História Helô e Stênio Para Sempre 8 - Capítulo 452

— Oi meu amor. — Helô liga por chamada de vídeo para a filha. — Já está tudo pronto para sua festinha virtual?
— Não!
— Por que, Drica? 
— Mãe, estou quase desistindo de fazer essa festinha por live. O Pepe e a Alice não fazem a menor questão de se arrumar, de colocar uma roupa bonita. Meus seguidores não querem ver ninguém desleixado.
— Drica, não precisa brigar com seu marido e sua filha por isso.
— Mãe, é meu aniversário. Custa os dois colaborarem?
— Fala com jeitinho.
— Até parece que falar com jeitinho com sua neta e seu genro funciona.
— Calma, filha. É seu aniversário, não precisa se estressar.
— Tentando ficar calmíssima, mas está difícil. Cadê a Creusa, meu pai e o pirralho?
— Creusa estava com dor na coluna e precisou tomar um remédio, dormiu. Seu pai está no banho e seu irmão deitado assistindo desenho. 
— Como foi voltar pra casa, mãe?
— Ah filha, estava com saudade. Limpamos tudo assim que chegamos, estamos exaustos.
— Como o Miguel tá, mãe?
— Não comeu nada. Não falou nada desde que chegou. Só quer ficar deitado no sofá com a chupeta e vendo desenho. Quando lembra do cachorro volta a chorar.
— E o Bob?
— Liguei para a Maria meia hora atrás, ela disse que o cachorro também não quer comer nada. Está na varanda com um bonequinho de dinossauro que Miguel esqueceu lá, olhando para a estrada na esperança de ver o carro voltando. 
— Mãe, juro que se tivesse tempo ficaria com o Bob aqui, mas...
— Drica, não se sinta culpada. Desde o começo eu sabia que esse tipo de problema ia acontecer. Seu irmão se apegou rápido demais, não temos condições para cuidar de um cachorro com a vida maluca que levamos. É escritório, Polícia Federal...
— Posso falar com o meu irmão? 
— Claro meu amor. 
Indo até o sofá, Helô primeiro cheira o filho, em seguida mostra a tela do tablet. 
— Filho, sua irmã quer falar com você.
— Oi capetinha...
— Drica! — Helô repreende a blogueira.
— Dita, mamãe papai nhãn tosse o pob. — O pequeno fala, contraindo o canto do lábio com vontade de chorar ao falar sobre o assunto. 
— Maninho, não fica assim. Vamos voltar para a serra para brincar com o Bob quando tiver um feriado.
— Dita, viazar có mizeu bota o pob no carru pá cazia. 
— Prometo que daremos um jeito, tá bom? Agora você quer cantar parabéns pra sua maninha aqui? Ontem foi meu aniversário, mas vamos comemorar hoje. Festinha Miguel.
— Nhãn queio. Tixxti! — O menino fala, empurrando o tablet que Helô segurava em sua direção.
— A festinha da sua irmã, meu amor. Vamos cantar parabéns para ela.
— Nhãn queio mamãe. — Ele diz, escondendo o rosto em uma das almofadas do sofá.
— Filho...
— Xaiii! Xaiiiii.
Miguel rejeita a delegada que sente-se impotente diante daquela situação.
— Mãe? Mãe? — Drica chama.
— Oie meu amor. — Helô volta a aparecer na tela.
— Deixa ele quietinho. Cada um tem seu tempo para se recuperar das tristezas, deixa ele.
— Drica, ele não quer nem comer.
— Mãe, deixa o Miguel no canto dele. Pronto!
— Que difícil, viu? — A delegada admite.
— Oh, vou convencer a Alice e o Pepeu a se arrumarem logo e retorno para cantar meu parabéns.
— Drica, antes de desligar me explica porque ontem você mandou aquela mensagem dizendo que não queria ser incomodada e sumiu.
— Mãe, eu e Pepeu tiramos o dia do meu aniversário para ficarmos off como casal.
— Ahhh!
— Por isso mudei meu aniversário para hoje. Ontem fiquei o dia inteiro sem celular, delegada.
— Aproveitaram bastante?
— Ah mãe, você não imagina o quanto. Beijos, já te ligo.