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História Herdeiros da Magia - Capitulo 98 O Plano.


Escrita por: zariesk

Notas do Autor


Olha só pessoal, mais um capítulo!!!
A empolgação na para agora que chegamos na nova fase da fic, e ainda tem muita água pra passar por debaixo dessa ponte!

Capítulo 103 - Capitulo 98 O Plano.


Fanfic / Fanfiction Herdeiros da Magia - Capitulo 98 O Plano.

Capitulo 98 – O Plano.

 

 

- Então é isso, tudo já foi resolvido – explicava Reina – Emadora e Darch ficarão por lá por garantia, mas nós voltaremos aos nossos afazeres.

- Isso vale para nós também, não posso me ausentar tanto agora que as coisas mudaram – dizia Tekahito – mas eu deixarei a Kuzoha aqui para ser nosso contato, e uma das gêmeas também.

 

Ele olhou para trás e perguntou qual das duas ficaria, imediatamente elas se entreolharam e começaram um jogo de pedra-papel-tesoura que ficou bem acirrado, vendo que o resultado demoraria ele voltou sua atenção para os outros.

 

- Hei, cadê o Kishisen? – perguntou-se Tekahito olhando em volta.

 

Logo em seguida um estrondo foi ouvido, todo mundo correu pro lado de fora e viu Kishisen trocando golpes de glaive contra Jinshu, os dois estavam indo tão forte que parecia mais uma luta até a morte, Tekahito apenas deu uma risada breve.

 

- Parece que ele estava ansioso pra trocar golpes contra o ryuuzoku de vocês – dizia ele.

- Ryuuzoku? – perguntou Emílio.

- Sangue de dragão, é assim que chamamos alguém que tem parentesco com dragões – explicava Tekahito – em Yamato os dragões quase nunca se misturam com humanos, então ter um ryuuzoku na família é uma benção, todos invariavelmente acabam entrando pra alguma posição especial.

 

Como a luta estava bem ferrenha eles decidiram deixar isso de lado por enquanto, ainda havia outras coisas para fazer, como o grupo de aventureiros que acompanhava Emadora atualmente.

 

- Desculpe por isso, essa vila precisa de proteção enquanto seu senhor está ausente – dizia Reina – vocês podem proteger este lugar?

- Tenho certeza que podemos fazer isso por ele e Emadora – disse Thauin – o que você acha Gariel.

- Magos negros mataram minha família, mas esse Darch é bem diferente de todos – respondeu a elfa – eu não me importo em ajudar as pessoas que confiam nele.

- Então temos um acordo, além disso esse lugar tem umas bebidas bem fortes – disse Thauin empolgado – vou gostar muito de experimenta-las.

- Senhor Cícero, pode cuidar da vila enquanto o seu senhor está fora? – perguntou Reina.

- Naturalmente, ele já deixava o trabalho pesado pra mim de qualquer forma – brincou ele – se bem que ele ia arar os campos com os outros, então acho que na verdade eu peguei o trabalho mais leve.

- hahahahah ele fazia isso mesmo? Que tipo de lorde é esse? – perguntava Reina rindo – ah bem, eu não posso me ausentar da capital tanto assim, infelizmente tenho que voltar agora.

- Eu te escolto, uma princesa não pode andar sozinha por aí – disse Emílio levando uma encarada dela – o que você vai fazer Jinshu?

 

Jinshu e Kishisen estavam detonados no chão, Varatane vendo o estado deles foi logo até eles pra cura-los, quando conseguiram se mover após alguns minutos eles se levantaram, parecia que iam trocar golpes de novo, mas eles simplesmente apertaram as mãos com força como se tivessem virado melhores amigos.

 

- É isso que chamam de falar com os punhos? – perguntou Rhama chocado.

- Vai ficar por aqui Jinshu? Ou vai fazer outra coisa? – perguntou Emílio.

- Agora eu sou treinador de jovens magos, não posso fazer tudo o que quero – respondeu ele – mas graças à vitória nos jogos mágicos os dragões estão satisfeitos, por isso estou de férias até o ano que vem.

- Sabe, vocês quebram tudo o que a gente imagina sobre dragões – brincou Emílio – acho que eu preciso visitar Drashantyr qualquer dia desses.

- Você será bem-vindo na minha casa, minha irmã mais nova perguntou se tenho outros amigos solteiros – respondeu ele – já que o Karias parece não muito inclinado a casar com ela.

- hahahahahah que proposta tentadora, acho que vou acompanhar você pra lá – disse ele com os olhos brilhando.

