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História Herdeiros da Magia - Capitulo 69 Entre Cães e Flores.


Escrita por: zariesk

Notas do Autor


Dando continuidade a historia, a partir de agora vamos a uma serie de eventos envolvendo todos os personagens, eu pretendo desenvolver todos eles para em breve começar a próxima fase da fic (“em breve” é relativo), e vamos começar por soltar a cachorrada!

Capítulo 70 - Capitulo 69 Entre Cães e Flores.


Fanfic / Fanfiction Herdeiros da Magia - Capitulo 69 Entre Cães e Flores.

Capitulo 69 – Entre Cães e Flores.

 

 

- Só falta colocar uma placa aqui: “Artroces logo à frente” – dizia Belphegor olhando ao redor.

 

Belphegor estava em busca do arquidemônio chamado Artroces, o chão forrado de esqueletos destroçados marcava o caminho onde um exército tentou elimina-lo, dois mil soldados foram massacrados em poucas horas, por causa disso Artroces foi considerado um problema de segundo plano e deixado em paz.

O fato é que Artroces não fazia nada a menos que um ser consciente entrasse em seu caminho, quando deixado em paz sua existência até era esquecida, a prova disso é que já fazia mais de 100 anos que ele estava isolado nas montanhas, e justamente por Artroces ficar isolado que Belphegor acabou esquecendo dele.

Belphegor levou horas pra percorrer as trilhas na montanha, tentando achar rastros de onde seu irmão estava, quase na metade do dia ele achou um vale rochoso, lá ele viu Artroces sentado numa pedra olhando pro nada, chegava a ser bizarro pois ele parecia estar meditando.

 

- E aí cachorrão!? A quanto tempo! – cumprimentou Belphegor de forma amigável e divertida – conversando com as pulgas como sempre?

 

Como se fosse um raio Artroces avançou contra Belphegor, com um ataque frontal ele tentou atravessar o corpo do arquidemônio com suas garras, graças a excelente armadura do Belphegor somente as unhas penetraram, isso fez Artroces rosnar e agarrar Belphegor.

 

- Eu sei, você estava morrendo de saudades não é? – Belphegor ria com os atos do seu irmão – claro que você estava louco pra me abraçar e... porque está mordendo a minha cabeça?

 

Artroces estava mesmo cravando seus dentes na cabeça do Belphegor, devido a pressão o demônio guerreiro girou o outro e o jogou longe, Artroces antes mesmo de bater numa rocha girou o corpo e pegou impulso atacando o outro, dessa vez Belphegor desviou do ataque e chutou Artroces pelas costas, mas isso não o abalou em nada que girou o corpo para tentar partir Belphegor ao meio.

 

- Bem que me falaram que você ficou irracional – disse Belphegor defendendo o ataque – o que houve? Você odiava ficar no meio dos outros, mas se dava bem com a gente!

 

Artroces não respondeu, em vez disso ele aumentou sua massa muscular e com pura força bruta começou a empurrar Belphegor pra trás, este entendia que se fosse só em força e velocidade ele perdia pro irmão, e quando foi esmagado contra a rocha percebeu que não podia ficar brincando.

Artroces começou a desferir uma sequência de socos, cada golpe afundava Belphegor na rocha ainda mais, a rocha enorme estava rachando com a violência dos ataques, mas de repente Belphegor desapareceu, usando o poder da sua armadura ele teleportou para trás de Artroces e com sua espada fez um enorme corte em suas costas.

 

- Será que dá pra você esfriar a cabeça seu vira-lata? – ordenou Belphegor.

 

Artroces girou o corpo tentando acertar a cabeça do Belphegor, reagindo rapidamente Belphegor revidou e cortou fora o braço esquerdo do Artroces, enquanto urrava o braço cortado girava no ar espalhando seu sangue.

 

- Olha só o que me obrigou a fazer, você...

 

Belphegor viu algo incrível acontecer, primeiro os ossos cresceram e assumiram sua forma natural, a carne rapidamente cresceu ao redor dos ossos como massa sendo modelada, em seguida veio a pele e no instante seguinte os pelos cresceram, todo o braço cortado fora cresceu de volta em apenas 15 segundos, assim como a ferida em suas costas fechara perfeitamente.

