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História Herança Veela - Capítulo 04 - Herança Veela:


Escrita por: AmandaRoss

Notas do Autor


ME DESCULPEM! EU TENTEI, EU JURO QUE EU TENTEI!!!
e.e
Mas vocês não sabem a loucura que foi esse fim de ano, desde o último capítulo eu tive que estudar tanto, mas tanto, que jesus.... E aí tiveram as provas. Eu tentei arranjar tempo entre uma coisa e outra, mas simplesmente não dava, e quando tinha eu tentava escrever e minha cabeça fazia exatamente isso aqui: "...................................... ERROR 404"
Eu ia dormir pensando em escrever, acordava pensando em escrever, mas não dava. Ai que agonia jesus. Mas agora chegou as férias e eu espero poder fazer alguma coisa nesse tempo. E espera.

FELIZ NATAL!

Eu to desde as oito da manhã escrevendo só pra poder dar um presente de natal para vocês, amanhã já vou continuar com o próximo capítulo. Por favor, me perdoem mais uma vez. Estou estava com tantas saudades, eu gosto tanto de escrever, quero tanto continuar, tomara que agora tudo dê certo... Vai dar, o que não dá certo quando se está de férias. Finalmente estou fazendo o que eu mais gosto de fazer: Nada. Ou quase isso, é ótimo ter tempo, até esqueci como era :v

Mas então, eu espero que gostem do capítulo, e também espero não demorar muito com o próximo. Beijos, um feliz natal pra todos vocês, seus lindos!

Capítulo 36 - Capítulo 04 - Herança Veela:


Capítulo 4 – Herança Veela

 

 

   - Sim Harry, você é um veela.

 

Mesmo depois da explicação de Dumbledore Harry se sentia extremamente confuso. Ele sabia o que era uma veela, ou ele acha que sabia pelo menos, lembrava-se delas da copa ano passado e com toda certeza ele não era uma delas. Mas por que Dumbledore diria uma coisa tão aleatória? Então lembrou-se de Fleur, loira, elegante e bonita. A garota conseguiu chamar atenção até mesmo de algumas meninas de Hogwarts, ele se lembrava muito bem de quando Rony tentou chama-la para o baile.

 

Engraçado como essas lembranças podiam lhe trazer um sentimento tão bom, porém tão distante.

 

Voltou novamente para sua situação, tentando imaginar como raios ele poderia ser um veela. Simplesmente não encaixava. Ele podia sim ter tido alguns... problemas, algumas noites atrás, mas podia ser só uma doença, alguma coisa com a água, ou comida estragada, ou sei lá.

 

Mas realmente, ainda tinha aquela marca estranha e... Ele não se olhava no espelho há um tempo agora, mas se lembrava do que vira naquele dia. A lembrança de sua imagem fez um arrepiou percorrer sua espinha.

 

   - Professor, - Harry falou, sentindo sua cabeça girar - eu não entendo como isso pode ser verdade... Quer dizer, não faz o menor sentido!

 

   - O que você está sentindo é compreensível Harry. - O mais velho falou solidariamente. - Acho que é melhor você descansar antes de mais nada. Teve um longo dia... Mais tarde explicaremos tudo.

 

Enquanto Dumbledore se levantava, o menor queria pedir que ficasse e explicasse tudo, porém ao mesmo tempo sentia que não queria saber de mais nada, já tinha sido demais. Talvez devesse descansar... Algum descanso não faria mal, poderia lidar com tudo mais tarde.

 

Foi então que notou um copo estendido a sua frente, nem percebeu Sirius enquanto esse se aproximava e servia a poção que tinha no frasco ao lado da cama.

 

   - Tome Harry, vai fazer você ter uma noite tranquila.

 

Sem nem pensar em recusar, Harry pegou o copo e tomou em três goles o conteúdo ali dentro, sentindo o gosto levemente amargo. Então, olhou para seu padrinho, podia ver a inquietação de antes em seus olhos, mas ao mesmo tempo, o carinho de sempre e até mesmo algum receio... Não pode pensar muito nisso, ou falar alguma coisa, pois sua visão foi ficando cada vez mais turva. Até tudo ficar escuro.

 

                                                              oOo

 

Acordou novamente naquela cama confortável, porém dessa vez sua cabeça não doía e nenhuma parte de seu corpo estava dormente ou dolorida, estava enfim se sentindo bem. Porém, externamente, já que essa condição não se estendia até seus pensamentos, que estavam completamente turbulentos.