- Você não disse que ia me escoltar de volta pra capital? – perguntou Reina puxando ele pela orelha – se vai comigo então venha logo!

 

Então ficou tudo acertado, Jinshu ficaria na vila do Darch pra ajudar na proteção, Varatane ia pra vila da Ryna ficar hospedada por lá e verificar a situação, seria ela quem mandaria informações pra Reina, Kuzoha ficaria hospedada na mansão da Reina junto com a Kourin que ganhou o jogo.

 

- Será que vai ficar tudo bem? – perguntava Emílio cavalgando ao lado da Reina – não tivemos tempo pra planejar tudo cuidadosamente.

- A Ryna fará dar certo, ela não pode se dar ao luxo de falhar – respondeu a outra – um plano que visa sacrificar milhões de pessoas, nunca pensei que o imperador pudesse chegar tão longe!

 

Quando eles ouviram da Ryna sobre a verdade todos ficaram chocados, não havia como ser real um plano tão sinistro mas era uma verdade incontestável, por isso Ryna elaborou um plano próprio pra reverter isso, se dependesse dela nenhuma pessoa seria sacrificada.

 

- Além disso o Darch está junto com ela, quando eles se juntam fazem coisas impossíveis – comentou Reina satisfeita.

 

***********************************

 

- Então nada de mais aconteceu? – perguntou Eldair projetado no espelho do escritório da Ryna.

- Exatamente meu senhor, felizmente tudo ficou tranquilo – respondeu Sairene – o príncipe Tekahito só veio conhecer a princesa Ryna pessoalmente, conversaram por algum tempo e depois ele a convidou para visitar Yamato.

- Foi um pouco além da sua autoridade permitir que ele a visse, mas eu entendo que era uma questão diplomática muito séria – dizia o imperador – você fez muito bem em contornar a situação.

- Suas palavras me alegram meu senhor, mas ainda tem algo que preciso comunicar – disse Sairene depois de se curvar – o progresso da princesa acelerou, mas estamos chegando num beco sem saída, por isso a senhora Antilia quer fazer uma solicitação.

- E o que seria? – perguntou Eldair preocupado.

- Precisamos de um mago da criação, sem um não poderemos compreender os complexos mecanismos do núcleo de comando – explicava Antilia aproximando-se da sala – felizmente existe um jeito da Ryna e um mago da criação se sincronizarem, podemos fazer os dois trabalharem juntos.

- Entendo, eu vou falar com o Cedric, se organizarmos sua agenda ele pode ir em dois dias – disse Eldair satisfeito – o quão rápido pode terminar com a ajuda dele?

- Em duas semanas meu senhor, mas temo que tem uma complicação – explicava Antilia – o processo envolve sincronização, quanto mais as duas pessoas se conhecerem mais fácil será, por isso em vez do lorde Cedric seria ideal mandar aquele rapaz, o Karias.

- Aquele moleque!? Por que ele seria uma escolha melhor que um arquimago? – perguntou Eldair surpreso.

- Her... ele é adulto, e quanto a sua pergunta é uma questão de afinidade, é mais fácil pra eles se sincronizarem do que com um homem como o lorde Cedric – explicava Antilia – convenhamos que nem o senhor Ardof que o conhece há décadas conseguiria fazer isso com ele.

- Você tem razão, vou enviar o mole... aquele rapaz até aí – respondeu Eldair pensando no quanto Cedric é problemático – Sairene, certifique-se de que isso não comprometa a situação.

- Com todo meu esforço meu senhor – respondeu ela se curvando.

 

A imagem do Eldair finalmente desapareceu do espelho, quando o espelho voltou a refletir imagens a Sairene estava dando gargalhadas, já Antilia ria da forma como aquela mulher estava bem diferente.

 

- Você é muito boa em atuar sabia? – disse Antilia.

- Pregar peças é nossa especialidade – respondeu Sairene com uma voz mais jovial e com seus olhos vermelhos.

 

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(antes)

 

Ryna ainda parecia muito atordoada, mas a tristeza profunda que ela sentia agora foi substituída por uma ira ainda pior, ao erguer seus olhos ela encarou Sairene que sentiu um enorme frio na espinha, se ela não estivesse paralisada pela magia negra da Kourin talvez tivesse recuado instintivamente.

 

- Eu estou com tanta raiva agora que eu poderia te arrebentar na porrada – dizia Ryna bem próxima – mas eu não gosto de punir pessoas que só seguem ordens ou não tem consciência do que estão fazendo, você tem ideia do que estava fazendo?

- e-e-eu so-só estava fazendo o que achava melhor para o reinado – justificou-se Sairene – não se pode salvar as pessoas com boa-vontade e idealismo, é preciso ser realista!

