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História Hembra Mala - Capítulo 38


Escrita por: VitoriaDarck

Capítulo 38 - Capítulo 38


3 anos e meio depois...




Depois daquela breve visita das minhas amigas minha vó resolveu ficar aqui na fazenda junto comigo e os gêmeos, fiquei extremamente feliz por ela ter feito essa escolha, sentia saudades de conversar com alguém íntimo.

Os dias passaram, as estações vieram e foram, eu aos poucos esquecia da maioria das coisas ruins que me aconteceram. Mark nunca conseguiu me achar, não sei se ele tentou ou não mas pelo menos eu estava segura aqui, mas era a hora de voltar, não poderia e nem vou mais me esconder para sempre, essa não sou eu.

Olho para o horizonte, uma cabeleira loira e uma negra corriam pelo pasto, meus filhos, a melhor coisa que tinha me acontecido durante esse tempo. Posso ter sido egoísta ao esconder eles esse tempo todo do Miguel mas eu só queria protege- los. Depois de toda aquela história descoberta eu me senti enganada, traída, parecia que tudo que nós tínhamos vivido não havia passado de uma ilusão, não queria que meus filhos passassem por isso também.

Os dois pimentinhas se aproximaram de mim ofegantes e suados.

- Mamãe, mamãe, vamos brincar! - diziam juntos puxando um de meus braços, levanto na mesma hora, sabia o quanto eles poderiam ser convincentes.

Caminho, ou melhor, sou arrastada pelos dois de volta para o curral , ao longe Antonio vê a cena e ri consigo mesmo e eu rio de volta.

- Qual será a brincadeira?- pergunto.

- Pique- esconde.- Dulce diz animada e Fernando concorda.

- Tudo bem, irei contar e vocês se escondam. - me viro de costas caminhando até uma árvore, respouso minha mão sob os olhos e começo a contar, escuto seus passos apressados a cada número que minha boca falava até eu não escutar mais nada.- 30...Lá vou eu.- grito para eles escutarem.

Caminho pelo curral em busca de encontrar algum deles, olho onde os cavalos ficavam e nada deles. Ao chegar no celeiro olhei tudo atentada até perceber que o feno se remexeu levemente, aperto meus olhos para ver melhor qual dos dois estavam ali até enxergar um pedaço da bota rosa de Dulce.

- Ahá! Encontrei Dulce.- digo e corro rapidamente de volta a árvore sendo seguida pela pequena garota, ao bater minha mão na árvore ela bufa ao ver que eu venci e cruza os bracinhos fazendo um biquinho fofo.- Agora é a vez do seu irmão. - falo a ela.

Caminho por toda a área de fora e nada do Nandinho, ele realmente sabia se esconder bem, entro dentro do casarão pela parte de trás onde ficava a cozinha. Naná cozinhava calmamente alheia a tudo, eu sabia que mesmo se eu tentasse ela não me contaria onde ele estaria, como eu disse, eles conseguiam ser bem convicentes quando querem.

Olho debaixo da mesa, atrás da estante até surgir uma luz ao eu ver a porta da despensa. Acho que eu te encontrei mocinho. Entro calmamente na despensa, estava tudo escuro o que dificultava minha visão, olho debaixo de alguns panos que estavam no chão, atrás de alguns produtos até escutar uma risadinha marota atrás de mim, me viro rapidamente vendo Fernando correndo tão rápido que eu mal conseguia acompanhar, ao ver que se aproximava da árvore ele riu ainda mais, tentei acelerar o passo mas eu já estava cansada demais.

- 1, 2,3 Fernando! - bateu na árvore.

Dulce olha para ele e rindo cúmplices.

- Certo certo, agora banho.- digo respirando fundo. Seus sorrisos logo dimunuem em uma careta retorcida, eles entram na casa contra vontade enquanto eu me sento no banquinho que havia perto da árvore.


- Ele sempre ganha.- falou e eu olhei para cima encontrando Antônio escorado em uma árvore perto da minha.

- Verdade. E eu também não tenho mais a disposição de antes.- respondo.

- Vai mesmo voltar para aquele lugar? - ele pergunta mudando completamente de assunto, eu via a decepção em seus olhos desde o dia que eu disse que iria voltar para a capital. Antonio sempre deixou claro que ele queria algo mais que amizade, eu sabia disso , mas meu coração pertecia a outro mesmo depois de tantos anos.

- Chegou a hora de eu resconquistar o que é meu por direito, Antonio.

- Certo. - diz e sai contrariado.

Bufo. Eu realmente queria que as coisas fossem mais fáceis para mim.

Levanto e vou para dentro de casa, um banho era o que eu precisava para relaxar. Subo as escadarias e caminho pelo enorme corredor, a casa por si só era gigante apenas para mim e duas crianças, mas eu me encantei com ela na primeira vez que coloquei meus olhos aqui.

Tiro minha roupa e coloco no cesto de roupa suja, abro a torneira da banheira e jogo alguns sais dentro dela. Faço um coque em meus cabelos e entro dentro da mesma, a água quentinha relaxa meus músculos tensos e eu repouso minha cabeça, ah paz.


- MAMÃE! O Nando não quer deixar eu dar banho na Nymeria.- ouço um grito estridente da Dulce.

Parece que minha paz durou um total de 5 minutos. Termino meu banho o mais rápido possível antes que os dois ponham fogo na casa.

