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História Hello Neighbor - Bônus: 01.


Escrita por: Anagassen

Notas do Autor


HELLO LIROU FRIENDIX! Como estão? Espero que bem!! <33
Talvez esse bônus soe diferente de como trabalhei com a fanfic... Ele é focado quase que inteiramente na Irene e na Taeyeon.
Eu puxei uma cena do capítulo 7 que meio que deixei em aberto para explicar como funcionou.
Esse bônus explica como a Irene se tornou o SK organizado, então o próximo bônus (Que eu não tenho ideia de quando vou lançar) será meio que um final alternativo da fanfic. Vou deixar a fanfic como finalizada por enquanto, então quando acontecer que eu terminar o bônus 2, aí eu mudo só pra postar.
Terminei agorinha mesmo, então se possível ignorem os erros de digitação!
Uma boa leitura! <3

Vou deixar o link da minha nova fanfic nas notas finais! Assim como Gone Home e Hello Neighbor, a fanfic nova eu escrevo sozinha! Obrigada desde já! <3

Capítulo 15 - Bônus: 01.


Fanfic / Fanfiction Hello Neighbor - Bônus: 01.

Calmamente a garota andava com o seu livro pela casa, indo em direção a sala de estar. Após terminar de fazer todos os seus deveres de casa, a jovem Irene parecia animada com a ideia de passar o resto da noite relendo Harry Potter. Usava óculos parecidos com o do protagonista da saga e vestia-se como uma verdadeira nerd. E o era, definitivamente. Em praticamente todos os seus anos escolares a Kim caçula fora a primeira aluna da sala e da escola, sempre tirando as notas mais altas e sempre se dedicando por completo aquilo. Estudar era quase um hobbie, algo que ela adorava fazer. Mesmo perto do fim do ensino médio e com notas altíssimas no vestibular, eis que a jovem ainda não tinha certeza do que iria fazer. Pensava seriamente em cursar medicina em alguma universidade importante e tornar-se cirurgiã! Era apaixonada por biologia e química, ao contrário de sua irmã mais velha que odiava tais matérias. Irene e Taeyeon nunca foram lá muito próximas uma vez que a Kim mais velha achava a mais nova uma idiota. E naquele momento, bem naquele exato momento Irene tivera de dar meia volta da sala antes mesmo de entrar.

Podia ouvir seus pais discutirem pela milésima vez sobre a parceria pouco favorecida do Pai com o irmão gêmeo. A verdade era que o Senhor Kim era muito bem financeiramente, mas tinha um coração mole em relação a família. Seu irmão, na visão da Senhora Kim, não passava de um vigarista que tentava a todo custo comprar a imagem de bom moço e oferecendo a casa dele para que a jovem Irene passasse as férias. A Senhora Kim gritava coisas como se a prima das irmãs de Kim, a nada gentil Kim Hyuna, literalmente odiasse Irene a deixasse de lado sempre.

E bem... Era exatamente isso que acontecia toda vez.

Irene não dava importância para aquele fator, uma vez que seus motivos para passar as férias natalinas lá eram outros.

Não era uma garota que acreditava em Príncipe encantado e tão pouco havia se apaixonado pelo idiota popular da escola. Muito pelo contrário, a Kim caçula definitivamente não ligava para homens e paixões. Era o que pensava... Ao menos até conhecer o nerd desengonçado vizinho de Hyuna, Oh Sehun. Encontrava-se perdidamente apaixonada pelo mesmo, assim como tinha a plena certeza de que este estava apaixonado por si. O problema nem era o jeito que Sehun a correspondia, já que este o fazia corretamente e na medida certa. O que causava preocupações a pobre garota era justamente o fato de sua irmã mais velha ter achado uma foto dos dois juntos e passando a ameaçar Irene diariamente com aquilo. A chantagem começou com apenas algumas tarefas domésticas que Irene teria de fazer no lugar de Taeyeon, e ela o fizera.