- Ryna, não adianta discutir com esse tipo de pessoa, não que ela seja uma má pessoa é claro – pedia Darch – mas pessoas que tem visões diferentes do mesmo mundo não conseguem entender umas às outras.

- E você mestra? De que lado você está? – perguntou Ryna encarando Antilia.

- Que pergunta boba, eu estou do meu próprio lado é claro – respondeu ela tranquila enquanto estava sentada – eu desejo realizar meu sonho de conhecer tudo sobre a magia, por isso não meço esforços para alcançar novos níveis.

- Essa mulher estava ciente do que eu estava fazendo – avisou Kourin – foi a única entre eles que não foi pega de surpresa.

- Ora sua traidora! – disse Sairene nervosa.

- Eu acabei de dizer que não traí ninguém não foi? Eu continuarei ajudando a concluir o plano reino de luz – respondeu Antilia – porque eu tenho certeza que você vai fazer o mesmo não é?

- Ah sim, pode apostar que eu vou concluir aquilo, até porque odeio deixar coisas inacabadas – respondeu Ryna – mas eu vou fazer as coisas do meu jeito, não vou mais ser um fantoche do meu pai!

- E o que vamos fazer com eles? Desses quatro eu posso apagar meia-hora de memorias, e do jeito que o lorde Tekahito falou eles nem vão se tocar que perderam alguma coisa – dizia Emadora.

- Que cruel! Eu estava falando sobre as maravilhas de Yamato! – retrucou Tekahito.

- Como eu disse, posso cuidar dos guardas e dos servos aqui – e nesse momento os dois servos recuaram de medo – mas o que faço com essa aqui? Só apagar memorias não vai coloca-la do nosso lado não é?

- Por coincidência eu tenho a solução bem aqui comigo – disse Kourin mostrando uma máscara que tirou do seu kimono – se não podemos trazer ela pro nosso lado basta botar outra pessoa no lugar.

 

Kourin explicou que aquela era a mascara da raposa negra, uma vez colocada em alguém essa pessoa seria possuída pelo espirito da raposa, como era um ser que gostava de esquemas e traquinagens era fácil de convence-la a ajudar, Sairene fez uma cara de espanto enquanto os olhos da Antilia brilhavam de emoção em ver algo novo.

 

- Olha só, parece que você vai entender como eu me senti afinal – disse Ryna sarcástica.

- As correntes do karma são bem pesadas aqui – disse Tekahito achando tudo muito cruel.

- Nem ouse por essa coisa em mim!! – ordenou Sairene.

 

Sem dar ouvidos aos seus pedidos Kourin foi lá e colocou a mascara de raposa no rosto dela, só levou alguns segundos para que uma aura negra a envolvesse, quando a aura terminou de possui-la um cauda e um par de orelhas negras surgiram nela, bem como os olhos vermelhos da raposa, Kourin entregou a máscara para Ryna que seria aquela quem controlaria a raposa.

 

- Só por curiosidade, o que aconteceu com a verdadeira Sairene? – perguntou Darch.

- Está dormindo, vendo tudo como se fosse um sonho – respondeu Kourin – foi mais fácil possui-la por estar presa pela minha magia, não funciona tão bem com qualquer um.

 

Agora muita coisa precisava ser dito, Ryna explicou aos presentes o que era o verdadeiro plano reino de luz, falou da intenção do seu pai em sacrificar 90% do povo do reinado e como ele pretendia vencer a guerra contra os demônios, em seguida Emadora apagou as memorias dos dois guardas-reais e dos dois servos presentes, com Sairene sob controle da raposa agora era Ryna quem estava no controle da situação, e por isso ela expôs o seu plano de reviravolta.

 

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- Deu tudo certo? – perguntou Ryna – conseguiram enganar meu pai?

- Por enquanto ele pensa que tudo segue conforme planejado – respondeu Antilia – e ele concordou em enviar o Karias.

- Ótimo! Com ele aqui as coisas vão andar mais rápido! – comemorou Ryna.

- Isso de sincronização realmente funciona? – perguntou Antilia – parece tão conveniente.

- É tão complicado quanto expliquei a você, mas o Karias e eu temos uma boa afinidade – respondeu Ryna – além disso ele é tão apaixonado pelo trabalho que vai ser fácil fazê-lo visualizar tudo.

- Contanto que você não cometa deslizes ninguém vai notar que tudo mudou – disse a raposa no corpo da Sairene – de qualquer jeito na maior parte do tempo ficamos só nós três juntas mesmo.

