História Helô e Stênio Para Sempre 8 - Capítulo 524

— Stenio, precisamos ir para casa.
— Helô, não.
— Você ouviu o que o médico falou? Não terá cirurgia hoje. A Creusa não pode ser operada até estabilizar. E outra, o hospital não está permitindo a permanência de pessoas aqui na recepção devido a pandemia. Já ficamos tempo demais, ele toleraram bastante, mas agora precisamos ir.
— Se ela precisar de nós, Helô?
— Voltaremos, meu amor.
— Tenho medo de dormir, eles ligarem é...
— Não pensa besteira. Claro que ouviremos caso eles liguem, o que provavelmente não acontecerá. Agora você precisa tomar um banho, comer alguma coisa. Aliás... precisamos. Já passa das 23h.
— Você tem razão, Helô.
— Vamos! Amanhã cedo voltamos. Já que eles não permitem nossa permanência, podemos ficar o dia inteiro dentro do carro amanhã... lá fora, no estacionamento, mas estaremos aqui com ela. Agora vem... Tu sabe como Creusita é... se ela descobre que o queridinho dela não está comendo, ela briga.
— Creusa sabe ser mandona quando quer. Como uma mãe... é isso que ela é pra mim. Uma mãe. Sempre foi.
— E ela te considera como um filho. Por isso eu sempre morri de ciúmes. Não lembra? Quando éramos divorciados ela sempre estava fugindo pra ir no teu apartamento, ajeitar, fazer comidinha. Ainda levava as minhas travessas com comidinha pro preferido dela.
— Não seja injusta.
— Nossa Creusa já já estará fora desse hospital. Ela é forte e ainda vai dizer que não foi nada. Que exageramos. Parece que estou ouvindo "Credo Donelô, a senhora também exagera. Foi só uma besteira. Já tô bem."— Helô imita.
Os dois acaba sorrindo, imagina exatamente que ela diria aquilo.

Minutos depois eles chegam em casa, exaustos, tomam banho e Helô faz questão de preparar sanduíches e suco para se alimentarem.
— Você parece tão forte, tão segura que tudo vai ficar bem.
— Stenio, Eu tenho certeza que ficará. — Fala, ocultando o fato de ter chorando escondida no banheiro do hospital mais cedo e poucos instantes atrás no chuveiro.
— Falando assim me deixa até mais tranquilo.
— Amanhã quando esse conselho de médicos se reunir para estudar o caso, vão achar a melhor saída. Acredita, pow.
— Me sinto culpado.
— Culpado?
— Talvez esse tempo que estou em casa, tenha deixado a Creusa trabalhar mais do que deveria. Ela não tem mais idade e... as diaristas não estão vindo durante a semana, ela acaba fazendo o trabalho pesado. Por mais que fale, peça, mas ela faz... a Creusa...
— Stenio, também me sinto culpada. Voltei a trabalhar e deixei tudo para vocês dois. Casa, filho... tudo. Se alguém aqui têm culpa, esse alguém sou eu.
— Não, Helô. Você não tem culpa.
Os dois ficam em silêncio por um tempo e só depois de instantes a chefe de polícia volta a falar.
— Ah Stenio! — A delegada suspira — Vamos cuidar dela. A Creusa é muito importante pra nós dois, para o nosso filho.
— Não consigo imaginar minha vida sem a Creusa aqui. Ela sempre ficou do meu lado, até quando você brigava comigo.
— Ficava do teu lado mesmo. Creusita puxa seu saco, né Stenio?
— Eu amo a Creusa como uma mãe.
— Então, trate de comer para não ficar doente também. Precisamos estar de pé amanhã bem cedo. Eu sei, sei que esse sanduíche que fiz é só um improviso, mas come. Tu está com o estômago vazio, Stenio.
— Come o seu também, amor. — Ele diz, fazendo carinho no rosto da delegada. — Preciso cuidar mais de você também, Helô. Quero proteger todo mundo que amo. Só tenho vocês comigo, não posso perder... Já perdi meus pais...
— Vamos cuidar mais um do outro daqui para frente. — Helô garante.