 

O sono sem sonhos parecia ter sido apenas uma pausa para tudo que estava se passando e agora tudo continuava a rolar por seus pensamentos. Mr. Kandi, o ministério, veela... Tudo.

 

Sem conseguir continuar deitado, jogou as cobertas para o lado e levantou. Notou que estava de pijamas, então procurou seu malão pelo quarto, mas como já esperava ele não estava ali. Sem ter muito o que fazer, resolveu sair do quarto.

 

Ao abrir a porta se viu em um grande corredor, com varias outras portas iguais, as paredes eram escuras e a iluminação era fraca, dando um ar estranho ao lugar. Harry ainda não sabia onde estava, no meio de tudo esqueceu de perguntar... Sirius ainda estava ali? Se sim, onde? Pensou em chamar, mas não achou uma boa ideia, considerando que não sabia quem mais poderia estar por ali.

 

Então andou até o fim do corredor, até chegar nas escadas. Ao desce-las, se assustou ao ver várias cabeças de elfo nas paredes. Aquele lugar estava ficando cada vez pior, Hermione provavelmente teria um ataque caso visse algo como aquilo. Ele mesmo não se sentia bem em olhar aquilo.

 

De qualquer forma, continuou até chegar no andar de baixo. Ali parecia a entrada, silenciosa e escura como o resto. Porém, ouviu uma leve movimentação ali perto, seguiu o barulho até chegar no que parecia ser a cozinha, com uma grande mesa de madeira e ao longo da mesa...

 

   - Harry!

 

Sua visão foi bruscamente obstruída por uma densa cabeleira castanha. Sentiu-se ser abraçado e apesar de ter se assustado com o repentino movimento, logo relaxou ao reconhecer Hermione.

 

   - Nós estávamos tão preocupados! - Ela se afastou e então o observou, hesitando por um breve momento. - Está tudo bem?

 

   - Harry! - Novamente, antes que pudesse responder, foi pego em um abraço ainda mais apertado. - Que bom que você está aqui! Estávamos todos tão preocupados! Venha, venha... Deve estar morrendo de fome.

 

A Sra. Weasley sendo apenas a Sra. Weasley, fez crescer uma sensação quente no peito de Harry, como se nada tivesse mudado e ele estivesse chegando na toca pela primeira vez depois de voar com o carro roupado do pai de seu melhor amigo.

 

Não resistiu ao ser levado até uma das cadeiras, sendo deixado logo sem seguida para receber um prato com ovos, bacon e algumas salsichas, tudo cheirava muito bem e seu estomago quase tentou saltar para pegar ele mesmo a comida, no entanto, não sentia vontade de comer.

 

Um dos motivos é era que, agora que podia ver, a mesa que era realmente grande e estava cheia. Hermione, que agora se sentava dando uma cotovelada e olhando feio para Rony que o encarava com a boca meio aberta, definitivamente parecendo confuso. Fred e Jorge que se beliscavam murmurando alguma coisa, Gina que olhava para ele pelo canto os olhos de vez em quando, corando. E por fim, Sirius o olhando carinhosamente com compaixão.

 

Ele não entendia, mas também não podia dizer que estava completamente alheio ao motivo de todas aquelas reações. Além do impacto de toda a situação ontem a noite, ainda havia... Aquela coisa veela.

 

   - Hum, Harry, nós ficamos tão preocupados! - Hermione não se conteve, rompendo o silencio constrangedor que havia se formado. - Você tem tanto para nos contar! Só recebemos a informação que você foi expulso de Hogwarts, isso é tão injusto, eu sei que você não usaria magia fora da escola por qualquer coisa... O q-

 

   - Já chega querida, deixe-o comer. - A mulher ruiva interrompeu. Ela trocou um olhar com Sirius. - Depois vocês terem muito tempo para conversar.

 

Então, sem que mais alguém se animasse a conversar, o café da manhã correu tranquilamente. Harry não sabia se gostava disso ou não, já que se por um lado o silencio não lhe soava agradável, a ideia de contar a todos sobre... Tudo. Também não era.

 

Se forçou a comer um ou dois pedaços de salsicha, mas o nervosismo o fazia sentir-se enjoado. Quer dizer, ele estava ali, com seus amigos finalmente e estava tudo bem. Mas... Ele sabia que mais cedo ou mais tarde teria que contar sobre tudo o que ocorrera. Pelo que pudera presumir só os adultos sabiam e ele agradecia a Merlin por isso.

 

Confiava em Rony e Hermione cegamente, com certeza. Mas esse era o tipo de coisa que ele gostaria de esquecer para sempre e ignorar como se nada tivesse acontecido. Obviamente essa opção era completamente inviável.

