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História Hell Of a Girl - Desculpe-me se pareço desinteressada


Escrita por: darkpolaris

Notas do Autor


Voltei galerinha!
Espero que curtam esse primeiro capítulo!
Até mais!

Capítulo 2 - Desculpe-me se pareço desinteressada


01

Capítulo I

Desculpe-me se pareço desinteressada


 

– Rose, por favor – minha querida priminha suplicou, desesperada.

Eu apenas revirei meus olhos, voltando-me novamente para meu notebook e conferindo as últimas atualizações do youtube. Rapidamente varri meu feed e descobri que mais um episódio de Girls in The House fora liberado. Minha felicidade estava completa! Poderia terminar meu domingo com este episódio e alguma série que...

– Rose!

Lily Luna conseguia ser muito irritante às vezes, pensei soltando o ar pela boca, visivelmente irritada.

– Eu já disse que não – respondi finalmente olhando para a menina.

Lily era uma pessoa muito divertida, mas tinha um problema: almejava ser popular. Agora que começara a criar uma obsessão por garotos tudo ficara pior.

A filha da mãe, claro, não teria muita dificuldade. Aos quinze anos já tinha um rosto bonito, corpo esguio e magro, os cabelos num tom ruivo parecido com o meu, os cílios bonitos e perfeitos, a boca sempre com um brilho labial, as roupas apertadas nos lugares corretos. Com sua pouca idade Lily Luna já era espetacular. E era divertida. Provavelmente ela subiria a escala rapidamente.

Ah! A escala.

Em nosso colégio, Hogwarts, havia uma espécie de sistema de castas, que poderia ser tão cruel quanto o próprio sistema indiano. No topo, estavam os populares: as garotas mais bonitas e desejáveis ao lado dos atletas, com seus corpos perfeitos. Um exemplo perfeito era Diana Nott, a “maravilhosa” garota que “todas” gostariam de ser e todos os garotos gostariam de pegar. Outro exemplo era Lorcan Scamander, o capitão do time de futebol da escola. Abaixo, os caras de bandas, como meu primo Albus, e as melhores amigas das garotas desejáveis. A escala apresentava poucos espécimes no topo, obviamente. No ponto mais baixo dessa escala estavam os dalits, ou melhor, os “nerds”. Eu ainda não entendia onde que os drogados se encaixavam, mas estavam tão à margem desse sistema que talvez nem se importassem de ocupar algum lugar. Claramente que estar na escala não era lá tão importante.

Mas para alguns era.

Lily Luna um dia seria a desejável.

Eu? Eu era a nerd.

Claro que meus óculos de armação grossa não ajudavam a não ter este estereótipo maldito. Ou minha notas. Ou minhas roupas.

Bem, não era como se Rose Weasley um dia fosse subir nessa escala, de qualquer forma.

– Rose… o Lorcan estará lá…

– Lorcan namora a Dominique! – falei e a ruivinha revirou os olhos.

– Todos sabem que ele namora todas.

Fechei a cara. Isto não era problema meu.

O problema na verdade era a minha prima enchendo meu saco para eu ir à essa maldita festa com ela.

Diana Nott, na minha escala, uma das garotas detestáveis do meu ano, estava dando essa festa na casa dos pais. Ouvi que eles estavam em férias no Caribe, o que foi perfeito para a filha ter uma chance de dar uma de suas festinhas. Eu sabia que metade do colégio estaria lá, com suas roupas ridículas e bebidas baratas. As garotas com seus corpos expostos demais, as risadas forçadas. Gente se amassando em todo lugar.

– Lily, eu realmente não quero ir.

– Seu último ano vai começar amanhã. Essa é a sua chance de ter um ano emocionante e…

– Um ano emocionante? Lily, eu odeio essas pessoas!

A ruiva revirou os olhos. Nesse meio tempo ouvi meu celular tocar e rapidamente o atendi.

– Rose? Onde você está? – Lysander me ligara.

– Em casa e pensando seriamente em ficar o domingo todo vendo alguma série…

– Rose, não. Você prometeu.

