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História Herdeira da Luz e da Escuridão - Segunda Etapa - Jogo de adivinhações


Escrita por: Hera_Bitch

Notas do Autor


Olá, olá meus amores!!
Como estão?
Bem, por que demorei tanto com o capítulo novo, além é claro da falta de tempo? kkkkk
Porque escrevendo-o, acabei me empolgando um pouco e ele quase chegou a 9k, e vocês sabem que normalmente meus capítulos ficam nos 2k e eventualmente vão aos 4k. Então precisei dividir o capítulo em dois e a primeira parte está vindo agora. Amanhã, ou melhor, hoje, depois do meio dia postarei a segunda parte para que surtem comigo com essa segunda etapa do Exame Chunnin kkkkk
No mais, aproveitem!

Capítulo 56 - Segunda Etapa - Jogo de adivinhações


Fanfic / Fanfiction Herdeira da Luz e da Escuridão - Segunda Etapa - Jogo de adivinhações

 “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.”

– William Shakespeare

 

POV Amaya Uzumaki

A primeira fase havia finalmente terminado e pude respirar aliviada. A última pergunta tinha me deixado um pouco surpresa na hora, mas graças ao fato de ter entendido a lógica por trás do objetivo das questões escritas, compreender como agir naquele momento foi mais simples.

O Kakashi e o Shisui também entenderam rápido e nem tivemos que conversar para dar nossa resposta ao instrutor, anunciando que não deixaríamos ninguém.

Após isso, fomos instruídos a nos reunirmos às 10 horas em frente aos portões de uma das zonas de treinamento especial da aldeia, e que estivéssemos prontos para prosseguir com a prova.

Embora houvesse dito a Kushina antes de sair de casa que eu não precisaria da minha wakizashi antes da terceira prova, decidi por precaução ir buscá-la.

O por quê?

Como tinha pensado sobre o regulamento do Exame durante a primeira prova, entendi que lá havia dicas do que passaríamos em cada etapa. Como a primeira envolvera o domínio de conhecimento e capacidade de assumir, bem como correr riscos, ainda sobravam mais duas: Sobrevivência em combate real e lutas de torneio.

Era simples deduzir que a segunda etapa da prova seria focada no teste de sobrevivência em combate real, já que estávamos sendo levados a uma zona de treinamento, que normalmente era reservada a treinos dos chunnins, e até jounins, da aldeia.

O Kakashi e o Shisui também resolveram ir a suas casas buscarem mais alguns equipamentos. Quando entrei em casa, logo vi a figura de cabelos vermelhos vir apressada na minha direção com um olhar preocupado.

– Você está bem? Aconteceu alguma coisa? A prova já terminou? – A Kushina jogou todas as perguntas de uma única vez e precisei rir fraco.

– Estou bem, vim pegar alguns equipamentos a mais e apenas a primeira etapa da prova terminou – Expliquei cada coisa que ela havia perguntado – Daqui a pouco já preciso ir, a segunda etapa está marcada para as dez.

– Queria te perguntar sobre a primeira prova, mas já está quase na hora – A ruiva comentou com seu olhar voltado ao relógio de parede da sala e trouxe seus olhos a mim em seguida.

– Conto tudo depois de passar pela segunda prova – Prometi e a Kushina sorriu fraco.

– Está bem confiante, não é? – Assenti.

– Podendo trabalhar junto com o Kakashi e o Shisui, sei que podemos passar a segunda etapa – A ruiva sorriu mais alegremente.

☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆

Depois de ter pegado o que achei mais necessário e me equipado com minha wakizashi, segui rapidamente para a Quadragésima Quarta Zona de Treinamento.

Ao chegar, vi que o Shisui e o Kakashi já estavam lá, ambos com certa distância um do outro. Até quando esses dois vão continuar assim?, me perguntei e suspirei fraco.

Me reuni com eles e logo a singela tensão que pairava entre ambos cessou. Aproveitei esse meio tempo para observar as outras equipes. Grande parte era como a nossa, compostas de dois garotos e uma garota. Também haviam algumas exceções, tendo apenas garotos.

Havia duas equipes assim: A dos garotos que trancaram o genins do lado de fora do prédio da Academia e o time do irmão do Takafumi, o Ichiro. Então eles também estão aqui..., pensei brevemente.