Após isso, Taeyeon começou a sugerir que Irene talvez devesse lhe ajudar com os trabalhos da faculdade... E Irene o fizera de todo bom grado. Tudo para manter em segredo os seus sentimentos e manter a imagem de filha exemplo! E claro... O medo da reação negativa dos pais, o que era muito real por ser a caçula e vista como intocável.

Sem pressa a garota subira as escadas, dando de cara com a última pessoa que gostaria de ver no momento. Taeyeon tinha um sorriso divertido nos lábios, o que era assustador para a sua irmã mais nova. Sempre que sorria assim... É porque iria chantageá-la de alguma forma.

– Aonde a minha irmã favorita pensa que vai? – Taeyeon indagara com uma sobrancelha arqueada.

– Ler no meu quarto. – A menor se abraçou com o livro, dando um passo para trás. – Não quero confusão. – Murmurou baixinho e com um lindo biquinho.

– E por que você não está lendo na sala, como sempre faz? – Pendeu a cabeça para o lado.

– Porque Mamãe e Papai estão discutindo. – Falava baixo, como se a contasse um segredo. A morena somente dera de ombros e rira pela respiração. – O que você quer?

– Nada... Só iria ser realmente interessante se por um acaso, em meio a uma briga... Sem querer uma irmã preocupada fosse contar aos pais sobre uma certa irmã caçula que anda saindo com um esquisitão mais velho quando viaja. – As palavras foram exclamadas de forma suave, mas haviam soado como um verdadeiro soco na cara de Irene.

– Mas eu fui tudo o que você me pediu! – Irene retrucou incrédula e com os olhos arregalados. – Por que você está fazendo isso comigo? – Indagara receosamente. Temia a resposta, pois conhecia muito bem a própria irmã.

– Porque você é o tipo de perdedora que faria toda e qualquer coisa para manter sigilo sobre a sua vida íntima, é simples. – Taeyeon se encostou na parede. A Kim mais velha era a típica adolescente rebelde que gostava de importunar os fracos e oprimidos. Principalmente quando estes fracos e oprimidos estavam relacionados a sua irmã caçula. Irene nada lhe respondera, apenas a esperava continuar. – Já reparou que nem mesmo o seu namoradinho nerd e babaquinha quer assumir você? Será que ele tem vergonha de andar com uma quatro-olhos como você, Irene? – Indagara como quem nada quer.

– O que você quer? – A castanha voltou a indagar, só que desta vez com grande seriedade.

– Eu quero vinte dólares, por hoje é só. – A morena semicerrou os olhos para a caçula.

– Não é justo você me exigir dinheiro, eu só recebo cinquenta dólares de mesada e isso tem que fazer valer para o lanche no colégio. – Irene retrucou baixinho, porém nem mesmo pensou uma segunda vez antes de entregar a nota na mão da irmã.

– Boa menina... Agora se me dá licença, eu tenho uma festa para ir. – Taeyeon sorrira antes de dar a volta pela irmã e sair andando.

– Idiota. – A mais nova dissera tão baixo que nem mesmo ela ouvira sua própria voz. Suspirou pesadamente e balançou a cabeça em negação. Logo faria dezoito anos e tudo ficaria bem, ao menos era isso o que a jovem sempre pensava.

 

--

 

A chuva caía com vontade pelo lado de fora da velha delegacia. Havia vários homens trabalhando naquela noite, mesmo que muitos estivessem contra a própria vontade. Estava deveras frio e faltavam poucos dias para aquela data tão comemorativa e esperada por todos. O natal. O delegado organizava toda uma papelada que teria de repassar depois enquanto vez ou outra fitava a garota a sua frente. Apesar de ter sido pega pichando um muro e já ter alcançado a maioridade há alguns anos, o delegado não iria prendê-la realmente. Havia ligado para os pais daquela jovem há pelo menos três horas e já se encontrava impaciente. Esticou-se para frente, fitando-a com seriedade e balançando a cabeça em negação. Não era primeira vez que facilitava a vida da mesma.

