História Herdeiros da Magia - Especial 03 Dia de Festa.

Especial 03 – Dia de Festa.

(Um Mês Depois)

- Oh, finalmente chegou – dizia Reina – já estamos prontos pra partir.

- Estava pensando no que levar, o Darch não gosta de nada extravagante – dizia Ryna com um pacote em mãos.

- Vejo que a Ryna está te explorando de novo Arik – comentou Reina vendo Arik do lado da prima.

- Bem, é mais divertido do que fazer a guarda de nobres – respondeu ele acenando pra Reina.

- Pelo visto terei que relatar ao capitão sobre sua conduta – disse uma mulher um pouco atrás deles – tratando a guarda da princesa como diversão.

- n-na-não fo-i isso que eu quis dizer – dizia Arik nervoso – é só que é mais fácil trabalhar com amigos do que...

- Também entenda que relacionamentos pessoais não são permitidos – avisou a mulher severamente – ela não é mais sua amiga e sim sua princesa, deve dedicar 100% de sua atenção a isso!

- Está é a minha nova chefe da guarda, a Sairene – apresentava Ryna quase revirando os olhos – como pode ver ela não me dá uma folga.

- Eu recebi instruções do capitão e de vossa majestade, que se necessário deveria arrasta-la pelo cabelo – respondia Sairene – então compreenda que não tirarei os olhos de você enquanto estivermos fora.

Ryna suspirou e deixou os ombros caírem, desde suas ultimas fugas que ela não tinha mais sossego e liberdade, a nova chefe da guarda era muito diferente de Teresa que lhe deixava fazer tudo que queria, Ryna então prestou mais uma oração pra sua amiga que se foi e lhe fazia muita falta.

- Bem, sempre se paga pelo que se faz, você agora tem uma babá severa e eu agora estou aprendendo a ser princesa – dizia Reina – vamos fugir antes que nossos pais mudem de ideia.

Havia uma comitiva preparada, uma carruagem de luxo escoltada por 10 dos melhores cavaleiros sob comando da Reina, até mesmo um cavaleiro do céu montado em grifo fazia a vigilância aérea, graças aos cavalos mágicos a viagem foi duas vezes mais rápida e só levou algumas horas, assim a comitiva chegou ao território do novo lorde destas terras, a vila já estava completa e 60% ocupada, também já tinha campos preparados para plantação e pastos com algumas vacas.

Quando a comitiva chegou muita gente apareceu nas ruas curiosas, uma carruagem tão bonita escoltada por cavaleiros era uma visão que normalmente plebeus não tinham, quando a carruagem parou em frente a mansão do lorde todos assistiam de longe, duas mulheres muito lindas desciam escoltadas por cavaleiros, só levou alguns segundos para que o lorde aparecesse para recebe-las, e todos se perguntavam quem havia chegado.

- Da próxima vez avise antes, eu vou fazer o pessoal estender um tapetão vermelho – brincava Darch.

- Afiado como sempre – disse Reina rindo – já se acostumou a sua posição de lorde de terras?

- É igual a minha vida passada, só um pouco maior – respondeu ele – oi Arik, a Mastela estava me falando de uma aventura com você.

- Ela já chegou? O que ela disse? – perguntou ele meio vermelho.

- Veio junto com a Inuka, a Varatane também já chegou – respondeu ele.

- Imagino que ela tá aqui desde manhã cedo – Reina desferiu um olhar pra Ryna que sorriu também.

- Bem, vocês devem estar cansados da viagem, podem entrar e relaxar – convidava Darch.

- Então se me permite inspecionar... – dizia Sairene.

- Não precisa inspecionar, ninguém aqui é perigoso e ninguém sabia que eu viria pra cá hoje! – gritou Ryna – sei que é seu trabalho e você leva muito a sério (até demais) mas aqui só tem amigos!

- Muito bem, mas ainda estarei ao seu lado – disse a mulher um pouco surpresa pelo tom de voz da Ryna.

