1. Spirit Fanfics >
  2. Hellsing - Caminho para a Eternidade 2 >
  3. Tortura e Benevolência

História Hellsing - Caminho para a Eternidade 2 - Tortura e Benevolência


Escrita por: Lady_Miss_Chief

Notas do Autor


ATENÇÃO! Essa fic é uma continuação direta do Caminho para a Eternidade (1), portanto, é essencial que tenha lido a anterior para compreender todos os eventos que irão ocorrer aqui. Obrigada!

Capítulo 9 - Tortura e Benevolência


Fanfic / Fanfiction Hellsing - Caminho para a Eternidade 2 - Tortura e Benevolência

Enquanto descia as escadas longas de pedra do castelo, Seras Victoria se sentia num estranho pesadelo, ainda estava completamente desfocada da realidade desde que... Aquilo acontecera, na verdade, o banho não foi o bastante para fazê-la esquecer daquela cena, do corpo do Dante sem os braços, sem as pernas, com um buraco nas estranhas por onde seu intestino saiam, metade do rosto dele parecia ter sido... Devorado, ao lembrar da cena, repentinamente a Vampira colocou a mão na parede enquanto sentia uma onda de ânsia de vômito preencher seu estomago com urgência, não, ela não podia ter feito aquilo com ele, provavelmente o rasgou com as próprias mãos de forma animalesca, sim, no máximo havia sido “apenas” isso, não é como se não tivesse perdido o controle em outras vezes, desde que fora transformada isso ocorrera muitas vezes, mas ela realmente acreditava que com o sangue de Alucard fundido ao seu as coisas estavam diferentes desde então, que ela estava sã e consciente novamente de seus poderes, obviamente aquela noite provou que ela estava muito enganada, não só havia perdido novamente o controle sobre seu corpo como isso lhe dizia que ela não podia nem confiar em si mesma em batalha, respirou fundo enquanto a ânsia passava pouco a pouco, como se não bastasse tudo isso, não vira mais Alucard desde aquilo, após o banho o aguardava quando fora chamada por um dos soldados para vir ao calabouço do castelo, local que até então ela nunca esteve antes desde que começaram a morar naquele lugar juntos.  Assim que terminou de descer as longas escadas, ainda enjoada, se permitiu ser guiada pela presença de seu mestre.
Ao abrir a grande porta de madeira, se deparou com cerca de doze vampiros, entre eles, Alucard, Elizabeth e Park-Young. O Local parecia ter sido retirado de um filme de terror, com diversas correntes, espalhadas nas paredes, algumas ainda com ossadas penduradas pelos braços, diversas mesas de tortura deixavam evidente quantos não tinham sofrido e morrido naquele local, mas no centro do salão, uma cadeira de madeira com correntes nos pulsos deu a Seras Victoria a dimensão do que estava acontecendo ali, mas a primeira coisa que notara foram os olhares assombrados de todos membros do salão, que a encaravam como se fosse o próprio demônio, Alucard rapidamente venho em sua direção, encarando-a de uma forma cuidadosa.
- Está bem, Vampira?
- Sim... – Ela prosseguiu, incomodada com tantos olhares sobre si – Acho que sim, mestre.
- Ótimo – Alucard parecia animado – Tenho uma surpresa pra você.
Uma tosse feminina abafada rompeu o ambiente, fazendo Seras se virar para atrás, ali, ferida, sendo carregada por dois soldados de Elizabeth estava Camille.
A vampira fora rapidamente colocada sem cuidado nenhum na cadeira de tortura, tendo seus pulsos sendo amarrados por correntes que pelo grito de dor, provavelmente eram de prata.
- Elizabeth e seus homens a encontraram e a capturaram – Alucard dizia enquanto saia do lado de Seras e ia em direção a vampira ruiva que Seras encontrara diversas vezes na casa de Quincey Harker, tendo no último encontro inclusive a humilhado perante todo o clã.
Ela deu um passo pra trás enquanto observava o quanto o belo e pálido rosto da Vampira estava machucado, as marcas roxas em seus corpos sugeriam tantos socos e pontapés que ela sequer teve forças de curar, um dos olhos pareciam inchados, em sua cabelos sangue escorria e pingava em seu blazer preto de alta costura, aos pés apenas um scarpin preto de verniz reluzia, o outro provavelmente havia se perdido no caminho. Camille parecia desnorteada, mas não o bastante para não reconhecer aquele que estava a sua frente, agora retirando o sobretudo vermelho sangue e entregando nas mãos das Seras, exibindo seu corpo esguio e alto com aquela roupa social negra e o laço vermelho no pescoço.