– Acho que você precisa criar um pouco de responsabilidade. – O tom de voz fora sutil, nitidamente esperava que a garota a sua frente lhe fitasse. E esta apenas olhava para uma revista qualquer em seu colo.

– Tá. – Respondera sem muito ânimo.

– Estou falando sério, Taeyeon. – O delegado batucava de leve na mesa. – Você já passou da idade de ser a garota problema.

– Tanto faz. – A morena naturalmente rolou os olhos. Taeyeon estava no auge dos seus vinte anos e frequentemente era vista naquela delegacia. Por ser filha de gente importante e quiçá grandes contribuintes para a cidade, eis que o delegado preferia não prendê-la em definitivo. Os pais de Kim Taeyeon eram conhecidos por sempre arrecadarem o necessário para manter as obras em dia na cidade, sempre muito gentis com a população. – Por que você simplesmente não me solta? É o que você vai fazer mesmo...

– Taeyeon, você sabe que é procedimento padrão que eles venham lhe buscar. – O delegado balançou a cabeça em negação. – Você não tem vergonha de retirar eles de casa a esta hora? De fazê-los se locomoverem em meio ao frio para isso?

– Eles podiam estar em casa dormindo em uma boa se o Senhor me soltasse ao invés de efetuar aquela ligação. – O cinismo de Taeyeon era sempre algo que irritava a todos. Não só o delegado, mas muitos se indagavam o que teria acontecido com aquela menininha gentil e sempre muito sorridente e dócil que um dia já fora a mais velha dos Kim. – Sabe o que eu acho? De verdade? – A morena tinha uma feição séria no rosto. – Acho que eles estão demorando muito! E eu já estou morta de tédio aqui!

– Eles realmente estão demorando muito. – Murmurou enquanto ligava para uma das viaturas em serviço, mandando que estes pegassem o caminho mais rápido até a casa dos Kim. Porém com muito cuidado, uma vez que no caminho havia algumas curvas consideradas muito perigosas. Sempre causavam acidentes pelo local.

 

--

 

E a aflição de Kim Taeyeon somente aumentou com o passar das horas, uma vez que os policiais não conseguiram localizar nem seus pais e nem a sua irmã caçula. Levantaram a possibilidade do Senhor Kim ter causado um acidente no meio da estrada, porém a mínima chance de isto ter acontecido se esvaziou no momento em que acharam o carro completamente vazio e com as portas abertas no meio de uma trilha. A policia emitiu um sinal de alerta e mandou alguns grupos de busca checar as florestas que tinham ao redor da pequena cidade, mas nenhum sinal. Por questão de segurança, Taeyeon fora liberada somente quando a avó materna viera até a cidade para ajudar.

Nenhuma pista foi deixada, dentro da casa nada parecia ter sido tirado do lugar, o que dava nítida impressão de que se foram atacados, acontecera no meio do caminho. Apesar de liberada, Taeyeon voltava todos os dias na delegacia, várias vezes durante o dia. Fizera o delegado lhe jurar de pé juntos que acharia sua família, assim como a traria a salvo para casa. Homicídios não eram nada comuns naquela região pacata, então a polícia acreditava ser um caso de sequestro. A jovem Kim somente sentia muito receio, pois o sentimento dentro de si não era nada bom. Era como se já tivesse certeza que algo acontecera com seus pais, então reforçou ainda mais suas reclamações e começara a inventar desculpas sobre Irene para que aumentassem as equipes de buscas. Dissera que sua irmã era alérgica a várias coisas, para que o foco fosse ainda maior em achá-la. A Kim mais velha naqueles dias somente queria abraçar a caçula e dizer o quanto sentia muito pelas coisas que fizera com a mesma.

Fora somente no começo do terceiro dia que uma denúncia anônima viera com informações valiosas. Uma das propriedades que estava a venda em uma região mais afastada da cidade se encontrava com um cheiro muito forte, ao qual os policiais suspeitavam do que fosse.

