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História Herdeira da Luz e da Escuridão - O fardo que devemos carregar


Escrita por: Hera_Bitch

Notas do Autor


Olá, olá amores!
Como estão?
Antes que me apedrejem, o capítulo de hoje será bem tranquilo kkkkk
Vou deixar vocês se recuperarem para voltar com os problemas hehe
No mais, aproveitem!

Capítulo 43 - O fardo que devemos carregar


Fanfic / Fanfiction Herdeira da Luz e da Escuridão - O fardo que devemos carregar

 “A dor te faz mais forte, mas como preço ela te mata aos poucos.”

– Autor Desconhecido

 

POV Amaya Uzumaki

Corria por um extenso corredor. Do que eu corria? Não sabia, sentia apenas a incessante sensação de desconforto em meu interior. Minha respiração estava descompassada e ouvia meu coração martelando em meu peito.

A pouca iluminação não me permitia ver o final daquele lugar. Grades de metal estavam em cada lado do corredor e mãos desesperadas tentavam me segurar.

Adultos e crianças gritavam, choravam e clamavam. Todos chamando pelo meu nome. Eram as pessoas que eu tinha tirado as vidas – as crianças do laboratório e os homens do Masao se faziam presentes.

Cheguei ao final do corredor, percebendo que estava em um beco sem saída. Uma grande parede estava a minha frente. Paredes num tom cobre desgastado me cercavam e o único local livre era de onde eu havia vindo.

Demônio carmesim... – Ouvi a voz do Masao se fazer mais alta em meio ao mar de vozes que chamavam por mim.

Recuei até a parede do final do corredor, procurando desesperadamente por uma saída.

Por que você não os ajudou? – Daquela vez foi a voz do Sukea que chegou aos meus ouvidos.

Eu tentei... – Argumentara com minha voz fraca – Eu tentei, mas...

Você os deixou morrer – E uma terceira voz se fez presente, fazendo com que eu congelasse – Você os deixou morrer como fez comigo...

Mesmo com minha mente me implorando para que não olhasse, meu corpo agiu sozinho. Me virei na direção da familiar voz e vi o Takafumi se aproximando de mim. Ele tinha as mãos sobre sua barriga, de onde seu sangue escorria lentamente.

Me desculpe... – Implorei baixo e com minha voz falha – Por favor, me perdoe...

A culpa foi sua! – O Uchiha vociferou novamente e fechei meus olhos, me encostando contra a parede atrás de mim – Você não fez nada, apenas assistiu enquanto eu pagava o preço no seu lugar, como sempre aconteceu!

N-Não, eu não queria... – Tentei falar, mas não conseguia.

A angústia e a tristeza estavam tomando conta do meu corpo. Eu não conseguia me mover, nem mesmo argumentar naquele momento.

Irá fazer o mesmo com o Shisui e o sensei, não é? – Ele perguntou – Provavelmente também assistirá o Minato, a Kushina, o Kakashi e todos os amigos que fez agonizando até morte, certo?

A imagem mental de todos que eu conhecia e que eram importantes para mim me viera à mente. Não queria imaginá-los morrendo por minha causa.

Você não quer isso, não é? – O garoto perguntara e levei meus olhos a ele – Mas é o que acontecerá, afinal, você atrai a morte para todos que se aproximam de você – Ele sentenciou e paralisei.

Senti algo me atingir pela cabeça e ensopar meu corpo. Olhei para minhas mãos, vendo-as cobertas por sangue. Eu mesma havia sido lavada em sangue. Minha respiração acelerou e minhas mãos começaram a tremer levemente.

P-Pare... – Pedi extremamente baixo.

O Takafumi sorriu de maneira sádica a minha frente e tirou as mãos de sua barriga, deixando seu sangue correr livremente. Fechei fortemente meus olhos para não ter de assistir àquela cena.

A culpa é sua! – Ele insistiu.

Pare! – Gritei a plenos pulmões.