O jounin responsável pela segunda etapa chegou pontualmente às 10 horas, sendo acompanhado de alguns chunnins que estiveram presentes na primeira prova.

– Bem, vamos começar com as instruções – O jounin falou e assim todas as atenções foram voltadas para si – Me chamo Saori e estou responsável por orientá-los nessa segunda etapa – Ele abriu um pergaminho médio, onde havia uma espécie de mapa – Deem uma boa olhada, irão precisar – Ele anunciou sem aparente pressa – Cada equipe será levada por um dos chunnins a um dos portões da zona de treinamento. Eles lhes passarão a instrução final e quando os liberarem para entrar, sua prova começará. O objetivo de vocês será encontrar a outra versão desse mapa que está guardado em algum lugar na Floresta da Morte – Ele fechou o pergaminho do mapa que tinha em mãos – Após isso, terão que seguir as instruções que acompanham o documento. Vocês têm três dias para completar a prova. Nem um dia a mais e nem mesmo poderão sair antes. Estamos entendidos? – Assentimos – Então vamos começar.

POV Kakashi Hatake

Acompanhamos um dos chunnins até o portão 06, de onde começaríamos a segunda etapa. O chunnin checou o pequeno relógio de bolso que carregava consigo e trouxe seus olhos a nós.

– Muito bem, aqui vai a instrução para que encontrem o mapa – Ele alternou brevemente seu olhar sobre nós – “O que é corajoso, passa pelo fogo e não se queima, passa pela água e não se afoga, mas teme o escuro?” – O encarei confuso por um instante, e antes que pudesse dizer algo, ele abriu o portão da zona de treinamento – A contagem começou!

Sem precisar sequer falar ou mesmo olhar para meus companheiros de equipe, adentramos a Floresta da Morte. Tomamos uma boa distância do portão 06 antes de pararmos em um dos galhos alto das árvores que haviam por ali.

– Que tipo de instrução foi aquela? – O Uchiha perguntou imediatamente o que provavelmente nós três tínhamos em mente desde o segundo em que a ouvimos.

– Não sei, não fez muito sentido para mim – A Amaya comentou e trouxe seus olhos a mim. Apenas neguei – Tudo bem, vamos focar em outra coisa então...

A ruiva pegou da bolsa que carregava seu caderno de desenhos, assim como um lápis. Eu e o Shisui nos aproximamos mais dela para entender o que ela estava fazendo.

– Sobre o mapa que o Saori mostrou há pouco, o que se lembram dele? – Ela perguntou enquanto começava a rabiscar numa das páginas em branco.

– Havia uma torre central – O Uchiha disse prontamente e a Amaya traçou um esboço simples no meio do círculo que desenhara.

– Um rio divide e se estende por toda a zona, e também tinha uma bifurcação na área sudeste – Falei e a Uzumaki assentiu fraco, delineando uma divisória no desenho como o rio.

Ela também traçou os agrupamentos de árvores que cada lado do rio apresentava. Eu e o Shisui continuamos passando o que nos lembrávamos do mapa para a Amaya sobre o que ela não fizera. Ela reforçou os traços do que já tinha feito e deu mais vivacidade a representação.

Em poucos minutos, e com uma incrível facilidade, a ruiva recriou impecavelmente o mapa original. Está até melhor desenhado que o verdadeiro..., admiti, mas guardei essa constatação para mim.

– Agora vamos poder nos orientarmos melhor – A Amaya comentou e dispôs o mapa entre nós – Nós saímos do portão 06 – Ela indicou o mesmo no mapa – O destino final, sem dúvidas, deve ser aqui – Seu indicador rumou a torre central da zona de treinamento.

– Também acho – O Shisui concordou – Mas a questão é: Por que nos fazer procurar por outro mapa aqui?

– Talvez precisemos de algo mais que está aqui – Sugeri e os dois me encararam – Esse outro mapa que está escondido por aqui tem consigo outras instruções do que devemos fazer. Além disso, nos deram três dias.

– E com certeza não é apenas por causa das lutas que podem acontecer entre as equipes ou mesmo com a fauna daqui – O Shisui apontou e concordamos.

– Então nós temos que encontrar algum objeto – A ruiva falou depois de alguns instantes e levamos nosso olhar a ela – Seguindo o mapa que precisamos encontrar a partir da instrução que o chunnin nos passou antes começarmos a prova.