Bufei. As pessoas estavam mesmo tão interessadas na minha companhia ruim? Céus! Eu precisava limitar minhas amizades, colocar mais limites e…

– Rosie, eu preciso ir, meu irmão vai fazer besteira e simplesmente não posso deixar Lorcan sozinho e…

– Lysander, eu preciso de contar um segredo, algo que deixo guardado no ponto mais profundo de minha alma – falei dramaticamente enquanto um sorrisinho vinha até meus lábios. – Eu preciso dizer... eu não ligo pro seu irmão.

– Mas liga pro seu melhor amigo. – Scamander parecia ligeiramente irritado. – Rose, eu quero tanto quanto você ficar longe da Nott e das seguidoras dela, mas Lorcan está impossível.

Fechei os olhos, imaginando se isso era só uma desculpa do meu melhor amigo ou se era realmente uma verdade e que ele queria proteger o irmão. Não que Lorcan fosse uma criancinha indefesa, mas Lysander era protetor demais. Eu me lembrei vagamente que alguns caras de Durmstrang, outro colégio da cidade, queriam muito dar um trato em Lorcan.

– Rosie?

– Ok, eu vou! – falei e desliguei antes que me arrependesse.  

Vi Lily Luna comemorar animada e me joguei na cama, derrotada. Minha prima já estava caçando alguma roupa em meu armário e tagarelando horrores sobre aquela maldita festa. Eu apenas conseguia imaginar o que diabos iria fazer num ambiente cheio de cobras e lobos famintos para humilhar Rose Weasley.


 

– Eu não sei exatamente para que precisa de mim aqui – comentei com Lysander assim que chegamos.

Lily, a traira, no nada encontrou um grupo de meninas e saiu correndo para elas. Minha prima estava bem interessada em alguns garotos do time, percebi ao flagrar seus olhares para eles. Imaginei se ela me abandonaria assim com tanta avidez se eu não tivesse Lysander ali comigo.

– Preciso de distração – o loiro falou e eu bufei.

Havia bebidas para todo lado. Gente com latas de cerveja ou garrafas com vodka barata. Alguns garotos do time de futebol faziam bagunça próximo a piscina, enquanto em todo canto eu via casais se atracando, como se precisassem muito colocar suas línguas na boca de alguém.

O que diabos eu estava fazendo ali? Não era como eu fosse tão divertido assim… era uma bagunça terrível e estava me dando nojo tanta gente se agarrando.

Lysander colocou um copo de bebida em minhas mãos e eu olhei feio para ele, meu amigo, eu sabia, estava desconfortável ali tanto quanto eu, mas ele não admitiria. Percebi um de seus amigos do clube de leitura se aproximar e puxar conversa.

Não era que eu fosse tão chata assim. O problema era estar ali, um lugar fora dos que eu gostava de frequentar. Se eu fosse me definir, usaria minha inteligência como descrição? Ou meus hobbies? Ou meus desejos e pensamentos?

Eu não sabia ao certo. Apenas sabia que era uma das melhores alunas do colégio, com grandes planos de ir para uma universidade renomada. Talvez a universidade me trouxesse mais alegrias do que minha vida escolar de agora.

Suspirei.

Mais distante vi Diana Nott com Luke Zabini, ela perto demais, se insinuando tanto que me dava náuseas. O cabelos pretos estavam soltos e os seios apertados num top.

A cena me deu ânsia. Senti o cheio de fumaça e percebi alguns garotos fumando ali perto. Bem, eu não gostaria de destruir meus pulmões ainda. Disse para Lysander que precisava de um banheiro apenas para sair de lá e o deixei ali com seu amigo, prometendo não demorar. Dentro da casa as coisas não estavam muito diferentes. Haviam copos vazios espalhados para todo lugar e um casal se agarrando loucamente no sofá da sala de estar. Eu os ignorei e subi as escadas, à procura de um lugar mais isolado. Quando cheguei no piso superior encontrei um banheiro e rapidamente entrei neste. Achei que estaria vazio, mas encontrei quem eu não esperava. Scorpius Malfoy estava sentado dentro da banheira com uma garrafa de cerveja na mão.