Abri meus olhos no momento seguinte, vendo um teto branco sobre mim. Me ouvia respirando rápido e sentia meu coração acelerado em meu peito. Sentia também o suor escorrendo pelo meu corpo.

Um pesadelo..., determinei e tentei me acalmar do que vira. Era apenas um pesadelo... Fechei meus olhos novamente, mas os abri em seguida, me colocando sentada ao me lembrar do estado em que o Shisui estava.

Uma dor aguda me acertou em cheio e gemi baixo. Olhei-me por um instante, notando que faixas de bandagens envolviam meu corpo.

Voltei meus olhos em seguida para o meu braço esquerdo, onde uma agulha estava injetando algum medicamento em minhas veias. Meu olhar seguiu até a bolsa que ficava em um tripé ao lado da cama.

Morfina, deduzi ao reconhecer a coloração do medicamento.  E foi só então que minha ficha caiu, fazendo-me entender onde estava: Em um quarto do hospital de Konoha.

O Shikaku-sensei nos encontrou na floresta, lembrei-me. Ele deve ter conseguido nos trazer de volta. Olhei ao meu redor e não vi sinal do Shisui por ali. Não havia ninguém no quarto e logo entendi o porquê: Era madrugada.

Sabia que o hospital não permitia que visitantes permanecessem ali durante a noite, por isso não havia ninguém naquele momento.

Me sentei na beira da cama em que estava e senti meu corpo doendo de cima a baixo. Há quanto tempo estou apagada?, me perguntei rapidamente. Como o Shisui está? Ele está bem?

Puxei o tripé que mantinha a bolsa de morfina presa e usei-me dele para me manter de pé. Sentia que meu corpo não se movia há um tempo, dado a dificuldade que estava tendo para ficar firme sozinha.

Preciso em primeiro lugar descobrir como meu irmão está..., decidi, preocupada. Concentrei-me com certo esforço e logo senti o familiar chakra do Shisui, estando num quarto no final do corredor.

Peguei meus óculos que estava na cômoda ao lado da cama. Com um pouco de dificuldade, deixei o cômodo em que estava e segui para onde o Shisui estaria.

As imagens do meu pesadelo e do abrigo do Masao voltavam incessantemente em minha mente. Balancei minha cabeça tentando afastá-las por hora.

Abri silenciosamente a porta do quarto onde sentia o chakra do Shisui e senti meu corpo estremecer por um instante. Meu irmão estava deitado; hematomas marcavam seu rosto e braços. Seu corpo, assim como o meu, estava envolto em algumas bandagens escondidas parcialmente pelos lençóis que o cobriam.

Meu coração se apertou. Ele está assim por minha causaÉ minha culpa...

Me aproximei dele e parei ao seu lado, observando-o por um momento. Notei que ele estava dormindo, mas respirava com um pouco de dificuldade. Seu rosto também estava levemente vermelho.

Com cuidado, apoiei minha mão contra sua testa, sentindo sua pele queimando. Minha preocupação só aumentou. Ele está ardendo em febre!, percebi.

Temperatura muito elevada leva a hipertemia..., busquei em minha mente pelo raso conhecimento que tinha sobre medicina. O que posso fazer para tentar baixar sua temperatura?

Lembrei-me de duas coisas e tratei de fazê-las. Primeiro tirei os vários lençóis que o cobriam, deixando apenas um mais fino sobre meu irmão. Deixei os demais na beirada da cama, próximo dos pés do Shisui.

 Em seguida fui para o banheiro que havia no quarto e peguei uma toalha de rosto em mãos, colocando-a na pia e a ensopando de água fria.

Peguei uma pequena vasilha que estava ao lado da pia, enchendo-a de água e voltando com a mesma e a toalha para o quarto. Torci a toalha de rosto e a coloquei sobre a cabeça do Shisui.

Isso deve ajudá-lo a baixar a temperatura, pensei. Coloquei a vasilha de água ao lado da cama do meu irmão e puxei em silêncio a poltrona que tinha ali para mais perto da cama hospitalar.

