História Heartbreaker - Second Season - Have faith in me.

Pov. Roberta

Nossa sala estava completamente bagunçada, afastamos os sofás. Deixando apenas a mesa de centro com alguns petiscos e café, e várias almofadas espalhadas pelo chão. Liam, Niall e Zayn estavam terminando de montar um equipamento, onde possuía algumas câmeras de vídeos, queríamos monitorar o local onde aconteceria a ‘’troca’’, assim saberíamos de alguma armadilha, caso eles tentassem algo contra nós, ou contra as meninas.

- Meus olhos estão se fechando – reclamei sonolenta.

- Vocês podem ir dormir – Lu disse sorrindo, ela seria a única menina que acompanharia os garotos. – Nós não vamos demorar por lá, vamos em quatro. – deu de ombros.

Teria que acordar cedo, para ir até o fórum, resolver as questões legais do caso de ‘’Emily’’, Des e Yaser, estavam sabendo de tudo, e nos deram uma ajudinha com o plano, nada de muito arriscado, só usamos a cabeça.

- Tudo bem, tenho que acorda bem cedo – verifiquei as horas, constatando que já se passava das uma. – E tenho menos de quatro horas de sono.

- Vai lá amor. – Liam me deu um selinho.

-Boa sorte! – sorri – Qualquer coisa liguem. – subi as escadas quase dormindo, estava exausta, e muito preocupada.

Pov. Niall

Harry não veio conosco, afinal o cara precisava descansar. Ele andava mais estressado que qualquer um. Entendo a gravidade da situação, e temo pela vida de Beatriz, mas o Harry está quase surtando, e ninguém consegue focar em algo, quando não dorme, não se alimenta direito.

Estava ao lado de Liam, finalizando uma das últimas câmeras, e meu corpo pedia, nem que fosse por dez minutos de sono.

-Vê se agora toma decência na cara, e pede a garota em namoro – Liam comentou, finalizando uma das câmeras.

-Cala a boca, Liam! – esbravejei.

-Como quiser majestade – deu de ombros, entregando uma peça para Lumma, depois de termos checado para ver se tudo estava de acordo, finalmente poderíamos voltar para casa, teria apenas uma hora e vinte e cinco minutos de sono, mas isso para mim já seria o suficiente.

Pov. Beatriz

Consegui dormir, o que me deixou um tanto atônita. Como eu conseguia dormir em uma situação como essa? Encarei Isabella, que estava encostada na parede, com a cabeça entre as mãos. E assim que percebeu que eu havia acordado, levantou o rosto em minha direção.

-Caramba, isso está feio! – analisei o rosto de Isabella, que já estava ficando levemente arroxeado.

-Bom dia para você também Beatriz, e sim estou bem! E você? – encarou-me ironicamente, soltei um risinho.

- Estou estranhamente bem – dei de ombros – Com um pouco de medo talvez, mas não me sinto mal.

- Hm – me analisou – Quer trocar de lugar? Porque tudo em mim dói.

- Estou bem assim, obrigada! – encostei-me a parede, analisando todo o local pela vigésima vez, já estava começando a decorar os lugares das rachaduras nas paredes. – Tenho um plano!  - encarei-a, que já aparentava estar bem exausta. – Pode confiar, vai dar certo.

Aproximei-me mais dela, contando todo meu plano. Não era algo minuciosamente planejado, mas se seguíssemos certinho, poderia dar muito certo.

Pov. Isabella

Bia realmente tinha bolado um belo plano, e eu a admirava por isso, estava sem cabeça para pensar até em mim, quem dirá bolar um plano. As falas de Luke martelavam em minha cabeça, causando proporções horríveis em meu corpo, cada minuto que passava a agonia tomava conta ainda mais de mim.

- Espero realmente que funcione – encarei Beatriz – Espero que ninguém se machuque nessa história. Chega de perder pessoas.

- A intenção não é nos matar – Bia deu de ombros – Eles só querem a garantia de que a Emily irá realmente ser solta.