- A propósito, você tem um nome? É meio complicado me dirigir a você pelo nome dela – perguntou Ryna.

- Antigamente me chamavam de Kokushi, pode me chamar assim – disse a raposa – eu nunca participei de uma mentira tão grande, estou completamente emocionada!

- Que bom que alguns de nós estão se divertindo – disse Ryna meio sem jeito – sendo assim eu vejo vocês mais tarde.

 

Ryna saiu toda animada para o seu quarto, lá as servas cuidavam da limpeza, de dar banho na Riena e de preparar o vestido que Ryna usaria o resto da noite, Ryna agradeceu o serviço duro delas e pediu para ficar sozinha com sua filha, alegando que iria brincar com ela um pouco, as mulheres saíram e dois guardas-reais ficaram do lado de fora, quando a barra estava limpa Ryna abriu uma passagem secreta, algo que todo castelo costuma ter que levava para uma serie de corredores escondidos, mas em vez de entrar pela passagem alguém passou por ela.

 

- Tudo limpo? – perguntou Darch.

- Temos até o jantar – respondeu Ryna com a filha nos braços.

- Oi pequena, tava com saudades! – disse Darch passando a mão na cabeça da menina.

- Ela só tem pouco mais de dois anos, mas é a criança mais esperta que já vi – dizia Ryna toda orgulhosa – ela já fala quase tudo, conversa com as empregadas e até já apronta espalhando os brinquedos.

 

Ryna contou que Riena se lembrava mais do Darch do que do Karl, e isso considerando que só se encontraram uma vez, depois eles foram conversar sobre um monte de coisas, Darch ficou brincando com a menina enquanto Ryna deitada na cama ficava admirando os dois, o Karl nunca brincou que a filha do jeito que Darch estava brincando.

 

- Como estão você e a Emadora? – perguntou Ryna casualmente.

- Você quer dizer na masmorra? – brincou Darch.

- Desculpe, foi o único lugar onde não iriam te achar – disse Ryna.

 

Para ajudar a Ryna o Darch e a Emadora ficaram no castelo, mas eles não podiam ser vistos por ninguém ou todo o plano iria ser arruinado, por isso a masmorra desativada veio bem a calhar, ela fica no subsolo do castelo e ninguém vai lá desde que o primeiro senhor deste castelo morreu (e Darch disse ter achado um esqueleto lá embaixo), as passagens secretas também levam pra lá e assim é fácil circular de uma área pra outra.

 

- O lugar é escuro e abafado, me lembra a casa da Misty – respondia Darch com a Riena nos ombros – a Emadora tá com problemas pra se adaptar, mas fora isso não tem problema.

- Eu vou dar um jeito de mandar mais comida e água pra vocês, e algumas outras coisas também – dizia Ryna – são só duas semanas, vou tentar acabar mais rápido.

- Não se esforce demais, você está passando por uma fase difícil – dizia Darch – você ainda não superou o que lhe aconteceu, só está de pé porque sua determinação é forte demais.

 

Na primeira noite após se livrar do controle mental a Ryna chorou muito, se não fosse o Darch pra conforta-la talvez ela tivesse desabado completamente, ainda que mesmo sozinha ela levaria a frente o plano que ela formulou.

 

- Com licença, posso usar o seu banheiro? – perguntou Emadora aparecendo na passagem secreta – aquele lá da masmorra tá fazendo um barulho estranho, acho que tem algum bicho dentro dele.

- Ah claro! Fique à vontade – pediu Ryna – leve o tempo que precisar.

- Sobre o livro que dei a vocês, conseguiram terminar? – perguntou ela.

- Eu ainda estou chocada com aquela informação – disse Ryna.

- E eu ainda estou tentando saber o que significa heteromórfico – disse Darch fazendo uma cara de confusão.

- Bom, pelo menos vocês não esquecem o que leram – dizia Emadora suspirando – de forma simples uma criatura heteromórfica não tem uma forma definida, eles podem mudar de forma ou assumir características distintas.

- Bem, eu já vi demônios que podiam mudar de forma, mas isso não é nada surpreendente – dizia Darch – existem outros seres que fazem isso, eu já vi um feral que podia assumir a forma humana, e o novo mascote da Misty muda de forma também.

- Não é tão simples assim, quando chega o dia do eclipse de sangue os demônios caem sobre o mundo, eles chegam em forma indefinidas – explicava Emadora – só depois que eles chegam que eles assumem alguma forma, além disso é muito difícil encontrar dois demônios com a mesma cara, exceto quando eles são gerados por métodos específicos.