Não saberia dizer quantas vezes troquei a toalha para o Shisui e a recoloquei em sua cabeça. Só sabia que o tempo havia passado graças a tonalidade de sua pele que se normalizava e o cansaço que eu começava a sentir.

Sorri fraco ao olhar o semblante calmo dele e que agora parecia não mais ter febre. Troquei uma última vez à toalha de rosto dele e a coloquei sobre sua testa, apenas por precaução.

Estava sentada na poltrona ao lado do Shisui, então aproveitei para me recostar por um instante. Me precipitei para frente, apoiando meus braços sobre a cama em que meu irmão dormia. Deitei minha cabeça sobre meus braços e fechei meus olhos por um momento.

Ele deve ter ficado resfriado, ponderei. Nós pegamos todo aquele temporal quando fugimos. Dificilmente fico doente, mas o Shisui... Abri levemente meus olhos e olhei para o meu irmão que agora parecia dormir tranquilamente. Ele está aguentando isso sozinho...

Fechei novamente meus olhos e soltei minha respiração devagar. Por estar distraída, só notei os passos apressados no corredor no momento em que a porta do quarto do Shisui fora aberta repentinamente.

Instintivamente, fiquei de pé num pulo e me coloquei em frente à cama em que meu irmão estava, em direção a porta. Meu corpo relembrou-me no momento seguinte de que não deveria ter me movido tão rapidamente.

Apoiei minha mão direita sobre minha barriga, parando próxima da altura das minhas costelas. Só então parei para pensar sobre os ferimentos que ainda se faziam presentes em meu corpo.

Vi uma mulher na porta do quarto, que logo reconheci como enfermeira graças a sua roupa. Ela me olhou por um momento e para o Shisui em seguida.

– O que está fazendo fora do seu quarto? – Ela perguntou e entrou no cômodo, se aproximando de mim.

– Precisava ver o Shisui – Expliquei sem pressa – Saber se ele estava bem.

Ela parou próxima de onde estava e seus olhos seguiram para o meu irmão em seguida, atendo-se a toalha sobre sua cabeça.

– Ele estava com febre quando cheguei – Continuei a elucidação rapidamente – Só consegui pensar na toalha molhada e em tirar um pouco dos cobertores que ele usava para baixar a sua temperatura.

– Ele ainda está com febre, mas bem fraca – Ela dissera, tendo ido checar meu irmão e me encarou em seguida – Você fez um bom trabalho.

Suspirei aliviada. Pelo menos nisso pude ajudá-lo..., pensei.

– Ele ficará bem – A enfermeira falou depois de alguns instantes – Mas precisará de repouso por algumas semanas até estar melhor, assim como você – Ela me encarou – Seus ferimentos são mais graves que os dele – Notei a preocupação em sua voz – Não deveria estar fora da cama.

– Eu ficarei bem em breve – Falei calmamente.

E de fato ficaria. Já havia passado por muitas coisas antes no laboratório, então sabia quanto tempo demorava para me recuperar de certos tipos de ferimento. Meus hematomas demorarão mais a sarar que meus ferimentos, ponderara brevemente.

A enfermeira me olhou por alguns instantes, mas não disse nada, nem mesmo me contrariou. Ela ressaltou apenas que se eu desejasse continuar no quarto do Shisui, deveria permanecer sentada para repousar.

Acatei o pedido e permaneci na poltrona ao lado da cama do meu irmão. Ela examinou-o mais calmamente e a mim em seguida, realizando procedimentos básicos.

Me atentei aos seus comentários sobre o estado do Shisui e gravei-os mentalmente por via das dúvidas, assim como tudo que ela comentou que ele deveria fazer quando tivesse alta do hospital.

Depois de um tempo a enfermeira, que se apresentou como Lucy, deixou o quarto para atender a outros pacientes. Permaneci em silêncio nos minutos seguintes, pensando em muitas coisas ao mesmo tempo, principalmente em relação à Yumi.