 

- Puta merda, seu poder de regeneração tá muito mais forte que antes – elogiou Belphegor espantado – que bom pra você, e a proposito: DOINC!!

 

Belphegor cortou o braço direito dessa vez, enquanto seu irmão urrava furioso um estranho jogo começou entre eles, e logo aquela montanha veria muito mais sangue do que antes.

 

*******************************

 

- Wow! Esse lugar é bem mais impressionante do que me descreveram – dizia Darch olhando a árvore gigante diante dele.

 

A tal árvore era enorme mesmo, seu tronco também era muito largo e a copa trazia sombra pra uma área maior ainda, tanto no tronco como nos galhos havia estruturas que lembravam cômodos e quartos, podia-se dizer que uma pequena comunidade poderia existir nesta árvore.

E de fato havia muita gente entrando e saindo, alguns eram magos trabalhando, outros eram aldeões comprando produtos, todo tipo de gente circulava por ali mostrando que um negocio prospero estava indo muito bem.

Também dava pra notar uma excelente segurança ao redor, uma muralha de madeira com trepadeiras vivas, monstros plantas patrulhando as áreas ao redor da muralha, e alguns animais conjurados montando guarda, tudo isso mostrava como o que era produzido aqui era importante.

 

- Lembre-se Inuka, fique comportada – pedia Darch.

- Tá.... – respondeu a feral entediada.

 

Seguindo pela entrada principal eles foram pelo caminho de pedra, na entrada da grande árvore magos da natureza corriam de um lado para o outro, um deles parou para atender o recém-chegado de forma educada.

 

- Seja bem-vindo cliente... ora mas não é o Darch? – disse o rapaz surpreso – eu nunca pensei que te veria aqui!

- Você é da turma do 5º ano? – perguntou Darch sem reconhece-lo.

- Eu me formei ano passado, a senhora Varatane me deu um emprego aqui – explicou ele – eu estava no 2º ano quando vocês se formaram, sua turma foi a mais falada em uma década!

- Assim eu até fico com vergonha – disse Darch com a mão na cabeça – mas onde está a sua “senhora”?

- A senhora Varatane ou está na administração ou no laboratório – explicou o rapaz – vamos dar uma olhada.

 

O rapaz guiou Darch pela estrutura interna mostrando os vários lugares, havia espaços para produzir poções especificas, lugares para experiencias e afins, ele também explicou que no ultimo ano diversificaram os negócios e agora trabalhavam com pele e ossos de animais mágicos.

Já que Varatane não estava no laboratório (a primeira parada) então ela só podia estar na administração, era lá que ela cuidava da papelada e outros detalhes burocráticos, também era lá que ela recebia clientes importantes, o rapaz mencionava com orgulho como uma vez a princesa imperial veio pessoalmente assinar um contrato, depois disso muitos nobres vieram também.

 

- Eu acho que já disse que acabou! – gritou Varatane do escritório.

- Eu não posso aceitar esta resposta! – gritou outra pessoa.

- Ah não pode? – respondeu Varatane bem irritada.

- Esqueci que esse cara estava aqui – dizia o rapaz suspirando pesado.

 

A porta do escritório se abriu e um homem furioso saiu, na verdade ele praticamente foi expulso por Varatane que estava bufando irritada na porta, levou um certo tempinho até ela olhar pro outro lado e ver Darch e Inuka, ela ficou parada olhando pra ele até que Darch levantou a mão para acenar, quando ele abriu a boca pra dizer “oi” Varatane se jogou encima dele derrubando-o no chão.

 

- SEU MALDITO! ME FAZENDO ESPERAR TRÊS ANOS!! – gritava ela quase chorando – SABE COMO EU ESTAVA PREOCUPADA COM VOCÊ!? POR QUE NÃO FAZIA UMA VISITA?

- hahahahahha é bom ver você também – dizia ele dando tapinhas nas costas dela enquanto estava caído no chão – agora pode levantar? Acho que quebrei a coluna.