 

Logo, antes do que ele gostaria, o café da manhã acabou e Hermione arrastou ele e Rony para um dos quartos da casa, que ele descobriu ser de Rony ao ver o malão do ruivo jogado aos pés de uma das camas, o seu logo em cima da outra.

 

Porém, uma coisa conseguiu chamar sua atenção. Um vulto branco grande e macio se aproximou gentilmente e pousou em seu ombro.

 

   - Edwiges! - Ele acariciou as penas macias da coruja, recebendo bicadas carinhosas em resposta.

 

   - Ela tem estado impossível desde que chegou aqui - Rony falou se enrolando ao encontrar os olhos do amigo. - Quase arrancou a minha mão e a de Hermione... Olhe!

 

Ele estendeu a mão, mostrando pequenos cortes.

 

Harry pensou em falar alguma coisa, mas as palavras se perderam em sua mente em meio aos seus próprios pensamentos. Imaginava se os machucados que ele sabia que ainda tinha, ainda apareciam. Tentou não pensar sobre isso.

 

   - Mas por que não a mandaram de volta com respostas então? - Ele perguntou.

 

   - Hum... Bem, Harry, Dumbledore nos fez prometer que não contaríamos nada. - Hermione respondeu, tendo a decência de parecer sem jeito. - Por causa da nossa localização, você sabe, é segredo.

 

Na verdade, ele não sabia, não sabia de quase nada na verdade. Essa constatação o deixava extremamente inquieto, pois mesmo a sensação de familiaridade que seus amigos lhe proporcionavam, ao mesmo tempo toda a situação o fazia sentir-se um completo estranho.

 

Ele queria ficar irritado com tudo aquilo, gritar, esbravejar, lamentar sua situação. Mas as palavras se perdiam em algum lugar de sua garganta. Só conseguia sentir um vazio, como se não pertencesse mais a aquela situação.

 

   - Então, Harry... - Hermione hesitou, visivelmente pisando em ovos com suas próximas palavras. A garota sentou-se em uma das camas e o convidou a sentar-se em seu lado, que relutantemente o fez, ficando um pouco mais afastado do que deveria, com os braços cruzados. - Você está bem? O que aconteceu? Foi uma loucura ontem, todos ficaram muito agitados, mas não quiseram nos contar nada. O que houve?

 

Toda cor sumiu do rosto do moreno, ele sentiu as palmas de sua mão suarem e seus lábios secarem, não conseguia desviar o rosto de chão enquanto era encarado pela garota e por Rony que se sentara na cama da frente.

 

Como iria contar? Contar que fora idiota o suficiente para cair em um truque de um sequestrador nojento que queria vendê-lo e... E...

 

   - Harry?

 

A voz da garota o acordou de seu transe, notou que estivera apertando os próprios braços com força demais, provavelmente ficariam mais marcas. Então, lentamente levantou o rosto e olhou para seus dois amigos, foi mais difícil do que ele imaginava. Olhou aqueles rostos tão familiares, que o lembravam de momentos de alegria, de repente ele sentia-se sujo, sentia que não merecia estar ali.

 

   - Hermione... Eu não sei se... Se quero falar disso agora. - Ele hesitou, com a voz baixa, vendo que Rony parecia prestes a dizer alguma coisa, adiantou-se - Tudo bem?

 

O ruivo parou, mordendo o lábio, porém lentamente balançou a cabeça. A garota, o olhou com pena por alguns poucos segundos, logo piscou alguma vezes e também acenou.

 

   - Claro. - Ela finalmente falou, sorrindo brevemente. - Claro Harry, você tem o tempo que quiser. 

 

As mãos em seu colo apertaram um pouco mais forte o pano da própria roupa. Hermione parecia estar se segurando ao máximo para não forçar Harry a contar. Não por curiosidade e sim por que ela conseguia ver nos olhos de seu amigo que algo não estava bem. Mas forçar um confronto agora não traria bem nenhum.

 

Rony podia não entender tão bem a situação como Hermione, mas era visível o desconforto de seu amigo. Mesmo com aquela nova aparência que o distraia mais do que ele gostaria de admitir, ele poderia reconhecer quando seu melhor amigo não estava bem. Queria desesperadamente saber o que tinha acontecido, sabia que Hermione também já tinha visto, aquelas marcas estranhas aqui e ali pelo corpo do garoto. Uma inquietação se apossava dele, mas pelo bem de seu amigo ele tentou se conter. 

