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História Hearts Collide - OS - Correio de Natal


Escrita por: alwaysthief

Notas do Autor


Escrevi essa one shot como um presente de natal para todos vocês ♥ espero que gostem.
Aviso 1: No correio de natal, o Robin vai estar escrevendo em negrito e a Regina em itálico.

Capítulo 13 - OS - Correio de Natal


Fanfic / Fanfiction Hearts Collide - OS - Correio de Natal

Cancelado!

Ansioso para voltar para casa, ele fechou os olhos azuis, respirou fundo e contou pausadamente até três, esperando assim que tudo o que o painel do aeroporto informava não se passasse de apenas um engano, uma malvada ilusão causada por uma mente cansada das decepções e problemas do trabalho. Nada adiantou. A palavra em vermelho continuava ali, gargalhando do seu desespero e falta de sorte.

Mesmo com o mundo caindo em neve do lado de fora, Robin ainda tinha esperanças de que seu voo decolaria rumo à Inglaterra, evitando desse modo, que ele fosse obrigado a passar aquela noite especifica na cidade que brilhava e respirava espirito natalino. Estar em Nova Iorque nas vésperas das celebrações de fim de ano não havia sido uma situação escolhida ou realizada de bom grado com um sorriso no rosto. Apesar de já terem se passado quatro anos desde o acidente, o luto ainda era pesado e dolorido demais para ele.

Quando seu chefe lhe deu a tarefa de fiscalizar as locações das gravações e o começo da pré-seleção de atrizes que estrelariam o novo curta-metragem da agencia na cidade que nunca dormia, ele quase, repito, quase cogitou negar ou pedir demissão. Nenhum castigo seria mais tortuoso para o jovem britânico do que ir para a cidade preferida dela, na época preferida dela, sem ela ao seu lado.

O fascínio de Marian por Nova Iorque era antigo. Desde criança os olhos dela brilhavam ao se imaginar nas ruas brancas pela neve de dezembro, patinando sob a grande árvore do Rockefeller Center ou só admirando cada uma das decorações natalinas que faziam aquela cidade ainda mais mágica. Quando os dois começaram a namorar, Robin jurou a si mesmo que um dia a levaria ali. Por dois anos, economizou em segredo, mesmo vindo de família abastarda, ele queria mostrar a ela o que conseguira fazer com o seu próprio esforço. Porém, o destino é incerto e repleto de imprevistos que um menino de dezoito anos não conseguia entender. Marian se fora em uma noite de chuva de outono, um mês antes dele fazer do sonho uma realidade.

― Droga. Por que você foi largar a faculdade de direito, idiota?

Ele bufava e resmungava baixinho, brigando consigo mesmo por ter decidido seguir sua vontade e ter trocado a carreira que seu pai havia insistido que ele fizesse. “Siga os passos de seu pai, Robin, você vai ter um futuro promissor pela frente como advogado”, foram as palavras de George assim que ele pisara em Londres, depois fugir de Storybrooke.

Correr para o amparo paterno já demonstrava por si só o quanto ele estava desesperado e desorientado com a tragédia. Diferente de Daniel, ele nunca tivera uma boa relação com seu pai após o fim do casamento. Robin rejeitava com todas as forças o mais velho pela sua prepotência e falta de escrúpulos. Nunca conseguiu entender o que levou o pai a abandonar a família por um caso desmedido e sem futuro.

― Senhorita, por favor, têm que haver algum meio de sair daqui.

A moça da companhia aérea que o atendia já não sabia mais o que dizer. O problema não era com um avião ou dois, o aeroporto todo estava fechado para pousos e decolagens por causa da forte nevasca que castigava o Canadá e a parte norte dos Estados Unidos, onde infelizmente ele estava. Por conta da neve bloqueando as ruas e as linhas férreas também estando impossibilitadas de transitar, Manhattan estava inacessível e ele, assim como milhares de pessoas, estava preso ali na noite de natal.

― Sinto muito, senhor, mas não há nada que possamos fazer até as autoridades declararem o fim do estado de emergência.