 

Varatane tomou um susto ao ouvir isso e pulou de cima dele, ela realmente procurava uma fratura pra curar o mais rápido possível, quando Darch começou a rir ela percebeu que foi feita de idiota, enquanto ela fazia bico Darch deu um bom abraço nela.

 

- A quanto tempo orelhinha – provocou ele – você parece bem.

- Você também, e... aquela é a Inuka? – perguntou Varatane notando a outra agora.

- Olá verdinha – disse Inuka encarando ela.

- A Misty deixou você sair? – dizia Varatane surpresa.

- Ela arranjou um brinquedo novo, e por causa disso a Inuka estava insuportável – explicava Darch – então eu pedi que a deixasse comigo por um tempo, pra evitar que a Misty acabasse com ela.

 

Varatane convidou os dois para um escritório mais confortável, Darch sentou no sofá de frente pra sua amiga, já Inuka ficava bisbilhotando tudo no escritório, Varatane pediu para alguém trazer alguns doces que também eram fabricados ali.

 

- O que tem feito nesses anos? – perguntou Varatane.

- Cumprindo missões como um louco, pra subir nos ranks – explicou ele – eu me tornei campeão da guilda onde me inscrevi, e graças a isso já posso circular pelo reinado inteiro.

- Que bom, eu ouvia umas histórias aqui e ali, mas eu estava preocupada – disse Varatane.

- Eu não queria ficar entrando em contato, me desculpe – disse ele – precisava me focar no meu objetivo, não tenho muito tempo afinal.

 

Ele falou sobre a maldição que lhe ajudava a encontrar demônios mas lhe tiraria a vida eventualmente, Varatane chocada dizia pra ele tirar essa maldição o quanto antes, mas obviamente Darch não cederia, além disso enquanto ele caça demônios eventualmente acaba protegendo pessoas inocentes, por isso ele não desistiria, Varatane só teria que se conformar e apoia-lo.

 

- E como vão os outros? Tenho certeza que todos estão bem – perguntou ele.

- A Ryna teve uma filha, uma linda menina de cabelos dourados! – dizia Varatane empolgada.

- Eu sei, virou notícia no reinado todo – ele riu ao lembrar de ler no jornal.

- E eu sou a madrinha dela – Varatane falou toda orgulhosa.

 

Depois ela falou sobre os outros, Reina estava liderando uma pequena força militar em busca de reconhecimento, ela ouviu dizer que Emílio juntou-se a um grupo de heróis, já o Jinshu estava lutando em arenas de duelos.

 

- O Karias está indo bem no laboratório de itens mágicos, eu já mandei umas encomendas pra ele – relatava ela – eu só não sei sobre o Arik que virou guarda-real, e a Kuzoha que mora em outro reino.

- Mas a maior surpresa mesmo foi você, quase não te reconheci – dizia ele – você era mais tímida e inocente antes, agora tá uma perfeita senhora de negócios.

- Tive que me adaptar, esses caras sempre tentam me enrolar – explicou ela – aquele ultimo mesmo, ele queria comprar os direitos de venda dos meus produtos, eu venderia a ele e ele revenderia pra metade ocidental do reinado.

- E aposto que ele tentou lhe passar a perna – disse Darch.

- Pode imaginar? Ele queria que eu vendesse pela metade do preço! – ela até riu – e eu soube que ele pretendia vender pelo dobro do meu preço atual no mercado!

 

Darch não segurou a risada, provavelmente esses negociantes a viam como uma tola ingênua, por isso tentavam tirar vantagem sobre ela e seus produtos, mas isso só mostrava o quão boa Varatane era na produção de poções e similares, todos estavam tentando obter exclusividade sobre seus produtos.

 

- E por falar nisso, eu tenho uma lista de pedidos – dizia ele pondo uma folha sobre a mesa – é tudo personalizado, então acho que vai demorar um pouco não é?

- Eu vou preparar tudo o mais rápido possível – disse ela empolgada pegando o papel.

- Mas entenda que isso são negócios, não quero favores – avisou ele.

- Sério como sempre, depois de tanto tempo eu queria te mimar um pouco – disse ela levantando – nesse caso você é meu convidado, você e a Inuka vão ficar em minha casa.