– Desculpe-me – falei e tentei sair de lá.

– Espera! – ele chamou e eu estaquei.

Eu olhei rapidamente para ele. Scorpius sorria, embora parecesse ligeiramente triste. Não fazia ideia do que acontecia em sua vida, mas como poderia saber? Nós não nos falávamos. Seus olhos azuis estavam quase abrindo um buraco em mim de tanto que me olhava fixamente.

Veja bem, ele era um gata realmente bonito, e estava no time de futebol. Scorpius naturalmente era desejável e alguém bem distante da realidade de Rosie Weasley. Suas notas tão altas quanto as minhas, entretanto, não eram suficientes para rebaixá-lo na escala. Sua beleza falava mais alto.

– Weasley, o que você faz aqui?

Sua pergunta me surpreendeu. Era tão difícil assim aceitar minha presença naquele lugar? Uma garota como eu não podia mesmo pisar na festa dos populares?

Eu ri, não imaginando uma resposta para aquilo, porque a única verdade era que eu não fazia a mínima ideia. Eu não deveria estar ali, para começo de conversa. E agora olhando para a feição de Scorpius me dava conta daquela verdade inegável. Sua jaqueta jeans bonita demais, sua calça escura e o cabelo loiro arrumado me mostravam claramente que aquele era o ambiente dele. Não meu. Óculos, vestido xadrez e tênis surrado não tinham espaço nenhum ali.

Eu dei lhe as costas e segui novamente para fora da casa. Sabia que a voz dele ainda me chamava, não sei porque ele me seguia, mas eu não estava tão disposta assim a encarar novamente aqueles olhos avaliativos. Agora a música parecia mais ensurdecedora e as pessoas mais agitadas. Comecei a procurar Lysander. Alguém me empurrou e eu me desvencilhei. Estava perto da piscina quando vi Lorcan e Dominique se beijando arduamente.

Por um instante, lembrei-me de que já fomos amigas um dia, no ensino secundário, quando éramos apenas crianças. Éramos eu, Dominique e Alice, três meninas sem preocupação alguma com quem beijava quem, ou quais eram as roupas adequadas para alguém popular. Dominique e Alice eram amigas incríveis.

Uma pena que agora Domi era apenas mais uma garota superficial.  

Estava tão entretida com meus pensamentos que nem notei ninguém, até que Diana Nott apareceu na minha frente.

– Weasley. – Meu sobrenome em sua boca soou muito errado, como se eu fosse algum réu de algum crime. –  Posso saber o que faz aqui?

Olhei para os lados, ainda procurando Lysander. Percebi que muitas pessoas olhavam de mim para Diana agora.

– Estou apenas… – novamente eu não tinha resposta para aquilo e começava a me cansar daquela pergunta ridícula. – Quer saber? Não sei. Eu já ia embora mesmo…

Virei-me, mas neste mesmo instante um pé entrou em meu caminho e me desequilibrei.

E em segundos caí na piscina, jogando água para todos os lados.

Claro que isso fora uma sensação na festa. A pobre menina nerd desolada na piscina. Claro que houveram risadas e dedos apontando para mim. Riam como se eu fosse a animação improvisada da festa, alguém com a única função de divertí-los. Rapidamente, encontrei a escada para sair dali e fora da piscina recebi tanto olhares de pena como olhares de escárnio.

Os olhos de Scorpius Malfoy, que naquele momento encontrei, eram um enigma. Eu não sabia exatamente se lá havia piedade ou raiva.

Lysander surgiu na minha frente e jogou sua jaqueta ao meu redor. Silenciosamente, eu pedi para irmos embora. E sem palavra alguma, ele entendeu.

Diana Nott ainda ria, divertidamente. Enquanto eu apenas jurava para mim mesmo nunca mais pisar numa festa daquela.

Logicamente, essa promessa eu seria obrigada a quebrar.

 



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