- Você é a nova babá dela? Vai ser dureza mas aguente firme – disse Darch – eu quase a levei dentro de um saco de volta pra casa quando ela foi atrás de mim.

- Vou anotar sua sugestão – respondeu Sairene cumprimentando – obrigado pela recepção lorde Darch Vilmont.

- Pelo amor dos deuses, nunca mais me chame assim – pedia Darch fazendo uma cara horrível – levei uma semana só pra me acostumar com esse sobrenome!

Darch convidou todos pra entrarem, logo no salão de recepção todos os servos da mansão estavam alinhados, com uma saudação organizada e respeitosa eles cumprimentaram os recém-chegados, Cicero tomou a frente e cumprimentou todos em nome dos empregados, Ryna reparou que havia duas meninas e dois meninos usando uniformes, Darch explicou que eram filhos de alguns moradores, ele contratou pra que tivessem um emprego, estavam aprendendo a lidar com isso mas já se viravam bem.

- Esse cheiro vem da cozinha? – perguntou Ryna como se estivesse farejando.

- É difícil manter a Inuka longe da cozinha – respondeu Darch – logo o almoço ficará pronto.

Darch convidou todos para o almoço, logo Varatane apareceu e foi até Ryna abraça-la e cumprimentar os outros, enquanto isso os servos poriam a mesa para os convidados.

Darch criou a rotina de comer com os servos, como ele não tinha família ainda era muito solitário comer sozinho naquela mesa enorme, os servos relutantemente aceitaram mas depois se acostumaram, mas hoje com visitas todos voltaram ao esperado, Darch na cabeceira da mesa com seus convidados próximos, Inuka veio logo trazendo um carrinho de comida e sentou-se também para comer, era uma refeição maravilhosa.

- Kuzoha avisou que não poderá vir, parece que algo aconteceu no país dela – informava Darch – os outros confirmaram que vem, como Jinshu está no Oeste ele vai se juntar ao Emílio.

- A Emadora estava no centro, ele já deve estar chegando – comentou Reina – faz um bom tempo que não vejo aquela maluca, o que ela andou aprontando?

Darch riu sem graça lembrando do incidente que teve com ela, ele imaginava como os outros iriam reagir se descobrissem o lado obscuro dela, por isso Darch não falou nada sobre o assunto, as vezes não saber é melhor pra todo mundo.

- Eu estou mais interessada nos jogos mágicos mês que vem – dizia Ryna – eu farei questão de assistir, afinal a Mastela vai participar.

- n-na-não tem nada definido ainda, é o senhor Ardof quem decidirá – ela estava bem envergonhada.

- E perder a chance de usar um mago negro? Aposto que muitas escolas gostariam de ter um pra usar agora – dizia Ryna – as coisas estão mudando Mastela, em breve magos negros não serão mais criminosos.

- Eu posso atestar como faz diferença – dizia Arik do outro lado da mesa – você me ajudou muito naquela missão, se nosso imperador fosse mais flexível já teríamos magos negros entre nossos escolhidos.

- Apesar dos problemas que passamos eu me sinto nostálgica – comentava Varatane – você vai assistir aos jogos este ano?

- Eu pretendo, e agora que sou nobre tem lugares bem legais pra assistir – comentou Darch brincando – eu posso te levar como minha acompanhante se quiser.

- Mas é claro que eu quero! – respondeu ela sem controlar a empolgação.

Os outros riram da empolgação infantil dela, Varatane ficou toda murcha na cadeira vermelha de vergonha, a verdade é que ela não tinha que esconder sua relação com o Darch, mas ainda assim era como se fosse algo que não podia mostrar em público.

- E falando nos jogos mágicos, quando será que nosso time vai se reunir? – perguntava Darch olhando pro relógio na parede.

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- Creio que seja aqui – dizia Jinshu enquanto todos passavam pelo portal.

A cena inusitada não foi vista por ninguém ainda, um portal se abriu no céu e por ele passaram dois wyvern azuis, montados neles estavam 4 pessoas, em um deles Jinshu e sua esposa, no outro estavam Karias e Emílio, assim que passaram completamente pelo portal as duas feras aladas bateram asas e seguiram em frente.

