História Heathens - Goodbye, Jc

Matthew:

Acordei ainda mais cedo do que nos outros dias, e Kian também. Hoje é o grande dia: Jc finalmente estará livre desse inferno.

Parte de mim está feliz pelo meu amigo, Jc merece todo o bem do mundo, porém, a outra, está quase implorando de joelhos para que ele não esquecesse do amigo fracassado que ainda está preso nesse lugar.

- Vamos logo. - Kian dá dois tapinhas no meu ombro, antes de sairmos juntos dali.

Enfio as mãos no bolso do enorme moletom azul marinho que usava, da mesma cor que a toca que estava em minha cabeça. Amanheceu muito mais que frio, e o clima estava bem propício para uma despedida triste. O pensamento fez meu estômago embrulhar.

Assim que chego em frente á sala de Cora, Jc estava lá nos esperando junto com uma pequena mochila velha, e assim que nos vê, vem até nós em passos rápidos e nos abraça apertado. Dói pensar que talvez esse seja nosso último abraço em grupo.

- Esse não vai ser nosso último abraço em grupo. - como se adivinhasse meus pensamentos, Jc murmura - Não vou deixar ser.

- Nos espere sair, bola. - Kian diz, e eu assinto.

- Por favor. 

- Acha que vão se livrar de mim tão fácil? - Jc diz quando nos afastamos, rindo fraco - São umas vadias mesmo.

- Não saia roubando lojas. - aviso, com um sorriso divertido no rosto.

- Já disse que para você é furtar. 

Kian abraça Jc apertado, e demoram longos segundos até Jc vir até mim.

A verdade é que eu estou me controlando para não chorar como criança.

- Boa sorte. - Jc susurra - E eu sei do sua paixãozinha secreta, nem tão secreta assim, pela Tindel.

Quando nos afastamos o encaro completamente envergonhado, enquanto sentia meu rosto queimar. Desgraçado.

Jc sorri divertido, voltando para onde estava e pegando sua mochila  que estava jogada no chão.

Cora sai da sala, cruzando os braços e olhando para Jc.

- Já podemos ir?

Jc assente, vindo até Kian e eu mais uma vez.

- Para onde você vai agora? - pergunto, e Kian assente.

- Acho que pra casa. - Jc sorri triste, dando de ombros - É estranho e... - ele olha para Cora, que nos olhava impaciente - Eu vou visitar vocês logo, caras. Eu explico tudo o que houve quando for ver vocês. Se cuidem e fiquem longe de confusões. - ele nos abraça mais uma vez.

Então começamos a caminhar os quatro pelos corredores, enquanto todos que passavam por Jc o parabenizavam e se despediam. A felicidade por ele estava maior do que qualquer medo, nesse momento.

Rebeca veio até nós e abraçou apertado Jc, que retribuiu prontamente.

- Não esqueça dos meus presentes! - ela sorri, e Jc assente.

- Nunca.

Assim que chegamos no pátio tive que parar com Kian, assistindo Jc sair ao lado de Cora.

Mordo o lábio inferior com força, rindo quando Jc começa uma dancinha da vitória ridícula antes de entrar na van que o levaria daqui.

Engulo em seco quando ele entra na van junto com Cora, e em poucos segundos ela parte para longe de nós.

Jc foi pra longe de nós.

- Agora somos apenas nós dois aqui. - Kian me abraça de lado, e eu assinto - Eu por você, e você por mim, amigão.

(...)

Depois do almoço, que foi mais que depressivo pra variar, Kian teve que ir para uma conversa com uma freira. Fui para o refeitório, que naquele horário era o lugar mais vazio dali.

Me surpreendo ao ver Rebeca sentada em uma das cadeiras, parecendo estar com o pensamento longe.

- Olá. - chamo sua atenção, sorrindo divertido ao sentar do seu lado.

- Oi, Matthew. - ela sorri de lado.

E mais uma vez arregalo os olhos quando me aproximo e vejo sua roupa. Rebeca usava apenas um top de malha cinza e calça moletom da mesma cor, junto com tênis velhos.

- Eu estava correndo. - ela diz, quando percebe que a olho, rindo envergonhada.

Isso explica seu rosto úmido e cabelo em um rabo de cavalo bagunçado.

- Você corre? - franzo o cenho.

- Sim, no pátio. - ela dá de ombros - As consultas com o Abel me estressam tanto que tive que arranjar algum meio de tirar tudo isso de mim, então...

Juro por tudo que é mais sagrado que realmente estava tentando prestar atenção no que Rebeca falava ou em responder alguma coisa, mas meus olhos estavam presos no seu decote. Seus peitos pareciam querer saltar daquele top apertado, e algo em mim estava quase saltando também.

- Já está sentindo saudades do Kian? - Rebeca sorri divertida, soltando o cabelo.

A porra do cabelo.

Ela está fazendo de propósito. Maldita.

Mordo o lábio inferior com força, me mexendo desconfortável na cadeira.

- Muita. - assinto, descendo o olhar mais uma vez para seu corpo, mais específicamente para seu quadril  avantajado.

Essa garota é uma perdição. Veio diretamente do inferno para foder minha cabeça. 

Eu via no seu olhar e no seu sorriso divertido que ela estava percebendo minha situação.

Quando Rebeca se levanta eu pude contemplar seu corpo escultural de perto, e consigo imaginar minhas mãos tocando todo toda parte dele enquanto ela suspirava nervosa.

- Eu preciso ir, Matthew. - Rebeca xiz, e eu me levanto no mesmo segundo.

- Não precisa, não. - digo, a puxando para mim pela cintura.

Rebeca me olha surpresa, e assim que ela abre a boca para falar algo, a beijo com uma vontade que eu não tinha noção de quanto tempo estava guardada em mim.

Suas mãos trêmulas vão para meus ombros, onde ela aperta. Quase quebro o beijo para suspirar quando a sinto percorrer toda minha boca. 

Aperto sua cintura tentando manter minhas mãos ali e não em sua bunda, um alvo maravilhoso que nunca esteve tão perto, e Rebeca leva uma das suas mãos para meu rosto, acariciando minha bochecha com seu polegar. 

Quando o ar nos falta, Rebeca quebra o beijo com um suspiro pesado e um sorriso surpreso, que desaparece á medida em que ela me olha a observando.

O seu rosto, a sua boca, o seu toque, o seu beijo. 

Engulo em seco olhando nos seus olhos, e Rebeca ri fraco, antes de me abraçar apertado. Ela não tem noção do que causa em mim.

Rebeca Tindel fodeu a porra do resto da minha vida.