bêbado.
— É alfa? — Ele assentiu. — Hm, certamente que gostou de você, ainda que sem notar, talvez o lobo sinta segurança algo assim. Bom, chegamos, tenha uma boa noite, e sorte lá com o cara.
Jungkook agradeceu, suspirou e tomou coragem para entrar no condomínio de luxo. Se identificou com o porteiro gentil que logo indicou onde era a casa. Avistou seguranças fazendo ronda pelo local, chegou na porta e nem precisou bater, visto que Taehyung abriu rapidamente. O alfa estava sem camisa, não tinha cheiro forte de bebida e pareceu sóbrio, talvez só animado. Jeon precisou se segurar para não desviar o olhar. Entrou na casa sob os olhares do cantor que não acreditou de início que ele realmente sairia de casa por um cara que conheceu a duas semanas.
— Jungkook... eu não imaginei que viria me ver mesmo. — O ômega bufou, que alfa mais idiota. — Deve estar me achando um puta mimado.
— Ainda bem que sabe disso, está um frio lá fora. Só vim por Jimin.
— Eu sei que sim. — Ele riu de lado. Jungkook estava todo empacotado, muito bonito. O alfa se envolveu com muitas pessoas, entretanto, ninguém realmente parecia interessado no resto, a maior parte apenas queria um pouco do famoso cantor, namorou duas vezes e as garotas não davam atenção para Jimin, uma delas até disse para ele colocar o pequeno em um internato sendo que o menor possui apenas 3 anos. Perceber a preocupação de Jungkook com o filho aqueceu seu coração.
— Por que você bebeu sabendo que tem criança em casa?
— Eu não sei, me desculpe, não bebi muito, mas estou tão frustrado com essa vida, com tudo o que me rodeia. As propagandas que faço não me animam, coisas fúteis, verdadeiramente queria tentar algo, mudar, mas nessa mídia é complicado.
— Taehyung, pare de pensar na mídia, isso só vai atrapalhar os seus sonhos, eles têm que engolir aquilo que você é.
— Nem sei quem sou, me ajude a encontrar essa pessoa Guk.
— Ajudo sim. Você vai renascer, Taehyung.
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