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História Herdeiros da Magia - Capitulo 72 Força de Vontade.


Escrita por: zariesk

Notas do Autor


Olá meus queridos leitores!
Demorei pra atualizar mas tive meus motivos, o primeiro é que uns probleminhas me atrasaram, e o segundo é que o capitulo é enorme, parte dele já estava em meus planos, mas a outra parte foi sugestão de um dos meus leitores, por sinal eu sempre estou aberto à sugestões.
Agora uma coisa que quero pedir é que prestem atenção na imagem da capa, e depois leiam as notas finais, é muito importante para o avanço da fic.

Capítulo 74 - Capitulo 72 Força de Vontade.


Fanfic / Fanfiction Herdeiros da Magia - Capitulo 72 Força de Vontade.

Capitulo 72 – Força de Vontade.

 

 

- O relatório dos batedores chegou – disse Arik curvando-se diante do nobre – a informação que os viajantes deram está correta.

 

Arik atualmente era um membro da guarda-real, normalmente estes cavaleiros de renomado prestigio protegiam o imperador e a família imperial, mas os novatos recebiam outras funções, entre elas proteger famílias nobres de alto valor, uma vez que executassem esse trabalho sem problemas eles poderiam servir ao imperador diretamente, até lá atuavam como guardiões e assessores desses nobres.

 

- Então um castelo surgiu onde antes não havia nada? – perguntava o nobre lembrando do que foi comentado pela cidade.

- Sim meu senhor, é uma estrada relativamente movimentada, então não há dúvidas – respondeu Arik – provavelmente é uma ruina da grande invasão.

 

Ruinas da grande invasão era um fenômeno sobrenatural, lugares que foram completamente destruídos pelos demônios durante a grande invasão, com seu povo massacrado e a terra corrompida, esses lugares destruídos ressurgiam tempos depois como uma aparição amaldiçoada, casas e mansões, castelos e até pequenas cidades ressurgiam assim.

 

- Conforme as normas devemos informar o exército local, eles cuidarão de expurgar a aparição – dizia Arik – felizmente estamos na região noroeste, a ordem da luz cuidará...

- Não vamos informa-los – disse o homem sentado em sua poltrona.

- Como disse?... – perguntou Arik querendo não ter ouvido direito.

- Não sabemos de que época é este castelo, pode haver uma fortuna em seu interior, até mesmo resgatar a cultura em seu interior é valioso – explicava-se o outro – se o exército for eles levarão tudo que encontrarem, e a ordem da luz vai queimar tudo até o ultimo tijolo, não vamos avisa-los.

- Sendo assim, como vai lidar com isso? – perguntou Arik curvando a sobrancelha um pouco.

- Contrate aventureiros e faça uma busca, traga tudo de valor de volta – respondeu ele – você irá acompanha-los pra ter certeza que trarão tudo de volta.

 

Arik achou isso uma péssima ideia, aparições assim costumavam estar extremamente corrompidas, não era incomum que demônios aparecessem ou fossem até esses lugares, o exército era necessário justamente para evitar problemas maiores.

Mesmo assim a ordem de um lorde era absoluta, já que o castelo surgiu em seus domínios ele poderia alegar que era sua responsabilidade lidar com esse problema, tendo isso em mente Arik saiu á cavalo pra cumprir sua ordem, a capital noroeste ficava a um dia de cavalgada, felizmente com magia Arik podia acelerar sua montaria e cumprir esse trajeto em 14 horas.

 

- Que dureza, acho que me acostumei demais a viajar de carruagem – dizia Arik com a bunda doendo de tanto cavalgar.

 

Chegando na capital Arik logo procurou a guilda de aventureiros local, era muito incomum que um guarda-real visitasse o prédio de uma guilda, de modo que a passagem dele chamava muito atenção, Arik tentava manter a postura nobre dos guardas-reais enquanto ficava um pouco nervoso com tanta atenção, finalmente ele apresentou-se ao balcão de pedidos.

 

- Eu represento o lorde Talson e venho com uma solicitação urgente – disse Arik para a moça séria e nem um pouco amigável – preciso de uma equipe adequada pra explorar um castelo desconhecido, possivelmente habitado por um demônio.

- Entendo... se puder esperar um pouco eu vou preparar um orçamento – disse a mulher mostrando um sofá para ele acomodar-se – tenho certeza que podemos preparar uma equipe adequada em um dia.

- O mais breve possível por favor – disse Arik que não podia deixar seu posto por tanto tempo.

 

Arik foi até a poltrona onde esperaria o orçamento, pra uma missão desse porte provavelmente seria convocada uma equipe de “heróis da guilda” que seria formada por veteranos, gente especializada em lidar com grandes problemas, enquanto ele esperava o orçamento Arik puxou uma pedra magica e usou seu poder para armazenar sua armadura nela, assim ele finalmente podia relaxar e descansar o corpo.

 

- Estas armaduras são muito boas, mas usa-las o dia todo arrebenta com o corpo – comentava ele pra si mesmo.

 

Não demorou mais que meia-hora pro orçamento ficar pronto, assim que os papeis foram entregues Arik ficou um pouco nervoso com o valor, contratar uma equipe de 5 aventureiros nível heroico era bem salgado.

 

- Com esse dinheiro o lorde poderia começar uma reforma em seu próprio território analisava Arik – pelo menos abriria algum novo negocio pra trazer mais prosperidade, assim como a Ryna fez.

 

Ele lembrou da Ryna, apesar de sua paixão por ela Arik havia se conformado, ela estava numa posição social muito acima da dele, e agora estava casada e com uma filha (ele só teve chance de vê-la uma vez), o melhor que ele podia fazer era ajuda-la como pudesse.

 

- O time estará pronto neste mesmo horário amanhã – informava a recepcionista – depois disso eles irão direto para o local indicado e seguirão com a missão.

- Eu agradeço, então voltarei para informar o meu senhor – respondeu Arik levantando – encontrarei o time no local na hora certa.

 

E assim mais uma vez Arik voltou para o território do seu lorde, além de informa-lo sobre a missão também precisaria se preparar, ele só torcia pra ter algum tempo pra dormir e recuperar suas forças.

 

*************************************

 

- Mestra, você precisa lembrar que a Inuka não está mais aqui – reclamava Mastela – então pare de fazer tanta bagunça!

- Maldito seja o dia que abri mão da minha cachorra – reclamou Misty deitada displicentemente no sofá – é isso que eu ganho por ser legal com os outros.

 

Mastela estava arrumando a bagunça que Misty fazia na masmorra, sem Inuka pra fazer os trabalhos domestico acabava sobrando pra ela, de vez em quando pra algum pobre infeliz que vinha atrás da Misty procurando sexo, ultimamente pra satisfazer seu tédio Misty os escravizava pra fazer todo tipo de coisa, até porque o novo brinquedo que ela arranjou não era tão divertido quanto o anterior.

 

- Lembre de alimentar o bichinho antes de sair – mandou Misty bocejando entediada.

- Sério, você parece uma velha solteira – disse Mastela.

- E você está muito abusada, tá sentindo falta de ir pras correntes? – perguntou Misty com um olhar frio.

- Ok já estou indo, vou deixar algo pronto pra você também – Mastela se apressou antes que Misty decidisse lhe torturar de novo.

 

Ela rapidamente correu pra cozinha pra preparar algo, ela não era tão boa quanto Inuka que cozinhava quase de forma sobrenatural, mesmo assim ainda dava pro gasto, enquanto cozinhava ela pensava na Inuka que se foi com o Darch a cerca de um ano, os dois agora estavam se aventurando pelo reinado procurando o tal demônio que Darch odiava, daqui a pouco mais de um ano Mastela se formaria também, então ela já estava pensando em qual carreira seguir, definitivamente o mercado de trabalho pra magos negros era restrito, mas ela certamente encontraria alguma coisa.

Mastela cozinhou a comida da Misty e preparou a comida do “bichinho” que ela mantinha agora, Mastela foi até a cela e lá estava uma criança de uma raça desconhecida, a criança tinha pele negra como a dela e cabelo num branco leitoso, o mais estranho sobre essa criança é que ocasionalmente e de forma aleatória essa criança adquiria orelhas e cauda de animal, ficava com essa forma por horas e depois voltava ao normal, Misty atualmente tentava descobrir que tipo de criatura ele era, além de ver se podia se divertir com ele como se divertia com a Inuka.