- “depois de sair de Hiriste (capital nordeste) siga direto pro Norte, após 300km chegará ao local” – dizia Emílio repetindo as instruções que deu a ele – eu já estive lá afinal, acho que é mais fácil achar daqui de cima.

Eles usaram a magia de [portal] duas vezes e em cada vez percorreram cerca de 80km, entre cada utilização eles percorreram uma boa distância para ter certeza de onde estavam, afinal sem marcações ou sinalizações magicas viagem dimensional era complicado e arriscado, um mago que tentasse ir além dos seus limites poderia acabar perdido entre as dimensões.

Depois da viagem eles estavam sobrevoando uma vila com uma bela mansão em seu território, Emílio confirmou que aquele era o lugar e os wyvern começaram a descer, as pessoas que estavam trabalhando viram as feras e se assustaram, correndo pra suas casas enquanto os poucos guardas vinham verificar o que estava acontecendo, os dois seres dracônicos pousaram no centro bem perto da mansão, onde Emadora estava acenando pra eles.

- Vocês não falham em causar estardalhaço – dizia a outra rindo – oi pessoal, já faz um bom tempo não é?

- Olá Emadora, é um prazer revê-la – dizia Jinshu saltando do wyvern – conheça a minha esposa Sashira.

- Oh! Finalmente arranjou uma, como anda a lista? – perguntou Emadora – já colocou o meu nome nela?

- Você nunca fez o meu tipo – respondeu ele.

- Ui, agora eu sei como isso dói – disse ela suspirando.

Nesse momento o grupo que estava dentro da mansão veio receber os recém-chegados, ao ver seu senhor vindo as pessoas ficaram bem mais calmas, Darch sinalizava para Jinshu que entendeu a mensagem, e assim ele desfez a invocação dos wyvern, quando os dois pequenos dragões sumiram as pessoas puderam respirar aliviados.

- Oi gente! Ah olha só, a Emadora está aqui também – dizia Ryna animada – só faltou a Kuzoha.

- Acabei de chegar, é um prazer rever todo mundo bem – dizia Emadora cumprimentando Ryna.

- Tem algo diferente em você – comentava Reina analisando-a de cima a baixo com um olhar desconfiado.

- Pelo cheiro eu não diria que é uma impostora – comentou Jinshu – mas ela nunca teve um cheiro que agradasse o meu olfato.

- Ouch! Você não para de me dar facadas não é? – reclamou Emadora.

- Eu estou mais interessada nesta dama aqui – dizia Ryna aproximando-se – eu ouvi falarem que o Jinshu tinha arranjado uma esposa, eu tive medo que ele tenha te espancado e levado pra caverna.

- O que aconteceu não foi muito diferente do que tinha imaginado, mas a família dele é legal – respondeu Sashira – e ele adotou meu filho, não tenho como agradecer a ele por isso.

- O menino tem potencial – respondeu Jinshu.

- Mas é verdade que a senhora é a princesa do reinado? – perguntou Sashira – se for peço perdão por qualquer desrespeito.

- Eu sou sim, mas isso é irrelevante aqui – respondeu Ryna – não tenho preconceitos, e sendo esposa do Jinshu é parte do nosso círculo também.

Ryna foi até Sashira e a cumprimentou apertando sua mão, era um sinal de que ela não tinha nojo de mestiços como a maioria dos nobres, embora Jinshu já havia dito como era a princesa do reinado, de uns 5m atrás a guardiã Sairene observava tudo com um olhar severo, Ryna até sentia esse olhar perfurando suas costas.

- E então senhor Darch? Como vai a vida de nobreza? – provocou Emílio.

- Me fazendo sentir falta de ser plebeu – respondeu ele com bom humor.

- Não se preocupe, vou te introduzir a alta sociedade, fazer você popular – brincava o outro – me siga e em um mês você vai estar cheio de pretendentes na sua porta.