- Eu não quero ser um incômodo – disse ele envergonhado.

- Nada disso, eu insisto – respondeu ela – além do mais eu vou precisar de você pra uma coisinha.

 

Darch até ficou meio preocupado com isso, mas depois de tanto tempo era bom rever uma querida amiga, por isso não havia problema em relaxar um pouco.

 

- Além disso a minha mãe quer te conhecer – disse Varatane fazendo Darch ficar sem palavras.

 

***********************************

 

- Quantos você acha que conseguimos? – perguntava-se Belphegor olhando os braços e pernas decepados ao redor – eu contei 32, você contou 32?

 

Artroces terminava de regenerar mais uma perna que tinha sido decepada, após a regeneração ele atacou Belphegor com a mesma violência de antes, o guerreiro fez um corte lateral quase abrindo a barriga do lobisomem, mas Artroces também lhe atingiu um ataque arrancando metade do elmo que Belphegor usava, com parte do seu rosto exposto o arquidemônio ficou meio irritado.

 

- Eu tava tentando ser legal com você sabia? – então Artroces rosnou algo – eu disse “tentando” e não resmungue na minha frente, eu não te entendo de qualquer jeito!

 

Os dois começaram a trocar golpes violentos, Belphegor cortava o corpo do Artroces com velocidade fazendo seu sangue jorrar pra todo lado, os golpes do Artroces rasgavam a armadura que estava em seu limite mesmo sendo tão boa, em dado momento Belphegor acertou um golpe em sua cabeça fazendo a lâmina afundar no crânio, isso parou Artroces por um momento.

 

- Suponho que ninguém se move com uma espada no cérebro – comentou Belphegor – será que dá pra me ouvir agora? Eu quero falar com você.

 

Artroces agarrou a espada do Belphegor e a removeu de sua cabeça, enquanto a rachadura regenerava ele tentava arrebentar a espada, felizmente a espada era bem melhor que a armadura e aguentava a pressão, mas Belphegor não conseguia faze-lo soltar a lâmina.

Belphegor concentrou seu poder em seu punho e socou a barriga do irmão, mesmo Artroces ficou sem fôlego com o golpe súbito e soltou a espada, a essa altura Belphegor já lhe teria decapitado a cabeça, mas ele não sabia se Artroces podia regenerar a cabeça depois disso, então ele aplicou um chute que fez o outro subir um pouco alto.

 

- Lembre que você me obrigou a isso seu teimoso – disse Belphegor.

 

Belphegor saltou e no ar desferiu mais alguns golpes em Artroces, depois disso ele girou o corpo para aplicar um chute que fez o outro ir em disparada contra o chão, caindo de cara no chão Artroces não teve tempo de desviar da lâmina que perfurou suas costas e atravessou sua barriga, Belphegor tinha lhe cravado a espada que como uma estaca o fincou no chão, Artroces se debatia como louco tentando se soltar, mas o outro usava sua força para mantê-lo preso no chão.

 

- Eu preciso falar com você – insistiu Belphegor.

- Estou ouvindo – pela primeira vez em séculos Artroces pronunciou palavras.

 

*********************************

 

- Então Inuka, é hora de me mostrar sua habilidade! – desafiou uma senhora com orelhas longas e pontudas.

- hehehehe você vai ver só, eu vou derrota-la! – respondeu Inuka em tom desafiador.

 

Cada uma tomou conta de metade da cozinha, a senhora elfa era a mãe da Varatane e desafiara Inuka para preparar um prato pra próxima refeição, a meio-feral aceitou o desafio e agora ambas estavam em uma batalha de culinária.

 

- Experiencia vs intuição, qual produz a melhor comida? – perguntava-se Darch vendo as duas praticamente pegando fogo.

 

Enquanto as duas competiam na cozinha ele assistia da sala, a casa da Varatane ficava na parte mais alta do tronco da árvore, a copa da árvore garantia que o lugar fosse sempre fresco em qualquer época, os galhos receberam proteções para as pessoas poderem circular com segurança, e havia vários cômodos e quartos, Darch acabara recebendo um quarto e agora lia o catalogo que Varatane deixou com ele.