- Nem começamos e já estou excitado – Alucard disse com um sorriso insano enquanto erguia as mangas brancas de sua camisa, enrolando-a até o cotovelo cuidadosamente.
- Filho da Puta – Camille disse rouca enquanto cuspia sangue – Você e todos esses traidores vão pagar.
Alucard parou na frente da vampira ruiva, pegando a cabeça dela com a palma da mão, a forçando o encarar por baixo, enquanto ele apoiava a perna direita na cadeira, no meio das pernas da vampira.
- Traidores? – Alucard disse fingindo surpresa – Numa guerra não há traidores, só há o lado vencedor e o perdedor, Vampira – Sem cuidado ele virou o rosto dela em ambas direções, como uma boneca – Tá vendo esses vampiros aqui? Pois bem, a diferença deles para os seus soldadinhos, é que eles estão do lado certo.
A seu lado direito, Seras pôde notar quando um dos soldados de Elizabeth trouxera uma bandeja com inúmeros instrumentos que a vampira sabia bem para o que servia, Alucard usou a mão livre para pegar uma pequena peça que Seras jamais saberia o uso se não fosse no momento que ele a encaixou embaixo das unhas vermelhas de Camille a fazendo gemer de dor.
- Faz tanto tempo que não faço isso que estou realmente... Inspirado hoje – Alucard comentou enquanto começava a forçar a peça para cima, fazendo a bela unha grande de Camille começar a se descolar da pele a fazendo gritar alto.
Seras entortou os lábios com desconforto, não era como se guardasse qualquer tipo de apego a aquela Vampira de cabelos ruivos sentada perante seu mestre, ela era cumplice direta de Quincey, sabia de tudo que ele estava fazendo com ela e mesmo assim claramente o apoiava, ao mesmo tempo que pelas costas mantinha o desejo claro de matá-la, sim... De fato, naquele duelo que ambas travaram juntas há quase um ano atrás, Camille tentou humilha-la perante todos e mais ainda, usou aquelas mesmas unhas que agora Alucard retirava uma a uma para arranhar seu rosto, machucando-a... Não... Estava confusa, porque lembrar de tudo isso estava lhe causando certa satisfação em ver aquela cena sangrenta? Seras balançou a cabeça, como se tentasse espantar tais sentimentos de si.
Alucard ria alto enquanto brincava com as unhas ensanguentadas de Camille em suas mãos.
- Pronto, agora já fiz um aquecimento – O vampiro disse, inclinando-se sobre ela – Porque não começa me dizendo em quantos vocês são hein?
Com a ponta dos dedos em carne viva, Camille ergueu o rosto para ele, franzindo as sobrancelhas vermelhas finas enquanto estreitava os olhos borrados de maquiagem.
- Vai se foder – Ela se limitou a dizer, enquanto respirava com dificuldade.
- Estava torcendo para que dissesse isso sabia? – Alucard disse com um frio insano nos olhos vermelhos enquanto pegava uma adaga pequena e enferrujada – Eu até tenho outras em melhor estado, mas admito – Alucard falou enquanto observava a empunhadura com termos em latim gravadas – Eu tenho certo apego por essa peça, a ganhei quando ainda era um garoto do meu pai – Falou de forma nostálgica, atraindo a atenção de Seras Victoria, era a primeira vez que ela o vira falar abertamente da infância.
Alucard rapidamente levou a adaga até o braço da vampira e começou a cortar a pele pouco a pouco, ele parecia concentrado em tentar retirar a pele de forma mais fina possível enquanto Camille berrava e começava a se contorcer na cadeira de tortura, Alucard pegou o pedaço da pele pálida da vampira e a observou perante os olhos, em seguida mostrando aos presentes na sala de forma orgulhosa.
- Ora só, não é que tenho ainda talento para esfolar?
Repentinamente todos vampiros presentes começaram a bater palmas orgulhosas, gritando frases de incentivo à Alucard enquanto ele entregava a peça a um dos soldados que parecia um fã fascinado ao ganhar um autografo do ídolo.