 

- Oi Meltres, desculpa a demora – dizia Mastela entrando na cela – aqui está o seu almoço de hoje, como você está?

 

O menino de raça desconhecida estava com uma corrente no pescoço, ele morria de medo da Misty mas ficava um pouco mais a vontade com a Mastela, ela queria muito solta-lo e tira-lo da masmorra, mas se fizesse isso com certeza a Misty a mataria, em sua ausência tudo o que ele comia era ração pra cachorro, por isso Mastela se esforçava pra sempre preparar comida boa pra ele.

 

- Eu vou ficar fora por um tempo, tente não irritar a Misty ok? – dizia ela passando a mão na cabeça do menino – quando eu voltar vou preparar o dobro de comida pra você.

 

Mastela fez um carinho nele e depois deixou a cela, ela correu para não se atrasar pra reunião de hoje, em breve ela seria mandada pra uma missão junto com alguns companheiros, missões assim serviam pra eles ganharem experiencia em campo, e nestas missões eles eram totalmente responsáveis por eles mesmos.

Depois de conferir seu uniforme Mastela foi até o local onde a missão seria passada, no auditório outros 4 companheiros esperavam por ela junto com o reitor, ao ver que Ardof já estava presente Mastela correu ainda mais rápido.

 

- Me desculpem, eu me atrasei! – disse ela um pouco ofegante.

- Tudo bem, sabemos que você tem que “cuidar” da Misty agora – disse Ardof fazendo o sinal pra ela se acalmar – por falar nisso, ela tá mais calma agora?

- Eu diria que ela está entediada, o Meltres não é o bastante pra mantê-la entretida ainda – respondeu Mastela.

 

E quando a Misty ficava entediada só duas coisas podiam acontecer: ela ficar terrivelmente cruel ou terrivelmente pervertida, Mastela não contaria isso a ninguém mas ela já foi pra cama da Misty quando ela estava nestas fases, a garota chorava por dentro por sua primeira vez ter sido roubada por um demônio e ainda por cima uma mulher, quando alguém perguntava sobre a Misty Mastela tinha que se controlar pra não deixar isso escapar, incluindo as partes onde era amarrada na pilastra e chicoteada.

 

- Eu reuni aqueles que acredito serem capazes de cumprir esta missão – explicava Ardof – todos vocês têm habilidades diferentes, usem o seu conhecimento pra superar esta prova.

- E o que temos que fazer? – perguntou o mago branco do time.

- Um castelo surgiu do nada num fenômeno conhecido como aparição – começou Ardof – as vezes estas aparições são quase inofensivas, e outras vezes muito perigosas, precisamos de uma equipe pra explora-la e determinar o seu perigo.

- Isso parece um pouco demais – comentou uma moça meio preocupada.

- Eu sei, existe o perigo de uma aparição estar sendo habitada por um demônio – respondeu Ardof – mas em breve o mundo vai estar cheio deles, vocês precisam aprender a lidar com o perigo demoníaco.

 

Isso lembrou a todos de que a grande invasão estava próxima, o astro negro no céu já estava quase do mesmo tamanho do sol e da lua, o que significava que ele estava chegando mais perto a cada dia, um dia daqui a dois anos ele cruzaria o caminho do sol e causaria o eclipse de sangue, e nesse dia os demônios choveriam sobre o mundo trazendo desgraça.

 

- Felizmente temos uma maga negra experiente aqui, ela vai ser de grande ajuda – disse Ardof sorrindo pra Mastela.

- “Não diga essas coisas, só vai dar azar!” – pensou ela quando todos olharam em sua direção.

- Aqui neste documento há mais informações, vocês são livres pra agir conforme seu próprio julgamento – explicava Ardof – o objetivo primário é explorar as ruinas e determinar o grau de perigo, se houver algo extremamente perigoso vocês devem recuar imediatamente.

 

Ardof entregou a pasta com os papeis para o mago branco que seria o líder do time, depois de darem uma folheada estavam prontos pra partir, cada um recebeu um poção de cura do 3º nível e em seguida Ardof abriu o portal para a região designada, era o mais próximo que ele podia deixar do alvo, ainda assim eles teriam que chegar ao local sozinhos, depois de passarem pelo portal se viram em belos campos verdes.

 

- Bem, acho que podemos evitar a parte de andar até lá – disse o mago natural do time.

 

Ele usou sua magia pra invocar 5 cavalos, com as montarias eles partiram na direção que o mapa indicava, cada um já esteve em uma missão antes, mas era a primeira vez deles juntos, todos eles torciam pra dar certo.

 

*******************************

 

- Eles já deveriam ter chegado – reclamava Arik sentado numa grande pedra.

 

Já passara uma hora do tempo necessário para chegar a este lugar, naturalmente viagens por longas distancias podiam resultar em atrasos e imprevistos, mesmo assim ele estava ansioso pra acabar logo com isso, ficar sentado vigiando um castelo sombrio era de causar aflição.

Enquanto esperava Arik se antecipou e conjurou uma pomba angelical para investigar o interior do castelo, mesmo que fosse uma misera criatura invocada do 1º nível ao menos ela daria um alerta se havia perigos, infelizmente o interior do castelo era tão escuro que nada podia ser visto.

Sendo da guarda-real Arik recebeu equipamentos adequados, seu elmo podia ver através da invisibilidade, ilusões e encantamentos, sua arma, escudo e armadura eram de nível 3 oferecendo ótimo poder de ataque e proteção, fora alguns outros acessórios, checando em sua bolsa magica ele ficou aliviado em ver que trouxera o bastão iluminador.

A medida que o tempo passava Arik ficava mais frustrado, assim quando ele avistou 5 cavalos aproximando-se rápido suspirou aliviado, mas algo não estava exatamente certo, ele notou que os 5 que se aproximavam usavam um uniforme bem nostálgico que ele mesmo usou a pouco tempo atrás.

 

- Não é possível, alunos da academia? – perguntou Arik levantando – hei vocês, o que estão fazendo aqui?

 

Os 5 viram o homem de armadura no caminho para o castelo, imediatamente mudaram levemente a rota pra irem até ele, assim que o alcançaram desmontaram e foram cumprimenta-lo, a armadura da guarda-real era tudo o que precisavam ver para saber que deviam respeito a este homem.

 

- Espera, você é a Mastela? – disse Arik notando a garota tímida atrás do maior – é você mesma! A quanto tempo!

- Não acredito, é o Arik? – disse Mastela reconhecendo-o – não nos vemos desde que se formou!

- Arik? Ah sim, aquele dos jogos mágicos! – disse outro do time – não o reconheci porque está muito imponente nesta armadura.

 

Ele ficou até um pouco sem graça por estar diante de alunos da academia, quando ele se formou estes jovens estavam passando pro segundo ano, por isso ele era um veterano aos olhos deles, após o grupo informar que estavam aqui para um teste da academia Arik explicou a sua situação, no final ao que parecia todos eles tinham um objetivo em comum.

 

- Vamos nos apresentar oficialmente, eu sou Shepard, um mago da luz – apresentou-se o rapaz – fui designado como líder desta missão.

- Eu sou Sanna, uma maga de combate – apresentou-se a garota de cabelo curto encaracolado – eu meio que me especializei em combater com 2 espadas, não sou muito boa de combate a distância.

- Tuniz, sou um mago natural – disse o outro que tinha cabelo longo e castanho – sou bom em invocar bestas.

- Sou Dekue e minha especialidade é magia dimensional – apresentou-se o rapaz careca – eu invoco seres dos 4 elementos.

- Já nos conhecemos, mas eu sou a Mastela – apresentou-se a garota tranquilamente – apesar de ser uma maga negra espero que possamos trabalhar juntos.

- Sou Arik, sou um mago branco voltado para combate – apresentava-se ele de maneira mais formal – sou um membro da guarda-real, atualmente à serviço do lorde destas terras.

- Her... sendo da guarda-real significa que...

- Não se preocupem com isso, não faço questão de que me tratem como uma autoridade – respondeu ele prevendo a duvida dos mais jovens – por enquanto apenas me considerem um companheiro da academia.