 

Além de ser seu melhor amigo, Harry agora estava diferente, de uma forma que... Ele não saberia bem explicar, mas sentia que devia proteger Harry. Era uma sensação tão instintiva que quase não podia controlar.

 

   - Harry. - Hermione falou, seus olhos procurando os verdes. - Nós estaremos aqui quando você precisar, estaremos aqui quando... Você quiser contar. Por enquanto, não se preocupe, ok?

 

O menor a encarou, sentindo que não merecia essa amizade, não depois de tudo... Mas mesmo assim não deixou de sentir uma sensação gostosa no peito, quase um conforto. Sorriu levemente para os dois.

 

Nesse momento a porta se abriu, entrando por ela Fred e Jorge, com Gina logo atrás. 

 

   - Boa noite Harry, perdoe nossa intromissão, mas acho que você vai compreender, não é? - Jorge piscou um dos olhos para ele. O menor então soube que eles sabiam do que se falava naquela sala, um calafrio passou pro sua espinha, só de pensar no que eles poderiam ter ouvido caso Harry resolve-se contar a historia toda. - Nós achamos que vocês vão querer ouvir isso também.

 

   - Ouvir o que? - Rony perguntou.

 

   - Ora, apenas a maior reunião da ordem que já aconteceu nessa casa. - Fred respondeu, tirando do bolso um pequeno pedaço de pano amaçado cor de pele, preço a um barbante. - Nunca vi tantos membros da ordem juntos, deve ser importante!

 

   - Mas como você planeja fazer isso? As reuniões são exclusivas para membros da ordem da fênix, nós estamos proibidos até de chegar perto daquela porta. - Hermione disse, naquele tom de quem está respondendo uma pergunta de um professor.

 

   - Hermione, Hermione... Você as vezes parece que não nos conhece, mostre a ela Fred. - Jorge falou calmamente sorrindo.

 

   - É claro, Jorge. - Segurando pelo barbante o ruivo levantou o que agora era claramente uma orelha, se remexendo de vez em quando, como se estivesse viva, causando alguns calafrios em Harry. - É assim que vamos ouvir. Só precisamos colocar uma perto da porta e ficar com a outra.

 

Rony sorriu brilhantemente, visivelmente interessado na ideia. Antes que Hermione pudesse falar alguma coisa, Jorge se adiantou.

 

    - Venham, vamos logo com isso, não quero perder as melhores partes.

 

E juntos eles saíram do quarto. Se reunindo próximo as escadas que ficava logo acima do espaço próximo a porta onde estava ocorrendo a reunião da Ordem da Fênix. Harry observou enquanto Jorge descia a orelha pendurada no barbante lentamente.

 

   - Alguma outra vítima foi encontrada? - A voz de um homem saiu na outra ponta do barbante, primeiro baixa e parecendo ser emitida do fundo de uma caverna, porém a medida que a orelha descia o som ficava mais alto e claro.

 

   - Ainda não. - Outra voz que Harry não soube reconhecer, não o surpreendia já que ele não conhecia tantas pessoas assim no mundo mágico ou até mesmo no trouxa, porém era estranho, ele queria saber quem eram e o que estavam fazendo ali. - Kandi aparentemente, sabia muito bem o que estava fazendo.

 

Um calafrio sacudiu o corpo do moreno ao ouvir aquele nome, sentia suas mãos suarem e a boca ficar seca. Instantaneamente ele não queria mais saber quem eram aquelas pessoas, só queria sair dali e principalmente, tirar seus amigos dali, o que mais eles iriam ouvir?

 

O nome "Kandi" não provocou nenhuma reação nos outros, causando um pouco de alívio em Harry, já que significava que eles não sabiam o que tinha lhe acontecido... Até quando?

 

   - Pense no que poderia ter acontecido a Harry uma hora dessas! - Era a voz de Molly, obviamente nada contente com as notícias. - Nós o teríamos perdido para sempre e tudo por que não o estavam fugindo como deveriam!

 

   - Molly... - Arthur chamou, tentando acalmar sua esposa - Acalme-se, é só uma questão de tempo até os auro-

 

Nesse momento a orelha Jorge segurava ficou em silencio, deixando os adolescentes confusos.

 

   - Mas o que...?

 

Então, ao se inclinar na escada ele pode ver um gato grande e laranja brincando com algo parecido com um pedaço torcido de carne, a outra ponta do barbante balançava sem ter mais o que segurar.

 

   - Bichento! - Hermione chiou o mais baixo que conseguiu. - Largue isso, não é para brincar!

 

O gato nem mesmo olhou, continuando a brincar e morder seu mais novo brinquedo.