- Pior ideia que tiveram na vida deles, o pessoal não vai deixar essa historia assim. – disse lembrando-me de meus amigos, e de como eles eram vingativos.

- Também acho – sorrio – Aquele tempo em que nos separaram te falaram alguma coisa? Você está mais triste que o normal.

- Bia, sem querer ser grossa, mas não estamos em uma madrugada de confissões, ou até mesmo em casa, para ficarmos falando dessas coisas. A situação aqui é bem séria.

- Desculpa, é que estou nervosa. Preciso conversar para passar – mordeu os lábios. – Como você acha que vai ser?

-Acho que vão nos entregar, e então pegarão a Emily, e boa viagem – minha ficha pareceu cair de algo que eu ainda não tinha pensado. – Não, não, não! – praguejei, percebendo o plano deles. – Estamos ferradas, muito.

- Por quê? – Bia encarou-me assustada.

-Pensa comigo, como eles vão ter certeza de que não vão os pegar antes que saiam do país? – lhe lancei um olhar preocupado. – Se quisessem uma simples troca, teriam pegado apenas uma de nós, e não duas. – minha cabeça doía ainda mais. – Uma de nós duas será a garantia de que eles vão conseguir sair do país ileso.

- Ah, puta merda! – exclamou brava. – Vamos conseguir Isa, é só termos um pouquinho de fé.

- Eu estou tendo Bia, mas parece que não está adiantando muito – torci o nariz – Estou com fome.

- Nossa, essa frase saindo da sua boca me surpreendeu. – rio – Mas saiba que também estou.

Pov. Harry

Acordei das poucas horas de sono que tive, me sentindo melhor. Sentia esperança, algo realmente estranho estava acontecendo, meu mau humor, havia me dado uma trégua. Troquei-me, descendo as escadas já encontrando o pessoal todo acordado, afinal hoje era o grande dia.

-Nossa, dormi mal de mais – Berta não parava de falar o quanto estava com sono, era até engraçado, porque quem normalmente reclama nesse grupo é a Beatriz.

-Você deveria reclamar menos, Berta – lhe dei um beijo na bochecha, cumprimentando o restante do pessoal.

Tomamos café tão rapidamente, que em menos de vinte minutos já estávamos no prédio improvisado. Que era bem mais perto do que o outro, encarava o celular a cada cinco minutos. Estava na área dos fumantes com Zayn, que já tragava seu terceiro cigarro.

- Essa merda vai acabar te matando – reclamei.

- Você fala isso porque não é viciado, vícios são difíceis de serem deixados para trás. – me encarou, voltando a fumar.

- Sou viciado em algumas coisas, mas nada que possa me matar – rebati.

- Ta acido hoje em Styles – bufou – Um dia eu paro.

O ignorei totalmente, voltando minha visão para um ponto em branco. Meu cérebro começou a analisar a situação de todos os meus amigos, Lumma e Zayn, podiam terminar quantas vezes fossem, por motivos banais, mas no fim eles sempre voltavam, e o amor parecia ser mais forte do que antes. Berta e Liam estavam quase para se casar, e não tinha como negar que eles se amavam. Bia e Niall do jeito torto deles estavam se entendendo. Samara e Louis eram dois loucos, que deram certo. Enquanto tudo que eu tinha com a Isabella, parecia agora uma grande bola de acontecimentos, era mais do que evidente que nós nos amávamos, e eu jamais seria capaz de sentir por outra pessoa o que Isabella me faz sentir. Mas éramos tão confusos, tão opostos, que chegava a ser engraçado. Nós nunca namoramos de verdade, porque nunca houve um pedido oficial de minha parte, ela não conhecia minha família. E só aí me dei conta de que ela tinha toda a razão de reclamar de mim, que garota que não quer conhecer a família do namorado?

Bufei. Agora que Isabella terminou comigo, que minha ficha caiu, o tanto de tempo que ela foi paciente. Tinha que mudar isso.