Alguns palavrões passaram pela mente, mas ele não permitiu que escapassem, nem a funcionária a sua frente, nem ninguém tinha culpa da situação caótica que se instalava naquele aeroporto.

Uma multidão irritada por estar presa em um único lugar em uma das noites mais celebradas do mundo, não era um cenário positivo. Conforme andava, Robin se dava conta do quanto o espirito natalino estava presente e de como as pessoas agem com simpatia e educação em momentos de crise. Em seu percurso em busca de um assento livre e comida, ele fora esbarrado uma porção de vezes; pessoas com o carrinho de transporte abarrotado de malas insistiam em passar por cima de seus pés, sem é claro pedir desculpas ou olhar para trás; uma meiga garotinha decidira que sua camisa era ideal para limpar seus dedinhos sujos de ketchup; e como cereja no sorvete, uma família vestida a caráter escolheu justamente o homem machucado e sujo como fotografo oficial de suas férias. 

Depois de exatas trinta e sete fotos em lugares e poses diferentes no saguão do check-in, ele os deixou para trás com a cabeça fervendo por se perguntar que tipo de pecado grave ele havia cometido por merecer tal punição.

Aos trancos e barrancos, Robin chegou a um dos terminais que ofereciam serviços gastronômicos à noite toda. Pediu qualquer coisa do menu e sentou-se em uma das desconfortáveis cadeiras do lugar, o apoio de braço certamente seria um empecilho para dormir, mas em tais condições era bom até demais.

A espera pela comida demorou um pouco mais do que o comum, mesmo com a cozinha trabalhando em ritmo intenso, era complicado atender todas aquelas pessoas em tempo hábil. A noite véspera de natal estava há poucas horas de chegar ao seu fim quando seu hambúrguer chegou em suas mãos, entretanto, junto com ele, a garçonete também o entregou um papel sulfite em branco e cortado ao meio. Sem deixar que as indagações do britânico ganhassem voz, ela explicou o que era aquilo com um sorriso forçado nos lábios.

― Estamos fazendo uma dinâmica de natal, senhor. Se o senhor quiser participar é só escrever alguma mensagem no papel de modo anônimo e ela vai ser entregue para outra pessoa e está também irá lhe responder sem se identificar. Assim, ninguém fica solitário nesta data especial.

Sem saber se estava sendo vítima de uma pegadinha ou piada sem graça, Robin olhou para os lados antes de voltar a encarar a mulher com um gorro vermelho na cabeça.

― Isso é sério? Um correio de natal? ― Ele não estava obtendo tanto sucesso em tentar conter o riso.

Desmanchando o sorriso forçado e revirando os olhos, a mulher respondeu em um tom mais baixo, talvez para que ninguém ouvisse.

― Sim, infelizmente, meu chefe achou que essa ideia era genial e nos obrigou a cortar centenas de papeis de última hora. O que eu posso fazer?

Robin riu pelo jeito irônico e engraçado da garçonete, ela parecia tão insatisfeita de estar ali quanto ele. Sofrendo por uma empatia repentina, ele aceitou participar daquele jogo, se não havia jeito de sair dali, pelo menos ele se divertiria um pouco.

Pegando uma caneta em sua mochila, Robin escreveu uma única linha no papel, o dobrou em quatro partes e colocou na pequena cesta que a funcionária carregava. Quem quer que fosse que recebesse seu bilhete, não esperaria o teor daquela mensagem de natal.

Alguns minutos depois de ter sumido no meio da multidão, a garçonete voltou com a resposta. Já rindo, Robin abriu o papel e encontrou abaixo de sua pergunta, uma resposta escrita em caneta azul e letra cursiva.

Smelly cat, smelly cat, what are they feeding you?

Smelly cat, smelly cat, it's not your fault.

Deixando seu sanduiche de lado, ele pegou rapidamente a caneta para voltar a escrever no papel. Repetiu o processo e entregou a mulher com a cesta. Assim como o primeiro, a resposta também não demorou a retornar para suas mãos.

Fã de Friends? Muito prazer.

