História Helô e Stenio Para Sempre - 9 - Cartas na mesa

Na PF:
— Ele fez todo esse mistério e conseguiu desviar um pouco o meu foco. — a delegada fala, andando de um lado para outro de sua sala. — Fiquei desconfiada porque ele estava mudado e deixava transparecer que escondia alguma coisa. E fez isso de caso pensando aquele cretino, é inacrê. — ela diz com um sorriso no rosto — Eu estava acreditando, fique realmente com um pouco de ciúme e... era tudo parte do planinho dele.
— Mas a tal ex?
— Não é ex, se for essa mesmo que tu descobriu agora aí nos registros... a que viajou com ele. Não é ameaça pra mim, até porque o Stenio sabe que guardo não apenas uma baby no nosso quarto, guardo bem mais que uma... essa mulher, ela é laranja do deputado.
— Acho que estou um pouco confuso.
— Pedro, presta atenção. O Stenio tramou isso tudo para que não descobríssemos sobre quem estava representando o político. Ele me deixou com a pulga atrás da orelha de propósito. Pensa. Agora ele me conta que vai defender o deputado, mas também fala que viajou com a ex. Tudo pra me distrair, me confundir e quase conseguiu.
— Ah!
— Não está mais do que claro?
— Faz sentido, doutora.
— Nesse momento ele deve estar no escritório reunido com a equipe dele, tramando os próprios passos. Teremos que ser rápidos ou eles conseguirão livrar a cara desse bandido. O Stenio nem sempre usa métodos convencionais e ele gosta de tirar cartas surpresas da manga. Se brincar já conseguiu habeas corpus com algum juiz amigo dele, deve tá com o papel na gaveta esperando a hora certa de usar.
— E o que a doutora pretende fazer?
— Continuar fingindo que estou com ciuminho, ir nesse jantar e tentar descobrir mais alguma coisa. O jogo virou, agora eu sei o plano dele, mas preciso fingir que não sei. Preciso continuar com ciuminho.
— Entendi! Conquistando e dormindo com o inimigo?
— Ele usou a estratégia dele, certo? Usarei as minhas e tenho armas poderosas que o farão vacilar e falar algo em algum momento. Stenio, você quase me enganou dessa vez.
— A doutora parece animada agora com essa descoberta toda.
— É um jogo e ele usou uma tática que não costumava usar quando vivíamos em pé de guerra. Preciso descobrir o que exatamente o Stenio tem em mente.
— Isso parece deixa-la excitada, no sentido bom da palavra. — Pedro comenta.
— Acho que isso pode ser bom para o nosso casamento. Eu demorei demais a perceber o que estava acontecendo. Não sei como não enxerguei antes todo esse joguinho dele. Mas vamos ao que interessa. Precisamos agilizar as nossas estratégias, reúne a equipe AGORA.

No escritório:
— Haroldo, estou falando pra você. Ela entendeu o que eu fiz esse tempo todo. A Helô sacou, eu arrisquei meu pescoço deixando ela ficar com ciúmes, e agora ela descobriu tudo. Toda a nossa estratégia. De um jeito ou de outro, estou ferrado.
— Mas você falou que o ciúme era a principal causa da raiva da Helô e que tinha distraído ela.
— Até certo ponto, mas hoje ela percebeu o jogo.
— E o que faremos, Stenio?
— Precisamos ser rápidos ou não conseguiremos livrar nosso cliente.
— Stenio, tem certeza?
— Eu conheço a Helô. No momento que ela percebeu tudo, que a ficha dela caiu, ela me olhou daquele jeito dela, sabe? Ali no nosso closet ela decidiu voltar para a PF, não quis almoçar.
— E?
— Nesse momento deve estar tramando alguma coisa com a equipe inteira da polícia federal. E, eles têm recursos para manter nosso cliente atrás das grandes.
— Isso não pode acontecer.
— Eu sei, justamente por isso vamos iniciar uma corrida contra o tempo.
— Vocês dois voltando aos velhos tempos. — Haroldo diz aos risos.
— Parece que sim. — Stenio afirma para o sócio. — No jantar de hoje ela vai fingir que não percebeu meu plano, vai fingir que continua com ciúmes e vai tentar arrancar informações. Preciso ser muito forte, meu amigo.