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História Herdeira da Luz e da Escuridão - Memórias banhadas em sangue


Escrita por: Hera_Bitch

Notas do Autor


Olá meus amores!
Bem, voltei rápido, sim?
Então sem perder mais tempo, vamos ao que interessa!


☆ ☆ ☆ Glossário da Hera ☆ ☆ ☆
Wakizashi – Espada semelhante à Katana, porém em menor tamanho e peso.


Durante o Flash Back:
º Trechos em negrito – Pensamentos da Amaya juntamente ao Time de Análise;
º Trechos em itálico – Memórias da Amaya;
º Trechos em fonte normal – Pensamentos da Amaya em suas memórias;

Capítulo 6 - Memórias banhadas em sangue


Fanfic / Fanfiction Herdeira da Luz e da Escuridão - Memórias banhadas em sangue

“Todo herói tem um passado sombrio.”

– Autor Desconhecido

 

POV Amaya

Estava sentada nos degraus em frente ao Santuário Naka, templo pertencente ao clã Uchiha. O Minato havia entrado há alguns minutos para uma reunião com o líder do clã, Fugaku Uchiha.

Estávamos no final da tarde. Estava olhando o sol se pondo no horizonte, para assim dar espaço para a noite. Como será que é?, pensei. Pelo que me fora “ensinado” no laboratório, à noite existe a lua e milhares de estrelas.

Mesmo em Konoha, nunca havia visto o céu durante a noite. As janelas eram mantidas trancadas e as cortinas fechadas no quarto em que eu ficava.

Dobrei meus joelhos, puxando-os para perto de mim e passando meus braços ao seu redor. Repousei minha cabeça sobre os mesmos e fechei os olhos por um instante. As imagens voltaram como um soco em minha mente.

* * * Flash Back On * * *

Sentia meu corpo leve, como se flutuasse.

Meus olhos permaneciam fechados, meus braços estavam abertos, balançando levemente, como se eu me encontrasse na água. Era como se estivesse envolta em um manto de tranquilidade.

 – Teste número 072604...

Ouvi uma voz baixa falar, ganhando assim minha atenção. Eu conheço essa voz..., pensei vagamente.

Onde eu estou? Por que estou aqui, onde quer que isso seja?

– Cobaias 26 e 01, prontos.

– Vamos testá-los em pleno potencial.

Senti meu corpo cair lentamente para frente, até meus pés tocarem um piso frio. Forcei meu corpo a abrir os olhos. Uma enorme claridade tomou conta da minha visão e levantei minhas mãos em frente ao meu rosto, mas logo me acostumei à luz.

Meu olhar percorrera rapidamente o ambiente a minha volta. Estava em uma espécie de sala, completamente branca. As paredes eram vazias, com apenas uma delas coberta de espelhos à minha esquerda.

Eu acredito que já vi isso antes..., pensei rapidamente.

Eu estava em Konoha, com a Divisão de Inteligência. O Inoichi devia estar repassando minhas memórias. Mas ele disse que eu não permaneceria consciente ao longo do processo...

Então por que estou vendo isso?

À minha frente havia uma criança, um garoto, como eu. Mas ele aparentava ser mais velho, sua estrutura física era mais desenvolvida que a minha. Com cabelos loiros como os do Inoichi, mas com olhos negros, parecidos com os do Shisui.

Esses olhos não..., um pensamento nervoso me ocorrera.

Por que estou nervosa ao vislumbrar isso? Eu não lembro desse garoto, na verdade, a única coisa vagamente familiar é essa sala branca.

– Cobaia 01, comece.

A voz ecoou pela sala. O garoto à minha frente se colocou de pé e, relutantemente, fiz o mesmo. Duas portas se abriram na parede da direita, fazendo com que minha atenção fosse direcionada para lá.

Haviam alguns instrumentos, que logo reconheci como algumas armas: Espadas, kunais, shurikens, entre outras coisas. Qual o objetivo disso?, me questionei. No instante em que olhei para o garoto no outro lado da sala, vi algo vindo na minha direção.

