História Helô e Stenio Para Sempre - 9 - Um domingo comum

A chefe de polícia estava descansando sobre os macios lençóis em sua cama quando sente um volume pequeno afundar no colchão.
— Uhm, filho. — sabia ser ele antes mesmo de abrir os olhos. Helô tenta cochilar, mas Miguel não desgruda e se esparrama por cima da delegada.
— Mamãe meu queio fica com voxê.
— Tu não estava montando o quebra-cabeças com teu pai?
— Papai meu faiando no xelular e agora dumiu no sofá.
— Inacrê! Teu pai adormece e te deixa sozinho vagando pela casa? Por isso que não dá pra confiar nele, sabia?
Ela fala, mas logo sorrir ao ouvir a voz do marido que entra no quarto.
— Não seja injusta comigo, amor. Não dormi no sofá, estava quietinho quando o Miguel correu pra encontrar com você aqui no quarto.
— Aham, aham.
— Agora quero um espaço aqui na cama também. — o advogado pede, já afundando no colchão.
— Papai meu no xãun. Eu ficar na cama da mamãe meu.
— Ei, nada de colocar seu pai para o chão. Que isso, Miguel? Essa cama aqui é dele também, sabia?
— Eu xei! Dicupa papai.
— Não tem problema, filhão. Eu sei que você sempre quer sua mãe só para você, mas temos que dividi-la, sabia?
— Vocês dois podiam voltar pra sala, eu prefiro ficar sozinha aqui. Preciso dormir um pouquinho.
— Amor, que tal assistirmos um filminho? — Stenio sugere.
— Podeloso Chefiunnn! Eba!
— Nem pensar. Nada de filme e muito menos ESSE. Já vi tanto que sei as falas todas, esse não.
— Escolhemos outro.
— Xxxxxtenio, não dá ideia. Preciso descansar. Tu sabe perfeitamente bem que os últimos dias foram exaustivos.
— Sei muito bem. Você inclusive está me devendo até hoje a comemoração do dia 17. Prometeu, falou que faríamos coisas... legais... e ... — ele tem cuidado com a escolha das palavras, pois o filho estava presente.
— Stenio, não me lembra que fico me sentindo culpada.
— Amor, não se sinta culpada. Você sabe que cobro para implicar e te provocar, mas entendo que as coisas no trabalho ficaram complicadas. Está tudo bem, teremos muitos dias pela frente.
— Obrigada por compreender, meu amor. — ela diz, puxando o marido para um selinho.
— Quelo bezo meu. — Miguel se joga entre os dois e afasta o advogado dela.
— Você está se saindo um ciumento lindo, seu safadinho. — ela rola com o pequeno e espalha beijos por todo rosto do pequeno. — Já que não consigo escapar de vocês dois, vamos assistir filme sim.
— Bota na tevelizão Podeloroso che...
— Não! Não! Não! — a delegada nega aos risos.
— Pufavôr mamãe meu.
— Filho, vamos escolher outro. E, eu que te peço, por favor...
— Escolhemos juntos, que tal? — Stenio sugere, já ligando a TV do quarto.