História Heartbreaker (Imagine - Min Yoongi l Suga l BTS) - Pretty face, Mean soul

“Pessoas muito frias já foram muito doces.”

Terceiro Ano do Colegial
Hanyang University School
Quatro meses antes da confissão

— Yoongi! Yoongi! – (S/n) estava o chamando, estalando os dedos na frente de seu rosto. — Você está me ouvindo?

O garoto de cabelos verdes se liberta do transe, mexendo em sua franja como se pudesse disfarçar o constrangimento vindo lhe atingir por ter ficado tanto tempo – muito mesmo – fitando-a sem pausa alguma. Quando na verdade, estava lhe admirando secretamente. Como uma garota tão bonita como ela chegou a sequer conversar com ele? Ah, o trabalho de Química. Era por isso que estavam ali na biblioteca do centro da cidade, por causa do trabalho.

— Hm. – ele ergue a cabeça com calma, esperando-a dizer o que queria. Ou só para dar continuidade na matéria, antes que ela perguntasse o motivo de sua “brisa”.

— Olha o que eu achei. – a garota estendeu a capa do livro em suas mãos, a qual tinha uma página específica com todas as fórmulas possíveis. — Acho que vai poder nos ajudar. Pelo menos quebra um galho, né?

Yoongi sorriu, porque (S/n) estava sorrindo. Desde quando parou de se interessar em química para prestar atenção a uma única menina? Desejou que fossem à biblioteca mais vezes. Ela conseguia ficar ainda mais bonita somente pegando um livro em suas mãos e se concentrando na leitura. Gostava de vê-la trabalhando e se esforçando, apesar de já ter decorado aquela tabela toda há um tempinho.

— Aish! – (S/n) trincou os dentes.

Dois ou três livros haviam caído da estante no mesmo momento que ela foi apanhar um descuidadamente. Abaixaram-se ao mesmo tempo para pegá-los. Supostamente, suas mãos encostaram uma na outra quando se dirigiram para apanhar o mesmo livro. Seus olhares se encontraram, e ela ficou sem reação.

Minimamente constrangida, afastou-se e se levantou, dando as costas para ele.

— A-Acho que vou ver outra p-prateleira. – e saiu dali antes que o garoto pudesse dizer alguma coisa.

— (S/n)...

Ele sorriu mais uma vez, mas não porque ela estava sorrindo. E sim porque percebeu que aquele contato físico transmitiu um efeito nela, tanto quanto nele. Ainda podia sentir a pele macia dela contra sua mão, mesmo depois terem se separado há tempos.

Sorriu, ajeitando a armação dos óculos sobre o nariz.

Aquele formigamento era bom. Nunca tinha provado algo assim antes, e realmente se perguntou se isso estava causando com ele por ela ser uma garota. Mas não. Desde um mês atrás, eles tem se envolvido aos poucos, conhecendo-se com o tempo. Até poderem se chamar pelo primeiro nome.

Então era ela.

(S/n) fazia seu coração acelerar.

Atualmente (7 anos depois)
Seoul National University
1:00 P.M

— Até amanhã, (S/a)! – Leah acenou de longe, atravessando o portão que todos os outros universitários estavam passando. O sinal havia tocado. Ou seja, hora de ir embora e (S/n) agradeceria por isso, se não tivesse que pegar o metrô lotado de horário de almoço para voltar à sua casa.

Bufou forte, só de se imaginar sendo espremida pelas pessoas de novo. Era uma sensação sufocante, assim como a pressão que o olhar de Suga lhe causava durante as aulas. Espera, desde quando seus pensamentos se moveram até ele?!

— Ei. – uma mão agarrou seu pulso, antes que abandonasse a sala. (S/n) assustou-se por ser o próprio “dominador” de pensamentos lhe impedindo de ir embora. — Quer carona?

Permaneceu alguns segundos em silêncio, refletindo. Se fosse com ele, não precisaria se sentir um peixe numa lata de sardinha no metrô. Mas ao mesmo tempo... Ir com ele violava todas suas regras pessoais.

