História Helô e Stênio Para Sempre 8 - Capítulo 515

Depois de um longo tempo em silêncio, os dois suspiram ao mesmo tempo. O advogado ajeita-se no sofá e ela senta ao seu lado. Eles ficam bem próximos, sem dizer nada, apenas ouvindo a respiração um do outro. A sala mergulhada na penumbra da noite. Muitos minutos se passam até que a respiração de ambos parace mais calma. De repente, o advogado quebra o silêncio.
— Helô, desculpa.
— Eu que devo pedir desculpas. Deveria ter falado antes sobre o que estava incomodando.
— Eu não tinha que ter escondido de você. Não consigo mesmo, esqueço que sou casado com uma chefe da polícia federal.
— Você está bravo comigo?
— Já falei que não. Minha irritação é comigo mesmo.
— Não gosto dessa mulher e nem preciso conhecer para gostar, Stenio. Sinto que ela não quer mais que negócios.
— Amanhã assino os últimos papéis e recebo as chaves. Depois disso não preciso falar, encontrar ou ter qualquer tipo de contato, Helô.
Mais uma vez eles ficam em silêncio, e dessa vez ela que fala primeiro.
— Que ideia maluca é essa de comprar um apartamento aqui ao lado?
— Assim podemos ampliar e ter espaço para o nosso filho, nosso cachorro. Nossa filha, neta e genro quando quiserem nos visitar. Os nosso amigos também. O apartamento tem um deque molhado, podemos tomar sol usando a hidromassagem ao ar livre.
— Ainda estou processando a ideia dessa compra. Estou tão cansada que não sei o que dizer.
— Com mais espaço não precisamos mudar para uma casa nova. Podemos continuar aqui, inclusive reservar um cantinho para quando quisermos....
— Brigar? — Ela pergunta e contrai o lábio ao falar.
— Também! — Stenio responde, suspirando.
— Stenio, estou tão cansada. Cansada de ficar nervosa, desconfiada e muito mais cansada de ter raiva dessa tal de Renata.
— Helô, eu...
— Eu sei... Não quero justificativas. Só espero ficar bem... tô cheira de problemas na PF. A operação de hoje não foi o sucesso que esperávamos. Meu dia foi ruim, amanhã deve ser pior ainda.
— Sinto muito ter contribuído para seu dia ter sido ruim, Helô.
— Sinto muito ter desconfiado de você. — Ela também fala.
— Me incomoda muito quando desconfia de mim, Helô.
— Não quero brigar. — Ela diz em tom honesto.
— Você me desculpa?
— Por comprar um apartamento? — Brinca.
— Posso te abraçar?
— Sua raiva passou, Stenio?
— Acho que esses dias que não estamos namorando, estão me deixando irritado. Frustrado e com os nervos à flor da pele.
— Estou exausta demais para namorar.
— Não estou cobrando. Não me entenda mal. Só quero ficar bem e esclarecer esse mal-entendido.
— Já estamos mais que esclarecidos. Agora desfaz essa cara de chato, me abraça.
Desarmando-se ao ouvi-la pedir um abraço, o advogado puxa a esposa para seus braços e os dois trocam um selinho demorado.
— Ah Helô...
— Dispensa logo essa Renata, resolve tudo e quando minha ficha cair... Podemos comemorar essa surpresa.
— Não é mais surpresa.
— Eu finjo que não sei de nada, pronto.
— Helô...
— Não sei de nada. Nadinha! — Ela afirma — Eu amo você, Stenio. Só não fica assim chato comigo.
— Você que fica chata primeiro e me deixa frustrado.
— É que quando sinto ciúmes, fico...
— A doutora está admitindo ciúmes?
— Eu falei ciúmes? Claro que não... Você entendeu errado, meu querido.