Despertei de meus devaneios, quando meu celular apitou. O peguei apressadamente, quase o fazendo cair.

- Já temos o horário, Berta deu alguma noticia? – encarei Zayn, que já não fumava mais.

- Ainda nenhuma, vamos atrás de Liam.

Caminhamos apressadamente pelo pequeno corredor, e fomos até a sala improvisada, que Liam dividiria com Berta.

- Dudes, estava procurando vocês. O juiz liberou o pedido de soltura de Emily, ele durará por oito horas, e então em qualquer lugar que ela estiver poderá ser presa. Berta é um gênio, não é mesmo? – percebi em seus olhos adoração, ao falar de Berta e sorri.

- Com certeza! – confirmei.

Pov. Isabella

Não fazia ideia do que estava acontecendo, mal deixaram Bia e eu jantar, e saíram nos arrastando.  Luke segurava meu braço com tanta força, que a qualquer momento ele poderia arrancá-lo.

- Você está me machucando – disse, tentando afrouxar seus dedos.

- Isso não é metade do que tenho vontade de fazer com você docinho. – disse perto do meu ouvido, causando-me certo desconforto. Minhas costas ainda doíam, e meu rosto ainda mais, eu deveria estar horrível, porque sentia que meu rosto estava inchado.

- Eu confiava em você – disse sentindo minha bochecha esquentarem, e meus olhos ficarem marejados – E você me machucou.

-Podemos montar uma banca para desabafarmos depois – disse ironicamente parando de andar. – Você só pensa em si, e nos seus sentimentos. – encarou-me – A verdade é que você não sabe o quanto é difícil, ver uma de suas irmãs presa em uma cadeira de rodas, saber que sua outra irmã passou anos presa. E tudo por sua culpa.

- Não fiz Aurora se jogar na frente daquela maldita bala, ela fez aquilo porque era maluca. Obcecada pelo Harry! – soltou uma risada de escárnio.

- Você era nosso plano, só tínhamos que acabar com você. Mas aqueles garotos apareceram, e a Aurora já conhecia Harry há bastante tempo, e vocês dois tinha que começar a namorar, para foder o plano todo.

- Você é podre Luke, tenho nojo de você – disse com desprezo, ele apertou ainda mais meu braço me chacoalhando , vi o brilho em seus olhos, ao notar que estava me machucando.

-Não mais do que eu de você! – dito isso me puxou ainda com mais força, até a micro van, onde fui enfiada sem um pingo de dó. Bia estava sentada, com as mãos tremulas apenas me lançou um olhar de ‘’vamos seguir com o plano. ’’

A porta foi fechada, iríamos apenas nos duas ali. Olhei para os lados, me aproximando de Bia, tentaria soltar os nós de suas mãos. Antes a encarei, sorrindo.

- Não sabemos o que vai acontecer, e me sinto aquelas mães chatas olhando a filha crescer e se tornar mulher – ri de minha fala. – Durante muito tempo você foi tudo o que eu tinha Bia, minha família, a melhor amiga do mundo, meu porto segura. Pois eu sabia, que poderia voltar depois de uma tempestade. Não quero que nada te aconteça, independentemente dos rumos que isso aqui tomar, quero que saiba que você é como se fosse minha irmã de coração, e eu te amo muito. – falei com certa dificuldade sentindo as lágrimas grossas rolarem por minhas bochechas.

- Cala a sua boca! – mandou, com os olhos marejados – Para de falar como se fosse uma despedida, temos o melhor plano do mundo, e somos as melhores do mundo, nada vai dar errado. Eu também te amo, e vou cobrar essa declaração quando não estivermos correndo risco algum – sorrio divertida – Agora tenta soltar essa droga logo.

Com muito jeito, e paciência finalmente os três nós dados nas cordas que amarravam as mãos de Bia foram soltos.

- Agora é só fingir, como planejamos. – soltou minhas mãos, e naquele momento, senti algo que jamais tinha sentido em minha vida, senti uma fé imensa, que poderia nos salvar, naquele exato momento.