Sentia-me extremamente mal ao pensar na jovem mulher e no quão abalada ela estava após ter recebido a notícia da morte do seu filho. Mas foi só naquele momento que me toquei de algo: Ninguém tinha explicado tudo o que havia acontecido.

Embora houvesse dito vagamente ao Shikaku-sensei sobre o Takafumi, nem eu e muito menos o Shisui havíamos contado o que acontecerá no abrigo dos contrabandistas. E ninguém sabe o que eu fiz, pensei. Nem mesmo sobre...

Estiquei minha mão na direção da cômoda do quarto, abrindo uma das gavetas da mesma e pegando o pequeno espelho que ficava guardado ali – tinha passado muito tempo depois que chegara em Konoha no hospital, então sabia que todos os quartos tinham um daqueles guardado nas cômodas.

Trouxe o espelho para frente do meu rosto, olhando-me por um momento. Sem qualquer esforço, meus olhos tomaram uma coloração avermelhada com três tomoes circundando minha pupila.

Você conseguiu reativá-lo, não é? – A baixa voz masculina quase me fez deixar cair o espelho.

Olhei para o Shisui que tinha seu rosto virado na minha direção. Sua expressão era impassível, mas notava a tristeza que ele sentia. Desativei meu sharingan no mesmo momento.

– Sim... – Disse calmamente – Há quanto tempo está acordado?

– Acordei pouco antes de a enfermeira sair – Ele contou e levou seu olhar para o teto – Obrigado por ter cuidado de mim.

– Era o mínimo que eu podia fazer – Falei mais baixo – Mas isso não compensa a minha incapacidade de proteger a nós durante a missão...

– A culpa não foi sua – O Shisui contestou rapidamente, mas ainda sem me encarar – O que aconteceu não era algo que pudéssemos controlar.

– Eu sugeri que deveríamos ter uma distração para fugirmos – Contei ao meu irmão e baixei meus olhos – Esse foi o motivo pelo qual o Takafumi fez o que fez, e a consequência disso foi... – O Uchiha não me deixou terminar a frase.

– Não tente carregar a culpa sozinha – Ele me advertiu e finalmente trouxe seus olhos para mim – Se você tivesse qualquer culpa nisso, eu também teria, já que tudo que pude fazer foi desmaiar.

– Você foi espancado, Shisui – Rebati – Assistiu seu melhor amigo ser morto e ainda houve aquilo com seu sharingan... – Parei por um instante – Você aguentou mais do que uma pessoa normal aguentaria.

– E você também! – Ele dissera um pouco mais exaltado – Você já passou por tantas coisas naquele laboratório e nem consigo imaginar o quanto ser presa novamente a lembrou daquilo... – O Shisui parou um pouco, visivelmente tentando não transbordar a clara frustração que sentia – Eu tive tanto medo e não pude te proteger, mesmo sendo seu irmão. Me desculpe...

O vi apertar sua mão sobre o lençol que o cobria e sua expressão apresentar irritação. Irritação para consigo mesmo. Levei minha mão na sua direção, mantendo apenas meu dedo mindinho levantado. Ele me encarou confuso.

– Você também estava com medo por saber que perderia a Akemi – Falei calmamente e me esforçara para sorrir extremamente fraco – Mas então nos conhecemos e prometemos que nunca mais deixarmos um ao outro sozinhos – O encarei – Ainda mantemos isso, certo?

A expressão do Shisui se suavizou no mesmo momento. Sim, aquela era a primeira promessa que fizemos um ao outro: Nunca mais deixar um de nós ficar sozinho, independente da circunstância.

Ele estendeu sua mão na minha direção, prendendo seu dedo ao meu. O moreno esboçou um fraco sorriso que me aliviou internamente.

– Passaremos por tudo juntos – O Shisui afirmou – Independente do que for.



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