– “O que é corajoso, passa pelo fogo e não se queima, passa pela água e não se afoga, mas teme o escuro?” – O Uchiha recitou a frase e algo em mim pareceu fazer sentido com aquilo.

– Isso parece... – Falei baixo inicialmente, mas logo tomei o tom de voz normal – Não, isso definitivamente é uma charada.

– Charada? – A Amaya perguntou e notei seu semblante confuso.

– É uma espécie de enigma verbal que visa encontrar uma palavra ou sentença, seja por meio da decifração de uma de suas partes ou como um todo – Expliquei rapidamente à ruiva – Por exemplo: "O que te pertence, mas as pessoas usam mais do que você?" – Ela apoiou uma das mãos sob o queixo.

– Me pertence, mas os outros usam mais do que eu... – Ela falou com um tom de voz mais baixo e me encarou em seguida – Seria o meu nome? – Sorri fraco e assenti.

– Exatamente. Todos têm um nome ou definição pelo qual são chamados, mas não o utilizam no dia a dia tanto quanto os demais a sua volta – A Uzumaki sorriu animada.

Ela sempre mostra interesse por esse tipo de coisa, divaguei. Além de estar querendo sempre aprender, independente do que seja.

– A sombra – O Shisui falou de repente e levamos nossa atenção a ele – Digo, essa talvez seja a resposta da charada e nossa instrução.

– A sombra pode estar em contraste com o fogo e a água e nada aconteceria com ela – A Amaya ponderou.

– Mas se não tiver qualquer luminosidade, ela não existe – Completei a linha de pensamento.

– Isso me lembra do jutsu do Shikaku-sensei – A ruiva comentou e o Shisui sorriu.

– Foi exatamente o mesmo que lembrei quando estava pensando sobre a charada – O Uchiha disse – Mas o grande problema agora é: O que fazemos com isso?

Levei meus olhos ao desenho do mapa que a Amaya fizera e as informações que organizamos juntos há alguns instantes. Sombra..., pensei. O que isso pode... Parei meus pensamentos e meus olhos no mapa.

– Aqui – Indiquei no mapa a área nordeste – Essa é provavelmente a parte da zona de treinamento mais arborizada, certo?

– Sim – O Shisui concordou – Embora onde estejamos seja a área de vegetação mais extensa, ela não é tão densa – Ele me encarou – No que está pensando?

– Deduzimos que a sombra é o que teme o escuro – Expliquei minha linha de raciocínio e levantei mais olhos do mapa, olhando os dois a minha frente.

– Então precisamos ir para onde a luz não chega – A Amaya completou e concordei.

POV Narradora

Após os breves minutos de conversa entre o time 7, os três genins se colocaram em movimento, seguindo para a área nordeste da zona de treinamento, torcendo para que a dedução deles estivesse certa.

Embora não soubessem, eles haviam sido a primeira equipe a desvendar aquela charada e a se encaminhar ao local em que os mapas os aguardavam.

Eles não pararam até os arredores da área visada, nem mesmo quando a fauna daquela zona de treinamento se fazia presente e tentava lhes atacar. A organização dos três era impecável e estavam sempre atentos a tudo que acontecia ao redor deles, nunca sendo pegos de surpresa por qualquer animal.

Como eram um time de velocidade, eles chegaram quase ao final da tarde a área nordeste. Não foi difícil para que encontrassem um dos mapas que tinham sido deixados naquele lugar.

Esse mapa que fora disponibilizado aos genins para realização da segunda prova continha uma separação geográfica da zona de treinamento em zonas, classificadas de “A” a “H”.

E a instrução para o próximo passo consistia no seguinte: Encontrar um pergaminho guardado em uma das zonas. Para auxiliar no encontro do mesmo, eles deveriam se utilizar das duas charadas que seguiam a explicação.

– “Eu sou a segunda na terra e a segunda no céu. Apareço na semana, mas você não me encontra no ano” – A Uzumaki lera aos seus colegas de equipe a primeira das charadas.

– Essa é mais chata que a primeira... – O Uchiha foi o primeiro a reclamar baixo.

– E a outra? – Kakashi perguntou à ruiva.

– “Suas asas negras trazem a escuridão que cobre a superfície. E aos que tiverem paciência, um natural espetáculo luminoso há de apresentar” – Ela recitou a segunda e olhou para seus colegas.

– Essa parece ser mais simples que a outra – O Hatake comentou.