 

Isso era um alivio pra eles, um guarda-real tinha mais autoridade do que um prefeito de vila, agir casualmente com um deles poderia ser uma ofensa, alguns eram tão nervosos que não admitiam um tratamento inferior ao de um nobre.

 

- Ah finalmente, eles estão chegando! – disse Arik ao ver os cavalos aproximando-se – isso é ótimo, já que temos o mesmo objetivo podemos trabalhar juntos, se precisar eu falarei com o senhor Ardof mais tarde.

- Isso seria reconfortante – respondeu Shepard.

 

Os cavaleiros chegaram ao local, Arik lembrava de que a equipe de aventureiros era composta por 5 membros, mas ali havia 6 pessoas, quando todos eles chegaram Arik notou que o membro extra era um cavaleiro da ordem da luz, algo que seu lorde queria manter distante do assunto.

 

- Você é Arik da guarda-real? Aquele que solicitou a missão? – perguntou o cavaleiro sagrado desmontando do cavalo.

- Sim sou eu, e o que alguém da ordem da luz está fazendo aqui? – perguntou Arik.

- Pergunta estupida, se o mal surge em nosso reino nós estaremos lá para expurga-lo – respondeu o homem em armadura – eu estou assumindo o comando desta missão, por isso você e todos os outros estão dispensados.

- Como assim? Fui eu que solicitei esta missão em nome do meu lorde! – disse Arik nervoso – você não pode simplesmente assumir o controle!

- A guilda dos aventureiros irá devolver o dinheiro junto com uma pequena compensação – respondeu o cavaleiro – e seu lorde não tem nada a reclamar se vamos nos livrar deste mal para ele, ou havia outra razão para esta missão?

 

Arik não podia falar que o objetivo real era recuperar qualquer coisa de valor, se houvesse no castelo tesouros o suficiente poderia compensar o que seria gasto com a missão e ainda trazer lucro, além disso livra-se de qualquer eventual demônio seria ótimo, mas agora que a ordem da luz estava envolvida não havia mais nada a se fazer.

 

- Agora vamos tratar de outro problema – disse o cavaleiro – você aí no fundo, eu vejo que há Mana das trevas em você, é uma corrompida ou uma maga negra?

- Quem, eu? – perguntou Mastela ficando toda nervosa.

- hun... esse é o uniforme da academia arcana – analisava o cavaleiro – eu ouvi dizer que lá é um antro de magos negros e até um arquidemônio, pelo visto os boatos não eram exagerados.

 

Mastela ia abrir a boca pra se explicar, mas antes que uma única palavra saísse o cavaleiro a atacou com sua espada, Mastela teria sido morta e degolada se Arik não tivesse bloqueado o ataque com sua própria espada, o cavaleiro parecia pressionar o ataque até que Arik o empurrou pra trás enquanto os colegas da Mastela a puxavam dali.

 

- O que pensa que está fazendo? – perguntou Arik com um olhar furioso e indignado.

- A pena para a pratica de magia negra e a morte – respondeu o cavaleiro.

- Do que diabos está falando? Essa menina não cometeu nenhum crime! – argumentou Arik ainda em guarda – ela é uma honrada estudante da academia arcana, não importa que ela tenha Mana das trevas!

- Isso é algo que um mago branco deveria estar dizendo? Nesta região a pratica de magia negra é crime hediondo – explicava o outro – uma pessoa que simplesmente nasceu com Mana das trevas tem a opção de ir pra prisão ou prestar trabalho voluntario pra toda a vida.

- Isso é outro jeito de dizer “escravidão”? – perguntou Arik – suas leis são para a pratica de magia negra nesta região, Mastela não fez nada para ser condenada, portanto guarde esta espada e deixe-a em paz!

- Se o problema sou eu então eu vou embora – dizia Mastela ainda nervosa pelo que aconteceu antes.

- Não vai não, você não tem motivos pra ir embora – disse Arik frustrado – a ordem da luz é que é radical ao extremo, como membro da guarda-real eu ordeno que baixe a arma e cesse a hostilidade contra ela!

 

O cavaleiro chamado Julian observou Arik de cima a baixo, ele estava aqui para cumprir uma missão e provar seu valor, afinal ele estava se candidatando ao posto de vice comandante da ordem da luz, mas até receber este status ele não poderia bater de frente com a guarda-real, enquanto colocava a espada na bainha seu coração queimava de raiva por deixar uma maga negra ir embora.

 

- “Meu deus, esse cara é ainda mais babaca do que eu era no primeiro ano!” – pensava Arik finalmente guardando sua espada – “na verdade nem tem comparação, eu sacaneei o Darch mas eu não planejei mata-lo em nenhum momento, e muito menos com essa frieza”

- Vamos cumprir o nosso dever agora, para o bem de vocês fiquem fora do nosso caminho – avisou Julian – vamos lá.

 

O grupo de aventureiros liderados por Julian seguiu em frente, eles logo adentraram o castelo conversando sobre o que fazer, dava pra ouvi-los falar sobre explorar a parte mais profunda do castelo, onde certamente seria o centro de todo o mal que contaminava a região.

 

- O que vamos fazer agora? – perguntou Shepard meio nervoso.

- Não há muito o que fazer, se vocês estão de acordo vamos explorar o resto do castelo – sugeria Arik – de qualquer forma eu recebi esta missão do meu lorde e planejo cumpri-la.

- Isso seria ótimo, além disso eles insultaram a Mastela – dizia a maga Sanna – vamos explorar este castelo e mostrar quem é que manda aqui!

- Por favor não tomem decisões precipitadas – pedia Mastela – a situação mudou muito, não seria errado recuarmos.

- Ah não se preocupe, eu não deixarei que aquele maníaco encoste em você – dizia Arik confiante – pode não parecer mas eu sou um daqueles que protege a realeza, e hoje eu protegerei você!

 

Mastela gostou de ouvir essas palavras, mas ao mesmo tempo parecia que ele estava tentando conquista-la, uma ponta do seu ser achava aquilo meio ridículo, mas as boas intenções dele eram mais que suficientes, se um mago branco de tamanho status podia aceita-la então eventualmente o resto do mundo aceitaria.

 

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A exploração do castelo foi decidida da seguinte forma, já que o grupo liderado por Julian iria do térreo para baixo então o grupo do Arik iria do térreo para cima, isso seria muito bom para tentar encontrar tesouros e também para descobrir a história deste lugar.

Por isso eles passaram pelo pátio e depois seguiram para a grande porta dupla do castelo, com dificuldade conseguiram abri-la mesmo que o grupo do Julian passara por aqui antes, na verdade Arik suspeitava que eles deram a volta pra entrar por outro lugar, após entrar a completa escuridão dominava o interior, ao ponto dos raios de sol não irem nem alguns metros depois da porta ou das janelas.

 

- Parece a masmorra da Misty – comentou Mastela – levei duas semanas pra me acostumar a trabalhar no escuro.

- Shepard, consegue infundir magia de luz naquele lustre? – perguntou Arik apontando para o grande lustre no centro do salão principal.

- Acredito que sim, eu vou tentar – respondeu ele.

 

Shepard conjurou a magia e assim uma esfera de luz voou em direção ao lustre, ao se juntar a ele a grande luminária se acendeu iluminando todo o salão principal, assim tornou-se possível ver o que havia ali com segurança, a primeira coisa que notaram foi a escadaria que levaria ao próximo andar, passagens laterais e o quadro do que parecia ser o antigo lorde deste castelo, mas o quadro apresentava uma versão corrompida e desfigurada desse lorde.

 

- Parece que tudo aqui tá corrompido – comentou Tuniz – das pinturas às obras de arte e moveis.

- Dekue e Tuniz, eu vou precisar de algumas criaturas conjuradas – explicou Arik – podem trazer alguns lobos e alguns elementais da luz? O ideal seria um pra cada um de nós.

 

Assim como foi pedido os dois trabalharam juntos, Tuniz invocou 5 lobos mágicos enquanto Dekue invocou os elementais de luz, na verdade tratavam-se de 5 besouros do tamanho de gatos que emanavam luz dourada, após as invocações cada lobo e cada elemental da luz posicionou-se ao lado de um deles, Mastela mostrou-se um pouco incomodada com a luz mas felizmente não a estava ferindo, apesar de que o inseto dourado ousou em sua cabeça e de vez em quando a cutucava.