A Vampira mordeu o lábio, contendo as próprias mãos quando percebera que quase se deixou contaminar pela animação do local, aquilo era uma tortura, Camille estava sem um pedaço da pele do braço, sem força nenhuma devido a quantidade de sangue que parecem terem sugado dela considerando as mordidas em seu corpo para se regenerar, e ali... O Show de horrores que Alucard tanto apreciava fazer agora tinha plateia, e de alguma forma isso a deixava também eufórica. Não era normal ficar daquele modo ao ver o sofrimento, essa não era ela, precisava recuperar a própria sanidade, de alguma forma se sentia traindo a si mesma.
Alucard prosseguiu com as esfolações em algumas partes do corpo de Camille, mas a vampira não se rendia, negando-se a passar informações, fora quando Alucard teve a brilhante ideia de usar um martelo e quebrar cada osso do corpo dela que Seras estremeceu.
A essa altura Alucard estava com os cabelos negros soltos em sua face pálida, o rosto fino exibia um sorriso cada vez mais largo e cruel, em seus olhos dilatados a loucura se fazia presente como tantas vezes ela vira e admitia, ainda não estava acostumada, quando o barulho da tíbia se quebrando da Camille ecoou os vampiros gritaram extasiados como se tivessem assistindo um jogo de futebol, Alucard riu alto enquanto aparecia com a cabeça diante os olhares de seus público dizendo
- Parece que exagerei e o osso saiu da perna!
Os vampiros todos riram, amontoando-se próximos a Alucard para observar, inclusive Seras que quando notou estava com a mão sobre o ombro agachado de Alucard inclinando a cabeça para observar a cena fascinada, realmente, percebeu que alguns vampiros tiraram os celulares dos bolsos, fotografando da cena doentia, a vampira recuou colocando a mão sobre a própria boca, aquilo tudo lhe parecia simplesmente imoral e incorreto demais para ela suportar, por mais que detestasse Camille, começara a achar que aquilo estava passando dos limites e recuou, encostando as costas na parede enquanto cruzava os braços virando o rosto para o lado enquanto pouco a pouco os sons se repetiam: Osso quebrando, Plateia comemorando, Alucard rindo e... Camille Berrando. E mesmo assim, ao fim daquilo, pode ouvi-la dizer, pausadamente enquanto sangue lhe escapava pelos lábios.
- Foda-se...
Era inegável o quão forte Camille parecia ser, apesar de toda dor que Seras Victoria conseguia sequer quantificar que ela sentia no momento, um ser humano já teria morrido há muito tempo, tudo que a mantinha viva ali era o pouco sangue que ainda corria em seu corpo imortal, mantendo os órgãos principais em funcionamento para mantê-la consciente, naquele caso, provavelmente apenas o cérebro e o coração.
- Você não me decepciona – Alucard disse orgulhoso enquanto colocava as duas mãos na cintura, ainda segurando o martelo ensanguentado – Portanto, você merece um belo presente.
O som de rodinhas enferrujadas no corredor se fez presente, Alucard se colocou ao lado, como se desse espaço para o que viria, quando a porta de madeira fora aberta, uma maca de inox surgiu na vista de todos, sobre ela os pedaços do que algum dia fora Dante.
Horrorizada, Seras arregalou os olhos vermelhos, enquanto todos os vampiros começaram a rir, rapidamente se teletransportou colocando-se à frente de Camille, impedindo-a de ter a visão do seu amante naquele estado.
- Não! – Ela se ouviu dizer desesperada fazendo todos os presentes a olharem completamente chocados, repentinamente ela se virou para Alucard.
- Mestre... Me escuta... – Começou de forma vacilante – Isso é demais... Por favor, ela o amava.
- E? – Ouviu seu mestre dizer rapidamente erguendo uma das sobrancelhas para ela.
- Eu não entendo porque estão fazendo isso... – Ele olhou pra todos no salão por um momento – Não bastava tomar o sangue de Camille para obter toda informação que desejam? – Finalizou virando o rosto para Alucard, o encarando profundamente.
Alguns segundos de completa tensão se seguiram, uma no qual ficou claro pelo olhar de raiva de Alucard que ele não estava disposto a responder sua serva, os vampiros no salão se entreolharam sentindo a energia maligna que aqueles dois corpos emanavam enquanto se enfrentavam, embora nenhum soco tivesse sido trocado, a ameaça era tamanha que pareciam temer pelas próprias vidas, mesmo não compreendendo bem o motivo daquilo.