- Pra mim o pior de tudo foi saber que eles não podem ser vencidos, que a quantidade aumenta porque a maldade no mundo cresce – dizia Ryna – isso significa que a quantidade um dia vai ser infinita.

- Eles contam com isso, por isso não saem por aí exterminando tudo o que encontram – dizia Emadora – eles permitem que as raças se desenvolvam, para então conquista-las e corrompe-las, isso gera mais energia para o nascimento de novos demônios, na verdade o plano do seu pai ia ajuda-los a vencer a próxima guerra.

 

Ryna imaginou agora 10 milhões de pessoas a mercê dos demônios, era quase certo que a maioria morreria, mas os sobreviventes acabariam se entregando aos demônios para sobreviver, se fosse como explicado no livro então ao conquistarem o reinado os demônios ficariam incrivelmente fortes, por isso no passado foi preciso a força combinada de heróis lendários pra derrota-los.

 

- Os chamados 12 originais foram moldados pela deusa das trevas pessoalmente, eles são filhos dela – continuava Emadora – ela deu poderes especiais para cada um deles, e autoridade sobre todos os outros demônios, quando os 12 estão juntos são praticamente imparáveis.

- Mas os 8 heróis conseguiram derrota-los não foi? Talvez seja possível repetir o feito – dizia Darch.

- Atualmente só tem uma pessoa que se compara a eles, o general Galtran – disse Ryna – a menos que a gente arranje mais pessoas como ele nossas chances de vitória são minúsculas.

- Vocês ainda não entenderam a parte mais terrível dessa história – dizia Emadora – no passado os 8 heróis derrotaram os 12 originais, acabaram com eles, mesmo assim eles estão andando por aí hoje, isso não significa nada pra vocês?

 

Emadora deixou os dois pensando enquanto ia tomar um banho, levou alguns segundos para que a conclusão chocante viesse à tona, e os dois percebessem que a situação era mais terrível do que se imaginava.

 

- Darch, sua cara tá verde – comentou Ryna.

- Sim, a Riena tem pintado ela nos últimos minutos – respondeu ele mostrando o lápis de tinta verde.

 

************************************

 

- Sabe, eu estava aqui pensando – dizia o demônio com chifres, asas e cascos nos pés – eu sou mais forte que o Belphegor não sou?

- Depende do ponto de vista – respondeu Mephiles andando ao seu lado.

- E o Belphegor é um grande idiota não é? – continuava o outro.

- Infelizmente sim – Mephiles não ousaria discordar disso.

- Então por que eu não sou o general do exercito demoníaco? – questionou o outro irritado.

- Porque quando você coloca a idiotice dele de um lado da balança e a genialidade pra guerra do outro lado a genialidade ganha – explicou Mephiles – bem, é uma diferença pequena...

 

Os dois estavam andando por um longo túnel, um daqueles que foi abandonado pelos anões quando estes fugiram de suas cidades, o túnel era grande o bastante pra que centenas deles fluíssem de uma vez só, agora era algo em ruinas, nas paredes encontrava-se a arte anã já completamente apagada, algumas partes estavam desmoronando, mas considerando que fazia centenas de anos que ninguém vinha aqui ainda estava bom.

 

- Pra onde estamos indo afinal? – questionou o outro demônio.

- Estamos indo para a parte mais profunda desta rede de tuneis – explicou Mephiles – estamos indo recrutar alguém e preciso da sua ajuda pra isso.

- hahahahaha mais alguém para engrossar as fileiras? Vamos ver que tipo de sujeito é este – comemorou o outro.

 

O demônio que acompanhava Mephiles era outro arquidemônio, um dos antigos que estava recluso esperando a oportunidade certa, centenas de anos atrás ele desafiou Belphegor pelo controle dos demônios e apanhou, desde então ele tem procurado maneiras de aumentar seu poder, além disso ele com muito custo estudou com um general humano como criar táticas de batalha, seus 3m de altura e musculatura poderosa fazia dele um monstro em batalha.

 

- Senhor Arioch, parece que chegamos – comentou Mephiles.

 

O lugar era pura escuridão, mas para demônios era claro como o dia, a cidade anã que foi evacuada hoje era uma enorme catacumba, seus prédios já tombaram e suas ruas estavam cheias de destroços, se alguém dissesse que queria reconstruir todos iriam sugerir limpar o lugar e fazer uma cidade nova.

 

- E então? Onde está o cara que viemos recrutar? – perguntou Arioch.

- Atrás de você – disse uma voz como um terremoto.

