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História Her (romance lésbico) - Atrapalho?


Escrita por: pqscherbatsky

Notas do Autor


Olá leitores!

Eu tô muito exemplar sim e já voltei com atualização. Promessa é dívida, né mores.
Pra esse capítulo, prevejo tiros, então ja preparem os coletes.
Boa leitura e até lá embaixo.

Capítulo 38 - Atrapalho?


Olívia tentava manter a compostura. Mas era difícil fingir que não estava frustrada e com raiva naquele momento. Uma mistura de sentimentos se fazia presente dentro dela, e entre eles o tão amargo e indesejado ciúme.

— Olívia? – a voz de Rachel fez a morena balançar a cabeça. A fazendo voltar a realidade do momento presente.

— Eu estava te esperando… O Fred veio te ver… – tenta arrumar uma desculpa que justificasse sua presença ali.

— Mesmo? – perguntou surpresa sem entender a visita do amigo. — Eu já estava indo emboramesmo. É que um assunto levou a outro… Eu tenho tanta coisa pra te contar! –falava empolgada.

— É, aposto que tem mesmo. – tentou parecer agradável. Mas seu tom de voz era ácido.

— Você tem uma namorada muito especial, Olívia. – o olhar de Jéssica se iluminou e ela abriu um sorriso que Olívia julgou ser grande demais, para quem elogia apenas uma funcionária — Eu a admiro bastante!

— E como se admira uma pessoa que mal se conhece? – perguntou fitando sua chefe com olhar fechado.

— Olívia! – Rachel a repreendeu. Reprovando sua postura.

— Conheço ela há um mês, Olívia. Tempo suficiente para ter minhas impressões… – respondeu com firmeza. — Bem, está liberada agora, Rachel. – direcionou seu olhar para a garota.

— Obrigada, Jéssica. Pode deixar que irei fazer tudo que me pediu. – agradeceu tímida.

— Imagina, Rachel. Foi um prazer… A gente se vê amanhã, não esqueça!. – sorriu cordialmente.

— Pode deixar! – despediu-se sem jeito se retirando da sala. Olívia veio logo em seguida.

A morena permaneceu de braços cruzados. Parada no corredor. Rachel a fitava calada, estudando suas expressões.


— O que foi aquilo, Olívia? – quebrou o silêncio, lançando sobre ela um olhar confuso.

— Aquilo o quê? – deu de ombros, se mantendo na defensiva.

— A maneira como tratou Jéssica.

— Tratei de maneira normal. Apenas fiquei surpresa, eu pensava que íamos almoçar juntas.

— Ela já te explicou o que houve…

— Mas você poderia ter dito que ia almoçar comigo!

— Ela foi muito legal comigo, Liv. Eu não queria fazer essa desfeita.

— Ela parece se importar muito com você. – comentou.

— Ela só está agradecida pelo meu serviço. – respondeu de forma impassível. — Não está com ciúmes, está? – questiona observando o olhar da morena.

— Tem motivos para isso? – rebateu, arqueando uma sobrancelha.

— Não! – afirmou.

— Então não estou! – soltou o ar se dando por vencida. Olívia não queria se indispor com Rachel só por causa de achismos de sua parte.

— Ótimo! – levou seus lábios aos da morena em um rápido beijo.

— Agora vamos até a minha sala buscar Fred. Estou com medo que ele tenha aprontado alguma. – pegou a mão dela, entrelaçando os dedos.

— E o que ele está fazendo aqui?

— Ah, ele só estava passando e veio dar um oi. – desconversou. Ela não queria que Rachel soubesse que sua chefe já havia sido pauta da conversa deles. — Vamos almoçar e você aproveita pra contar como foi a reunião.

— Rachel! – exclama Fred assim que as duas garotas entram na sala de Olívia.

— Eu contei pra Rach que você veio nos fazer uma visita… – fez um sinal discreto com os olhos para que ele percebesse que ela não sabia do real motivo dele estar ali.

— Ah, claro! – entendeu. — Liv disse que estava em reunião com sua chefe. Aliás, cadê  ela, menina? Eu queria tanto conhecê-la. – pediu discretamente para não ser descoberto.

— Agora não é uma boa hora, Fred. – Olívia cortou o rapaz que visivelmente frustrou-se sem entender a razão da mudança de planos. — Vamos almoçar, Rachel quer nos contar novidades.


