História Helô e Stênio Para Sempre 8 - Capítulo 44

– Delegada Heloísa? – a voz feminina chama ao longe.

Helô que estava encerrando o expediente e se encaminhava para o estacionamento da PF, para já prestes a entrar em seu carro. A delegada gira e encara Vanessa que caminha com queixo erguido até ela. Ajeitando a postura, Helô encara a mulher que para diante dela e demora alguns segundos para falar.

– Me chamou?

– Olá Dra. Heloísa... Acho que temos um assunto para falar.

– Não imagino que tipo de assunto eu possa ter para falar com você, querida. – a delegada ironiza.

– Fui demitida.

Sem demonstrar espanto, a chefe de polícia pigarreia antes de responder.

– Foi demitida? E?

– Você sabe o motivo. Nunca imaginei que o Stênio seria capaz de ceder à chantagem da mulherzinha dele.

– Nunca pedi para o Stênio demitir ninguém, se ele fez, acredito que tenha os próprios motivos.

– Só existe um motivo para que ele tenha tomado essa decisão. Eu sou uma advogada brilhante, é quase impossível que alguém queira me demitir. Nós duas sabemos o que houve.

– Eu deveria saber o motivo?

– O seu ciúme doentio. É uma pena que tenhamos chegado a esse ponto.

– Olha aqui, Dra. Vanessa, sinto muito que tenha perdido seu emprego. Se veio aqui me pedir para fazer o Stênio repensar, desculpas... não posso.

– Não! Vim até aqui porque queria dizer na sua cara que você mereceu e merece cada chifre que leva.

– Rá! – Helô debocha.

– Eu não deveria contar, mas acho que você não é cega e muito menos burra. Se rolou minha demissão foi porque VOCÊ descobriu o que aconteceu entre nós dois.

– Quem seria “nós dois”? – Helô pergunta sem se abalar.

– Eu e o Stênio, óbvio.

– Não acha que cairei na sua história mentirosa, acha? – A delegada afirma de forma categórica.

– Mentirosa? Pergunta para o Stênio o que aconteceu na noite em que ficamos no escritório. Melhor, que tal perguntar se ele gostou do meu quarto no dia que o levei até lá. Acho que lembra o dia do aniversário da Dona Lena também, não lembra? Você deveria estar dormindo enquanto eu e seu marido nos divertíamos na minha casa.

– Ah Vanessa, uma pena que você precise inventar esse tipo de coisa. Eu sei que o Stênio não teve nenhum tipo de envolvimento com você.

– Sério que você acredita que não? Quando pedi para conhecer o filho de vocês, ele me levou naquele restaurante e o Miguel amou nosso almoço.

Quando o nome do filho é pronunciado, a delegada sente a raiva nascer de seu intimo.

– O Stênio pode ter me demitido para não se indispor com você. Mas o que vivi com ele na cama não será apagado. Até porque ele me indicou para o escritório do amigo dele. Os escritórios são parceiros, claro que não perderemos nosso vínculo. Pode ficar tranquila Heloísa, você não perderá seu marido e eu não perderei meu amante.

A ultima palavra é abafada, quando sem pensar, a chefe de polícia desfere uma tapa no rosto da mulher.

– Esse tapa é para você aprender a nunca mais chegar perto de mim, muito menos do meu filho. Nunca mais chega perto de mim, estamos entendidas? Agora sai da minha frente antes que toda a pena que estou sentindo se transforme em algo que sou incapaz de traduzir em palavras. Eu não te desejo mal algum, Dra. Vanessa. Só espero que um dia pare de ser essa mulher mesquinha e que não se ama. Viver querendo algo que nunca terá ou querendo algo dos outros... deve ser muito frustrante. Agora se me der licença, tenho mais o que fazer do que ficar ouvindo suas mentiras.

– Quer provas? Te darei todas. Eu e o Stênio estivemos mantendo um caso esse tempo todo, não adiantar fingir que não notou ou desconfiou. Essa tapa só mostra que falei a verdade. Me contento como amante porque não quero ficar com a parte chata. Ele gosta do que faço com ele na cama, coisas que você tenta... mas jamais fará direito.

– Vabagunda! – Helô parte para cima, mas Vanessa se afasta.

– Louca, você é uma louca. Aguarde que te mandarei todas as provas. – a loira diz enquanto se vai.