 

Airoch se virou e viu a enorme sombra que estava sobre ele, na escuridão os demônios enxergam como se fosse dia, e não havia uma fonte de luz para produzir sombras, mesmo assim a gigantesca criatura estava envolta numa escuridão que nem um demônio conseguia discernir.

 

- Senhor Mephiles, isso é... – o demônio estava suando frio.

- Ah sim, o Belphegor me pediu para lhe entregar uma mensagem nessa hora – dizia Mephiles pegando o papel em seu bolso – ela diz “vacilão morre cedo”, acho que a única coisa que supera sua genialidade e sua idiotice é o seu senso de humor.

 

A grande sombra avançou sobre o demônio que até tentou reagir, pegando sua maça de guerra ele golpeou aquela massa negra que veio em sua direção, mas a massa ricocheteou naquilo e foi parar longe, com uma única bocada a massa negra devorou o demônio que antes se gabava de ter enfrentado Belphegor.

 

- Ah que sabor maravilhoso! Eu nunca tinha comido um arquidemônio antes! – dizia a sombra regozijando-se – acho que para os humanos seria como comer a fruta proibida!

- Não sei se posso ficar feliz por saber que somos saborosos – comentou Mephiles.

- Você por outro lado é bem magrinho, seria uma coxinha da galinha pra mim – disse a grande sombra – mas me pergunto se existe diferença de sabor entre os exemplares.

- Podemos providenciar outro prato pra você, se concordar em ouvir nossos termos – explicava Mephiles – foi para isso que você aceitou meu convite, não foi Henzimal?

 

Henzimal era o dragão ancião das trevas, dito ser a criatura mais terrível que já viveu neste mundo, ele era assustador mesmo para outros dragões, e seu território era como o inferno para as outras criaturas, além disso ele tinha o habito de comer demônios, para ele era como uma iguaria rara.

 

- Ah bem, eu gostava do Eidos, ele me fornecia demônios modificados, eram como bombons – explicava Henzimal – em troca eu NÃO comeria ele e manteria meus meninos sob controle no território dele.

- Quem diria que ele realmente estava fazendo algo de útil... – Mephiles decidiu focar no assunto – como você sabe a grande invasão está chegando...

- Dia de bufê! – cortou Henzimal apreciando a ideia.

- Sim... e estamos nos preparando para uma vitória completa dessa vez – continuava o outro – e queremos saber se podemos contar com você.

- O que você espera de mim? – perguntou Henzimal tentando tirar a maça que ficou presa num dente.

- Sabemos que você tem algumas coisas guardadas para ocasiões assim, queremos emprestado – respondeu Mephiles – suponho que você chama de deposito de brinquedos.

- Oh? Nem os outros anciões sabem disso, você tem meios eficientes de obter informações – dizia o enorme dragão – mas meus melhores brinquedos não são para usar agora, só quando chegar a hora de tomar o lugar do Bahamut.

 

A ambição daquele dragão era inimaginável, ele ansiava tomar o lugar do rei dos dragões Bahamut, aquele que foi criado diretamente pela deusa Tiamat para ser seu consorte, basicamente ele queria se tornar um deus.

 

- Podemos ajuda-lo com isso também – ofereceu Mephiles vendo uma oportunidade de negócios.

 

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(dois dias depois)

 

- Obrigado por ter vindo Karias – agradeceu Ryna – preciso de sua ajuda com isso.

- Uau! Então esse é o núcleo de comando da Appholis? – disse o rapaz quase babando – essa coisa é tão complexa quanto um cérebro humano!!

 

Karias correu até o núcleo e começou a analisa-lo de cima a baixo, parecia uma criança que acabara de ganhar um presente de aniversário, ele mexia tanto que levou uns 10 minutos para ele se tocar que deixou a princesa esperando, pois ela já estava sentada olhando pra ele.

 

- Eu sinto muito! Eu sou um idiota! – disse ele quase com a cara no chão.

- hahahaha não se incomode, estava divertido ver você assim – disse Ryna – como você notou ele é extremamente complexo, eu fiz de tudo mas só consigo chegar na metade do processo.

- Oh? Mesmo sem ter conhecimento de engenharia magica você foi tão longe? – disse ele surpreso.

- O problema é que parece que cheguei no meu limite, posso decifrar o resto se tiver pelo menos um ano de tempo – dizia ela – mas eu quero terminar isso em duas semanas, será que você pode me ajudar?

- Her... eu soube que somente a princesa Ryna pode mexer neste núcleo – disse ele meio sem jeito – e não tem jeito de ensinar o procedimento sem saber com o que estou mexendo.