 

- Eu tenho que dizer que esses lobos não são muito melhores que lobos comuns – avisou Tuniz – no máximo são só um pouco mais fortes.

- Isso não é problema, o importante é que eles possam dar cobertura – explicou Arik – pode haver demônios fortes aqui dentro, mas também pode haver coisas fracas, nesse caso os lobos ajudam enquanto vocês conjuram magias.

 

A combinação dos elementais da luz com os lobos daria todo o apoio de que eles precisavam, assim o grupo seguiu para explorar as outras áreas do castelo, o objetivo era achar quartos e escritórios, talvez uma biblioteca contendo informações, qualquer coisa que ajudasse a identificar este lugar.

 

- E vamos torcer pra que os problemas fiquem lá embaixo – disse Sanna torcendo pra que não encontrassem nada terrível durante a exploração.

 

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- A gente vai morrer cara, eu sei disso! – dizia um dos aventureiros tremendo de medo – fizemos todos os clichês de história barata, nunca leu os livros que dizem pra gente não fazer esse tipo de coisa?

- Pela ultima vez Dera, cala essa maldita boca! – reclamou o outro – a gente não vai morrer aqui ok? Deixa de ser paranoico!

- Olha só, você acabou de soltar outro clichê: a incredulidade – insistia ele.

 

Dera tinha motivos pra estar nervoso, em dado momento o grupo foi dividido em dois para acelerar a exploração e cobrir uma área maior, ele foi veementemente contra isso alegando que o grupo completo já não era adequado pra isso, dividi-los só iria enfraquece-los ainda mais, mesmo assim Julian que estava no comando simplesmente ordenou a divisão, assim cada grupo de três seguiria por uma direção diferente.

 

- Temos um anjo do nosso lado, isso é mais que suficiente – respondeu o mago de combate que seguia na frente.

- Mais um clichê: confiança exagerada – disse Dera fazendo o outro lhe dar um tapa na nuca.

 

Julian invocou um anjo guerreiro para andar com esse trio, o anjo seguia na frente usando uma armadura com o brasão da ordem da luz, ele tinha a pele coberta por prata e sua espada estava em chamas brancas, como ele andava 5m a frente do trio era ele quem iluminava o corredor sombrio, mas cada um deles portava uma tocha magica, dera constantemente olhava pra trás pra ter a certeza que não seriam emboscados, ele era paranoico mas sobreviveu a muitos problemas assim.

 

- Tem inimigos a frente – avisou o anjo parando de andar.

 

Os outros aproximaram-se dele pra ver melhor, pelo corredor na direção oposta vinha um grupo de zumbis, todos usando armaduras enferrujadas e armas apodrecidas, o fato de estarem em um corredor anulava o perigo de ser cercado por eles, mas sem saber quantos eram podia ser que tivessem que lutar contra uma horda interminável.

O mago de batalha queria ter traçado uma estratégia pra lidar com os mortos, mas o anjo invocado não esperou qualquer ideia ou comando, seguindo seu instinto natural ele avançou contra os zumbis, retalhando-os com sua espada flamejante, os pedaços cortados caíam no chão e começavam a queimar, o fedor de carne podre queimando começou a encher o corredor.

 

- Hei, esse corredor não vai ficar cheio de fumaça não é? – perguntou o arqueiro preocupado.

- Eu espero que não, seria ridículo morrer intoxicado por um método tão idiota – respondeu o mago de combate.

- Hey! Eles estão vindo por esse lado também! – disse Dera que ouviu os gemidos vindos do outro lado.

 

O caminho por onde eles vieram estava cheio de zumbis também, dessa vez eles vestiam trajes de camponeses e carregavam enxadas e ancinhos, era um contraste bem incomum com o que encontraram agora a pouco, o anjo Metalizz parecia bem entretido retalhando e queimando os zumbis na frente, por isso cabia a esses três protegerem a retaguarda.

 

- {terra, ouça o meu desejo e mostre as suas presas} – conjurou o mago de combate – [Estacas Empaladoras]

 

Depois de conjurar a magia o mago bateu a mão no chão, logo depois disso houve um pequeno tremor e em seguida o chão logo a frente vibrou, depois disso estacas semelhantes a lanças saltaram do chão até uma altura de 2m empalando tudo que estava naquele espaço, os zumbis dentro do espaço foram empalados e imobilizados, e os que vinham logo depois não conseguiam avançar, essa magia era terrível em espaços apertados assim.

 

- Agora temos que decidir como limpar este corredor – dizia o mago de combate – poderia usar [bola de fogo] mas eu quero evitar sair explodindo corredores no subsolo.

- Eu também prefiro que não faça isso – dizia Dera – e por falar nisso, o nosso amigo ainda está se divertindo?

 

Os três olharam pro anjo pra ver como ele estava se saindo, como o barulho de luta tinha acabado era bem provável que ele já tivesse limpado o corredor, assim com essa ideia em mente a visão diante deles era meio absurda, o anjo parecia ter sido pego por uma gosma rocha recheada com a carne e ossos dos zumbis, estranhamente a gosma roxa tinha a forma de uma mão gigante, e a tal mão estava espremendo o anjo que se contorcia até virar uma pasta nojenta de sangue e prata liquida.

 

- Mas que porra é essa? – perguntou o mago de combate sem entender nada.

 

O anjo havia sido derrotado, por ser uma criatura conjurada mesmo que seu corpo seja destruído ele na verdade retornaria pro seu mundo natal, mas o fato dele ter morrido neste plano não mudava, significava que seja lá o que estivesse diante deles era mais forte que um demônio classe média.

 

- Estamos presos aqui! – constatou o arqueiro olhando o corredor tomado por zumbis e estacas.

- Eu sabia que isso ia acontecer! Eu sabia!! – gritou Dera desesperado.

 

A gosma rocha recheada de cadáveres avançou pelo corredor na direção deles, o arqueiro atirava suas flechas carregadas com relâmpagos, o mago de combate tentava uma conjuração mas estava nervoso demais com o avanço eminente, o outro que era mais como um ladino recuou imediatamente tentando achar uma brecha pra fugir, mas mesmo com fuga ou resistência os três foram englobados pela gosma roxa e adicionados a sua massa.

 

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- Que estranho, a conjuração do Metalizz foi desfeita – dizia Julian que sentiu em sua mente a magia se desfazer.

- O que isso significa? – perguntou o guerreiro do lado dele.

- Ou ele foi embora por conta própria ou foi derrotado – respondeu Julian – em todo caso isso não é um problema.

- Como assim não é um problema? Se ele foi derrotado significa que os outros...

- Não é um problema porque agora eu sei onde o inimigo está – respondeu Julian – então podemos parar de perder tempo aqui e ir até lá.

- E a possível morte dos nossos companheiros não significa nada pra você? – questionou o outro.

- Aventureiros aceitam missões em troca de dinheiro e gloria, eles sabem dos riscos – respondeu Julian – se não estavam preparados o suficiente a culpa é só deles.

 

Julian realmente não ligava para os aventureiros, pra ele eram simples mercenários contratados, gente que só trabalhava por dinheiro nem de longe merecia a mesma consideração que seus companheiros, na ordem da luz a fé na deusa da luz era o que os movia, entre eles a ligação era profunda e todos dariam suas vidas pela ordem.

Mas quando Julian se virou pra seguir na outra direção algo chamou a atenção dele, alguns esqueletos estavam de pé na entrada da sala, todos eles usavam armaduras apodrecidas e carregavam espadas ou lanças, mas um deles vestia uma armadura completamente negra, e ele também manejava uma alabarda impressionante, era o tipo de monstro que metia medo só de olhar.

 

- Acho que isso é um cavaleiro da morte, por que tem um assim aqui? – perguntava-se Julian – cavaleiros da morte só surgem em corrupções de nível superior ou maior.

- Está dizendo que tem um demônio superior aqui? Isso é demais pra gente! – reclamou um dos aventureiro.

- Isso é perfeito, se eu derrotar um demônio superior com certeza serei aceito como vice comandante – idealizava Julian com um sorriso vitorioso no rosto.

 

Julian imediatamente avançou contra o cavaleiro da morte, ele até ficou surpreso quando o morto-vivo bloqueou seu ataque facilmente, já os dois aventureiros foram cuidar dos esqueletos soldados, havia 5 esqueletos pra cada um deles, em situações normais isso não seria um problema, mas logo os aventureiros experientes sentiram a diferença.