Os dois garotos se colocaram a pensar na segunda charada, que em um primeiro momento lhes parecera mais simples, enquanto Amaya foi atraída pela primeira.

A Uzumaki pensou novamente na explicação que o Hatake havia lhe dado sobre o que uma charada era: “Uma espécie de enigma verbal que visa encontrar uma palavra ou sentença, seja por meio da decifração de uma de suas partes ou como um todo”.

Decodificação de uma de suas partes ou como um todo..., ela pensara novamente. Ela anotou no canto da folha com as instruções, algumas das palavras:

terra

céu

semana

ano

Kakashi e Shisui estavam tão concentrados com a primeira charada ditada pela ruiva que nem notavam o que ela fazia naquele momento.

Diferente da charada que a garota estava analisando, a deles não podia ser desmantelada para ser entendida, suas sentenças eram complementares.

Escuridão que cobre a superfície..., era o trecho que o Hatake pensava.

Natural espetáculo luminoso..., permeava a mente do Uchiha.

Amaya olhou as palavras em silêncio por alguns segundos e releu a charada, dessa vez entendendo seu sentido. Ela sublinhou as letras de três, das quatro palavras que escrevera.

terra

céu

semana

ano

Quando os dois garotos ativeram suas atenções à sentença em que cada um estava, finalmente entenderam o significado que buscavam.

Por ‘superfície’ está se falando do céu, e ‘luminoso’ são as estrelas..., era o que eles pensavam quando suas fichas caíram.

– É isso! – Os três genins falaram em uníssono e levantaram seus olhares, encarando-se.

E eles não puderam evitar rirem naquele momento pela, nem um pouco premeditada, sincronia para com o desvendar das charadas, bem como do anúncio disso.

– Primeiro as damas – Shisui falou a irmã e a garota riu fraco, assentindo.

– A primeira charada está se referindo ao lugar que precisamos ir para encontrar o pergaminho – Ela tomou em mãos o mapa que desenhara e o que haviam acabado de encontrar com as divisões das zonas – A resposta da charada seria a letra “E”, e essa é a zona onde deveremos ir – A Uzumaki indicou a área no mapa – Ela fica exatamente no centro da bifurcação do rio.

– Faz sentido – O Hatake concordou e a garota o encarou – Você aprendeu rápido – Ela sorriu fraco e Shisui pigarreou por sentir-se, mesmo que por um momento, deixado de lado.

– E quanto a vocês? – Amaya perguntou e alternou o olhar sobre os dois.

– Noite – Os garotos falaram novamente em uníssono e se olharam por um instante, não muito felizes por isso.

– “Superfície” está relacionado com o céu por conta da menção a “escuridão” – O Uchiha explicou rapidamente.

– E “natural espetáculo luminoso” às estrelas – O Hatake complementou em seguida.

Porém, nenhum dos dois se atreveu a dizer o que os fez compreender aquela charada: O tempo que cada um passara em determinado momento com a Uzumaki.

O céu noturno remetia ao Uchiha à vez em que levara a irmã nos primeiros dias dela na aldeia para que visse a lua e as estrelas [08]. Lembrava-se do brilho que os olhos da garota emanavam dado ao que vira naquele momento.

E para o Kakashi, a noite o lembrava das incontáveis vezes que ele e a ruiva ficaram na varanda dos fundos da residência do clã Hatake, como naquela primeira vez que conversaram devidamente [14].

 – Então pensando nisso, parece que teremos que esperar algo acontecer à noite – Amaya constatou e com isso os dois garotos foram emergidos de suas consciências.

– Precisamos encontrar um lugar para descansar e esperar pelo anoitecer – O Hatake se pronunciou, sugerindo.

– Concordo com o cara de espantalho – Shisui dissera e recebera um olhar mortal do platinado, mas o Uchiha nem mesmo deu atenção – Desde que não seja por aqui. As outras equipes provavelmente virão para cá logo.

– Vamos ir para a zona D – A Uzumaki determinou com sua atenção nos mapas – É próxima da zona E, e também daqui, então não vamos precisar andar muito mais – Ela os olhou buscando suas respostas e os dois assentiram.

☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆

O time 7 encontrou um bom local na zona D para descansar e esperarem até a noite. Eles prepararam algumas armadilhas no perímetro, como medida de segurança e alerta de qualquer aproximação hostil.