- Eu creio ter encontrado um jeito para nós dois trabalharmos nisso – explicava ela – o que eu preciso é que você refaça o sistema para ficar o mais eficiente possível, você pode fazer isso?

- Se houver uma maneira de ajuda-la eu darei tudo de mim! – disse ele se curvando orgulhosamente.

- Ótimo, então faça como eu disser – explicou ela – primeiro estenda suas mãos para o núcleo, fique ereto.

- Desse jeito? – perguntou ele imitando a pose que ela fazia.

- Exatamente, agora deixe o resto por minha conta – disse ela.

 

Ryna abriu seu grimório e o pôs para flutuar na frente do Karias, depois disso ela se posicionou atrás dele e pôs seus braços por cima do dele, alinhando suas mãos com as dele, Karias deu um pulinho de arrepio e ficou tão duro quanto uma estátua, algo que Ryna até estranhou.

 

- O que houve? Você ficou tão tenso de repente – disse ela.

- Acho que ele está tendo pensamentos pecaminosos com a princesa – brincou a raposa no corpo da Sairene.

- Não! Eu juro que não estou pensando nada demais! – disse Karias tremendo ao sentir os peitos da Ryna pressionados contra suas costas.

- Ah isso, é realmente uma posição constrangedora – disse ela rindo – mas tente aguentar ok? Eu preciso fazer o meu Mana fluir pelo seu.

- “Só espero que o Darch não saiba disso” – pensou Karias temendo a represália dele.

 

Demorou um bocado pro Karias conseguir relaxar, depois que ele se acostumou com a proximidade dela os dois começaram a trabalhar juntos, Ryna instruiu para Karias cobrir suas mãos com Mana como faria ao criar uma barreira, depois disso ela fez seu Mana fluir da palma da mão dela atravessando a mão dele, o Mana então seguia para o grimório criando uma conexão entre Karias e a informação lá dentro, aos poucos ele começava a ver as formulas magicas fluindo no ar como informações em um livro.

 

- Incrível, é uma linguagem completamente diferente! – dizia Karias surpreso – o conhecimento antigo é bem diferente do nosso, nem sei dizer se é melhor ou pior, mas é bem intrigante!

- Que bom que você gosta disso, porque pra mim é uma enorme dor de cabeça – disse Ryna – eu já fiz metade do trabalho, mas vamos ter que refazer do seu jeito, então vou te explicar como isso funciona.

 

Ryna precisou de 15 minutos para ensinar ao Karias como trabalhar no núcleo, depois disso os dois juntos foram refazendo toda a programação dele desde o início, por já terem ciência de como fazer levou só uma hora pra programarem 10%, mas obviamente a medida que prosseguiam ficava mais complexo, pois era preciso evitar criar contradições entre os vários comandos e saber onde cada coisa deveria ser feito.

 

- Acho que estou pegando o jeito, mas pra cada 1% que a gente avança o tempo pra decifrar dobra – dizia Karias – se meus cálculos estiverem certos vamos precisar de quase 300 horas de trabalho.

- Sempre tem partes que são mais difíceis que outras, eu não entendo nada dessa parte sobre controle gravitacional – dizia Ryna – mas a parte de abrir e fechar portas é bem mais simples.

- Quando é que vai ser a minha vez de brincar com o grimório da Rysaja? – perguntava Antilia chegando agora.

- Tudo ao seu tempo, eu já disse que deixo quando terminamos o meu plano – explicou Ryna – a proposito Karias, eu vou precisar de sua ajuda para duas coisas.

- E o que seria? – perguntou ele interessado.

- A primeira é fazer um brinquedo pra minha filha, ela adora coisas que se mexem – disse Ryna.

- Isso é fácil, e qual é a segunda? – perguntou ele.

- Que me ajude a derrubar o meu pai – disse Ryna séria.

 

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- Quem é esse cinzento? – questionou Darch.

- Como eu vou saber? – retrucou Emadora.

- O fantasma daquela tal de Krina disse que eu sou descendente dele – dizia Darch – e os demônios parecem odiar esse cara, e o Aesty parecia saber de alguma coisa também.

- Nas informações que o Tekahito nos deu menciona o nome dele também – disse Emadora pegando o livro transcrito – segundo as informações um descendente do cinzento se mudou para Yamato, e ajudou o imperador local a fundar o reino, aquelas gêmeas e a Kuzoha são descendentes dele também.