 

- O que é isso? Esses esqueletos não são nada burros! – constatou um deles – estão lutando em formação e combinando seus ataques!

 

Assim como ele havia dito, os esqueletos com espadas e escudos estavam na frente bloqueando ataques, os com lanças estavam atrás tentando ataques diretos, não era o tipo de coisa que um morto-vivo faria normalmente, eles só agiam assim quando liderados por uma força maior.

 

- Vocês dois estão tendo problemas? – perguntou Julian – não há o que fazer, aproximem-se.

 

Os dois foram pro lado do Julian e este conjurou uma magia da luz sobre os três, com uma aura luminosa sobre seus corpos seu poder de ataque e defesa aumentaram, com tal proteção eles estavam mais confiantes pra enfrentar os mortos, e assim eles voltaram para a batalha.

O cavaleiro da morte tinha ataques pesados e mortais, mas Julian estava suportando bem, após receber o efeito da magia Julian conseguia causar danos mínimos só de trocar golpes com ele, certamente um golpe certeiro seria decisivo, por isso ele estava constantemente tentando forçar uma abertura.

Os outros dois estavam pouco a pouco eliminando os esqueletos, sob efeito da magia luminosa eles conseguiam romper a defesa organizada deles e contra-atacar com mais coragem, não demorou muito até que ambos conseguissem limpar os esqueletos e voltar sua atenção para o cavaleiro da morte.

 

- Vocês dois distraiam ele por algum tempo – pediu Julian – eu vou encerrar esta batalha com um único ataque.

 

Eles acreditavam que era possível, por isso arriscaram a vida detendo os ataques do cavaleiro da morte, com um deles atacando por trás e o outro pela frente mesmo este poderoso morto-vivo estava tendo problemas, mesmo assim seria só questão de tempo até ele matar ambos, enquanto isso Julian realizava a conjuração de sua magia.

A magia foi bem chamativa, um circulo magico surgiu acima do cavaleiro da morte e começou a liberar relâmpagos, os relâmpagos atingiam o cavaleiro e causavam enorme dano, ao mesmo tempo o envolviam para paralisa-lo, mesmo que o cavaleiro tentasse resistir ele estava sendo aos poucos queimado pela poderosa magia, Julian não deu nenhuma brecha para que o cavaleiro escapasse e conjurou mais um relâmpago mirando diretamente seu crânio, e assim as duas magias terminaram por fulmina-lo.

 

- Isso! Finalmente este infeliz caiu! – comemorou um dos aventureiros.

- Não é tão durão quanto ouvi falar – comentou Julian – só bastou uma magia do 5º nível, na guerra em Valice um desses apareceu e supostamente deu muito mais trabalho.

 

Enquanto ele dizia isso uma gosma roxa escorria por buracos na parede, a gosma se juntavam aos restos dos esqueletos derrotados e começou a junta-los numa massa só, depois de alguns segundos a massa se levantou numa forma humanoide, semitransparente com os ossos montando um enorme esqueleto, toda a estrutura se movia de forma desengonçada e logo lançou um ataque.

 

- Pro inferno com essa missão, ela tá ficando pior a cada minuto! – gritou um dos aventureiros.

 

O monstro gosmento lançou vários tentáculos atacando violentamente, aos poucos os três eram pressionados contar o fundo da sala, não havia nada que eles pudessem fazer para contornar esta situação.

 

********************************

 

- Isso! Bom trabalho vocês três! – disse Shepard vendo o grupo avançando pro ataque.

 

O grupo liderado por Arik havia chegado até o que parecia ser uma sala do trono, na verdade havia mesmo um trono ao fundo da sala e todos os trejeitos de ser como um castelo de uma família real, e no momento o grupo enfrentava alguns inimigos.

Os inimigos consistiam de esqueletos vestindo trajes de empregados, alguns poucos soldados e alguém que parecia ser um rei, não fazia sentido que um rei estivesse num lugar desses, mas Arik e os outros deixaram pra pensar nisso depois.

Na linha de frente Arik atacava junto com Sanna e Turiz, a garota combatendo com duas espadas era bem rápida e determinada, já o mago da natureza usava um bastão de madeira reforçado com magia, cada golpe que ele dava parecia que era uma marreta poderosa.

Os outros três estavam no meio do salão, além de lidarem com qualquer inimigo que aparecesse eles se mantinham fora da luta, o objetivo era poupar o máximo possível de Mana para um derradeiro confronto.

O verdadeiro segredo pro sucesso era o trabalho em equipe e os preparativos anteriores, com os elementais da luz os mortos-vivos ficavam mais fracos, os lobos geralmente mordiam suas pernas para imobiliza-los, e assim os combatentes conseguiam derruba-los rapidamente, desse jeito mesmo que a horda tivesse o dobro do tamanho eles ainda lidariam com ela facilmente.

 

- Finalmente terminamos – disse Sanna ao derrubar o ultimo esqueleto.

- Ótimo, agora podemos concluir esta tarefa – dizia Arik olhando pro trono no fim do salão.

 

Lá estava sentado um esqueleto usando trajes nobres, ele permaneceu sentado o tempo todo durante a batalha, mas agora se levantava e sacava uma espada, aquele homem usava as cores tradicionais da família real da região noroeste assim como a coroa.

 

- Mas por que o rei da região noroeste está aqui? – perguntou-se um dos rapazes.

- Não lembra dos documentos que achamos? Eles explicam que este forte foi usado pela família real durante a última grande invasão – respondia Mastela – enquanto comandavam a evacuação do povo desta região eles permaneceram aqui, mas o castelo foi cercado e atacado pelos demônios.

- Ah sim, então era isso – disse Dekue – quem diria que haveria algo tão importante aqui.

 

Enquanto isso o esqueleto do rei ia atacar Arik, este conjurou uma magia e um círculo de luz apareceu sob os pés do outro, quando um pilar de luz subiu toda a corrupção que sustentava o esqueleto foi desfeita e ele caiu no chão inerte, quando a luz subiu também varreu um pouco da corrupção ao redor deles deixando o ar um pouco mais fresco.

 

- Isso é tudo o que posso fazer pelo senhor – dizia Arik oferecendo uma prece – prometo que vamos lhe dar um enterro digno no palácio real.

 

Arik retirou algumas coisas de sua bolsa, a primeira delas foi um grande pano preto que magicamente se enrolou ao redor do esqueleto como uma mortalha, em seguida ele abriu uma pequena caixa magica, esta caixa absorveria um objeto posto diante dela e guardaria em seu interior, assim Arik poderia transportar o esqueleto sem problemas.

 

- Não mais nada para fazer aqui, e nenhum demônio apareceu – dizia Arik – não encontramos nada de valor, mas resgatar o corpo de um antigo rei já é uma conquista, todos nós podemos receber uma boa recompensa.

 

A ideia de que a missão estava completa trouxe grande alivio para todos, principalmente por não terem encontrado nenhum demônio neste lugar, assim eles reuniram tudo o que podiam pra levar e tomaram o caminho de volta, o grupo ia comentando sobre tudo que fizeram e como iam por isso no relatório para a academia, enquanto os via tão animados Arik se lembrava de quando ele mesmo passavam por estes testes.

 

- “Ah não, estou parecendo um velho pensando assim” – pensava Arik – “só faz três anos que saí da academia, não é como se fosse uma década ou duas pra já sentir saudades!”

 

O grupo andou de volta para a entrada do forte, ao chegarem na escadaria perceberam mais alguém, era Julian que estava no saguão sozinho e como se estivesse partindo do lugar, além disso o corpo dele estava coberto de ferimentos e queimaduras de ácido.

 

- Hei? O que diabos aconteceu com você? – perguntou Arik vendo-o todo detonado.

- Encontrei um demônio muito incomum, lutamos e eu acabei com ele – respondeu Julian.

- E onde estão os outros? – perguntou Arik olhando ao redor.

- Os que estavam comigo morreram, os outros não deram sinal ainda – respondeu Julian – julgando pela situação estão mortos também.

- Você deixou sua equipe inteira morrer!? – perguntou Arik perplexo com isso.

- Não deixei ninguém morrer, eles é que eram fracos demais pra esta missão – respondeu Julian – e não éramos uma equipe, eles simplesmente estavam trabalhando para mim.