- Não vamos apressar as coisas – dizia Ryna com um tom sinistro.

- como eu faço pra me tornar uma nobre também? – perguntou Varatane no ouvido da Ryna.

- Você já tá no caminho certo, é só ficar rica, comprar umas terras e arranjar gente pra te servir – respondeu a outra no mesmo tom – e conquistar a simpatia dos outros nobres, eu arranjo isso pra você.

Quando muitos curiosos apareceram Darch convidou seus amigos para conhecer seu território, ele pediu alguns cavalos já preparados enquanto Jinshu invocava alguns corcéis mágicos, o que já tinha chegado antes dispensaram o passeio e se voluntariaram pra ajeitar tudo pra festa, depois que o grupo se foi os outros foram para a mansão, Inuka por outro lado observava do telhado da mansão com um sorriso de quem ia aprontar muito, especialmente pelo colar que ela estava usando, que brilhou com uma aura negra.

- Muito bem cachorrinha, vamos tornar a festa mais interessante – dizia a voz da Misty saindo do colar.

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- Então é isso, essa é uma festa entre amigos, totalmente despretensiosa – dizia Darch para os servos da mansão – tirem o resto do dia de folga, nós vamos nos virar até amanhã.

- Tem certeza que não precisa de alguém pra servir os convidados? – perguntou a chefe das empregadas.

- Claro que tenho, queremos privacidade – respondeu ele – os soldados da Reina vão se juntar a guarda do lado de fora, a Inuka cozinha e nós mesmos nos servimos, divirtam-se e não voltem até amanhã.

Meio relutantes os servos pediram licença e se retiraram, Cicero ainda queria ficar na mansão para estar por perto caso fosse necessário, mas acabou que até ele foi dispensado, quando eles se foram Darch voltou para o salão de festas da mansão, um salão grande o bastante para caber umas 30 pessoas com espaço de sobra, lá havia uma grande mesa cheia de comida e bebidas, alguns sofás e cadeiras, bem como uma lareira já acesa e com alguns espertos com carne assando.

- Como eu disse, será só nós aqui, não há perigo algum – insistia Ryna – até porque o Arik está aqui também, e o Darch que já derrotou até um arquidemônio, eu estou perfeitamente segura!

- Minhas ordens foram de não deixa-la longe da minha vista, e é o que pretendo fazer – insistia Sairene.

- Você não usou aquela irritante marca em mim? Você pode teleportar pro meu lado ou me puxar pro seu a qualquer momento – Ryna estava quase com uma veia estourando na testa – tudo o que eu quero é privacidade pra curtir com meus amigos, pois em breve não vou ter tempo pra nada.

- Muito bem, eu confiarei que você não vai fazer nada improprio – dizia a outra – mas eu estarei monitorando tudo o tempo todo.

- Tá tá, agora vai logo! – pedia Ryna praticamente a empurrando para a porta.

Ryna a levou até a porta e a fechou depois que Sairene saiu, pela janela lateral ela viu que a guardiã foi até um dos bancos de pedra do jardim e ficou lá sentada olhando pra mansão, Ryna rosnou furiosa com a insistência dessa mulher.

- Você tá muito ferrada – comentou Darch entregando um copo de suco pra ela.

- Dá pra acreditar? Ela pôs um selo de localização em mim!! – esbravejava Ryna – ela pode me rastrear e se teleportar até onde estou!

- Eu estou surpreso é por não terem feito isso antes – brincou Darch.

- Hun... que suco é esse? – perguntou Ryna após provar um pouco.

- É produto local, estamos testando combinações de frutas – respondeu Darch – encontrar algo exclusivo pra vender.

- Isso tá muito bom, vou querer uma garrafa enorme para a Riena – pedia Ryna.

- Eu não recomendo, tem um pouco de álcool – avisou Darch achando engraçado – bom, é o suficiente pra fazer um menino de 10 anos ficar bem animado.

- Vocês já testaram não é? – perguntou Ryna com os olhos afiados nele.