Embora nenhum deles fosse admitir, não ter parado por muito tempo nas horas em que estavam ali havia os cansado, além do chakra que empregaram para se moverem pelos galhos das árvores do que pelo solo, onde a maior parte dos animais perigosos estava.

Depois de alguns minutos recuperando um pouco do fôlego, a Uzumaki pegou sua bolsa, dessa vez tomando em mãos um pergaminho pequeno e com uma pequena etiqueta azul no mesmo.

Ela colocou o mesmo sobre o solo, ganhando a atenção dos seus companheiros de equipe. Amaya abriu o pergaminho, revelando algumas inscrições no mesmo. A ruiva levantou sua mão direita, formando meio selo para liberar a técnica de selamento. Uma pequena porção de fumaça se formou e alguns cantis apareceram sobre o centro do pergaminho.

– Ei... – Shisui foi o primeiro a se pronunciar e se aproximar da irmã – Isso é fuuinjutsu? – A garota assentiu, tomando em mãos dois dos cantis.

– Sim, é algo que andei treinando com a Kushina – Ela explicou com um sorriso na expressão e estendeu ao irmão um cantil, que o garoto prontamente tomou em mãos.

– Técnica de Deslacramento, se não me engano – Kakashi disse e os dois irmãos levaram seus olhos a ele.

– Já conhece? – Amaya perguntou e estendeu o outro cantil ao platinado.

– Ouvi falar só – Ele aceitou o cantil e se sentou próximo dos companheiros – Parece que foi uma das técnicas trazidas pelo clã Uzumaki e que agora é usada por vários ninjas da aldeia – A ruiva assentiu e tomou em suas mãos o último cantil.

– Exatamente, o mesmo que a Kushina me contou – A ruiva confirmou a explicação dada calmamente – É uma técnica bastante comum agora e permite a invocação de uma variedade de itens selados com fuuinjutsu – Ela tomou em seguida um gole de água.

– E você não teria selado nenhum doce num desses pergaminhos? – Shisui perguntou e a Uzumaki o encarou por um instante, antes de começar a rir do irmão e o Kakashi revirar os olhos pela estupidez do colega.

POV Amaya Uzumaki

Ainda havia algumas horas até o pôr do sol, então decidimos dormir um pouco, já que se encontrássemos o pergaminho durante a noite, provavelmente seguiríamos direto para a torre central para terminar a segunda etapa da prova.

Combinamos de revezarmos a vigia. Me ofereci para começar, já para evitar que o Kakashi e o Shisui discutissem sobre isso. Além do mais, duvido que eu consiga dormir...

Como estávamos numa parte mais densa da floresta, pudemos montar uma pequena fogueira. Estávamos bem no início do inverno e a temperatura já tinha começado a cair.

Os garotos ficaram descansando próximos do fogo, e decidi ficar em algum lugar mais alto para ter uma visão melhor da paisagem em que nos encontrávamos.

Do topo da árvore em que subira, olhei ao redor por um momento para ter certeza de que não havia qualquer outra equipe por perto. Agora vale tudo para tirar os demais da competição, ponderei. E muitas equipes não estão felizes por nós estarmos participando...

Os olhares desde o momento em que havíamos chegado na Academia, no salão para a primeira etapa e a concentração que precedeu o início da segunda... Não eram dos mais amigáveis e ninguém fizera questão de disfarçar.

A raiva deles para conosco pode ser derivada de vários motivos:

A minha própria pessoa, por ser uma estrangeira e possível ameaça para o bem-estar da aldeia. O Kakashi, como filho do Sakumo, que por muitos é visto ainda como uma desgraça para Konoha por ter abandonado o objetivo de sua missão para salvar seus companheiros. E até mesmo o Shisui, por ser alguém que se aproximou de mim e me trata como uma pessoa normal.

Ainda somado a tudo isso, o fato de sermos os mais novos nessa competição. O Exame Chunnin normalmente é realizado inicialmente pelos genins de 11 ou mesmo 12 anosHá pessoas mais velhas e quase nunca mais novas.

Precisamos tomar todo o cuidado possível se nos envolvermos em algum combate, pensei preocupada. Tanto por questões de diferença de habilidades, quanto por corrermos o risco de expor nossas técnicas antes da última etapa.