 

   - Ah, Hermione! - Fred puxou o barbante até chegar a ponta arrebentada - Levamos dias para terminar as orelhas extensíveis! 

 

   - A culpa não foi minha, o bichano só queria brincar e

 

   - Espera. - Gina finalmente falou, parecendo confusa. - Quem é Kandi afinal? Nunca ouvi nenhum nome parecido.

 

   - Sim, por que estão discutindo sobre ele em uma reunião da ordem? - Fora Rony quem perguntou. - O que eles estavam querendo dizer com vítimas?

 

   - E o que... - Gina olhou para Harry, que engoliu a saliva, sentindo a boca repentinamente seca. - Harry tem a ver com isso?

 

Então sem mais orelhas extensíveis ou bichanos, a atenção se voltou para Harry, todos o encaravam esperando algum tipo de resposta. Esse por sua vez, olhava todos sentindo seu coração acelerar... Era agora, ele tinha que contar.

 

   - E-Eu não estou me sentindo muito bem. - Falou sem pensar. - Vou tomar um banho.

 

Ninguém o impediu.

 

                                              oOo

 

Sentiu os músculos relaxarem ao imergir na agua quente, não estava com cabeça para admirar o banheiro, mas reconhecia que era um belo banheiro, com certeza digno da família Black... Estava na casa de Sirius, era estranho, não achou que era disso que ele falava quando o convidou para morar com ele no terceiro ano. Aquela casa sombria não combinava com seu padrinho, mesmo depois de Azkaban.

 

Como ele queria que não estivessem naquela situação para que ele pudesse morar com ele, se tudo tivesse dado certo logo no terceiro ano então ele nunca teria...

 

As coisas não davam certo, afinal. Todos diziam que era cheio de sorte, mas a verdade é que continuar sobrevivendo lhe parecia mais um azar, mais um castigo, do que sorte. Sentia-se ingrato de pensar assim, todos estavam trabalhando tanto para mantê-lo a salvo... 

 

E mesmo assim aquilo aconteceu...

 

...

 

De repente tudo estava escuro, tentou se mexer, mas seu corpo parecia dormente, ignorando seus comandos.

 

clic

 

Aquele maldito som.... Seu coração acelerou.

 

clic clic

 

   - Olá belezinha... - A voz rouca ecoou como se estivessem em uma caverna, sentiu algo tocando seu corpo. - Achou que tinha escapado de mim?

 

Harry sentou-se de súbito, jogando um pouco de água para fora da banheira. Nem percebeu quando caiu no sono. Olhou em volta, seu coração acelerado. Ainda estava naquele banheiro, sozinho, porém isso não o acalmou completamente. A memória de Kandi trazia-lhe uma agonia que não conseguia explicar, pegou o pano úmido na beira da banheira e se esfregou, com força, até deixar a pele vermelha, tentando limpar os hematomas, os arranhões, todas as marcas... até ficar limpo.

 

                                                oOo

 

Já havia saído do banho quando ouviu batidas na porta, ao abrir Rony que parecia que começaria a falar, perdeu as palavras no fundo da garganta, seus olhos acompanhando uma gota d'água que escorria dos cabelos molhados, pela pele branca e macia do pescoço e então para dentro da camisa. O ruivo engoliu a saliva, corando.

 

Que tipo de reação era essa? Harry pensou, envergonhado e ligeiramente irritado, jogou a toalha nos ombros tentando impedir qualquer outra gota de escorrer. Nunca imaginou que passaria esse tipo de situação com seu melhor amigo. 

 

   - H-Harry, Dumbledore, ele está aqui. - O garoto se enrolou com as palavras, tentando ferozmente articular sua mensagem. - E quer falar com você... É.

 

E antes que o menor pudesse falar alguma coisa, o ruivo saiu rápido, nitidamente com o rosto em chamas. O que estaria passando por sua cabeça?

 

De qualquer forma, o que viria agora? Harry se perguntou. Alguma coisa boa? Alguma ajuda, ou... Ele não queria pensar muito sobre isso, tinha tantos assuntos a resolver que aquela conversa poderia ser sobre qualquer coisa. Será que havia alguma possibilidade de reverter essa coisa veela? Só havia uma forma de saber, respirou fundo e andou até a cozinha, onde supunha que o diretor estava o aguardando depois que a reunião acabara. 

 

E realmente Harry estava certo, ao entrar foi recebido com um sorriso gentil do diretor, mesmo que os olhos azuis por de trás dos óculos de meia lua não encarassem os seus. Ali ainda estavam também Sirius e um homem que Harry nunca vira na vida, era um senhor também, o cabelo grisalho bem penteado sem nenhum fio fora do lugar, a barba também grisalha milimétricamente feita e ele usava um jaleco branco por cima de suas roupas, se não soubesse, Harry diria que ele era um médico.