- Invadiram o deposito – Darch se virou como se fosse fugir dela.

- Bem, agora que estamos livres vamos ao que interessa – sugeria Emílio – creio que todos trouxeram um presente não foi? Vamos dar ao novo senhor aqui.

- Apenas pare com essa droga de senhor – pedia Darch com um olhar mortal apontado pra ele.

As provocações continuaram mais um pouco mas depois pararam, era hora de entregar os presentes, a primeira foi Emadora que ofereceu um livro sobre um filosofo adepto da magia negra, depois Varatane que deu uma varinha com magia de cura pra ele usar em necessidades, Jinshu e Sashira deram uma pequena garra de dragão ornamentada.

- Eu já tenho aquela escama do Aesty, a espada do Dasugard e agora isso? – brincou ele – daqui a pouco eu vou ter um dragão completo em casa.

- Então eu espero que o meu presente seja mais do seu agrado – dizia Emílio puxando uma joia.

Da joia saiu um grande piano completo e refinado, Darch deu uma boa risada e sentou na frente dele como se estivesse experimentando, o pessoal pediu para ele tocar algo mas Darch obviamente não sabia tocar nada, a melodia que saiu parecia um grito de agonia no inferno.

- Ok, quando meus ouvidos pararem de sangrar podemos continuar? – brincou Ryna.

- Eu imaginei que alguma coisa pudesse acontecer, por isso eu trouxe esse colar – dizia Arik mostrando a peça – é meio brega mas ele neutraliza corrupções leves, pode servir pra ajudar alguém.

- E é um ótimo presente – dizia Darch aceitando o colar posto numa caixinha.

- Meu presente não é tão legal, é só um relógio que eu fiz – Karias mostrou um relógio de bolso em metal branco – ele mostra as horas, a data e você pode mexer aqui pra ele te avisar num horário programado.

- Não menospreze o seu presente, acho que vai ser o que mais vou usar – disse Darch recebendo – agora eu estou mais ocupado do que nunca, vai ser bom ficar de olho nas horas.

- Her... eu infelizmente não tenho dinheiro ou habilidade pra conseguir um presente legal – dizia Mastela meio sem graça – mas na minha aula eu fiz isso aqui, então estou dando em meu nome e da Inuka.

Darch abriu a caixa de presente e viu uma caveira toda negra como ébano, na verdade ele lembrava de uma magia negra da criação que enchia algo de miasma, provavelmente foi algo que Mastela fez para passar numa prova.

- Não se preocupe, eu vou guardar com carinho – respondeu ele pondo a mão no ombro dela – mas porque esse presente é seu e da Inuka?

- Ela arranjou a caveira – Mastela estava ainda mais sem graça.

- Nem vou perguntar onde você arranjou isso – disse Darch olhando torto pra Inuka – mas obrigado assim mesmo.

- Acho que ficou faltando alguém – comentou Ryna olhando pra Reina.

- Eu... não preparei um presente adequado – Reina parecia querer desviar do assunto.

- Reina, seja lá o que arranjou vai ser muito bem-vindo – disse Darch – então anda logo e entrega essa arma.

- Como você sabe que... droga... – ela mexeu no anel que estava usando e fez uma adaga de rubi surgir – pelo que sei ela absorve Mana de alguém que apunhala, por isso sua lâmina é transparente, dá pra ver quanto tem armazenado.

- Vou guardar pra usar no próximo idiota que tentar me vender terras que não são dele – respondeu Darch rindo e lembrando do cara que apareceu recentemente.

- O meu presente é esta pena e tinteiro de prata liquida – dizia Ryna mostrando o pote com a tinta feita de prata derretida – eu mesma que fiz, use com cuidado ok?

- Eu não faço a mínima ideia de como vou usar isso – respondeu ele – mas obrigado, todos vocês foram muito legais.