Joguei minha cabeça para trás, instintivamente, desviando assim por pouco do objeto jogado na minha direção. Cai de costas no chão e olhei atônita para o garoto. Ele estava com algumas kunais na mão. Então foi isso que ele jogou contra mim!, pensei.

– Escolha sua arma – Ele falou com uma voz mórbida.

Ele quer eu lute... Contra ele?, pensei confusa.

– As regras são simples – Ele continuou falando enquanto se aproximava do arsenal ao seu lado – Apenas um de nós sairá dessa sala – O garoto parou em frente aos equipamentos – Podemos usar qualquer arma disponível aqui, bem como jutsus. Mas duvido que alguém como você consiga fazer algum sinal de mão descente – Ele parou e me encarou – Será um combate até a morte.

O quê?!, pensei assustada.

Quando isso aconteceu?, pensei. Eu não consigo lembrar de nada disso. Mas se realmente aconteceu, deveria ser apenas um teste, afinal, eu estou viva, e não teria como ter matado alguém como ele.

Me coloquei de pé, ainda encarando o garoto à minha frente. Olhei para trás de mim, de soslaio, vendo a kunai que ele arremessara na minha direção, presa na parede. Ele está falando sério, pensei.

Olhei o arsenal ao meu lado. Não tinha experiência com qualquer arma dali, na realidade, nunca havia usado qualquer arma. Tudo que eu tinha era a teoria e análise mental que me fora implantada. Nada mais.

Isso não parece que acabará bem, pensei comigo mesma. Todas as minhas memórias passarão assim? Como se estivesse vivenciando-as novamente?

Peguei duas wakizashis e segurei cada uma em uma das mãos. Elas eram como uma katana, mas um pouco menores e bem mais leves. Eu terei mesmo que lutar para matar alguém?, perguntei mentalmente.

Mas não tive tempo de responder a minha própria pergunta, pois o garoto avançou na minha direção, com uma katana em mãos. Cruzei as espadas à minha frente, bloqueando seu ataque.

Seu ataque era pesado, assim como a espada, e quase não conseguia segurá-lo direito. Encarei o garoto que mantinha sua expressão completamente sombria. Ele não vai desistir, pensei.

Fiz as lâminas das minhas espadas percorrerem a lâmina da katana dele, virando-a para o lado, em direção ao chão, para que eu pudesse recuar.

Me afastei um pouco dele, mantendo meus olhos em sua direção. Ele olhou sua espada que estava para o lado e na minha direção em seguida.

– Você foi a primeira que conseguiu bloquear meu ataque – Ele falou calmamente.

Primeira?, pensei. Então outros...

– Sim, você é apenas mais uma de muitos que já estiveram aqui – Ele falou, fazendo com que o encarasse – Sabe por que nós temos números? – Ele deu um passo na minha direção e segurei mais firme as wakizashis – Eles representam o grau de poder esperado de cada um.

Grau de poder?pensei. Espere, eles disseram para a cobaia 01 começar... Não me diga que ele é o melhor entre todos?

– Para uma garotinha de corpo frágil, acho que você poderá me entreter um pouco – Ele falou com uma voz arrogante.

O garoto empunhou a katana, deixando-a na altura do seu rosto. Quantos ele já enfrentou?me questionei. Ou melhor, quantos ele já matou? Girei as espadas em minhas mãos, cruzando-as na minha frente.

Se ele está fazendo isso por diversãopensei, então não tenho escolha a não ser lutar para valerMas será basicamente impossível apenas com essas espadas. Se ao menos eu soubesse como realizar algum jutsu...

Ele arrumou seus pés no chão, preparando-se para correr. Fiz o mesmo e avançamos na direção um do outro. Nossas lâminas se chocaram uma contra a outra novamente, mas dessa vez, levei as lâminas das wakizashis até a guarda da sua katana.

Como ele precisava usar as duas mãos para segurar a espada, não conseguiria bloquear golpes diretos sem soltá-la. Coloquei toda a força que consegui no meu braço direito e o mantive com a espada segurando a lâmina da sua katana no ar.