 

   - Olá Harry. - O diretor cumprimentou. - Sente-se por favor, temos muito a conversar.

 

Respirando fundo o moreno assim o fez, escolhendo o acento ao lado de seu padrinho que também o cumprimentou com um sorriso gentil que não se estendia aos olhos preocupados. O homem estranho o observava com extrema atenção, nada como... Rony fizera antes. Estava mais para uma curiosidade educada. Ao notar que era observado ele apenas inclinou a cabeça, cumprimentando.

 

   - Bem, creio que você tenha várias dúvidas, não é Harry? - Dumbledore começou. - Por isso trouxe o Doutor Alexander para esclarecermos algumas coisas, Ele é medibruxo no St. Mungus, especialista em genética das espécies.

 

   - É um prazer conhece-lo Sr. Potter. - Ele estendeu a mão, que foi timidamente correspondida pelo garoto. - Devo dizer que fiquei extremamente impressionado ao descobrir do seu caso, vai ser uma honra se puder ajuda-lo em qualquer coisa.

 

O menor sorriu, ainda tímido.

 

   - Você conhece ou sabe algo sobre veelas, senhor Potter? - O medibruxo perguntou.

 

   - Eu apenas vi elas na copa de quadribol e... Conheci uma garota que era meio veela também. - Harry respondeu, lembrando-se de Fleur.

 

   - Bom, bom... Já é alguma coisa. Bem, devo dizer que veelas puras como você viu na copa de quadribol são extremamente raras de se ver por aí, devido a toda confusão que elas são capazes de provocar... Você já deve saber. - Ele sorriu simpático, porém Harry só conseguiu corar, desviando os olhos. - Elas preferem viver em comunidades isoladas, mas algumas gostam de se aventurar pelo mundo mágico e essas acabam gerando descendentes em alguns casos. Apesar do gene veela ser dominante, é extremamente raro de ser herdado.

 

Então ele pegou uma pasta cheia de rolos de pergaminhos de sua maleta, pegando um em especial, que continha vários "X’s" e alguma coisa escrita que Harry não soube muito bem o que era.

 

   - Você entende alguma coisa sobre genética senhor Potter? - O homem perguntou, lhe estendendo a folha de pergaminho. O menor apenas encarou os desenhos ali, não compreendia muito bem, mas não era totalmente alheio ao assunto. O mais velho capturou seu franzir de sobrancelhas como uma resposta negativa. - Bem, antes de tudo então devo lhe explicar. Para a geração de um novo indivíduo é necessário a junção de dois gametas, o masculino e o feminino. Cada um deles carrega um número de cromossomos responsável pelos genes e esses genes vão dar as características ao novo indivíduo. Está me acompanhando?

 

O moreno acenou devagar, prestando atenção. Ao lado Sirius também parecia extremamente interessado, duvidava que tivesse se interessado a aprender algo do assunto ao longo de sua vida. Dumbledore também ouvia com atenção com os dedos entrelaçados sobre a mesa.

 

   - Então, ao todo, cada célula possui 46 cromossomos, sendo 44 autossomos e apenas 2 sexuais. Esses dois podem ser XX para mulheres ou XY para homens. Agora, alguns genes só estão presentes nesses cromossomos, mais necessariamente no X, para o gene veela, considerando que é uma característica exclusivamente feminina. Por isso é muito mais difícil se manifestar em bebês masculinos, mas não impossível.

 

Harry estava um pouco confuso, mas acompanhando, observando o pergaminho onde tinha alguns desenhos que estavam ajudando um pouco a seguir o raciocínio. Sirius parecia... Estar se esforçando.

 

   - Já que você herdou esse gene, devo presumir que sua mãe o carregava, mas nela não houve manifestação por conta de sua herança mágica não ser forte o suficiente. - O doutor falou. - Agora, vamos ao seu caso. Só em olha-lo devo presumir que o gene que você herdou era recessivo para a herança veela, o que reforça o motivo pelo qual sua mãe não apresentava traços. Nesse mesmo mundo da genética, nos temos os genes dominantes e os genes recessivos. Nos descentes veelas em particular isso vai decidir se são dominantes ou submissos.

 

   - Submissos? - Harry perguntou, não gostando da forma como isso soava.