- Isso está completamente errado! Mercenários ou não você os trouxe aqui, eles deveriam ser tratados como companheiros! – gritou Arik – a ordem da luz não dá valor algum a vida!?

 

Julian não deu bola para o que Arik disse, a ordem da luz se sacrificava para derrotar o mal, isso era mais proteção e amor pela vida do que qualquer outra pessoa poderia mostrar, na ordem da luz enquanto o mal pudesse ser derrotado todos os sacrifícios eram validos.

 

- Não me dê sermão quando você não fez nada – disse Julian – você esteve passeando por um jardim por acaso? Não encontraram nenhum problema?

- Do que está falando? Nós enfrentamos nossos perigos também – respondeu Arik – e até recuperamos o corpo do antigo rei desta região, isso sim é prioridade!

 

Julian até mostrou um rosto surpreso ao ouvir isso, quando ele ia perguntar por mais detalhes um som estranho foi ouvido, era o som de passos mas abafados por algo como se estivesse pisando em lama, todos voltaram a atenção na direção do sons e viram uma criatura gosmenta, era uma gosma roxa cujo interior parecia preenchido por um corpo.

 

- hunf! Você de novo? – disse Julian sacando sua espada – parece que eu não o destruí completamente da última vez.

- Esse é o demônio que você enfrentou? – perguntou Arik entrando em guarda – se ele fez tudo isso com você deve ser forte então.

- Não se anime, ele está bem menor do que da última vez – disse Julian – dessa vez vou acabar com ele com um golpe só.

 

A criatura gosmenta levantou a mão e um circulo magico se formou, Julian ficou tão surpreso que até perdeu o tempo de reação quando uma magia de bola de fogo foi disparada em sua direção, felizmente Arik estava do seu lado e pulando na frente usou o escudo pra bloquear o ataque, mas sem preparação antecipada a explosão mandou os dois pra longe, rapidamente os alunos a academia desceram a escadaria e se prepararam pra ajudar.

 

- O que está havendo? Ele não usava magia antes – dizia Julian atordoado.

- Por isso você foi pego de surpresa? Ainda bem que não lutamos com ele antes – dizia Arik – senão minha reação seria a mesma.

- Isso foi a [bola de fogo] do 3º nível – avisou Sanna – se isso é um demônio ele é pelo menos do nível intermediário.

- O que devemos fazer capitão Arik? – perguntou Shepard – vamos lutar ou recuar?

- Por mais que eu gostaria de evitar um confronto, deixar essa coisa solta seria um perigo – respondeu Arik se preparando pra lutar – se é um demônio você e eu devemos finaliza-lo, os outros serão o apoio, façam o possível pra não se machucarem.

 

Se a prioridade era não se machucar então eles evitariam o combate direto, Sanna não era muito boa em lançar magias contra os oponentes, por isso ela eletrificou suas duas espadas para o caso do inimigo se aproximar, Tuniz conjurou uma magia que criou tentáculos de madeira entre eles e o demônio para evitar sua aproximação, e Dekue invocou um elemental do fogo com a forma de um minotauro pra lutar diretamente.

 

- Use o elemental como vanguarda, os outros joguem tudo que tiver contra esse demônio – ordenava Arik – Shepard e eu iremos usar nossa magia pra...

 

Enquanto ele dava as ordens o demônio abriu uma enorme bocarra e cuspiu uma nuvem de miasma ácido na direção deles, a nuvem não era rápida demais mas cobriria toda a área quando se espalhasse, assim Mastela conjurou a magia de [absorver miasma] pra atrair toda a nuvem acida na direção dela, felizmente a garota concentrou todo o miasma numa esfera em sua mão.

 

- Eu não vou poder segurar isso pra sempre! – avisou ela – eu vou recuar e levar isso pro andar de cima.

- Obrigado Mastela, ficamos te devendo – agradeceu Arik – volte quando puder.

 

Mastela começou a subir as escadas como se estivesse carregando algo extremamente frágil e volátil, mas o demônio demonstrou um estranho interesse nela e foi em sua direção, os outros perceberam isso e começaram a atacar, Shepard lançou uma flecha carregada com magia do mesmo jeito que Varatane fazia, Sanna preferiu o combate direto avançando junto com o elemental do fogo, mas o demônio projetou vários tentáculos, ele podia atacar e conjurar magias simultaneamente e isso estava causando problemas a todos.

 

- Cuidado Mastela! Ele quer você! – gritou Dekue vendo que o avanço dele não podia ser contido.

 

Quando o demônio estava se aproximando dela Julian surgiu repentinamente perto dele, atravessando-o com sua espada banhada em luz dava pra ouvir um som abafado que parecia um grito e também fumaça saindo da gosma.

 

- A justiça foi feita – disse Julian satisfeito.

- Não acho que foi bem assim – disse uma voz próxima a dele.

 

A gosma roxa deixou o corpo que estava usando e voou na direção da Mastela, no lugar onde estava restara apenas o mago de combate que acompanhava Julian na missão, com o corpo todo ressecado como se estivesse sendo sugado por um parasita, já a Mastela viu a massa gosmenta indo na direção dela sem poder escapar.

A gosma pulou sobre ela e a envolveu, nesse meio tempo Mastela pegou a esfera de miasma que estava segurando e arremessou pro andar superior através da escadaria, o miasma explodiu lá corroendo o corredor mas felizmente sem descer as escadas, já Mastela se contorcia enquanto aquela massa negra parecia se apossar do corpo dela.

 

- Agora eu entendi por que ele não usava magia antes, pois estava possuindo corpos sem magia – dizia Julian – ela se apossou do mago em algum momento e por isso ficou tão poderoso, agora ele foi atrás de um mago negro disponível.

- Isso é mal, temos que salvar a Mastela! – dizia Arik.

- Salva-la? Isso é perfeito! – respondeu Julian – posso me livrar de duas desgraças ao mesmo tempo, ah bem, acho que isso seria uma forma de salvação.

 

A gosma que estava envolvendo Mastela como um casulo se abriu, em seu lugar apareceu uma Mastela com o corpo seminu (a maior parte da sua roupa dissolveu) e revestido por uma casca que lembrava uma armadura leve, ela tinha uma expressão cruel e um olhar maligno.

 

- Finalmente encontrei um corpo adequado, meu criador me largou aqui sem nada – dizia o demônio usando a voz da Mastela e examinando o corpo dela – ah como é lindo, um corpo feminino e jovem, e ainda por cima tem um tom de pele tão bonito...

- Aposto que você está arrependido de não ter deixado que eu cuidasse dela antes – dizia Julian olhando pra Arik.

- De forma alguma, não é ela quem está nos atacando agora – respondeu Arik em guarda.

- Oh sim, as memorias dessa garota me mostram muita coisa, o passado dela, o período na academia... ela é discipula de um arquidemônio!? Que demais! – o demônio estava bem empolgado com isso – mal posso esperar pra me encontrar com ela, tenho certeza que a Misty vai fazer de mim uma de suas servas!

 

Julian atacou com uma magia em forma de onda na direção da Mastela, o demônio possuindo o corpo dela saltou de uma forma que seria impossível para um humano e agarrou-se ao teto, depois disso ela pulou pro outro lado do saguão onde estavam os outros alunos, estendendo tentáculos de suas costas ela agarrou os três que logo sentiram o seu Mana sendo roubado aos poucos.

 

- Vocês são tão legais com uma maga negra, tratam-na como amiga e tal – dizia ela saboreando a refeição – não vão se importar de compartilhar suas vidas com ela não é?

- Solte-os agora! – ordenou Shepard apontando uma flecha pra ela.

- Vai atirar? Mesmo que seja magia da luz só vai conseguir matar a ela – avisou o demônio – eu posso usar qualquer um de vocês como hospedeiro até achar outro mago negro, embora eu prefira esta garota.

 

O demônio viu que Julian estava conjurando uma magia do outro lado do saguão, antecipando-se a isso ela conjurou uma bola de fogo muito maior que antes visando varrer os dois usuários de magia da luz, devidamente preparado Arik conjurou uma magia em seu escudo que projetou uma muralha de luz na frente deles bloqueando a enorme explosão que teria carbonizado os dois facilmente.