— Não. – livrou sua mão de seu pulso. — Prefiro morrer esmagada do que ir com você. – e apressou os passos até o portão.

Suga trincou os dentes, xingando-a mentalmente. Apertou os passos para acompanha-la no mesmo ritmo, porque tinha que se aproximar dela. Deveria criar algum vínculo com a garota, pois só assim a vingança funcionaria.

Por isso não desistiria tão fácil.

— Então você prefere morrer esmagada do que ir comigo? Impressionante. É alguma fobia de homem ou algo assim?

(S/n) soltara um suspiro abafado. — Não tenho medo de homens. – seus passos cessaram. — Muito menos de você. – os olhos semicerraram, e não sentia nem um pouco de remorso por estar sendo tão rude com ele sem motivo aparente.

— Então prove-me. – ele copiara o gesto. — Aceite minha carona.

Revirou os olhos. — Olha, por que você não vai encher o saco de uma das suas fãs pela faculdade? Têm muitas para escolher, parabéns! Mas eu não preciso provar nada pra ninguém o que eu já sei.

Yoongi cerrou os punhos. Ah, como odiava aquela garota. Como, por um simples momento, conseguiu gostar dela? Culpou-se por aquele maldito colegial. Arrogante, grossa, egoísta. Será que ela pensa no que aquelas palavras causam nas outras pessoas? Ou ela fazia aquilo por maldade?

Engoliu sua vontade de xingá-la. E quem pensaria que um rostinho bonito como o dela escondia uma alma tão má?

— Não é o que parece... – aproximou-se da garota com um ou dois passos, na tentativa de invadir seu espaço pessoal. — Você precisa dessa carona, e sabe disso. Mas só está rejeitando por puro capricho seu, tentando me afetar com seus insultos idiotas.

Ao terminar de falar, mantém a postura segura de sempre. Ela não podia intimidá-lo. Não quando se encontraram de novo, e ele havia mudado. Ela foi um dos motivos de sua mudança. Teve que abandonar seu coração quebrado do antigo “nerd de cabelos verdes” e substituir por outro forte, confiante e convencido. Depois, conhecera os membros do Bangtan Boys. E acabara por ser uma das melhores experiências, porque se tornaram seus melhores amigos.

Foi como uma terapia.

— Se eu aceitar sua carona, você vai me deixar em paz?

Os olhos negros subiram para seu rosto, escondendo um grande sorriso de satisfação por trás de um simples “aham”. Então sacou a chave do carro do bolso, caminhando com ela atrás de si até o estacionamento da faculdade.

“Você vai se apaixonar por mim de qualquer jeito, (S/n). Eu vou quebrar seu coração como você quebrou o meu”.

— Então, não vai me dizer seu nome? – foi mais fácil do que pensou que fosse em fingir que nunca a tinha visto na vida, que seu coração nunca foi destruído por ela antigamente.

— (S/n). – responde ela, breve e curta no banco do passageiro. — E você não vai me dizer o seu? Imagino que “Suga” é nome artístico.

Yoongi aperta os dedos contra o volante, desejando nunca ter feito aquela pergunta. Não poderia se revelar agora, ainda não era o momento. Esperaria o suficiente para fazê-la se surpreender e sentir no fundo da alma por tê-lo rejeitado no passado, assim que descobrisse quem ele realmente é.

Porém, ainda não.

— Sim, é meu nome artístico, mas me chame assim. Não gosto do meu nome verdadeiro. – por parte aquilo era mentira, e ao mesmo tempo verdade. Mentira, porque gostava de como o nome dele soava na voz de (S/n). Verdade, porque “Min Yoongi” lembrava-lhe o garoto que era zuado na escola, aquele mesmo trouxa.

E nunca mais seria aquele cara.

— Tá. – (S/n) deu de ombros, observando a passagem do lado de fora da janela. — Mas por que você se mudou para a SNU? – Seoul National University, como abreviavam. — Não é como se você precisasse entrar na faculdade para escrever raps.