Em algum tempo as duas chegaram com seus pratos prontos, Inuka preparara uma macarronada com almondegas, já a mãe da Varatane preparou um grande peixe assado por fora e recheado com salada por dentro, ambas depositaram seus pratos para Darch provar.

 

- É injusto pedir pra que eu avalie, não tem como medir essas delicias – disse ele – mas eu vou me esforçar!

- huhuhuhu nunca pensei que encontraria uma desafiante a altura – disse a senhora elfa.

- Obrigado por cuidar de nós senhora Naratane – agradeceu Darch.

- Você cuidou muito bem da minha filha na academia – disse ela sentando-se pra comer também – é o mínimo que posso fazer por você.

 

Ele ouviu da senhora Naratane que sua filha só falava dele quando vinha visita-la, isso deixou Darch meio encabulado pois pelo modo como a senhora falava dava a entender que ela também sabia que ele já havia levado sua filha pra cama, embora não parecesse incomodada com isso.

 

- Eu tive dificuldades pra criar a minha filha, precisei passar por muita coisa – dizia Naratane pensando no passado enquanto comia – por ser elfa muitos homens vinham atrás de mim, eu fiz o que era preciso pra que a Varatane pudesse um dia ir pra academia arcana como ela queria.

 

Ela não precisava entrar em muitos detalhes, mesmo agora Naratane ainda era muito bonita, Darch até desviava o olhar para não focar nos peitos dela (coisa que sua filha não tinha muito), então ele imaginava o que ela passou naquele tempo.

 

- Por causa desses homens a minha filha ficou com medo das pessoas, ela não tinha nenhum tato social – explicava a senhora – mas depois que ela foi para a academia fez uma amiga e conheceu um rapaz muito legal que sempre a ajudava.

- Sua filha também é uma grande pessoa – disse ele – ela sempre ajuda seus amigos e é adorável.

- Então que tipo de relacionamento você tem com minha filha? – perguntou ela bem interessada.

- Ah bem, eu não acho que vou conseguir mentir dizendo que não rolou nada entre a gente – ele estava meio vermelho de vergonha.

 

Ela queria ouvir mais historias da academia, por isso Darch começou a contar um monte de coisas, Naratane se divertiu ao ouvir que sua filha tinha desmaiado diante do imperador na premiação dos jogos mágicos, esse detalhe ela tinha omitido totalmente de quando contou a história, Darch também já falou sobre como eles se ajudavam em varias situações, tudo até Varatane voltar trazendo uma caixa e um rosto bravo de ouvir histórias embaraçosas.

 

- Aqui está uma parte do seu pedido – disse ela deixando a caixa sobre a mesa – e se continuar falando essas coisas eu vou misturar veneno nas suas poções.

- hahahaha foi mal, não resisti – respondeu ele coçando a cabeça – e quanto ao resto do pedido?

- Bem, sobre isso eu vou precisar da sua ajuda – respondeu ela – pra coisas tão especificas eu vou precisar coletar uns materiais, e eu gostaria que viesse comigo.

- Você fala de...

- O que acha de uma boa caçada? – perguntou ela.

 

*******************************

 

- Esse lugar fede a humanos – reclamou Artroces bem irritado.

- Ah bem, tem mesmo alguns aqui – respondeu Belphegor andando ao seu lado – e eu já ia pedir pra você segurar seu lance de matar tudo que vê pela frente.

- Por que não posso matar humanos? – insistiu o outro.

- Você mata qualquer coisa com mais de dois neurônios, então relaxa um pouco – pedia Belphegor – esses humanos estão do nosso lado, quando chegar a hora eu tiro a coleira e solto os cães, no seu caso o cão em pessoa.

 

Os dois arquidemônios atravessaram o corredor subterrâneo e chegaram ao centro do esconderijo do Pallas, ao abrir a porta dupla encontraram o Pallas erguendo alguns zumbis e seu irmão Dantalion, aparentemente Maostema retornara para seu covil.