Apesar de ter sido barrada e proibida de ir junto, eis que Kim Taeyeon e sua avó convenceram o delegado a deixarem que fossem junto acompanhar a investigação. Caso não fosse o esperado ou fosse algum outro crime, elas iriam se retirar imediatamente.

Nos dias que se sucederam até a denuncia, Taeyeon não recebera uma única ligação por parte da sua família paterna, tão pouco mensagens ou algum sinal de que eles estavam se importando com toda aquela situação.

Todos os dias desde o sumiço dos pais, o único sentimento que refletia em Kim Taeyeon era o arrependimento. Não em relação ao que fizera e sim a todo o tratamento péssimo que tivera com os pais e a irmã por tantos anos.  Refletia do porque havia chantageado sua irmã caçula por um assunto tão idiota, uma vez que na rua Taeyeon fazia coisas bem piores. Segurava com muita força os óculos da caçula quando chegaram até a tal da casa, que estava bem fechada com madeiras sobre as janelas. Mas o pior não era a aparência do local... E sim o cheiro.

O delegado entrou junto com a equipe de que montou para aquela situação, mas não tardou a voltar a sair. Entrara bem, com os olhos que demonstravam deveras confiança... Entretanto na saída estava terrivelmente pálido e com os olhos apáticos. Aquilo definitivamente era um péssimo sinal e uma faca que cortava todas as esperanças e bons pensamentos da Kim mais velha.

– Taeyeon... – O tom do policial era cuidadoso, mas a reação imediata da jovem fora tentar correr em direção a casa. O que não era lá muito certo, uma vez que três policial tiveram de segurá-la.

– São eles? – A avó indagara em uma tonalidade fraca, agora tão ou mais pálida e com os olhos arregalados.

– Há dois corpos mutilados lá dentro. – Tentou explicar com calma, segurando Taeyeon nos ombros e tentando se manter firme. Aqueles olhos nunca foram tão expressivos quanto agora, o olhar da jovem era de dar dó. – E pelos anéis nos dedos e as roupas que você disse que eles estavam... – Parou de falar com o grito alto da garota a sua frente, que tivera de ser segurada pela avó, caso contrário poderia cair sentada no chão. – Eu sinto muito, Taeyeon.

– C-cadê... – A respiração da morena se encontrava ofegante, seus olhos demonstravam sua dor e as lágrimas caíam sem que a mesma as limpasse. – A minha irmã? – O delegado iria lhe responder somente com a verdade do que vira no lado de dentro. Localizou os corpos dos Kim e muito sangue por toda aquela sala, mas sem um único sinal de Irene. Porém fora cortado antes mesmo de abrir a boca. Um policial saíra correndo de dentro da sala, gritando alto para que a equipe médica fosse acionada.

– TEM ALGUÉM VIVO LÁ DENTRO! – Com o grito até mesmo Kim Taeyeon buscou forças para tentar sair correndo em direção da casa novamente. Mais três policiais foram segurá-la.

O segundo andar da casa estava intocável, tendo tudo a acontecer na sala. O fato de tudo estar fechado e a casa sem iluminação fizera os policiais ter um receio de ir até o final do cômodo. Os dois corpos estavam bem longe do piano onde uma jovem se encontrava acorrentada. Tinha sangue por toda a sua roupa, cabelo e até mesmo em seu rosto. O delegado parou em frente a mesma, enquanto outros dois policiais tentavam soltá-la. Seu braço estava com um pano amarrado fortemente, o que dava a impressão de que estava a tampar algum ferimento. Se encontrava apenas um dos tênis all stars e com a blusa rasgada por uma das mangas. Em momento algum a moça olhou para alguma coisa além do sangue no chão, ignorando todos os chamados que recebia dos homens que trabalhavam para soltá-la.

Estava presa a um mundo só seu, onde tudo o que ouvia eram zumbidos altíssimos e toda a sua visão se resumia a uma única coisa: Sangue.