Com a outra espada, desferi um golpe no peito do garoto. Ele recuou, como esperava e soltou a katana. Havia conseguido fazer um pequeno corte na frente de sua roupa, na altura do seu peito.

Ele analisou o corte em sua roupa e chutei sua katana para longe. Ele voltou sua atenção para mim, parando por um instante. Vi um leve sorriso sórdido surgir em seu rosto. Ele é sádico a ponto de sorrir em combate?!, pensei.

Ele levantou suas mãos e as juntou rapidamente. Ele fez um sinal de mão que reconheci na hora. Carneiropensei, usado em jutsus do estilo fogo. Espera... Ele consegue usar jutsus? Ele fez os demais selos, mas de forma lenta.

– Estilo Fogo: Jutsu Bola de Fogo! – Ele finalizou o jutsu e mirou na minha direção.

Larguei minhas espadas e recuei o máximo que pude, mas o fogo vinha na minha direção. A sala é grandepensei, mas não o suficiente para que eu fique fora do alcance do jutsu. A única coisa que poderia me proteger seria um jutsu de água ou terra.

Porém, os jutsus de água são os mais demorados. O jutsu de terra é minha melhor opção, mas nem ao menos sei se conseguirei executá-lo corretamente! Uni minhas mãos, formando os selos de tigre, coelho, javali e cão rapidamente. Bati minhas mãos contra o piso.

– Estilo Terra: Parede de Terra! – Falei.

Senti algo dentro de mim concentrando-se e passando para minhas mãos em uma velocidade absurda. No mesmo momento, uma parede de terra literalmente emergiu à minha frente, bem no instante em que o jutsu de fogo chegou até mim.

Eu estou me lembrando..., pensei e fechei meus olhos. Eu lembro disso, havia conseguido bloquear o jutsu dele e, mesmo em meio a situação, senti-me feliz por ter conseguido algo assim.

Mas... O que acontecera em seguida?

Ouvi o som do fogo chocando-se contra a parede e até podia sentir o calor que vinha para perto de mim. Me afastei alguns passos da parede, batendo contra a parede branca da sala.

Vi a kunai que o garoto havia jogado contra mim antes, presa ali. Tirei-a da parede e a segurei na minha mão direita. No mesmo instante, a parede que eu criara à minha frente fora quebrada, fazendo com que seus pedaços voassem na minha direção.

Levantei meu braço esquerdo para cobrir meus olhos, por conta da terra. Com isso, senti algo acertar minha barriga. Uma onda de dor percorreu por todo o meu corpo, fazendo com que ficasse desnorteada, sem fôlego.

Senti o garoto segurar meu pescoço, prendendo-me contra a parede. Tentei afastá-lo com minha mão esquerda, mas ele era bem mais forte que eu.

– Estilo Terra, hein? – Ele falou e me encarou.

Eu vou ter que matá-lo, pensei, não há outra opção. Matá-lo com a kunai, acertando algum ponto vital. Uma morte rápida e sem muita dor.

Eu estava certo..., ouvi a voz ecoando em minha mente. Sou eu que estou falando com você, moça dos cabelos de fogo. Quando encarei o garoto a minha frente, vi-o com um sorriso fraco. Espera, como você..., pensei, mas ele logo me interrompeu.

Não teremos muito tempo. Preciso que me ouça com atenção: Eu não queria lutar com você, de forma alguma. Assim como você, não queria isso. Mas as pessoas que nos criaram, aquelas mesmas que nos colocaram aqui, não se importam. Eu vou lhe passar tudo que eu sei, e quero que me mate depois disso.

O quê?, o questionei, plenamente confusa.

Como eu disse no início, apenas um de nós pode sair daqui. E, sinceramente, você terá muito mais chances que qualquer um que eu já vi até hoje. Você ainda é nova, mas é quase tão forte quanto eu, que devo ser alguns anos mais velho.

Mas eu não quero ter que matar alguém, ainda mais que é como eu!, pensei.