Com a magia bloqueada Julian aproveitou a brecha para lançar sua própria magia, ele já estava ficando sem Mana para usar e por isso apostou tudo num grande ataque de fogo branco purificador, a bola de fogo branco explodiu no chão e logo uma onda de fogo branco se espalhou pelo salão, magos brancos seriam imunes a este efeito mas todos os outros não, por isso Arik desesperou-se imaginando os alunos da academia queimados, mas por sorte ou não o demônio não ficou sem agir, conjurando uma magia dimensional ele invocou algo semelhante a um buraco negro que sugou todo o fogo pra dentro dele.

 

- Você é mesmo implacável, ia matar todos os meus lanches – reclamou o demônio.

- Droga, ela tem acesso as magias de quem está se alimentando? – praguejava Julian furioso e frustrado.

- Isso mesmo, meu criador me fez justamente para lidar com magos como vocês – respondeu o demônio – embora eu seja só um experimento que não deu muito certo, o produto final deveria ser muito melhor.

- Sem chance de que eu deixe um monstro como você sair daqui! – gritou Julian decidindo atacar diretamente com sua espada.

 

Usando magia do combate o demônio conjurou uma espada larga, em um rápido combate ele sobrepujou Julian que em pouco tempo ficou caído no chão, com a lâmina apontada para sua cara ele esperava o golpe mortal enquanto o demônio apenas sorria pra ele com deboche.

 

- Você queria matar a minha hospedeira antes, então é justo que eu a use para me livrar de você – disse o demônio – vocês da ordem da luz são hipócritas que só se importam com sua ideologia, não ligam para as pessoas de verdade.

 

Quando o demônio ia desferir o golpe Arik bloqueou com sua espada, depois eles começaram a trocar golpes enquanto ele defendia com seu escudo, o demônio parecia estar se divertindo com essa luta.

 

- Já você eu meio que chego a respeitar, trata essa garota muito bem – dizia o demônio lutando – não tem preconceito contra magos negros? Isso é novidade pra mim!

- Eu já tive, eu era um completo idiota alguns anos atrás – respondeu Arik enquanto lutava – até que um mago negro foi uma pessoa muito melhor que eu, até chegou a me perdoar e me tratar como amigo depois que eu o humilhei.

- hahahahahha eu estou vendo aqui, que mago negro incrível deve ser esse Darch – dizia o demônio se divertindo – quando eu acabar com todos vocês irei procura-lo também!

 

Enquanto trocava golpes Arik conjurou o poder especial do seu escudo, ele criou uma pequena onda de impacto que empurrou e desequilibrou o demônio, com esse movimento Arik aproveitou pra cortar os tentáculos que prendiam os outros alunos, quando eles caíram no chão Arik atacou para afastar o demônio, enquanto isso Shepard correu até eles e usou magia branca de purificação pra desintegrar a gosma roxa, os três estavam pálidos como se estivessem desnutridos, provavelmente estavam com seu Mana nas ultimas.

 

- Leve os três pra longe daqui Shepard, eu vou cuidar da Mastela – gritou Arik – não se preocupe em voltar pra me ajudar, se eu não conseguir vencer salve os três!

- Sim senhor! – respondeu ele compreendendo que não podia fazer muita coisa.

 

Ele saiu correndo carregando Sanna nas costas, mais tarde voltaria pra buscar os outros, enquanto isso Arik lutava contra Mastela que continuava possuída pelo demônio, este modificou a gosma que revestia os braços dela pra transformar em duas grandes lâminas curvadas como foices.

 

- Eu já me alimentei bastante, não vou perder pra vocês – dizia ele – quando me livrar dos obstáculos estarei livre pra sair pelo mundo, aposto que meu criador vai ficar surpreso quando me ver!

 

Durante a troca de golpes o demônio conseguiu fazer o escudo do Arik voar longe, em seguida foi um golpe superficial na barriga, apesar da armadura ter bloqueado a maior parte ele ainda foi ferido, com a barriga sangrando ele ficou de joelhos no chão.

Enquanto o demônio se preparava pra decapita-lo Julian atacou por trás, mas o demônio já esperava por isso e projetou tentáculos das costas amarrando-o, depois perfurou sua perna fazendo-o gritar.

 

- Você eu vou matar bem devagar, seu nojento hipócrita – dizia o demônio – aposto que minha hospedeira vai gostar de ver isso.

- Vai sonhando vagabunda! – disse Mastela.

- Espera, o que você pensa que tá fazendo? – perguntou o demônio.

 

Arik assistiu uma cena que seria engraçada se não fosse a situação tensa, Mastela parecia estar discutindo com ela mesma, enquanto seu corpo parecia imóvel ela batia boca consigo mesmo alternando entre ela e o demônio que tomava seu corpo.

 

- Sua garota tola, o que pensa que está fazendo lutando contra mim? – perguntou o demônio furioso.

- Eu já fui possuída pela Misty uma vez, você é nada perto dela – respondeu Mastela – e nem fudendo que vou deixar você fazer o que quiser com o meu corpo, saia logo seu parasita!

- Eu esperei 200 anos pra voltar a este mundo, não vou perder pra uma pirralha humana que não sabe o seu lugar – respondeu o demônio.

- O seu lugar é bem longe de mim, sai parasita! – gritava Mastela com a mão no pescoço.

 

Ela começou a se contorcer como se estivesse com dor e lutando contra si mesma ao mesmo tempo, no meio dessa luta ela largou Julian que caiu no chão perto do Arik, os dois assistiam a garota gritar e praguejar enquanto continuava com seu estranho dialogo.

 

- O que diabos está havendo com ela? – perguntou Julian.

- Não é obvio? Mastela está lutando contra o demônio – respondeu Arik – sem a sua resistência aquele demônio já teria nos matado.

- E por que ela faria isso? Claramente ela ficou mais poderosa agora – questionou o outro.

- Você é retardado ou o que? Eu já expliquei que Mastela não é má e nem perigosa! – disse Arik – ela é uma garota inocente, maltratada pelos outros só por nascer com Mana das trevas, ela se esforça todos os dias pra se tornar uma grande maga pra ajudar os outros, assim como o rapaz que a inspirou.

 

Mastela continuava lutando pra recuperar o controle do corpo, a gosma roxa que estava solidificada como uma armadura estava perdendo sua forma, mas Mastela estava começando a sangrar por varias partes do seu corpo, provavelmente ela não duraria muito se essa disputa interna continuasse.

 

- Senhor Arik, por favor me ajude – pedia ela com uma voz sofrida – purifique esse demônio, é o único jeito de acabar com isso!

- Sua idiota! Se ele fizer isso você vai morrer também! – gritou o demônio usando a boca dela – a magia negra faz parte de você, não pode ser purificada sem matá-la!

- Isso não importa! Eu jurei que ia ser uma maga negra da qual todos se orgulhariam, igual ao Darch – respondeu ela – eu não vou deixar você prejudicar os outros usando o meu corpo!

- Por que se importar com os outros? Juntas poderemos reinar neste mundo! – argumentava o demônio – a próxima grande invasão está chegando, só os demônios e os magos negros vão prosperar neste mundo!

- Eu não quero um mundo onde eu não tenha amigos e família! – respondeu Mastela – senhor Arik, não perca tempo, eu não vou poder segura-lo muito mais!

- Eu entendo, vou me responsabilizar por você – dizia Arik – se você morrer eu irei acompanha-la.

- Por que você iria tão longe por uma maga negra? – perguntou Julian.

- Porque ela é uma companheira, e se eu não posso salvar uma companheira não sirvo pra ser guarda-real – respondeu Arik sério – vou apostar minha vida e determinação nisso!

 

Arik conjurou o [círculo de purificação] abaixo da garota, o demônio vendo o que viria lutava pra reassumir o controle do corpo e fugir dali, mesmo assim Mastela usava todas as suas forças pra manter o que restava de controle e prende-lo ali, quando o circulo ficou completo um pilar de luz subiu queimando a massa gosmenta roxa, Mastela gritava pois as partes que queimavam afetavam ela também, era como estar sendo tocada por brasas.

Quando a luz se desfez Mastela caiu no chão com muitas queimaduras, o que sobrou do seu uniforme se desfez, Arik rapidamente correu até ela e pegou sua capa pra enrolar no corpo dela como um vestido improvisado, ele só tinha Mana pra curar os ferimentos mais sérios e estabiliza-la, mas ele estava preocupado com o corpo dela ficar desfigurado com queimaduras.