 

- Eu não acredito que você domou o Artroces, ele não respondia a ninguém! – disse Dantalion surpreso.

- Foi igual a uma puta fogosa, você dá uma boa canseira nela e num instante ela se derrete em seus braços – respondeu ele rindo.

- Como sempre as suas analogias são bizarras – reclamou Dantalion.

- Então esse é o arquidemônio Artroces? – perguntou Pallas ao ver um lobisomem com mais de 2m de altura – eu devo dizer que ele não se parece com o que eu imaginava.

- E aí Pallas? Você sabe onde eu posso encontrar mil ovelhas? – perguntou Belphegor empolgado.

- Eu tenho medo de perguntar pra que você quer isso tudo de ovelhas – disse Pallas frustrado – é pra alimentar o lorde Artroces?

- Esse cara? Acredite ou não mas ele não come animais, só humanos e qualquer outra coisa que consiga falar – explicou Belphegor – as ovelhas são para...

- Não vamos repetir aquilo, da última vez o Kyriel quase acaba com a gente – cortou Dantalion.

- Hã? Mas eu tive todo o trabalho de ir buscar o Artroces pra cavar os buracos! – protestou o outro.

- Não vou fazer aquilo de novo – rebateu Artroces.

- Não sei se quero saber do que vocês estão falando, mas eu pensei que você tinha ido busca-lo pra nos ajudar – reclamou Pallas.

- Agora? A melhor coisa que posso fazer é soltar o Artroces numa capital e deixar a festa rolar – sugeriu Belphegor.

- Posso matar humanos agora? – perguntou Artroces.

- Por mais que isso soe divertido essa não é a hora – avisou Dantalion – Mephiles está se esforçando para reunir todos nós, não podemos correr o risco de ter um de nós morto agora.

- A Misty não parece interessada em ajudar, e se não me engano vocês tem mais um irmão chamado Onimaru não é? – perguntou Pallas.

- O Onimaru não liga pra mais nada que não seja seus domínios, então não podemos contar com ele – explicou Dantalion – mas ainda falta um de nós, uma irmã que ainda não deu as caras.

- ahahahahah era engraçado deixar a Hecante e a Misty na mesma sala, sempre davam um show – dizia Belphegor rindo.

- Em todo caso, faltam dois anos para a grande invasão, e essa promete ser a maior de todas – dizia Dantalion – tudo que precisamos fazer é reunir a família, sabotar os planos do reinado e aguardar pacientemente nossas forças se consolidarem.

- E enquanto isso eu vou elaborar a estratégia da vitória! – dizia Belphegor empolgado.

- Você? Seus planos superficiais e previsíveis não vão vencer essa guerra para nós – retrucou Dantalion – EU criarei o plano que definitivamente vai nos trazer a vitória!

- Continue com isso cabeçudo, e eu boto seu cérebro de volta no crânio – ameaçou Belphegor.

- Típico de um bruto recorrer à violência quando não tem argumentos – rebateu o outro.

- E lá vão eles de novo – disse Pallas suspirando – você está com fome? Eu estou pensando em ir comer alguma coisa.

- Onde tem humanos que eu possa matar? – perguntou Artroces.

- Se quer tanto assim eu acho que posso preparar um banquete para você – disse Pallas – ah droga, o Belphegor já sacou sua espada, você pode segura-lo?

- E ele me tirou da montanha pra isso... – suspirou o demônio lobisomem.

 

**************************************

 

- Darch, ele está indo pro seu lado – avisou Varatane saltando por cima das árvores.

- Entendido – respondeu ele sacando a espada.

 

O animal em fuga era um cervo com galhada vermelha, quando ele passou na direção do Darch este surgiu das sombras e com um único golpe cortou a cabeça do animal fora, o corpo do animal só tombou após correr mais alguns metros, quando ele caiu Varatane pulou da árvore ao lado do Darch.

 

- E com isso temos todos os ingredientes personalizados – comemorou Varatane.

- Sabe, meio que me faz mal saber que decapitei um animal só pra levar seus chifres – dizia ele limpando a espada.

- Não há nada a se fazer, eles morrem se sua galhada for partida – explicou ela – então para não desperdiçar o corpo vamos assa-lo pro jantar.