Suspirei pesadamente e levei meus olhos ao céu, sorrindo fraco com o manto de cores que se dispunha sobre mim. O sol estava se pondo preguiçosamente no horizonte, os tons de cobre, ouro e anil se misturavam, criando um degradê de perfeita harmonia. Era um espetáculo caloroso para dar espaço para a escuridão que a noite traria em pouco tempo.

Aproveitei também aquela iluminação final do sol para revisar o que havia trazido: Kunais, shurikens, papel bomba, fios de nylon e bombas de fumaça. Ainda tinha mais dois pergaminhos em branco guardados.

As horas passaram rapidamente e optei por deixar os garotos descansassem. Sabia que eles precisavam daquilo mais do que eu, afinal, parecia ser natural da minha constituição não precisar descansar a mesma quantidade de tempo que os demais.

Olhei para baixo, na direção em que o Shisui e o Kakashi dormiam tranquilamente. Tomei uma kunai em mãos, empregando chakra na mesma e a arremessei rapidamente, acertando a cobra que se aproximava dos dois sorrateiramente.

Atravessei minha bolsa em meu corpo e desci ao solo em silêncio, seguindo calmamente ao corpo do pequeno animal que se contorcia tentando, inutilmente, se soltar da kunai.

– Desculpa... – Pedi baixo e me aproximei da cobra, dando fim ao seu sofrimento.

Não gostava de tirar desnecessariamente a vida de qualquer animal, mas desde que havia entrado na Floresta da Morte tinha entendido que eram nós ou eles – e assim como as pessoas, qualquer um que tentasse ferir aqueles importantes para mim não teriam perdão.

Chutei um pouco de terra sobre as madeiras que queimavam lentamente, apagando o fogo e deixando apenas algumas poucas brasas. Com o cessar do fogo ali, pude perceber melhor como já havia escurecido.

Fui até o Shisui e o acordei primeiro, já que ele era quem mais demorava a despertar. Em seguida fui até o Kakashi. Claro que eles reclamaram por eu não os ter acordado para revezarmos a vigia, mas logo deixaram isso de lado.

Nossa prioridade agora era outra.

Com ambos totalmente despertos, tomamos o caminho até a zona E, onde deveríamos continuar a prova.

POV Shisui Uchiha

Seguimos em um ritmo mais lento que algumas horas antes até a zona E. Como era noite, a visibilidade era mais precária para nos locomovermos.

Poderíamos usar bastões luminosos para nos guiarmos, mas aquilo também atrairia a atenção de qualquer um que estivesse nas proximidades. E a Amaya pediu que eu não usasse o sharingan. Guarde seu chakra para o caso de realmente precisarmos, foi o que ela sugeriu.

Pude notar, mesmo que disfarcadamente, o olhar confuso do Kakashi quando a Amaya falou sobre o sharingan. Parece que ela não lhe contou nada sobre isso..., pensei e não pude deixar de rir mentalmente.

Levei minha atenção enquanto corríamos para a Amaya em seguida. Por falar em sharingan, não me lembro de vê-la usando-o nos nossos treinos com o Shikaku-sensei..., refleti.

Bem, não sei dizer se ela vai querer usar esses olhos tão cedo. Eu particularmente entendo isso, afinal, cada vez que os uso acabo por me lembrar dos motivos que me fizeram tê-los, seja pela minha mãe, quanto pelo Takafumi...

Sendo tirado dos meus pensamentos, vi a ruiva levantando seu braço e a notei com seu punho cerrado. Parei no mesmo momento, vendo o Hatake fazer o mesmo.

– Tem três pessoas se aproximando – Ela avisou com o tom de voz normal – Devem estar a uns cinco quilômetros.

– Temos uns vinte minutos, no máximo – Apontei e ela concordou.

– Vamos encontrar o pergaminho logo então – O Hatake disse com seu tom sério.

Embora gostasse de implicar com o que ele falava, naquele momento o Kakashi tinha razão. Nós três éramos uma equipe equilibrada em questões de poder, mas um combate na escuridão era arriscado. Ainda mais por não saber que tipo de adversário podemos enfrentar.

Seguimos rapidamente até a área da zona E, um campo mais aberto que se localizava no centro da bifurcação do rio que cortava a zona de treinamento. A iluminação da lua era mais intensa ali e podíamos ver melhor por onde andávamos.

A questão agora era: Por onde começar?

POV Kakashi Hatake

As dicas que tivemos com o segundo mapa só eram relativas à localização do pergaminho, assim como o momento em que deveríamos estar na mesma. Mas o que precisávamos procurar agora?