Um dos olhos estavam arroxeados e o canto da boca também, assim como seus braços haviam sinais de que havia levado uma surra fortíssima. Ainda sim, quando solta, eis que a garota se levantou e saiu andando sem os fitar uma única vez. Manca e lenta, eis que a visão dos policiais, Taeyeon, sua avó e todos os curiosos de plantão fora única: Kim Irene ressurgia das cinzas, só não podiam garantir que ainda era a mesma garota de antes.

Fora puxada para um abraço forte antes mesmo de pisar no primeiro degrau da escadinha, tendo seu olhar vago a se fixar no sangue das pisadas deixadas por alguns policiais. A única coisa que a menina conseguia sentir naquele momento era repulsa por todo aquele sangue.

 

--

O passar dos dias foram silenciosos, uma vez que Irene não parecia interessada em se comunicar com os outros. Dera por escrito uma carta detalhada de tudo o que vira naquela noite e explicando como eram os bandidos. A policia somente aceitara, pois compreendera que a garota nada conseguiria falar naquele momento. Esperavam a investigação, mas a avó e Taeyeon já estavam vendo sobre vender a casa e mudar-se para onde a velha senhora viva, no Texas. Irene não opinava, se alimentava apenas porque mandavam, porém sempre parecia presa dentro de sua própria mente e já não conseguia mais fitar qualquer pessoa que fosse nos olhos. As consultas com os psicólogos e os psiquiatras não obtinham resultados e aquilo se tornava cada dia mais preocupante. Todas as noites, aproximadamente pelas dezenove horas, eis que a Kim mais nova ia até a porta e se sentava por ali, como se esperasse alguém chegar. Duas pessoas ao quais todos tinham consciência de que não iriam voltar. Aquele era o horário que os pais chegavam em casa quase todas as noites.

Fora assim durante algumas semanas até a avó perder as esperanças de que iriam achar os culpados por aquela atrocidade. Decidira-se portanto que iriam para a casa da mesma no Texas e retornariam quando o caso estivesse fechado e o julgamento começasse. Taeyeon como a mais velha e herdeira direta recebera a notícia que a família tinha perdido quase todo o dinheiro, os dois únicos bens ainda no nome da família eram a casa e o carro. Preferia nem mesmo questionar, apenas pedira para analisarem tudo aquilo com cautela.

A mudança de ares certamente que fizera bem para Irene, que aos poucos voltava a se comunicar. Criou um gosto um tanto quanto peculiar por música clássica e terminou o ensino médio por meio de uma prova, já que estudara todo o conteúdo em casa nos últimos meses. Uma das coisas que mais a deixou curiosa e com vontade de aprender sobre eram as armas. Todos os tipos! E como Taeyeon era uma irmã muito dedicada e desejava poder criar um vínculo de amizade com a caçula, apoiou-a em tudo e pagou por tudo o que a jovem queria. Em troca Irene conseguira uma vaga em uma faculdade em uma cidade próxima, dedicando-se incansavelmente a mesma. O problema... É que também começou a se dedicar ao seus gostos estranhos.

Em uma noite chuvosa logo após a avó ter que ir viajar para a casa de um outro filho para uma festa de aniversário, eis que Taeyeon ouvira barulhos estranhos no porão. Locomoveu-se lentamente até o local e observou que era apenas a jovem Irene desenhando algo sobre um papel e o colocando estrategicamente no meio de uma mesa de madeira. Batucava sobre a mesa e a melodia do local era regada de músicas clássicas. Em um primeiro momento a Kim mais velha não dera importância, somente esperou a irmã ir dormir e descera novamente até o porão.

Era o desenho de um corpo humano onde haviam anotações sobre locais onde uma pancada poderia vir a doer mais. Não só isso, como também uma seta que apontava onde uma seringa tinha de ser injetada para que o efeito fosse quase instantâneo.

A questão era...

O que uma garota de vinte anos fazia com aquilo em seu porão se nem mesmo pretendia fazer medicina?

A resposta na mente de Taeyeon era simples, mas decidiu esperar mais um pouco para as suas confirmações.

Eis que fora necessário mais algumas consultas com o psicólogo até que Irene finalmente indagasse para a mais velha a duvida que lhe matava pouco a pouco.

