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História Helvede Game - Enhypen - Kapitel tolv


Escrita por: ThaysaHow

Notas do Autor


Oi pessoal! Primeiramente, postei a fanfic no Wattpad também a pedido de uma amiga. Tem o mesmo nome e os mesmos capítulos, o nome do meu perfil também é ThaysaHow pra não ter nenhuma confusão :)
Vou comentar mais algumas coisinhas nas notas finais!

Boa leitura!

Capítulo 13 - Kapitel tolv


Charlotte sentiu o sangue morno escorrer por entre os dedos contraídos. 

Para o seu desespero, o corte havia sido tão profundo que as falanges não se estendiam com facilidade. Então apenas as ergueu com a outra mão, as forçando a ficarem eretas. 

Sua respiração era constantemente interrompida por soluços e lágrimas se tornavam vermelhas ao se misturarem com o sangue que melava sua bochecha. 

Charlotte puxou a barra da calça com força, rasgando o tecido, e amarrou no punho com o auxílio da boca. Aquilo seria o bastante para proteger o ferimento até o fim do jogo. 

Sem perder mais tempo, a garota tirou o capuz da cabeça e seguiu caminho. Afinal, faltavam 44 minutos para o fim do Helvede Game

Charlotte correu pelos corredores até encontrar uma área de salvamento que aparentava ser bem tranquila. 

A parede do labirinto era maior naquela parte, pois algumas plataformas apoiadas nela levavam até o boneco que estava grudado na parede, bem alto. Estranhamente, a superfície perpendicular ao piso gradeado era repleta de buracos. 

As plataformas eram ligeiramente afastadas uma da outra mas Charlotte sabia que conseguiria. 

E por isso apertou o botão. 

As plataformas começaram a se mexer, entrando e saindo de dentro da parede acinzentada. Espinhos de metal gigantes e pontiagudos atravessavam os furos na parede, fazendo o mesmo movimento, só que em momentos diferentes. 

Charlotte bateu na própria testa e sentiu vontade de chorar. Aquilo não seria nada fácil, levando em conta seu senso de ritmo no mínimo questionável. 

A garota primeiro observou a rota e depois de alguns segundos pareceu entender o padrão. 

Isso se provou um equívoco quando ela despencou do terceiro bloco, se esquivando dos espinhos que deveriam lhe furar o corpo pela lateral. 

Por sorte, Charlotte aterrissou sobre os pés. 

Depois de mais algumas tentativas falhas, a garota observou a pulseira e arregalou os olhos. 

2 minutos. 

Charlotte entrou em pânico, colocou as mãos na cabeça e observou mais uma vez o padrão antes de sair pulando. 

Ela estava indo até bem, pois com tantas tentativas falhas, havia decorado o caminho até a quarta plataforma. A partir dali estaria ferrada mesmo. 

A garota passou pelas três primeiras e quando ultrapassou a quarta começou a entrar em pânico. 

"Se eu não morrer agora furada como uma peneira, morro dentro da prisão lá em baixo." 

Charlotte respirou fundo e decidiu seguir os instintos. 

Ela pulou para a quinta e logo em seguida para a sexta. 

Restava apenas duas plataformas. 

Pulou para a sétima, praguejando ao perceber que essa já voltava para a parede. Logo em seguida os espinhos saltaram para fora com velocidade. 

Mas Charlotte havia sido mais rápida e pulou para a oitava e última plataforma com pressa. 

Ela respirou fundo e se preparou. Aquele deveria ser o pulo da sua vida para que funcionasse. 

E funcionou, apesar da mão ferida que doía como o inferno. 

Charlotte estava pendurada pelas duas mãos no pé do boneco. Deu uma pequena impulsão e conseguiu envolver as próprias pernas no outro pé. Ela escalou o boneco e quando chegou em seu pescoço, mostrou para ele a pulseira. 

De fato, estava tão afobada que nem notou o olhar macabro e sorriso amedrontador. 

— Distância aceita, aplicação de um ponto. 

Permaneceu com o pulso na mesma posição. 

— Aplicação de um ponto concluída. Obrigado por me salvar! 

E antes que pudesse soltar um suspiro, conseguiu ouvir a voz robótica dizer algo a mais. 

Ela arregalou os olhos e olhou para trás. 

De modo algum ela conseguiria voltar pelas plataformas. 

Charlotte percebeu que o boneco se aproximava mais e mais da parede, se juntando a ela. 

Só sobrara a parte que segurava para fora. 

Então, Charlotte se jogou para o lado contrário das plataformas e conseguiu aterrissar fora do piso gradeado que se abriu subitamente. 

No entanto, não teve a mesma sorte de antes. 