 

Darch assistiu Varatane tratar do corpo do cervo, ela retirou as entranhas e drenou o sangue, depois retirou a pele deixando a carne bem limpa, enquanto usava magia para secar a pele Darch usava magia do fogo para acender uma fogueira, ele também usava uma lâmina de Mana pra cortar os pedaços para fixa-los em varas pra assar.

Já anoitecera naquela dimensão selvagem, os sons dos pássaros deram lugar aos sons de corujas e outros animais noturnos, só a fogueira criada por magia iluminava a área ao redor dele, então enquanto a carne assava para ser comida cada um cuidava de algum detalhe pendente.

 

- O que está fazendo? – perguntou ele ao ver Varatane conjurar uma magia nas entranhas que ela removeu.

- Ah isso? Eu vou transformar em adubo – explicou ela – essa magia tritura os pedaços, desidrata e os faz apodrecer mais rápido, é adubo instantâneo.

 

Ele estava admirando o quanto ela se tornou habilidosa e independente, no período da academia Varatane parecia mais uma garota indefesa e reclusa, sempre dependendo dos seus poucos amigos, mas mesmo lá ela aos poucos ia mostrando crescimento, durante os jogos mágicos sua participação foi essencial.

 

- Por que está olhando pra mim assim? – perguntou Varatane um pouco vermelha.

- Ah não é nada, só achei que você ficou mais bonita – elogiou ele.

- Você acha? Eu sou meio-elfa, não envelheci quase nada em 3 anos – dizia ela ajeitando o cabelo envergonhada.

 

Quando Darch a conheceu Varatane tinha o físico de uma garota de 15 anos, nos 5 anos da academia ela continuou praticamente igual, e agora três anos depois ela já parecia uma mulher madura aos seus olhos, mesmo que fisicamente a mudança fosse sutil.

 

- Tane, desculpe por não ter correspondido aos seus sentimentos como você merecia – disse ele um pouco nervoso.

- Quando eu falei de você para minha mãe ela perguntou o que eu sentia por você, eu não soube responder na hora – dizia ela – ela me disse que talvez eu só estivesse encantada por um homem que me tratou bem, que fosse algo passageiro.

 

E ainda teve o incidente na mansão onde ela perdeu a virgindade, o primeiro homem em sua vida sempre teria um lugar especial, por isso Darch se sentia responsável por isso, mas ao longo dos anos o sentimento que Varatane tinha por ele não era tão simples assim.

Varatane saiu de onde estava sentada e foi para o lado do Darch, ele sabia o que a amiga queria e normalmente se preocuparia com isso, mas quando ela o abraçou e depois o beijou Darch correspondeu do mesmo modo, quando os beijos ficaram mais intensos ele a derrubou no chão gramado ficando por cima, depois começou a beijar o pescoço dela arrancando suspiros e gemidos.

 

- Espera, e se algum animal selvagem aparecer? – perguntou ele preocupado.

- Eu mato também e jogo na fogueira – respondeu ela puxando-o para beijar mais.

 

Iluminado por uma única fogueira naquela escuridão total, cercados por um campo de flores com um perfume forte, ambos começaram a tirar a roupa um do outro, e como amantes fizeram sexo despreocupado e a vontade, era um reencontro que ambos queriam, e finalmente saciaram o desejo, somente ao amanhecer é que eles se preocuparam em retornar para a dimensão original e para casa.

Quando voltaram Naratane logo olhou a cara de satisfação dos dois e deu um sorriso malicioso, sua filha ficou vermelha de vergonha por ela ter notado e Darch não queria encara-la, ele então perguntou por Inuka que tinha deixado para trás, e a meio-feral estava bem irritada com isso, provavelmente esta noite Inuka não o deixaria em paz.

 

- Eu vou trabalhar no resto do seu pedido – disse Varatane indo pro laboratório.

- E se puder me arranja um fortificante? – perguntou ele constrangido.

- Não pense em fazer safadezas na minha casa – avisou ela olhando torto pra ele – a menos que seja comigo.