 

Emadora e Darch estavam estudando as informações nos dois livros, como ambos conseguiam manter a informação em mente quase não contavam com alguma ajuda, no início Emadora achou que Darch conseguia reter as informações por ter se envolvido com o Eidos, mas agora isso mudou, Kuzoha e as gêmeas ninjas também conseguiam assim como Tekahito, Ryna também conseguia (mas no caso dela poderia ser pela ligação com Rysaja), deveria haver algum denominador comum entre todos eles, e uma possível conclusão era a pessoa conhecida como cinzento, alguém de quem nunca se ouviu falar na história.

 

- Quando estávamos juntos a Airin me disse que o avô dela consegue usar magia de luz e trevas ao mesmo tempo, eu achei que era alguma pegadinha dela, já que metade do que ela dizia não se levava a sério – dizia Darch – mas aí tem a Kourin usando magia das trevas, e o príncipe confirmou sobre o avô delas.

- Em Yamato não existe preconceito com magia negra, é algo atrelado na história deles – dizia Emadora – se esse cinzento (ou um descendente dele) ajudou a fundar Yamato então talvez faça sentido, ele era alguém capaz de usar magia negra e magia branca ao mesmo tempo.

- E eu sou descendente de um cara foda assim? Eu nasci numa vila remota no meio do nada – dizia Darch – meus pais não eram magos, e eu nunca soube de um parente fazendo essas coisas.

- Isso foi a mil anos, são no mínimo 50 gerações de distância – explicou Emadora – sem uma tradição formal como uma família nobre essas gerações todas não teriam conhecimento uma da outra.

 

Darch ficou pensando nas palavras da Krina naquela noite, ela disse que as coisas que aconteceram em sua vida estavam destinadas a acontecer, Darch não gostava nem um pouco da ideia de alguém controlando sua vida, mas era inegável esse tanto de fatos se alinhando, como se algo estivesse empurrando ele numa direção.

 

- A propósito, o que você fez com aquelas duas? – perguntou Darch que olhou pro lado.

- Ah isso, é só um modo letárgico, não vai afetar permanentemente, eu acho – respondeu Emadora.

 

Eles se referiam a duas servas no quarto da Ryna, enquanto Ryna estava trabalhando no núcleo ela pediu para que essas duas deixassem uma bela refeição em seu quarto, as duas não entenderam o porque desse pedido mas fizeram mesmo assim, quando elas arrumaram a mesa Emadora usou sua magia nas duas e as deixou no canto, elas pareciam zumbis quase babando enquanto olhavam pro vazio.

 

- Bem, é difícil para a Ryna levar comida e água pra gente na masmorra – explicava Emadora – então temos que aproveitar essas chances aqui no quarto dela.

- Você só está curtindo o quarto de uma princesa – disse Darch olhando torto pra ela.

- Calado, não pense que eu não percebi você escapulindo pra cá noite passada – Emadora sorriu maliciosamente – veio consolar a princesa entristecida?

 

Segundos depois Emadora estava amarrada por sombras e amordaçada no chão, enquanto ela se debatia tentando se soltar Darch aproveitava a refeição tranquilamente, os pratos estavam ótimos e o vinho delicioso.

 

- Ah sim, temos que guardar a parte da Ryna, ela vai voltar com fome – disse Darch tranquilamente – você não vai mais comer não é?

 

Continua.

 

 

[COMEDIA] (não levem nada disso a sério)

 

- Conforme pediu eu terminei o brinquedo da lady Riena – disse Karias tirando o pano de cobertura.

- Oh! Um pônei! – disse Ryna emocionada – tão bonitinho!

 

O golem em forma de pônei era todo rosinha, felpudo e macio, tinha uma selinha ajustada perfeitamente para a menina, Ryna logo pegou a filha e colocou sobre o brinquedo que começou a andar numa velocidade segura para uma criança, enquanto a menina segurava os arreios, ela estava adorando o brinquedo novo.

 

- Ele é programado pra evitar escadas e outras descidas, pode andar no automático ou pode ser controlado por este cristal – explicava ele mostrando o cristal cheio de símbolos.

- Adorei, é realmente perfeito pra ela – agradeceu Ryna.

- E tem um espetacular sistema de defesa para evitar ameaças! – disse Karias apertando um botão no cristal.

 

Com isso o pônei abriu a boca e apareceu um canhão laser, de sua traseira brotaram dois misseis e sua cauda se transformou num chicote, Riena estava gargalhando encima dele.

 

- Karias... você não teve infância não foi? – perguntou Ryna pálida.

 

[XX]


Notas Finais


Na capa temos o vacilão que morreu cedo, outras imagens vão saindo aos poucos.
.
Novas revelações, novos planos e novas alianças, tudo está se encaminhando para um momento critico, enquanto um lado age o outro se fortalece, e agora Ryna se prepara pra derrubar o seu pai.


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