***


Rachel apenas fez companhia a Fred e Olívia no almoço, ela contou para eles as novidades. Mas limitou-se em falar apenas da viagem a Inglaterra e da proposta de Jéssica, para ser contratada pela agência. Deixando de fora, o que a mulher havia lhe contado sobre o interesse da outra empresa em também tê-la como funcionária.

Rachel não sabia como seria dali em diante. Tinha medo de que daqui a uns dias, ter de escolher entre seu namoro e seu futuro profissional. Uma angústia já começava a tomar conta de si, pois jamais poderia escolher entre um dos dois. Quando acabaram de almoçar, Rachel se despediu de Fred e da namorada, que iria voltar para o trabalho.

— Filha? – ouviu o grito que veio da cozinha, assim que entrou em casa.

— Oi mãe, sou eu! – respondeu indo em direção a ela. — O que está fazendo? – deu um beijo na testa dela assim que se aproximou.

— Eu vim pegar sorvete pra mim. Você quer? – ofereceu, abrindo o pote e pegando duas taças de sobremesa no armário. — Decidi que vou aproveitar o meu dia de folga, me afundando em um pote de sorvete e vendo filmes de romance.

— Se for para comemorar, que seja com sorvete de chocolate! – respondeu pegando uma colher.

— Comemorar? Comemorar o quê?


Rachel conta tudo para a mãe entre uma colherada de sorvete e outra. Ela explicou sobre a proposta que a fariam na Inglaterra e a provável chance de ter que morar lá. Sua mãe era sua maior fã e torcedora. Ela ouviu tudo e chorou, orgulhosa do sucesso da filha.

— Como Olívia reagiu a essa possibilidade de você morar fora? – pergunta levando uma colher de sorvete até a boca.

— Eu não contei sobre isso.

— Filha… – chamou sua atenção. — É melhor você contar de uma vez.

— Eu não sei como ela vai reagir. Ela não me disse nada, mas sei que já está sofrendo em  saber da minha viagem pra lá.

— Vocês não conversaram sobre isso ainda, Rachel?

— Não mãe… Parece que tanto eu, quanto ela, estamos evitando ter essa conversa.

— Por quê? – questiona confusa.

— Sei lá. Parece que quando você evita um assunto é como se ele não existisse.

— Rachel… Diálogos são importantes em uma relação. Você não pode simplesmente evitar tocar num assunto porque ele pode machucar ou acabar em briga… Se deve encarar os problemas de frente e resolver o quanto antes. – Rachel ouvia atenta os conselhos da mãe.

Há quatro anos atrás, ela nem sonhava em conversar com a mãe sobre Olívia, e hoje em dia recebe orientações de como manter um relacionamento saudável. Essa era até hoje uma de suas maiores realizações.


— Você está certa, como sempre. Hoje mesmo eu irei até o apartamento dela e esclarecer tudo.

— A mãe dela continua morando com o novo namorado? – pergunta mudando de assunto.

— Sim. Ao que tudo indica, eles vão casar no civil, logo, logo.

— Fico feliz por ela. É bom ter um companheiro depois de tanto tempo.

— Por que você não arruma um namorado também? – incentiva a mãe.

— Eu não! Estou muito velha pra isso. Além do mais, eu trabalho muito. Não tenho tempo para essas coisas.

— Mãe… você já pode deixar de trabalhar tanto. – falou séria. — Agora que consegui um emprego eu posso voltar a ajudar em casa. E aí você vai ter tempo para namorar. – voltou a usar um tom mais leve e divertido.

— Você é cheia de ideias… – riu.

Após encerrar a conversa com a mãe, Rachel subiu para o quarto para pensar em como seria sua conversa com Olívia. Ela não queria criar nenhum clima tenso sem necessidade, pois nem sabia ao certo qual seria a proposta que o pessoal da livraria iria fazer. Mas também sabia que sua mãe tinha razão, não era certo esconder uma coisa tão importante dessas de sua namorada. A mulher que ela amava e que pretendia dividir o resto de sua vida.

Ensaiava as falas em sua mente, enquanto pensava em preparar um ambiente diferente para quando fossem conversar. A garota tomou banho e se despediu da mãe. Informando que só voltaria pra casa no dia seguinte, pois iria dormir com Olívia àquela noite.

Antes de ir para o apartamento da namorada, Rachel foi ao mercado comprar umas coisas. Ela havia decidido preparar um jantar e comprar um vinho. Queria fazer daquela noite,  especial.