Quem não é fã de Friends? O prazer é meu.

Robin não percebeu quando se esqueceu de suas reclamações ao passo que o vai e vem da funcionária com a cestinha se tornou frequente. 

Meu pai.

Desculpe, mas seu pai é estranho.

Não peça desculpas, você me fez rir. E sim, ele é estranho.

Você também é.

Sou? Por quê?

Porque é um correio de natal e sua primeira mensagem é sobre o smelly cat.

Decepcionei?

Não, surpreendeu :). Eu precisava me distrair com algo que não me lembrasse a data.

Não gosta do natal ou está muito p da vida pela nevasca?

Os dois. E você?

Também não estou feliz de estar aqui e não consigo mais ficar feliz no natal.

Por quê?

Me lembra uma pessoa especial que perdi.

Sinto muito.

Tudo bem, já faz tempo, só que ainda não me recuperei totalmente. E você? Qual a sua história?

Nunca tive um natal feliz, nem sei como é.

Nossa, pesado. Já sei, sua família brigava muito nessa época do ano.

Não, não tenho família, sou órfã.

Ouch, eu que sinto muito dessa vez.

Sem problemas, já me acostumei a passar essas festas sozinha com as minhas séries :).

Olha a surpresa do destino, você vai passar aparentemente conversando com um anônimo.

Então você é homem, confirmei minhas suspeitas.

Como descobriu, Srta. Desconhecida?

Aparentemente pela mesma forma que você, o desenho da letra.

Robin sorriu e olhou a sua volta, havia dezenas de pessoas com papeis nas mãos escrevendo, quem seria ela?

Quem é você?

O jogo é anônimo, lembra?

Uma dica?

Não estou com um gorrinho de papai Noel na cabeça.

Para a surpresa da nação, essa dica excluiu poucas pessoas.

Agora é a sua vez. Uma dica?

Se você ver um cara com o pé machucado e com uma camiseta suja de ketchup com a forma de uma mão infantil, esse sou eu.

Agindo da mesma forma que ele anteriormente, Regina olhou para todos os lados buscando por um homem com uma camisa branca manchada pelo liquido vermelho, mas não conseguiu ver ninguém que atendesse a descrição.

O único cara que tem na minha frente é careca e gordo, e acho que na camisa dele as mancham vão mais além de ketchup.

Que visão maravilhosa essa sua.

Também acho. Tão sexy.

Você é engraçada.

A gente faz o que pode, mas geralmente sou conhecida por ser o oposto.

Não me diga?!

Pois é, não tenho muito tempo para ficar fazendo piada.

Trabalha muito?

Sim, aqui no aeroporto mesmo. Trabalho e estudo, estou me preparando para a entrar na faculdade.

Droga, você ainda é uma criança.

São seus olhos, mas não. Tenho quase vinte anos, não se assuste tanto.

Ufa, ainda bem, por que eu seria um cara de vinte e dois anos em problemas.

Bobo.

Eu gosto de conversar com você, mesmo não te vendo ou te conhecendo, pela primeira vez em muito tempo, eu me sinto bem.

Digo o mesmo, você está fazendo com que o meu natal não seja mais solitário. Obrigada.

Obrigado você, por me fazer rir nesse dia.

A propósito, já vão começar a contagem regressiva.

Sim, antes que todo o aeroporto exploda em comemorações e a moça com a cestinha suma, deixa eu falar logo.

Feliz natal, anônima.

Feliz natal, anônimo. <3

Em lados opostos do aeroporto JFK, os donos dos olhos castanhos e azul se conheciam por mensagens anônimas em um correio de natal, sem imaginar que em um futuro, as linhas de seus destinos se cruzariam de uma vez. Regina e Robin nunca souberam de seu quase encontro ou das consequências que este teria se tivesse se concretizado, mas não fazia diferença. Naquele momento, eles fizeram da noite um do outro especial. A semente, de um amor verdadeiro que floresceria anos depois, foi plantada ali e era fruto de um milagre de natal.


Notas Finais


Feliz natal, meus amores <3 @moonteirs


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