– Eu vou ser sempre assim? – O tom de voz da moça demonstrava sua fragilidade e o olhar vago para as próprias mãos. Encontravam-se sozinhas na caminhonete de Taeyeon e estavam voltando para casa.

– Assim como? – Indagara-lhe em meio a curiosidade e tentando evitar de fitá-la. A resposta entretanto não fora lá o que Taeyeon esperava ouvir.

– Um monstro. – Irene fitou-a com calma e então continuou. – Eu sinto vontade de matar alguém.

– Por quê? – Rira nervosamente com aquilo.

– Não sei, só parece mais forte do que eu. Todos os dias cometo um homicídio dentro da minha mente... Tento evitar, mas é mais forte do que eu. – Suspirou cansada e encostou a cabeça na janela da caminhonete.

– Você sente empatia pelas pessoas? – Parou o carro em um encostamento e se concentrou em olhar para o volante.

– Por algumas sim, por outras não.

– O que realmente aconteceu lá e que você não está contando para nós? – Cruzou os braços e fitou-a seriamente.

– Eu assisti tudo. Desde o momento em que forçaram eles a passar todo o dinheiro para a conta dos bandidos... Ao momento em que decidiram que nossos pais sabiam demais, quando deram trinta e sete facadas na Mamãe porque ela não parava de chorar e gritar... – Irene dissera suavemente e notando o queixo da irmã cair. Não dera muita importância. – Quando começaram a mutilar o Papai... Até que chegaram em mim. Eles perguntaram a minha idade, Taeyeon. – Explicou calmamente. – E tiveram pena de mim, então somente me bateram até eu cair desmaiada. – Engolira em seco. – Pergunto-me... Por que não me mataram também? Ficaram com receio da polícia ficar revoltada? – Rira de forma estranha. – Mas eu não culpo você, Taeyeon, fico grata se você não contar para a Vovó sobre o que pretendo fazer.

– Você realmente vai fazer?

– Com toda certeza que sim. – Sorriu de canto.

– E por que eu deveria guardar o seu segredo? Isso é desumano, é insano! – Taeyeon lhe dava uma bronca e segurava-se internamente para não vir a lhe puxar a orelha. – Me diga um motivo para não contar isso para a Vovó e até mesmo para a policia.

– Porque você me deve isso. – Os olhos brilhavam em meio ao tom suave e tão... Manipulador. Era como se a ficha da Kim mais velha começasse a cair lentamente. Irene cursava algo que lhe ensinaria bem como falar, que palavras usar... Apenas com o intuito de manipular e ter argumentos mesmo que estes não fizessem sentido. – Eu sou a sua irmã... O anjo que cuida de você, que fizera as suas atitudes mudarem e a sua pessoa se tornar um alguém melhor. – Cruzou as pernas e suspirou como se estivesse cansada. – Você realmente acha que alguém vai preferir acreditar na garota contra a lei? Por favor... – O jeito que Irene pronunciava as palavras fazia tudo parecer sutil, como se nada realmente fosse. – Deus abençoe a América. – Murmurou ironicamente.

– Não há nada que possamos fazer para amenizar o que você sente? – Questionou já sem forças para lutar contra. Apesar de Irene realmente não lhe culpar e estar a lhe pedir apenas para guardar o segredo, a própria jovem se sentia culpada. O pior já nem era mais o jeito como sua família terminou e sim o jeito que sua irmã voltou. Irene sempre tentou fazer amizade e ser gentil, sempre se esforçou para tentar ganhar a admiração da irmã. E sempre fora ignorada...

– O que eu quero... Eu não posso ter. – Irene olhava um carro passar e dera um leve sorriso. – Eu nem mesmo tenho o telefone dele.

– Por quê?

– Porque eu fiquei com medo de você descobrir o número e usar isso contra a minha pessoa. Hyuna provavelmente dirá que eu não existo, já que nem mesmo os pêsames nossos queridos parentes vieram falar.

– Eu posso acobertar você... Mas não quero ter envolvimento algum.