***


Olívia saiu mais cedo do trabalho. Sua cabeça estava cheia demais para se concentrar em qualquer coisa que não fosse essa viagem que Rachel faria. Algo a estava incomodando e ela não sabia ao certo o que era. No caminho para casa, seu celular toca e como o sinal estava fechado, ela pega para ver quem estava ligando e se surpreende ao ver o nome que apareceu na tela.

— Alô. – atendeu meio incrédula.

— Olívia? – pergunta uma voz meio atordoada do outro lado da linha.

— Sim… Marcela, é você mesmo? Está tudo bem?

— Sou eu! Sei que faz um tempo que não nos falamos. Mas podemos nos ver? Eu sei que está namorando, mas há uns anos atrás, você me prometeu sua amizade. E é só isso que eu quero. – assegurou. — Estou tão triste nesse momento e a primeira pessoa que me veio à mente foi você! – pediu numa voz chorosa.

Olívia de fato havia prometido a Marcela que continuariam sendo amigas. Porém com o tempo, foram mantendo uma distância gradual. Já fazia pelo menos dois anos que não se viam pessoalmente. E o último contato delas, foi uma felicitação de aniversário, que Olívia mandou via WhatsApp.

— Claro! – respondeu prontamente. — Aonde você está? Quer ir em algum barzinho? Eu acabei de largar do trabalho e estou disponível. – o sinal abriu e Olívia começou a dirigir.

A garota explicou que não estava em clima pra bar, pois não queria ir a um lugar barulhento. Ela então se ofereceu para ir em seu apartamento e depois de muita insistência, Olívia acabou cedendo. Julgando não ter nada demais. A morena parou em um posto de gasolina, comprou algumas cervejas e foi para casa esperar Marcela. Que não demorou muito e já estava tocando a campainha.


— Oi, Mar! – Olívia a cumprimenta cordialmente após abrir a porta.

— Oi Liv! – a garota da um sorriso fraco ao vê-la.

— Entra. – abre espaço para ela passar. — Como você está? – pergunta ao notar o estado abatido da garota.

— Mau… – mal responde e lágrimas já brotam de seus olhos.

Olívia abraça a garota na tentativa de dar consolo. Marcela se agarra a ela e chora ainda mais.

— Calma, Mar. Senta aqui. – levou ela até o sofá da sala. A garota sentou e Olívia ficou ao seu lado, esperando ela se acalmar. — Quer me contar o que aconteceu? – pergunta. 

— É que eu acabo de vir do enterro do meu pai! – a garota fala e logo volta a chorar novamente.

— Ai, eu sinto muito. Não fica assim. – Olívia abraçou a garota mais uma vez.

Após se acalmar, Marcela contou para ela que o pai estava com câncer e que a família só descobriu tarde demais. Pois a doença já estava num estado muito avançado e ele não aguentou por muito tempo.

— Olha, eu não sou muito boa em consolar ninguém. Especialmente por esses motivos. Mas pensa que agora seu pai está em um lugar melhor, ele estava sofrendo com a doença e lutou até onde pôde. A jornada dele acabou aqui na terra. Mas tenho certeza que onde quer que ele esteja, vai estar olhando por você. Além do mais ele vai sempre estar vivo dentro de você, não é mesmo? – tentou animá-la.

Olívia foi até a geladeira e trouxe duas cervejas. Uma para Marcela e outra para si. A morena passou mais uns minutos tentando animar a amiga e fazê-la esquecer um pouco da sua perda.


— Eu não sei o que seria de mim hoje sem você, Olívia. – Marcela segurou sua mão. — Só tenho a te agradecer. Eu sei que estávamos afastadas, mas você demonstrou se importar mais do que qualquer um que convive comigo todos os dias. – esboçou um sorriso. — É sério, muito obrigada mesmo… Além do mais… – a fala de Marcela foi interrompida com a porta da sala se abrindo, dando a imagem de Rachel. Sua expressão fora de surpresa para enfurecida quando viu as mãos de Marcela sobre as de Olívia, quera pidamente as recolheu, enquanto Rachel cruzava os braços. Soltando as sacolas de compras que trazia. A garota assumiu uma postura defensiva, arqueando as sobrancelhas na direção de Olívia.

— Atrapalho? – perguntou com a expressão fechada em um tom cortante.


Notas Finais


Eu arrumei uma betadora pra fic, to muito feliz! Então temos um encontro marcado no sábado com um capítulo novo do desenrolar dessa treta que eu não queria dar spoiler, mas já dando: VEM BRIGA POR AÍ!!
Não esqueçam de me contar o que vocês acharam.


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