Nós três tomamos certa distância uns dos outros, procurando atentamente qualquer pista do que deveríamos encontrar por ali.

Mesmo que eu estivesse com a missão em minha mente, não pude deixar de admirar os diversos vaga-lumes que voavam por aquele espaço. Diversos pontos luminosos pairando na escuridão davam um ar pacífico ao lugar.

Notei de relance que a Amaya também tinha sua atenção aos pequenos insetos. Ela tinha suas mãos estendidas a sua frente, onde alguns dos pequenos focos de luz vivos vinham e permaneciam por alguns instantes antes de retomarem seus rumos. Seus olhos esverdeados pareciam brilhar de fascinação com os vaga-lumes.

Não pude deixar de sorrir com aquela cena. Era até engraçado como as coisas mais simples sempre fascinavam a Amaya. Era algo tão característico dela.

Levei novamente minha atenção aos diversos corpos luminosos que haviam naquela área e notei algo um pouco incomum.

Existia uma parte do campo onde os vaga-lumes estavam mais concentrados que os demais pontos. Isso não era exatamente o fato estranho, mas sim por conta dos demais insetos, que ao se aproximarem daquele local, também passavam a circular estritamente ali.

– Amaya. Cara de fuinha – Chamei-os enquanto seguia até a concentração de vaga-lumes.

– Você me chamou do quê? – O Uchiha, vulgo cara de fuinha, perguntou, e o ignorei.

– Isso parece estranho pra você também, não é? – Perguntei a Uzumaki quando ela se aproximou de mim.

A garota observou os insetos agindo de maneira semelhante e sobrevoando a mesma área repetidamente. Ela assentiu em resposta a minha pergunta.

Me abaixei em frente ao local em que os vaga-lumes sobrevoavam e notei que parte da terra daquele pedaço estava mais irregular que o resto. Peguei em mãos uma kunai, começando a cavar naquela área.

Ouvimos um baque metálico poucos instantes depois que comecei a escavação e pude ver parte de uma placa de metal ali. Parece uma caixa, deduzi. A ruiva fez um gesto para que me afastasse e ela tirou a caixa com cuidado da terra.

– Provavelmente colocaram o pergaminho aí para não danificá-lo – O Uchiha comentou parado ao meu lado, enquanto a Amaya analisava rapidamente a caixa.

– Ela está trancada, mas não parece que é de uma maneira normal – A Amaya avisou – Tem alguma inscrição aqui, mas não dá para ler nessa escuridão.

– Vamos usar... – Comecei a falar, mas não pude terminar.

Sem aviso prévio a Amaya se precipitou sobre eu e o Shisui, derrubando nós dois de costas e de encontro ao solo consigo. E entendi rapidamente o porquê dela ter feito aquilo: Algumas armas ninjas que acertaram o chão a alguns centímetros de nós.

Inimigos, pensei. Eles chegaram mais rápido do que havíamos imaginado. Reagindo como sempre nos ordenávamos nos treinos, o Uchiha jogou algumas bombas de fumaça ao nosso lado, nos envolvendo pela mesma. Puxei a Amaya e o Shisui pelos seus braços, saindo em disparada com os dois.

Não podíamos lutar naquele momento, estávamos em desvantagem naquele campo aberto. Além disso, não sabíamos de onde o inimigo estava vindo ao certo, muito menos quem era para podermos julgar seu nível.

Adentramos novamente na área densa da floresta, seguindo por terra para ganharmos distância do inimigo. Seguia mais a frente, sendo acompanhado respectivamente pela Amaya, que segurava ainda firmemente a caixa em seus braços, e o Shisui.

– Eles estão nos seguindo ainda – A Uzumaki avisou – E rápido.

– Vamos seguir direto para a torre ou vamos enfrentá-los? – Levantei a questão.

– Não acho que tentar enfrentá-los seja uma boa ideia – O Uchiha dissera e o olhei de relance – Você também notou, não é? – Assenti.

– Sim... – Concordei a contra gosto – O ataque deles não foi apenas para tentar nos neutralizar – Tornei minha atenção ao caminho que fazíamos – Era para nos matar.

– Talvez possamos evitar o conflito direto – A Amaya falou de repente e ganhou nossa atenção – Vamos tentar seguir para a torre por enquanto – Concordamos.



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