No impacto do seu corpo contra o chão, um som crocante pôde ser ouvido. 

— PUTA MERDA! 

É claro que ela havia caído em cima do próprio braço. 

Lágrimas escorreram descontroladamente e abriu a boca para soltar um grito, mas não saiu nenhum som. 

Charlotte estava em choque pela posição do braço. Era completamente agoniante observar a metade do antebraço totalmente voltada para baixo em função da gravidade. 

Tinha certeza que havia sido uma fratura exposta. A manga do moletom se umedecendo foi mais uma confirmação. 

Charlotte colocou o braço rente ao corpo e rasgou a manga agora ensopada de sangue. 

Ela encarou o ferimento e conseguiu ver o osso apontando para fora. 

Suprimiu a vontade de desmaiar. 

Respirou fundo. 

Aquilo tinha que voltar para o lugar. 

E ela deveria fazer naquele exato momento. 

Charlotte rasgou a outra manga do moletom e a segurou com a boca. 

Pegou a parte do antebraço que ficara pendurada pela pele e alguns músculos e lentamente alinhou ao restante do braço. 

Charlotte se sentou e pegou a manga da boca. Usando o próprio colo para apoiar o braço e não desalinhar novamente, amarrou o tecido por todo o antebraço, bem justo. 

Podia ser uma solução meia boca e ineficaz, mas aquela havia sido a única ideia que passara pela cabeça atordoada pela dor intensa. 

Totalmente abalada, a garota se levantou e agora corria pelos corredores sem rumo. 

Segurou o braço ferido mais uma vez e checou a pulseira ensanguentada. 

Faltava 27 minutos para o fim do Helvede Game

Charlotte correu por mais alguns minutos até finalmente encontrar uma área de salvamento

Ela precisava de um desafio rápido e que não exigisse o braço machucado. 

Quando chegou, percebeu que uma das muitas serras estava banhada por sangue fresco. 

A garota cobriu a boca com a mão quando olhou para dentro das grades no chão. 

Há poucos minutos alguém morreu ali, mais especificamente uma menina, visto que a cintura fina fora completamente dilacerada, a serrando ao meio. 

Charlotte suprimiu a vontade de vomitar e bateu na própria cabeça. 

Sentiu que começava a perder o controle. 

Tentando desesperadamente esquecer do que acabara de ver, Charlotte se concentrou em outro pensamento. 

Talvez, aquela seria sua única chance de passar pela última área de salvamento

Ela observou as serras enormes que se movimentariam pelo chão e paredes. 

Com a ideia de que não precisaria mesmo utilizar o braço, ela apertou o botão e as serras começaram a girar e se movimentar pelo local.

Charlotte observou a trajetória por um minuto, antes de adentrar. 

Ela pulou a primeira serra que vinha na horizontal e desviou da que surgia pelo chão na vertical. Se esquivou de mais algumas e se abaixou de uma que vinha na direção do peito. 

Após alguns minutos de suor frio e muitos saltos. Charlotte finalmente alcançou o boneco e o escalou com dificuldade, por utilizar apenas um braço. 

Quando chegou no pescoço, a garota soltou um gemido de dor ao apoiar e levantar o braço ferido. 

O maldito dispositivo estava naquele pulso. 

— Distância aceita, aplicação de um ponto. 

Segurou mais um pouco. 

— Aplicação de um ponto concluída. Obrigado por me salvar! 

Ao invés de medo, Charlotte sentiu raiva de ver a cara do boneco. Ainda mais naquela situação, onde o sorriso parecia zombar do fato de que precisaria ultrapassar todas as serras de novo. 

Charlotte manteve o sentimento de puro ódio em toda a travessia.

 

( ... )

 

Faltavam apenas 15 minutos para o fim do Helvede Game quando ao longe avistou uma figura conhecida. 

Charlotte se aproximou e deu de cara com Jake, que encarava o chão da área que completava com cuidado. 

Tão rápido quanto se aproximou, ele paralisou e fechou os olhos, respirando o ar com força.

Era uma área de salvamento repleta de machados por todos os lados e o garoto parecia estar prestes a completá-la. 

Porém, com a aproximação repentina da garota, Jake levantou a cabeça rapidamente. 

Ele percorreu a língua pelos lábios antes de encarar Charlotte com olhos nebulosos. 

Encarou tanto que nem notou ter pisado em algo que não devia. 

A garota ouviu um barulho vindo de cima e correu para puxar o garoto para si com toda a força que restava.

Ele cairia por cima dela se ele não tivesse acordado do estado de transe e a estabilizado com as mãos em sua cintura. 