Eu sei. Já estive no seu lugar. Por isso preciso que assuma meu lugar agora, como eu assumi do anterior a mim. Minhas memórias serão passadas a você, com elas poderá entender um pouco do que acontece aqui. Então, por favor, não deixe-os conseguir o que precisam.

Como uma onda, várias imagens atingiram minha mente. Eram tão rápidas e em tanta quantidade. Simplesmente não conseguia acompanhar todas. Fechei meus olhos, desnorteada.

Assim que eu a soltar, faça. Você é nossa esperança.

Não, pedi, observando aquela situação, pare, eu não quero que continue com isso. O que quer que venha a seguir, não quero lembrar. Por favor, Inoichi, pare...

Só mais um pouco... Ouvi a voz do Inoichi, muito fraca e distante em minha mente. Comecei a forçar as memórias, tentando impedi-las de continuar.

No instante seguinte, senti a mão do garoto afrouxar em meu pescoço. Olhei na direção dele, vendo que ele estava com o nariz sangrando. O que quer que ele tenha feitopensei, tem efeitos colaterais problemáticos para si.

Minhas emoções gritavam para que não fizesse aquilo, que buscasse outra opção. Mas minha mente gritava o oposto.

A partir daquele momento, escolhi quais princípios seguiria em minha vida.

Segurei a kunai forte em minha mão, acertando um golpe rápido e limpo entre as costelas do garoto, acertando seu coração. Empurrei seu corpo para trás, caindo junto com ele no chão.

Senti um aperto estranho no meu peito e minha visão embaçando um pouco, mesmo estando perto do garoto. O que é isso?, pensei. Que sensação ruim...

Você está... Realmente triste por mim? Encarei o garoto à minha frente. Eu agradeço por ter feito isso, de verdade... Quando quiser acessar as memórias que lhe passei, quando se sentir pronta, pense no meu nome.

Seu nome?, perguntei-lhe. Eles lhe deram um? Ele conteve com dificuldade um fraquíssimo sorriso. Como você, não me deram, mas se pudesse escolher, gostaria que fosse...

Não pude ouvir mais o que o garoto falara, apenas vi seus lábios se movendo. Com isso, assenti fraco e girei a kunai no peito dele, fazendo com que desse seu último suspiro. Seu peito baixou uma vez mais, soltando o ar. Seus olhos mantiveram-se abertos, olhando para mim até o seu último segundo.

PARE!, gritei mentalmente e tudo ao meu redor começou a sumir.

Outras memórias começaram a vir, mas dessa vez, rapidamente. Outras crianças, da minha idade ou mais novas, uma a uma, mortas pelas minhas mãos.

Me via naquela mesma sala várias vezes, e a única coisa em comum em todas, era o vermelho, da mesma cor que meus cabelos, cobrindo o chão da sala. E minhas mãos cobertas de sangue.

Eu não deveria receber memórias que me ajudariam e às outras crianças?, pensei. Então por que eu continuei matando-as? Por que criei apenas mais chacinas? É isso que eu sou verdadeiramente? Um monstro criado para matar?

As imagens retrocederam de uma única vez e me vi de volta à sala da Divisão de Inteligência. Minha respiração estava descompassada e eu ofegava baixo por conta disso. Olhei para minhas mãos, lembrando-me de todo o sangue que um dia houve fisicamente nelas.

Foi por conta disso que não lembrava de nada?, pensei. Eu simplesmente bloqueei todas essas lembranças? Por que eu esqueci de cada uma das vidas que eu tirei?!

– Amaya-chan... – Ouvi alguém me chamando.

Foi quando levantei meus olhos e vi o Minato e o Inoichi próximos a mim, parados à minha frente. Suas expressões eram impossíveis de serem entendidas com clareza, eram um misto de receio junto a pena.

– Desculpe... – Falei baixo – Eu não lembrava disso e não aguentei continuar vendo... – Senti uma espécie de aperto em meu peito – Eu queria poder ter ajudado, mas...

– Está tudo bem – O Inoichi dissera rapidamente – Eu deveria ter percebido que você não lembrava daquilo – O encarei – Vamos parar por aqui – Assenti fraco.



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