 

- Você viu isso? A garota que você queria matar estava disposta a se sacrificar pra proteger os outros – dizia Arik olhando pra Julian seriamente – enquanto que eu estou me segurando pra não socar sua cara até arrebentar seus dentes.

- Tire-a desta região, se os outros membros da ordem aparecerem não vão poupa-la – dizia Julian levantando e mancando – e quando ela acordar diga-lhe pra desistir da magia negra e ir pra uma fazenda ou sei lá o que queira.

 

Julian tomou o caminho da saída passando por Shepard que voltava pra buscar os outros companheiros, o rapaz não entendia o que aconteceu mas supôs que a batalha havia acabado, ele então foi chamado por Arik pra usar tudo que lhe restava de magia pra curar Mastela, hoje ela foi a heroína.

 

****************************

 

- Parece que ela está acordando – comentou uma voz feminina.

 

Mastela abriu os olhos e viu a enfermaria da academia arcana, ainda atordoada ela notou que todo o seu corpo estava enfaixado, havia também alguns selos colados ao seu corpo em lugares que ainda doíam muito, a voz que ela ouviu antes era a maga natural que atuava como chefe da enfermaria.

 

- Que bom que acordou, estava muito preocupado – disse Arik que se aproximava.

- O que aconteceu? – perguntou ela confusa.

- Você parece estar confusa, eu vou explicar o que aconteceu assim como expliquei ao senhor Ardof – disse Arik sentando ao lado dela.

 

Arik só precisou relembrar Mastela sobre a missão de busca, ao fazer isso a memoria dela voltou até o ponto onde foi possuída pelo demônio gosmento, depois disso Arik foi contando os poucos eventos que aconteceram depois, de como ela lutou contra o controle do demônio e como ajudou a destruí-lo no fim, após isso teve o fato de Arik entrar em contato com a academia arcana e uma equipe de resgate vir busca-los.

 

- Eu pedi permissão ao meu lorde para que ficasse aqui até você acordar – terminava Arik – como resgatamos o corpo de um rei desaparecido meu lorde vai ganhar uma boa recompensa, então todos saímos ganhando.

- E como estão os outros? – perguntou ela preocupada.

- Shepard está bem, os outros três ganharam uma semana de folga pra se recuperarem – explicou Arik – nenhum deles sofreu males maiores, e você também ganhou uma semana de folga pra se recuperar.

- Supondo que a Misty me dê esses dias de folga – respondeu ela pensando no mau humor da sua mestra.

- Sobre isso não precisa se preocupar, ela está estranhamente animada depois do retorno de vocês – comentou Ardof chegando – após ouvir sobre o que vocês fizeram, ela disse algo como “o imbecil falhou de novo”

- O imbecil? De quem ela está falando? – perguntou Mastela confusa.

- Não sei, mas se ela está curtindo é bom pra você – disse Ardof – descanse e se recupere, a regeneração está lenta mas você deve sair daqui amanhã, quando sua folga acabar eu quero um relatório completo sobre sua possessão, isso pode ajudar de alguma forma no futuro.

- E sobre aquele cavaleiro da ordem da luz? – perguntou Mastela.

- Aquele idiota? De alguma forma ele também ganhou créditos por nosso sucesso, dá pra acreditar? – dizia Arik – tentando te matar só por ser uma maga negra, se eu tiver uma chance vou relatar isso ao imperador!

- Mas eu fiquei muito feliz por você me defender – dizia ela – no começo todos pegavam no pé, as coisas só melhoraram no 2º ano.

- Felizmente o Darch quebrou o tabu sobre magos negros aqui – disse Arik – mas você é uma ótima garota, eu vou lhe proteger sempre que precisar.

- Acho que isso vai me dar mais motivação para me formar – disse ela feliz.

- Eu virei assistir sua formatura – disse ele passando a mão na cabeça dela.

 

Arik ainda conversou com ela um pouco mais, depois disso ele disse que tinha que voltar ao seu dever, deixando a enfermaria Arik falou com Ardof e depois foi enviado para a região noroeste, na enfermaria Mastela pensava sobre essa missão e o quanto teve sorte de encontrar o Arik, sem ele talvez todos estivessem mortos agora.

Mas ela estava mesmo era orgulhosa de si mesma, enquanto estava possuída um monte de sentimentos negativos inundaram sua mente, ela assistiu ao Julian ser espancado e estava gostando disso, mesmo assim quando o viu a beira de ser morto ela pôs sua vontade em impedir isso, foi praticamente a prova de sua vida em superar qualquer lado maligno que tivesse.

 

*****************************

 

- Ah que bagunça – disse uma figura usando um manto largo entrando pela porta principal.

 

A figura coberta pelo manto entrou no castelo que estava ainda com a corrupção no ar, atrás dele vinha um ser deformado todo negro carregando uma lança, ele olhou ao redor como se estivesse avaliando tudo, depois suspirou decepcionado.

 

- Mestre Eidos, o que viemos fazer aqui? – perguntou o demônio de classe baixa.

- Na última grande invasão eu soltei um protótipo para um teste – respondeu o arquidemônio retirando seu manto – eu não esperava que este castelo se tornasse uma zona perdida naquele dia, atrasou minha pesquisa.

 

Eidos sentiu que este castelo tinha emergido neste plano novamente, por isso veio conferir o resultado do seu experimento, mas quando chegou soube que o lugar já tinha sido explorado, em breve uma legião da ordem da luz viria pra limpar o lugar de vez, por isso ele queria ver se encontrava algo útil, olhando pro chão tudo o que ele encontrou foi um resto insignificante do demônio gosmento que ele pegou em sua mão.

 

- Não tenho nada a reclamar da sua capacidade de combate, está no nível de um demônio alta classe – analisava Eidos com o que sobrou da gosma na mão – o problema é sua durabilidade e eficiência, gasta Mana demais e precisa constantemente de hospedeiros, não é prático pra produção em massa.

- hehehehe e qual é o problema disso? Hospedeiros não são um problema neste mundo – dizia o outro demônio.

- Você se engana, mesmo que hospedeiros sejam dispensáveis não é eficiente, é uma fraqueza – respondeu Eidos – o objetivo é criar uma tropa de elite sem fraquezas, este protótipo foi um fracasso.

 

A massa negra se remexeu na mão dele como se soubesse o que viria a seguir, Eidos simplesmente o esmagou e assim a massa gosmenta caiu no chão ressecando e morrendo, Eidos não precisava de um protótipo que além de falhar demorou séculos pra mostrar resultado.

 

- Experimento “soldado parasita” se mostrou uma falha, descartando o projeto – dizia ele anotando algo em um caderno.

 

Eidos se cobriu com o manto novamente e tomou o caminho da saída, o demônio deformado o seguiu logo atrás, ele odiava perder tempo com coisas que não prestavam, e sair dos seus projetos para verificar este foi uma verdadeira perda de tempo, Eidos lembrou de anotar que precisava de novas cobaias pra seus experimentos, estava na hora de fazer uma colheita em algum lugar.

 

- Não é fácil achar ratos de laboratório que durem o suficiente – disse ele frustrado – ainda bem que humanos não faltam por aí.

 

 

Continua.


Notas Finais


Imagens dos personagens, criaturas e outras coisas serão postadas aos poucos na minha pagina, inclusive artes novas.
.
Na imagem da capa temos os esboços feitos por um curtidor, este esboço mostra Darch, Ryna e Reina, pois o objetivo é fazer imagens originais para todos os personagens da fic.
Para isso eu estou pedindo a colaboração de todos vocês, pra termos os desenhos completos e bem acabados o artista naturalmente pedirá pela comissão dele, estou arrecadando a verba para contrata-lo em definitivo, como podem ver os esboços já são bonitos, e a arte final ficará ainda melhor.
Quem quiser contribuir pode depositar o dinheiro na conta abaixo, é uma conta poupança da caixa que depois repassarei para o artista, quando ele for contratado vocês poderão acompanhar o progresso da arte em minha página do facebook.
.
— nome: Lenielson Santos.
— agencia: 3532
— operação: 013
— conta: 0028509-1
.
Qualquer duvida entrem em contato comigo, qualquer valor será bem-vindo e não será desperdiçado.


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