Depois de já vestida desço as escadas encontrando duas crianças raivosas e Nymeria, a husky siberiana que já estava a um bom tempo comigo não estava entendo o que acontecia e muito menos o porquê dela estar no meio dessa guerra.

- Oras, nem é o dia de Nymeria tomar banho.- cruzo meus braços irritada.

- Eu disse senhora, mas quem disse que eles me escutam?.- Naná fala , só agora percebo que ela estava na porta.

Me aproximo das crianças e pego a guia da mão das duas, se eu não colocasse ordem nessa casa logo eles iriam querer mandar em tudo.

-Quando quiserem fazer algo primeiro peçam a mim ou Naná, se alguma de nós não concordar já sabem. - falo séria e eles encolhem.- Cansei dessa birra de vocês, não precisam brigar por conta disso, porquê em vez disso não vão brincar com Nymeria ,hum?


- Desculpe mamãe .- Nando responde de cabeça baixa.

- Não quero ver vocês brigando mais me escutaram?

- Sim.- Dulce responde.


[...]






Arrumo as minhas malas e a dos gêmeos. Olho em volta, vou sentir saudade desse lugar, do ar puro, o vento fresco, da paz.

Antonio coloca as malas no porta malas do carro e se põe a minha frente com os demais funcionários.


- Quero agradecer por todos os anos de colaboração. - olho para todos e vejo Naná com lágrimas nos olhos.- Vocês são muito especiais para mim, sou sentir saudades.- recebo um abraço coletivo e rio.


Entramos no carro, coloquei Dulce e Nando na cadeirinha e Nymeria foi atrás dentro da sua casinha.



[...]




Desço do carro e respiro fundo. Olho para a casa a minha frente, depois do nascimento dos meus filhos eu comprei uma casa maior, com um vasto jardim para os dois brincarem a vontade .

Meus novos funcionários ao saber nos chegamos vieram rapidamente nos ajudar com as bagagens. Pego Dulce que estava dormindo na cadeirinha e ajudo Nando descer também.

Caminho devagar pela casa tentando memorizar onde ficava cada coisa, por fim deixei as crianças em seus receptivos quartos e fui para a cozinha buscar algo para comer, ao entrar no recinto vejo uma das funcionárias e quando ela percebe minha presença trata de perguntar se estou precisando de algo,iria responder que estava com fome mas ao ver um tentador bolo de cenoura com calda de chocolate em cima da mesa me calei.

- Acho que vou pegar um pedaço de seu bolo.- digo após ela esperar uma resposta minha, ela dá uma risadinha e assente.

- Fiz especialmente para sua chegada senhora. - fala.

- Sem formalidades querida, me chame de Bárbara. - Coloco um pedaço na boca saboreando, estava divino.- Hmmmm, está otimo. Qual o seu nome?

- Joana. - responde. Ela parecia ser nova, tinha cabelos castanhos e um corpo magro, parecia ser bem simpática.

- Certo, Joana.- digo seu nome para memorizar. - Quero que contrate uma babá para meus filhos, mas não quero qualquer uma, quero uma moça dedicada e cuidadosa.- continuo.

- Senhora...digo..Bárbara, tenho uma irmã mais nova que está desempregada, acho que ela adoraria o emprego mas acho que ela não tem um Curriculum que lhe agradaria .

- Não?

- Ela só tem o ensino médio completo. - tenta se justificar. - Mas sabe fazer de tudo um pouco e adora crianças.

- Para mim isso basta, vou lhe dar um voto de confiança, traga ela amanhã aqui . - digo e ela assente.

Dito isso termino de comer e subo para meu quarto, ainda não havia descansado da viagem.
Tiro minha roupa e tomo um breve banho, visto um vestido soltinho e deito.

Não sei quantos minutos ou horas passou, só sei que quando acordei senti minhas energias estauradas. Olhei para o relógio ao lado da cama e vi que eram 6:12 da manhã, Caramba! Não pensei que estava tão cansada.

Levanto e vou ao banheiro fazer minhas higienes matinais. Busco meu celular e vejo mensagens de Aurora sobre minha chegada, algumas ligações de colegas e uma do meu advogado e amigo Ryan. Depois eu retornaria.

Fui até o quarto de cada um dos gêmeos e percebo que eles ainda estão dormindo, dou um beijo na testa deles e saio.

- Já acordada senhora? - Joana pergunta e eu pulo de susto.

- Que susto.- coloco a mão sob o peito.

- Desculpe.- deu uma pausa.- Quer que eu prepare o seu café ?

- Oh sim, um café bem forte me fará bem. Esperarei no escritório, tenho que revisar uns documentos. - digo.

- Certo.

Vou para meu escritório e me sento, depois de mais de 3 anos em paz absoluta eu senti falta de revisar uma papelada. Pego meu celular e disco o número do meu advogado.


- Hmm...alô, quem fala?- ouço sua voz rouca pelo sono do outro lado da linha e solto uma risadinha, ele odiava que o acordassem.

- Sou eu Bárbara.

- Bárbara! - sua voz pareceu despertar mais. - Me diga, já chegou na sua nova casa?

- Sim, ontem. - pauso.- Preciso saber daquele seu serviço, tudo certo?

- E o que eu não consigo? Sou o melhor!

- Espero mesmo, estou contando com isso. - digo e finalizo após conversamos algumas banalidades.






Agora sim irão saber do que Bárbara Bouvier é capaz, porque entre ser ou não ser, eu sou!


Notas Finais


Bárbara voltou com tudooo.


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