 

*****************************

 

- Foi uma perda de tempo para o senhor ter vindo – comentou um dos oficiais militares.

- Contanto que possamos acabar com isso com o menor número de baixas – disse Galtran assistindo a batalha – não é como se houvessem muitas batalhas das quais sou necessário.

 

Galtran estava liderando dois pelotões em batalha no subterrâneo, recentemente a notícia de um demônio da classe superior chegou aos ouvidos das autoridades, para eliminar esta ameaça o exército do Galtran foi mobilizado.

 

- Comandante, temos 28 feridos e 5 mortos – informou um oficial de 100 homens – minha unidade está recuando, a unidade do Cadish vai assumir o nosso lugar.

- Entendido, venha para a retaguarda e se recuperem – ordenava Galtran através da ligação mental – a unidade Bartra vai cobrir sua retirada e depois juntar-se a unidade Cadish.

 

Eles estavam enfrentando um demônio em forma de serpente, era um demônio superior colossal que tinha um poder destrutivo terrível, sempre que um desses surgia era prioridade elimina-lo, ou cidades inteiras poderiam ser devastadas, pensando no máximo de eficiência Galtran reuniu os dois pelotões que tinham mais magos, ele também trouxe bastantes lanças magicas que disparavam raios, tudo para que mesmo os soldados comuns pudessem lutar, graças a isso mesmo sofrendo baixas os dois mil soldados estavam encurralando o demônio colossal que se colocou numa posição defensiva.

 

- Está funcionando, estamos derrotando o demônio colossal – comemorou um dos capitães de mil homens.

- Não baixem a guarda ainda, a pior parte é sempre o final – ordenou Galtran com uma voz imponente – quando abrirem a guarda do inimigo a minha unidade assumirá o ataque!

- SIM SENHOR! – responderam todos os soldados ao mesmo tempo.

- Ora como é bom ter soldados tão capacitados e leais – disse alguém.

 

Galtran olhou para uma fenda na rocha, de lá ele pôde ver Pallas surgindo cercado por esqueletos guerreiros, a aparição do necromante definitivamente não estava nos planos para essa batalha, o que fez com que Galtran logo sentisse que algo estava errado.

 

- Foi você que arquitetou isso? – perguntou logo.

- ahahahaha perspicaz como sempre, logo deduziu tudo! – elogiou Pallas – de fato, eu deixei essas informações chegarem até você, tudo para convida-lo para um banquete.

 

Galtran logo ouviu gritos dos soldados e olhou na direção oposta, por outra fenda surgia um poderoso lobisomem que já tinha dilacerado 5 homens com um golpe só, a aparência e a aura demoníaca não deixava duvidas sobre quem era aquele monstro.

 

- Aquele só pode ser Artroces, o arquidemônio da selvageria – dizia ele preocupado.

- Um arquidemônio? Logo agora!? – perguntou o capitão de mil homens.

- Supostamente Artroces deveria estar isolado nas montanhas, ninguém podia controla-lo ou mobiliza-lo – dizia Galtran – por isso nos demos ao luxo de ignora-lo até o dia da batalha final.

- Provavelmente seu único erro até agora não é? – provocou Pallas – e esse erro voltou para morde-lo no calcanhar.

 

Do outro lado o demônio colossal saiu da defensiva e usou a cauda pra derrubar todas as formações, Artroces urrou e uivou fazendo as paredes da caverna tremerem, todos os soldados estavam aterrorizados e perdidos, antes eles dominavam a batalha e agora estavam presos e cercados pelos piores inimigos possíveis.

 

- Vejam só, parece que fui encurralado – disse Galtran suando frio pela primeira vez.

- Exatamente, esta caverna subterrânea será o seu tumulo – disse Pallas sorrindo por baixo da máscara.

 

 

Continua.


Notas Finais


Na capa temos o arquidemônio Artroces, a mãe da Varatane vai ganhar uma postagem em breve na minha pagina.
.
Darch e Varatane se reencontram e matam a saudade, Belphegor trouxe Artroces (pra cavar buracos?) e Pallas decide usa-lo numa emboscada, será que Galtran sobreviverá a isso?


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