- Com permissão, Seras – A voz firme de Park soou no ambiente, atraindo olhares admirados dos vampiros no calabouço pela coragem do coreano – Observe as marcas no corpo de Camille, todos nós já testamos suga-la e nada... – Ele engoliu em seco enquanto percebia o rosto de Seras se virando para encara-lo, embora Alucard ainda estivesse com os olhos completamente fixos em sua serva – Há algo de diferente, quando a bebemos tudo que absorvemos foram memórias desconexas de diversas pessoas, você lembra de algo... Acerca das memórias de Dante? – Ele falou a última palavra em tom baixo, quase sussurrante, como se temesse falar do assunto.
A vampira entortou os lábios para baixo enquanto tentava racionalizar, por mais que ainda em choque pelos acontecimentos das últimas horas, ela realmente não estava conseguindo acessar nenhuma memória de Dante, por um minuto se sentiu como Zorin tentando desvendar sua mente, era como um espelho fragmentado quebrado em milhões de pedaços.
- Acreditamos que eles fizeram algum tipo de transfusão total de sangue ou algo semelhante – Park disse, já supondo a negativa de Seras Victoria.
A vampira encarou os olhos azuis gelo de seu tutor, apesar de ter ficado claro a importância daquele ato primitivo, ela com certeza não via que tipo de benefícios eles teriam em expor o corpo destroçado de Dante a Camille, mas é claro, ela com certeza sabia de quem fora aquela ideia maldosa, virou o rosto encarando o olhar fixo em chamas de Alucard.
- Eu estou te pedindo... – Ela foi franca, segurando o laço vermelho de seu rei com a mão firmemente – Não permita isso, é desnecessário e crueldade demais.
- Se retire daqui  – Alucard disse rispidamente.
- Não! – Ela falou mais alto, sentindo os olhos marejados de vermelho sangue – Mestre... Eu te imploro, não a faça ter essa visão – tentou justificar enquanto o puxava para mais perto dele, evitando expor sua fraqueza perante os outros.
O vampiro se manteve sério, a encarando profundamente por alguns segundos a mais, por fim, ele levou a própria mão sobre a dela no laço em seu pescoço, o que quase a fez ter esperanças.
- A Noite foi difícil pra você – Ele falou alto o bastante para todos na sala ouvirem – É evidente que você está indisposta, irei te levar de volta ao nosso quarto.
- Nã...!!! – Ela tentou protestar, mas antes que pudesse perceber, ao terminar de gritar o “Não” já estava no aposento de ambos, falando para a cama a sua frente como uma idiota, com ódio ela retirou rapidamente a mão do contato com a de Alucard, é claro, ele havia teletransportado ambos para lá, usando de seu vacilo de aproximação para isso, impondo sua vontade mais uma vez de forma forçada sobre ela, por um momento quis apenas gritar de ódio, mas se conteve respirando fundo e indo em direção a janela medieval, inclinou o corpo sobre o parapeito, enquanto sentia o céu escurecer rapidamente e trovoadas soarem ameaçadoramente no céu da Transilvânia, uma tempestade estava se formando, e ela não se referia apenas ao clima. 
 


Notas Finais


Olá a todos! Como estão? Espero que estejam bem e com saúde.

Primeiramente peço perdão pela demora pra postar, acabei tendo uns problemas pessoais familiares que retiraram demais meu tempo. Mas não se preocupem que por hora esta tudo bem novamente e voltarei a postar na frequência correta.

Eu sinceramente gosto MUITO desse capitulo, é sempre interessante mostrar o lado mais animalesco de Alucard, mas como vimos na obra original Hellsing, é evidente que isso não agrada Seras Victoria, ela deve sentir que esta se relacionando com algum tipo de "monstro", e isso a incomoda e a assusta profundamente, enquanto que para Alucard só demonstra a fragilidade humanizada de sua serva. Isso ainda é o foco de brigas e divergências entre eles.

Espero que estejam gostando, amo ler as opiniões de vocês sobre a fic, não sabem como isso me incentiva! Então, obrigada pela presença e paciência.

Próximo caps: Toda Sexta e Segunda!

Instagram: @lady_miss_chief


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...