Houve cumprimentos amigáveis de todos e votos de felicidade para o Darch, depois foi a hora de aproveitar de verdade, a mesa estava farta e servida pra todos, tudo com comida regional, a maior surpresa foi um grande cogumelo marrom do tamanho de uma abobora, Darch com uma faca cortou o cogumelo em fatias e deu uma pra cada em pratos, todos estranhavam esse jeito exótico de comer cogumelo, ao provarem ficaram maravilhados com o gosto, era igual a chocolate puro.

- O que é isso!? Parece que eu botei uma barra de chocolate na boca! – dizia Reina impressionada.

- Cogumelos que crescem na região, mas são muito difíceis de achar – explicava Darch – na verdade eles são bem pequenos, do tamanho de azeitonas, era um costume das crianças entrar escondidas no bosque pra procurar.

- Por uma delicia dessas vale a pena o risco – comentou Emadora – mas como fez pra ele ficar desse tamanho?

- Isso é segredo comercial, mas usamos a magia da Kanda – revelou ele – estamos tentando cultivar, se der certo vai ser sucesso de vendas.

- O suco de antes e esse cogumelo, eu quero tudo! – dizia Ryna toda empolgada.

- Ah sim, eu me lembro que a gente ficava assim o dia todo – disse Darch vendo a cara de empolgação dela – se o pequeno já dava muita energia imagina esse!

Depois de provarem tudo era hora de se divertir, Emílio foi tocar o piano para mostrar como ele era afinado (e como alguém que sabia podia fazer com ele), Mastela e Inuka voltaram de um quarto usando fantasias que Misty obrigava elas a usarem, juntas cantaram uma musica enquanto dançavam diante da plateia, Mastela estava morrendo de vergonha mas acabou se divertindo, Jinshu e Reina tiveram uma luta amistosa que acabou com muitos hematomas, sobrando pra Varatane cura-los.

Ryna conversava animadamente com Sashira pra saber sua história, ela ouviu que Jinshu adotou o menino dela e o treinava pra ser um guerreiro, ela trabalhava como empregada e guarda pro lorde que contratou Jinshu, e mostrava em suas palavras como estava feliz com sua nova vida, Ryna só ficou sem graça pra perguntar como ela ia fazer se Jinshu arranjasse outra mulher.

- Ah bem, como eu sou meio-feral faz parte dos meus instintos e aceito de boa uma harém – respondeu ela rindo sem graça – mas qualquer candidata vai ter que passar pela minha aprovação se quiser um pedaço dele.

Ryna confidenciou a ela seu problema com seu falecido marido e de como ele tinha muitas amantes, Ryna revelou como curtiu se vingar dele, e de como de forma discreta deu punições para as vadias que andavam com ele, foi algo extremamente libertador.

Empolgados pela cantoria em dupla da Mastela e Inuka os outros tentaram participar, naturalmente alguns mais bem-sucedidos que outros, Emadora deu um jeito de trapacear e copiar o jeito ode cantar da Inuka com sua magia, cochichando em seu ouvido Emílio pediu um favor que foi prontamente atendido, usando sua magia fez Reina subir no palco improvisado pra cantar também, quando terminou a canção e acordou do efeito ela caçou Emadora pela mansão inteira, foi uma noite inteira de pura diversão entre amigos.

Com o passar das horas já era tempo de pensar no dia seguinte, Darch mostrou os quartos já preparados para todos eles, a maioria em duplas, por isso ele sugeriu que ficassem do mesmo jeito que na academia, claro que com algumas diferenças, como por exemplo Jinshu com sua esposa e Arik com o Karias.

Eles ainda aproveitaram mais algum tempo, alguns foram pra seus quartos, outros foram conhecer o terreno, já Darch foi deitar feliz por ter revisto seus amigos e passado o dia com eles, era uma nova vida como lorde de terra, ele que nunca pensou no futuro agora imaginava planos para este território, até a hora que alguém abriu a porta do quarto dele.

- Eu espero que não seja você Inuka – disse ele vendo uma silhueta feminina na porta escura.

Na verdade duas silhuetas apareceram e entraram, se moviam como zumbis indo em direção à carne fresca, Darch sentiu um enorme calafrio percorrer todo o seu corpo, e depois um grito foi ouvido na mansão.