– Nunca pedi para que tivesse. – Dera de ombros.

 

--

 

Apesar de ter deixado seu desejo explícito, Irene ainda demorou meses para planejar e aprender tudo. Quando saiu a primeira noite, após a irmã ter comprado um velho celeiro para que o trabalho fosse feito sem riscos de interrupções, eis que Taeyeon passara a noite inteira andando pela casa toda. A renda era boa agora que Taeyeon começara a trabalhar com a avó na mercearia da família. A baixinha apenas afirmou para a avó que a irmã somente estava tendo um encontro e que logo voltaria. Irene chegou exatamente às três da manhã, tendo uma feição neutra e fazendo tudo em silêncio. Combinaram de que jamais iriam falar sobre aquilo, era como se não existisse. Como se Irene nada fizesse. Era assustador e Taeyeon se sentia cruel com aquilo, mas a culpa ainda lhe consumia em demasiado. A única coisa que fizera fora indagara se a irmã se sentia um pouco melhor com aquilo. Porém no mesmo instante descobriu que uma vez começado... Dificilmente ela iria parar.

Começou com apenas um homicídio por ano, número este que começara a subir com o passar do tempo.

Para tornar seu álibi ainda mais consistente e ganhar a confiança de todos na cidade, eis que a moça decidira se livrar dos óculos e mudar completamente o visual. Fora de uma hora para a outra, algo tão de repente que fizera Taeyeon querer entender o porquê. Curiosamente o motivo era que o novo vizinho era justamente a última pessoa que as irmãs contavam que iriam se mudar para o meio do nada.

Oh Sehun.

A síndrome de perfeição tomou a Kim caçula com tanta força que nem mesmo aquele rapaz a reconhecera, o que fora muito bem aceito pela jovem. Era justamente o que ela queria, pois o seu maior desejo era começar do zero.

 

--

 

Com o tempo a relação das duas irmãs se estabilizou, principalmente quando uma tivera de ser o pilar da outra após o falecimento da avó. Acompanharam toda a doença da velha senhora, fizeram todos os exames, a levaram nos melhores médicos... Mas nada pudera impedir o inevitável. O que deixou tudo em cordas bambas fora o momento em que Tiffany Hwang se mudou para a casa da frente junto ao irmão. Irene silenciosamente percebia que a nova vizinha suspeitava de Taeyeon, mesmo que esta não tivesse envolvimento algum. O combinado entre as irmãs fora que a mais velha iria puxar a atenção da vizinha para si, pois assim não corriam o risco de alguém descobrir.

Se a curiosidade de Tiffany Hwang ultrapassasse os limites a coisa iria ficar realmente muito feia.

Ao vê-la indomável, Irene tivera a brilhante ideia de dar um pequeno susto na vizinha. Ajeitou tudo para que pudesse adentrar a casa no meio da noite e deixar somente um recado, uma frase de Oscar Wilde, mas nem tudo acontecia do jeito que a Kim mais nova gostaria.

Irene definitivamente não contava com a astucia do serial killer rival de querer ameaçar Sehun justamente naquela noite. Tivera de sair as pressas, conseguira somente ligar a música clássica e colar o papel com a frase no televisor. Pulou até mesmo a janela! E ao ver a cena momentos depois e ver que sua cena do crime estava tão, mas tão desorganizada... Fizera-lhe o sangue subir.

Mesmo sendo um gênio do mal, Irene ainda tinha sentimentos. Não se importou em receber ameaças tão diretas, apenas sentira seu calo ser pisado no momento em que Sehun recebera uma surra e descobrira que alguém estava tentando jogar a culpa para cima do mesmo.

Não havia momento mais propício que aquele para terminar com a sua fase de serial killer... Como aquele.

Era o momento de parar tudo e começar a investigar sozinha.


Notas Finais


ATÉ A PRÓXIMA AMIGUINHOS!

link da fanfic nova: https://spiritfanfics.com/historia/the-missing-girl-7846678 Obs: É TAENY!


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