Rebeca:
- Espero que saiba que sou exigente. - apoio meus braços na mesa do refeitório e minha cabeça em mãos, sorrindo angelical para Jc - Quero presentes bons quando você for me visitar depois de sair daqui.
Jc me olha pensativo.
- Caixas de chocolate? - pergunta com cenho franzido, e eu dou um tapa de leve em sua mão.
- Vai matar o Cão de espinha! - murmuro - Eu não!
Jc ri alto, chamando a atenção de alguns detentos que almoçavam ali.
- Ok, Beca. - rola os olhos, ainda sorrindo - Mas vou precisar conseguir algum emprego bom antes...
- E você vai! - sorrio animada - Você desenha tão bem!
- É, isso não dá dinheiro se eu não conhecer ninguém. - bufa, negando com a cabeça - Aliás, cadê o Matthew e o Kian? Não vi nenhum dos dois de manhã...
Assinto rápido, lembrando que procurei o loiro por toda a parte de manhã e não achei.
- Vou ver o que aconteceu. - Jc se levanta, sendo acompanhado por mim.
O moreno me olha confuso.
- Você sabe que garotas não podem entrar nos dormitórios masculinos, não é?
Rolo os olhos, continuando a caminhar normalmente.
- Se você não contar, ninguém vai saber. - sorrio maliciosa para meu amigo, que nega com a cabeça rindo fraco.
Andamos rápido pelos corredores, e não demora para chegarmons em frente ao dormitório de Matthew e Kian.
- Será que devemos bater? - susurro.
- Podemos achar eles dois transando. - Jc alerta ao meu lado, dando de ombros.
Olho com tédio para o garoto, antes de rolar os olhos e simplesmente abrir a porta, dando de cara com Matthew e Kian ainda dormindo, para meu alívio, em camas diferentes.
Troco um olhar divertido com Jc, e como se adivinhasse meus pensamentos, ele pulou em cima de Kian no mesmo segundo que pulei em Matthew.
Me jogo para o lado na cama ao ouvir os gritos de susto dos garotos, começando a gargalhar.
Matthew conseguia deixar seu cheiro na cama, que assim parecia muito mais confortável que a minha.
Quase caio para o lado quando Matthew se mexe assustado, mas o loiro me segura, ainda me olhando confuso enquanto eu não conseguia parar de rir.
Seu rosto estava amassado, o cabelo ainda mais bagunçado e quando percebo estou que nem uma idiota o encarando, parando de rir aos poucos para apreciar seu estado adorável.
- Gostaram da surpresa? - a voz alta de Jc me tira do transe que estava, e me sento rapidamente na cama, sendo acompanhada por Matthew.
- Filho da... Rebeca? - Kian me olha confuso - Como te deixaram entrar aqui?
- Não deixaram. - dou de ombros - Ninguém me parou.
- É só questão de tempo até alguém dedurar pra Cora...
Estremeço ao ouvir o nome de Cora, lembrando do que aconteceu dias atrás.
- Preciso sair daqui, ent...
Antes que eu pudesse acabar de falar, a porta se abre, e meu queixo quase cai ao ver Cora, que sorri gélida assim que me vê.
- Garotas em dormitório masculino é algo que não tolero. - fala devagar, com os olhos queimando algo atrás de mim.
Ou melhor, alguém.
- Vai mandar matarem ela de novo? - Matthew conseguia ser ainda mais sínico que Cora, e isso é algo preocupante.
- Tindel, me acompanhe.
Olho apavorada para Matthew, que encarava Cora furioso.
Kian e Jc apenas assistiam tudo assustados.
- Eu vou também. - Matthew se levanta junto comigo.
A olho confusa, murmurando um "o quê?" quase inaudível.
- Eu não lhe chamei. - Cora dá um sorrisinho, voltando a me olhar - Vamos.
- Rebeca não transou sozinha. - assim que Matthew fala, viro rapidamente para o loiro, a olhando apavorada.
O que esse imbecil tem na cabeça?
Cora vem até ele rápido, parando ao parecer se tocar do seu estado.
- Rebeca entrou aqui ainda hoje, pelo o que eu sei. - diz.
- Ela voltou, depois de... você sabe. - Matthew dá de ombros - Achei que soubesse, desculpe. - sorri falso.
Eu vou matar Matthew, e pela cara de Cora, não pareço ser a única com essa vontade.
- Então, os dois. Na minha sala. Agora. - a morena dita, saindo dali depois de bater a porta com uma força absurda.
- Você é louco? - susurro para Matthew, ouvindo a risada escandalosa de Kian enquanto Jc parecia estar em choque.
- Vamos. - Matthew me guia pelas costas.
Eu vou passar mil anos enfurnada em uma cela depois dessa, tenho certeza.
Respiro agoniada enquanto andava, e ao olhar de relance Matthew atrás de mim com seu pijama xadrez, descalço, com a maldita cara de sono sinto uma vontade absurda de rir. Não faz nem cinco minutos que ele acordou e já se meteu em confusão.
Por minha culpa.
Sinto um soco no estômago com o pensamento, junto com uma vontade de me enfiar em um buraco. Eu só sei ferrar com o Matthew.
Assim que Cora entra em sua sala, paro de andar, fazendo Matthew parar e me olhar apreensivo.
- Ei... - ele tenta começar, mas não deixo.
- Matthew, desculpa. - susurro, o encarando enquanto sentia as lágrimas nascerem - Eu vou falar pra Cora o que hove de verdade, você não po...
- Posso sim. - Matthew diz, óbvio - Vai ser sua palavra contra a minha, Tindel.
- Matthew! - tento não falar alto - Você pirou? Vamos parar numa cela juntos!
Matthew sorri malicioso, me irritando mais ainda.
- Nós dois em uma cela, uh? - brinca, e eu rolo os olhos, sentindo meu rosto queimar.
- Você me entendeu. - falo baixo.
- Não vai acontecer nada. - Matthew rola os olhos, se aproximando de mim e segurando meu rosto entre as mãos, o que me fez estremecer - Não confia em mim?
Suspiro pesado, descendo o olhar pela sua boca fodidamente convidativa.
- Confio, mas você tá com bafo, ainda não escovou os dentes hoje. - susurro risonha, enquanto Matthew limpava a lágrima que havia descido minutos atrás no meu rosto.
O loiro rola os olhos, rindo baixo junto comigo e encostando nossas testas, gesto que deve ter sido torturoso para ele, considerando nossa diferença considerável de tamanho.
A porta da sala se abre com força, me fazendo pular de susto enquanto olhava Cora ainda mais furiosa.
- Vão entrar ainda hoje, ou estão esperando que eu chame o psicólogo de vocês para resolver isso?
No mesmo segundo, entro com pressa na sala, logo depois de Matthew que parece ter se teletransportado assim que Cora mencionou chamar Abel.
Observo a sala na qual estou presente pela segunda vez, suspirando pesado ao ouvir a porta atrás de mim fechar.
- Finalmente. - podia imaginar o sorriso irônico de Cora - Nós três.
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