Jake virou para trás e ali no chão gradeado estava o machado que havia sido arremessado. Ele arregalou os olhos e voltou a encarar a garota. 

— Obrigado, você me salvou, Lotte. — o inicio de um sorriso murchou ao olhar para o braço dela — Você se machucou feio. — acariciou os ombros dela.

— Não me agradeça, foi culpa minha ter te distraído com isso. — apontou para o sangue que pingava — Quer dar uma lambida? 

— Não. — ele balançou a cabeça em negação, embora o tom de voz não indicasse muita certeza — Eu nunca fiz isso por vontade própria. 

— Uau, que orgulho. 

Jake fixou os olhos nela.

— A gente ainda não saiu do labirinto. — notou Charlotte, que encarava os olhos castanhos por mais tempo que o necessário.

Jake desviou o olhar rapidamente e bateu na própria testa. 

— Você também tem os três pontos né? 

Charlotte assentiu. 

— Vamos pra lá então! — balançou a cabeça em direção ao elevador.

Os dois começaram a correr juntos, mas se separaram ao chegarem em uma encruzilhada. Sabiam que as duas passagens os levariam para o elevador, então não se importaram tanto. 

Charlotte corria, faltavam apenas 10 minutos. 

Mas ela parou ao ouvir um choro vindo da esquerda. 

Virou a cabeça e viu Mirae com as mãos para fora da grade que a prendia ali. 

Ela estava com o capuz do moletom na cabeça e o rosto todo ensanguentado. 

Isso fez o coração de Charlotte doer e bater mais rápido. 

Era a gota d'água que faltava para que transbordasse. 

Charlotte desabou. 

Tinha perdido totalmente a força nas pernas. 

A cabeça começou a latejar. 

Ela ouviu ao longe. 

— Char! Char! 

Ela reconhecia aquela voz doce. 

Reconheceria em qualquer lugar e a qualquer hora. 

— CHAR! CHAR! CHAR! 

Aquela voz doce que agora gritava em pânico. 

Charlotte colocou a mão nos cabelos e puxou. 

Sentiu alguns fios caírem e outros se prenderem entre os dedos. 

O olhar vidrado assustou Mirae, que observava aquela cena com horror. 

Ficou mais assustada ainda quando Charlotte abriu um sorriso enorme e assustador, nada parecido com os que presenciava no quarto. 

Aquele era bonito e brilhante. 

Esse era macabro e doloroso. 

Mirae gritou quando a garota se preparou. 

Como se estivesse apostando corrida, ela se levantou rapidamente e acelerou, ainda ostentando o sorriso bizarro. 

Mirae não acreditou. 

Ela havia apertado. 

Ela havia apertado o botão vermelho. 

Charlotte apertou o botão vermelho e depois correu para o elevador pequeno. 

Mirae arregalou os olhos em pânico quando observou as grades se abrirem e encarou a garota no elevador que estava em posição fetal. 

— POR QUE VOCÊ FEZ ISSO?! — Mirae disparou — O QUE TÁ ACONTECENDO COM VOCÊ?! 

Charlotte ao menos levantou o rosto que escondia no joelho. 

— Só vai. Por favor. — suplicou com a voz seca e sofrida. 

Mirae se aproximou do elevador e agachou. 

— Charlotte, o que tá acontecendo? volta pra lá por fa- 

— VAI LOGO! TÁ ACABANDO O TEMPO! — segurou a cabeça dolorida que parecia querer sair do próprio corpo — Não faça isso ser em vão. 

Mirae colocou ambas as mãos na boca. 

Simplesmente não acreditava no que estava acontecendo. Não quando já havia aceitado seu destino a sete palmos do chão. 

Mas aquelas palavras haviam criado algum efeito, pois Mirae começou a se afastar, com lágrimas nos olhos.

Quando estava saindo do buraco, se virou e olhou para Charlotte. 

Nunca esqueceria. 

Saiu de lá correndo, em direção ao elevador no centro do labirinto. 

Charlotte continuou em posição fetal e não moveu um músculo, mesmo após a porta do elevador ter sido aberta e as grades fechadas. 

Ela bateu mais forte na própria cabeça quando ouviu a voz dele. 

— Sorria Charlotte. 

Aquela voz maldita. 

Odiava aquela voz.

 

Mas não pôde deixar de sorrir.


Notas Finais


Então, provavelmente vocês não perceberam mas eu me empolguei um pouco e acabei fazendo um gif de como eu imagino as meninas (Charlotte, Mirae e Yeoreum) e coloquei de perfil KKKKKK.

Ainda deixei algumas baboseiras misteriosas na bio, quem tiver curioso vai lá dar uma olhada 👀


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