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- INUKA!!! VENHA AQUI AGORA MESMO!! – gritou Darch correndo atrás dela pela mansão – isso é coisa sua!!!

Inuka pelada saltou pra detrás do sofá da sala, Darch tava todo arrebentado e furioso com ela, atrás dele Varatane e Ryna usando roupões e todas com cabelo bagunçado, caídos na sala ao lado do piano estavam Emílio com Emadora e Reina, todos enrolados numa coberta e abraçados, de outro cômodo saiu Mastela chorando com Arik atrás dela tentando falar com ela.

- Olha só esse pandemônio! – disse Darch vendo a situação de todos – como você teve coragem!?

- Foi a mestra que mandou – defendeu-se morrendo de medo.

- Quer dizer que foi coisa da Misty? – perguntou Ryna.

O resto da noite foi marcada por uma orgia alucinada, Ryna e Varatane invadiram o quarto do Darch, aparentemente Reina e Emadora detonaram o Emílio que ainda estava largado no chão, pela situação da Mastela ela foi vitima do Arik, e até agora nem sinal dos outros, Darch foi o primeiro a acordar e viu a situação caótica, jogou um lençol sobre o grupo caído no chão e foi tentar descobrir a situação dos outros, foi aí que ele sentiu um certo Mana das trevas saindo de uma garrafa, Darch reconheceu como sendo uma magia da Misty.

- Mastela, eu juro que vou assumir a responsabilidade – dizia Arik todo nervoso tentando acalma-la – vai ser um pouco complicado devido a minha posição, mas eu juro que não vou desonra-la!

- A Misty já fez coisa pior comigo – ela ficou toda vermelha de vergonha – mas eu não queria que minha primeira vez fosse assim, até você e a Inuka morderam a minha bunda!

- Você mordeu a bunda dela? – perguntou Darch olhando Arik.

- Nos empolgamos com o estilo cachorrinho da Inuka – ele ficou morto de vergonha.

Nesse momento outra porta abriu e por ela saíram Karias e Jinshu só de cueca, atrás deles Sashira usando só roupas intimas, Darch não queria nem imaginar o que aconteceu naquele quarto já que parecia que Karias estava fugindo do Jinshu.

- É sério, eu não estou com raiva – dizia Jinshu – eu não vou te matar.

- Não se preocupe, meu antigo dono me mandava fazer coisa pior – dizia Sashira – vamos encarar isso como um acidente.

- Não tem como isso ter sido um acidente, nós três... o que aconteceu aqui? – perguntou Karias vendo a confusão no salão.

- Relaxe, foi o presente da Misty que ela mandou pela Inuka – explicou Darch – seja lá o que aconteceu no quarto foi efeito disso.

- AAAAAHHHHHHHH!!!!! VOCÊ FEZ DE NOVO!!!! – gritou Reina levantando pelada naquela hora.

- Alguém me explica o que aconteceu? – perguntou Emadora de ressaca – ah não, foi o que penso que foi?

- Eu juro que nem lembro o que aconteceu – disse Emílio – não estou arrependido mas não lembro!

- Reina, vá vestir uma roupa – ordenou Ryna – estamos vendo tudo, tudo mesmo!

Reina se viu completamente nua e deu um grito, ela usou sua magia pra invocar uma armadura completa, ela achou terrivelmente desconfortável usar armadura sem nada por baixo, mas era melhor do que ficar nua, Emadora agora que recuperou suas emoções estava morrendo de vergonha, pedindo licença ela se enrolou numa toalha e foi pro quarto, Emílio também nu, deu um risinho sem graça e pegou sua capa pra se cobrir enquanto catava suas roupas no chão.

- Ok pessoal, eu sei que tá todo mundo em choque (menos essas duas que estão felizes) e confuso, mas vamos arrumar essa bagunça antes que os servos cheguem – pedia Darch – se eles verem essa situação vai ser o maior inferno pra tentar explicar!