 

   - Sim, não se deixe levar, é só um termo que... Bem, deixe-me explicar melhor. Veelas puras são exclusivamente mulheres, mas para a continuação da espécie é preciso que haja reprodução. Por isso existem veelas dominantes e submissas, sendo que as dominantes têm algumas particularidades que as submissas não têm e vice-versa, a principal delas é que as dominantes não são capazes de gerar um novo individuo, apenas as submissas. Entende? Essa palavra não define a forma como você deve ou vai agir, de forma alguma. Apenas que... Você é capaz de gerar vida senhor Potter.

 

   - Me desculpe? - Harry perguntou, seu coração acelerando de repente. Sirius se sentou melhor na cadeira, parecia que ele queria muito falar alguma coisa, mas uma troca de olhares com Dumbledore foi suficiente para não o fazer. Provavelmente o diretor já havia conversado com ele sobre esse tipo de reação naquela conversa.

 

Alexander encarou Dumbledore por breves segundos, que acenou com a cabeça.

 

   - Talvez seja um pouco cedo para se preocupar com isso senhor Potter, por hoje vamos só deixa-lo ciente do básico. - O menor o encarou descrente, como alguém poderia falar algo como aquilo e pensar que ele poderia ficar calmo depois disso? Porém isso não impediu o medibruxo de continuar. - Como um meio veela, você tem os poderes de uma. Não vai se transformar em um pássaro que solta fogo, mas também não é completamente indefeso. Como característica dos genes veela recessivos você tem a capacidade de criar unhas e dentes muito fortes quando estiver em uma situação de perigo. Além de tudo é claro, as veelas tem um encanto natural, uma sedução que vai sempre se fazer presente. Nos descendentes a herança só se manifesta inteiramente aos quinze anos, foi quando notou as mudanças, não é senhor Potter?

 

Harry acenou com a cabeça, lembrando de quando... Notou as mudanças.

 

   - É quando seu corpo está pronto magicamente para a herança, agora você possui traços e formas mais "atrativos" digamos assim, como condiciona o gene veela, particularmente o recessivo. Suponho que já deva ter notado que exerce uma atração em todos a sua volta, não é?

 

Mais uma vez, Harry acenou com a cabeça lentamente, apertando as mãos em punhos por de baixo da mesa.

 

   - Essa, senhor Potter, é sua maior herança. A atração veela se fará sempre presente de agora em diante. - Algo dentro de Harry morreu ao ouvir isso, provavelmente sua esperança de reverter a situação. - Isso não precisa ser horrível, como eu suponho que você deva achar...

 

Talvez ele tenha deixado transparecer um pouco demais sua insatisfação... Corou ligeiramente, tentando disfarçar.

 

   - Com o tempo, você vai acabar se acostumando, até podendo ter controle sobre o quanto isso pode afetar os outros. É tudo questão de tempo... - O medibruxo dizia, isso não deixava Harry exatamente satisfeito, mas... Já era alguma coisa. - O ponto é que... No inicio, alguns... Acidentes podem acontecer, então é bom andar sempre com alguém que confie, tudo bem?

 

O menor teve um pouco de dificuldades para simplesmente acenar com a cabeça, seu olho direito dando uma leve tremida.

 

   - Especialmente quando estiver na sua época fértil. - Harry realmente estava enjoado agora, sua cabeça girando levemente. - Não é como nas mulheres onde há a menstruação, por não se tratar da mesma espécie em termos... Mas você vai se sentir diferente quando isso acontecer, vai exalar um cheiro típico para seu parceiro e sua atração se tornara um pouco mais forte. Ah algumas poções que você poderá ingerir para amenizar isso, se quiser.

 

   - Alguma dúvida até aqui Harry? - Dumbledore perguntou, encarando os próprios dedos sobre a mesa.

 

O menor olhou brevemente para o diretor e acenou negativamente.

 

   - Se precisar de alguma ajuda, se quiser tirar alguma dúvida, não hesite em me chamar senhor Potter, estarei a sua disposição a hora que precisar. - Alexander sorriu gentilmente, recolhendo os pergaminhos de cima da mesa e os arrumando de volta em sua maleta. Logo se levantando. - Agora devo ir. Se estou correto, vocês ainda têm algumas coisas a conversar.

 

E com alguns acenos ele se despediu dos três, logo saindo pela porta e os deixando sozinhos. Harry encarou seu padrinho, que tentou sorrir-lhe, talvez para passar confiança, mas não conseguiu fazer mais do que sorrir amarelo, com certeza sentindo o mesmo que o menor sentia agora. Se para Harry não era legal ouvir sobre atração, parceiros e... Gerar vida, para seu padrinho também não parecia estar sendo muito bom. Isso fez o garoto sentir-se um pouquinho mais feliz por dentro.