Suga respirou fundo, trocando de marcha. — Pelo mesmo motivo de você estudar lá também. Quer ser compositora, não? – (S/n) assentiu, sem encará-lo. — Para aprender novas maneiras de adaptar minha letra, e criar mais rimas sem que os versos fiquem sem sentido.

— Mas suas letras já são boas. – ela franze o cenho, incomodada. — E como deixam você sair para a faculdade sem segurança nenhum para acompanhá-lo?

Ele sorri com a curiosidade da garota ao seu lado. — Eu não preciso de permissão para sair. E obrigado pelo elogio. – (S/n) revira os olhos com o sorriso convincente que brotou em seus lábios. — Mas estava de saco cheio de ficar no estúdio o dia inteiro. Por isso roubei as chaves do carro do Namjoon. – deu de ombros, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— Namjoon? – (S/n) arqueia a sobrancelha. — Kim Namjoon?

Yoongi a olha pelo canto do olho. — Aham. O que têm?

— Nada... Eu... Estudei com ele na época do colegial. – um sorriso curto surgiu em seu rosto. — Ele era melhor amigo de...

Silêncio. Yoongi tentou de qualquer maneira ver a expressão em seu rosto ao se lembrar dele, mas (S/a) havia virado o rosto para o outro lado, e não podia se desconcentrar na rua. “Você se recorda de mim, (S/n)?” rondava na cabeça no platinado.

— De...? – tentara motivá-la a falar seu nome, pois assim descobriria qual sentimento carrega por ele, quer dizer, por aquele cara.

— Ninguém. Já faz muito tempo. – rápida e direta. (S/n) apontou para o prédio do final da rua que ele deveria deixá-la.

Yoongi comprimiu os lábios. Então de “Min Yoongi” virou “Ninguém”. Conseguia falar o nome de Namjoon, mas não o dele. “VOCÊ não será ninguém quando eu partir seu coração, Srta. (S/s)”.

— Qualquer dia posso levá-la para vê-lo. – afirmou, apesar de não ser uma boa ideia. Namjoon sempre teve uma boca grande quando se trata de recordar o colegial e de como o platinado era patético na época. E não podia deixá-la descobrir uma sequer pista sobre ele, sendo que já era o bastante se ela o conhecesse somente pelo nome artístico. Quer dizer que só existia: Rap Monster, Jin, Suga, J-hope, Jimin, Taehyung e Jungkook na sua vida.

E seu plano havia mais possibilidades de dar certo.

— Deixa quieto, não quero interromper sua agenda corriqueira. – ele odiou como a frase saiu meio irônica daqueles lábios bonitos dela. Espera, pensou mesmo nisso? — Você não tem receio de algum paparazzi te flagrar comigo?

Suga deu de ombros. — Nesse momento devem estar preocupados demais seguindo Hoseok no shopping. – comentara, estacionando em frente à portaria do condomínio.

(S/n) abriu a porta do carro, com um único “Hm”. Quem era Hoseok?

— Não vai me agradecer?

Ajeitou a alça da bolsa contra o ombro. — Por que eu deveria? Você praticamente me forçou a aceitar sua carona.

Ele lhe lançou um olhar intenso, que a fez comprimir os dedos dentro da mão para não acreditar que estava achando aquilo sexy.

— Existe uma grande diferença entre forçar e manipular. Você deveria saber disso.

— Bom, então tente melhor da próxima vez que for me manipular, porque eu nunca mais vou aceitar sua carona, Suga. – ela bateu a porta do carro. — Ah. – parou na janela, antes de ir ao portão. Olhou fundo em seus olhos sedutores, dizendo sarcasticamente: — Eu prefiro Monsta X.

E saiu.

Yoongi soltou uma risada abafada, encostando a cabeça sobre o volante, a raiva borbulhando em suas veias. Então ela queria jogar. Mas (S/n) deveria tomar cuidado, porque ele também sabia jogar.

E não seria ele que sairia perdendo dessa vez.

CONTINUA...