- Sobre isso eu dei um jeito neles também – disse Inuka atrás do sofá – mandei um pouco do vinho pra eles.

- Inuka, se eu sair por aquela porta e encontrar uma orgia destruindo a vila eu juro que te mato – avisou Darch com um tom sério – e depois eu vou atrás da Misty pra socar estacas na bunda dela!

- Não vai ser a primeira vez – disse a voz da Misty saindo do colar que Inuka usava – oi Darch, aproveitou o presente? Me certifiquei de fazer o melhor afrodisíaco que eu pude.

- Você quase trouxe a ruina sobre todos nós – respondeu ele.

- Quase? Então acho que dilui demais – respondeu ela.

Não era hora pra discutir com a Misty, todos foram se arrumar para sumir com as marcas da noite anterior, Varatane e Ryna foram fazer curativos em todos que se machucaram na farra, Darch e Jinshu arrumavam a bagunça pela mansão, Reina não queria mostrar a cara, Emadora parecia estranhamente satisfeita e Karias completamente nervoso, Arik ainda tentava conversar com Mastela que queria distância dele, felizmente toda a bagunça foi arrumada pouco antes da Sairene aparecer na porta.

- Bom-dia princesa Ryna, eu vim ver a situação – dizia ela um pouco nervosa.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Ryna vendo o cabelo dela todo desgrenhado.

- Não! Eu juro que não aconteceu nada! – ela ficou toda vermelha de vergonha – eu sinto muito pela minha demora, não vai se repetir!

Ryna conseguia imaginar o que havia acontecido, afinal já era a 3º hora da manhã e ela nunca se atrasaria, pelo visto o vinho compartilhado deu mesmo um jeito em todo mundo, Ryna se sentia meio mal pelos soldados e servos, mas estava aliviada que sua guardiã foi pega também, senão seria o seu fim.

- Tudo bem, todos cometem deslizes uma vez na vida – dizia Ryna – vamos fingir que nada aconteceu, enquanto isso eu irei tomar um banho e me preparar para partir.

- Tudo bem, não tenha pressa – Sairene ajeitava o cabelo bagunçado.

Ryna foi para o pequeno quarto onde suas coisas estavam guardadas, enquanto ela tomava banho ouviu alguém batendo na porta, ela pensou que fosse a Reina mas na verdade era o Darch, ele falava do quarto enquanto ela estava no banheiro.

- Você lembra do que aconteceu? – perguntava ele.

- Aos poucos a memória está voltando – respondeu ela – impressionante não é? Quantas vezes foram?

- Me lembro de duas, com cada uma – respondeu ele – igualzinho a nossa primeira vez não é?

A primeira vez foi praticamente igual a esta última, todos afetados por um afrodisíaco poderoso, se entregando aos desejos mais profundos, naquela ocasião Darch transou tanto com a Ryna como a Varatane, e foi aí que tudo começou entre eles, ainda que permaneça em segredo daqueles de fora.

- Começou errado mas não me arrependo de nada – disse ela saindo vestida num roupão – então vamos terminar do jeito certo.

Ela agarrou o Darch e o puxou para um beijo, começou muito intenso e sem restrições, depois foi para algo mais tranquilo e apaixonado, levou uns dois minutos até se separarem.

- Um dia vamos marcar de fazer isso certo, sem a Varatane é claro – brincou ela dando um empurrãozinho nele.

- Não sei, tem umas posições que só funcionam a três – provocou ele rindo.

Ela riu também, depois disso Darch foi atrás do outros pra tentar remediar a situação, principalmente pra quem caiu nisso pela primeira vez, sua prioridade era evitar que Reina surtasse e matasse alguém (Emílio ou Emadora), depois ele ia dar um bom castigo na Inuka que armou tudo isso, e se pudesse também daria um castigo à Misty, mas no fundo ele adorou a noite anterior, mais pela visita dos amigos do que a confusão, era algo pra lembrar a vida inteira, quando a memória voltasse é claro.

Fim do Especial.