 

   - Agora Harry, creio que algumas coisas foram esclarecidas, mas outras também precisam ser explicadas. - O diretor tomou a palavra. - Quando você usou magia fora de Hogwarts, o departamento do ministério responsável por isso o expulsou por... Ser a segunda ocorrência em seu nome, nesses casos, a expulsão é automática.

 

O mais velho parecia estar escolhendo suas palavras.

 

   - Porém, como isso não ocorreu nas... Normais circunstancias, nós podemos requisitar um julgamento, para que a decisão de sua retirada de Hogwarts possa ser reconsiderada. - Ele falou. - Você terá que comparecer ao julgamento e contar o seu lado da história... Está tudo bem com isso?

 

Harry encarou o diretor, o sangue fugindo de sua face. Ele até imaginou que algo do tipo fosse acontecer, mas era a última coisa que queria, contar para pessoas que nem mesmo conhecia sobre o que tinha acontecido. Engoliu em seco e tentou fingir que estava tudo bem.

 

   - S-Sim... - Ele falou. - Se for para... Resolver as coisas.

 

   - Nos desculpe por isso Harry. - Sirius finalmente falou, pegando sua mão e apertando entre as dele. - Nós tentamos resolver isso por nós mesmo, mas eles insistem em lhe interrogar, as coisas não estão nada fáceis no ministério. Mas fique tranquilo, vai dar tudo certo.

 

O moreno encarou Sirius, seus olhos azuis lhe passavam uma incrível confiança, trazendo um sentimento bom em seu peito. Queria poder acreditar que tudo se resolveria... De repente, encarou o diretor, um pensamento vindo a sua mente. Abriu a boca, mas a fechou em seguida.

 

Queria perguntar sobre... Edward Kandi. O que tinha acontecido? Onde ele estava agora? E... As outras crianças?

 

Não conseguiu pronunciar aquele nome, algo estúpido dentro dele sentia medo. Queria esquecer, mas também queria saber. Mordeu os lábios e abaixou o rosto, recolhendo suas mãos sobre suas pernas. Sirius o olhou preocupado.

 

   - Vamos mantê-lo informado Harry. - O diretor falou, fazendo o menino o encarar rapidamente. - Sobre o julgamento. Até lá, fique aqui, Sirius e os Weasleys vão ajuda-lo tenho certeza. Agora, eu também tenho que ir, muitos assuntos para resolver ainda.

 

E também se foi o diretor, deixando Sirius e Harry sozinhos.

 

   - Como você está Harry? - O mais velho perguntou.

 

O menor o encarou por alguns segundos, pensando no que responder.

 

   - Melhor. - Respondeu por fim.

 

Seu padrinho então colocou uma das mãos em seus ombros, chamando a atenção do moreno.

 

   - Quero que você saiba que eu sempre vou estar aqui para você, tudo bem? - Ele falou com a voz firme e o encarando seriamente nos olhos. - Qualquer coisa que precisar, não hesite em me chamar, eu sou seu padrinho, me considero seu segundo pai desde que você nasceu, não vou deixar que mais nada aconteça ao filho de James e Lily, não vou deixar mais nada acontecer com você, Harry. Ninguém mais... Ninguém mais vai tocar em você.

 

O pequeno veela encarou o homem com os olhos bem abertos, ouvindo cada palavra no fundo de seu coração. Era a primeira vez que alguém falava daquele jeito com ele, sem parecer nem um pouco distante. Sentia mesmo que Sirius seria capaz de qualquer coisa para protege-lo. Por algum motivo.. Sentia seus olhos começarem a arder. Mas se controlou.

 

   - O-Obrigado Sirius, eu nem sei... - Ele mordeu os lábios, desviando o olhar. Então sem esperar pelo o que vinha, sentiu-se ser abraçado.

 

Depois de breves segundos, Sirius se afastou e continuou a falar.

 

   - Não deixe se conversar com seus amigos também Harry. Eles também podem te ajudar. - Ele disse e então sorriu. - Principalmente Hermione.

 

Harry sorriu também.

 

   - Principalmente Hermione. - O menor repetiu me meio a um sorriso tímido.


Notas Finais


E logo vem muuitos mais detalhes sobre essa coisa de ser veela, quem melhor que nossa Hermione para explicar tudo, não é? Alexander apenas deu uma passada pelo assunto :v Até breve gente.

E não se esqueçam de comentar, é de graça e indolor. Beijos!


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