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História Herdeiros da Magia - Capitulo 104 O Contrato.


Escrita por: zariesk

Notas do Autor


Dando continuidade ao caos do capitulo anterior, estejam preparados pra uma reviravolta bem inesperada!!

Capítulo 109 - Capitulo 104 O Contrato.


Fanfic / Fanfiction Herdeiros da Magia - Capitulo 104 O Contrato.

Capitulo 104 – O Contrato.

 

 

- Lorde Aguriel e Sefraiel estão mortos – anunciava o sacerdote da deusa branca.

- Impossível! Nunca que a força de defesa da Appholis poderia combater dois Devas e sua guarda pessoal!! – disse Selvarino totalmente perplexo.

- Não sei quanto à Appholis, mas quem matou nossos mestres foram os arquidemônios – respondeu o sacerdote – uma equipe de busca foi enviada ao local, e a magia da verdade revelou os fatos ocorridos.

 

O sacerdote chamado Guido explicou o que sabia, até onde se descobriu através de magia os anjos foram atacar a fortaleza Appholis, mas no meio do caminho a própria deusa negra apareceu, depois disso houve uma batalha entre os celestiais e os arquidemônios (e uma tropa demoníaca), no final tudo o que a equipe de busca encontrou foram cadáveres de ambos os lados, mas nenhum corpo dos arquidemônios ou dos dois Devas.

 

- Então existe uma chance de estarem vivos! – dizia Selvarino esperançoso.

- Se estivessem vivos teriam voltado pra Holidaria, e eles morreriam antes de se deixarem fazer prisioneiros – dizia o sacerdote – o pior cenário é que seus corpos foram levados pra serem profanados.

 

Selvarino parecia desolado, em um período muito curto de tempo três Devas foram perdidos, além disso Aguriel tinha uma posição muito importante no exército divino, e Sefraiel era conhecida como juíza da luz, suas perdas eram inestimáveis.

 

- Agora mais do que nunca devemos recuperar a lança divina – dizia Selvarino – eu vou reunir meu exercito e marcharei para o palácio real, forçarei aquela princesa idiota a entregar a lança!!

- Não faça isso – ordenou uma voz grossa ecoando.

 

Tanto o sacerdote como Selvarino se ajoelharam e abaixaram as cabeças, diante deles surgiu uma chama dourada que logo assumiu uma forma solida, a forma era uma simples cabeça humana dourada, sem nenhum cabelo ou pelos, suas pupilas eram brancas, e quando ele movia os lábios saía fogo branco como labaredas.

 

- Lorde Eltriton, supremo anjo da sabedoria – cumprimentou Selvarino – à que devemos a honra de sua presença?

- A balança está desequilibrada, e ela pende a favor da deusa negra – explicava o novo Deva que surgiu – Aguriel e Sefraiel se precipitaram e agiram imprudentemente, e por causa disso a deusa negra agora pode fazer sua própria jogada, não devemos dar a ela outra desculpa para agir.

- Eu compreendo meu senhor, mas realmente devemos deixar uma arma divina nas mãos de uma garotinha? – perguntou Selvarino preocupado.

- Enquanto não soubermos o que a deusa negra deseja não podemos nos arriscar – explicou Eltriton – eu estou elaborando nossos próprios planos, se tudo de certo podemos usar a lança como arma secreta, até lá deixaremos na guarda da princesa imprudente.

 

Normalmente os celestiais gastariam semanas ou até meses debatendo sobre o próximo passo a se tomar, mas a urgência da situação forçou a todos a deixarem pro Eltriton decidir, ele que era considerado o Deva mais sábio só precisou de duas horas para decidir que a coisa mais sensata era ficar quieto, pelo menos até a deusa negra fazer seu próximo movimento e a balança equilibrar de novo.

 

- Mas não se limite a fazer nada, em relação aos planos divinos todos os projetos estarão pausados por enquanto – continuava Eltriton – por outro lado os planos mortais devem continuar, fortaleça seu exercito e coopere com a princesa imprudente, enquanto ela estiver direcionando seus esforços para vencer os demônios podemos assistênciar de longe.

- Não me agrada nada prestar assistência para aquela herege – reclamou Selvarino – aquela vadia abre as pernas para um mago negro!

- Selvarino, meça suas palavras na frente do lorde Eltriton – reclamou o sacerdote diante do linguajar dele.

- Perdoe-me senhor, foi um ato falho – Selvarino abaixou mais a cabeça.

- Não podemos nos dar ao luxo de perder a guerra, esta será a maior de todas – dizia o celestial – se a deusa negra está se movendo ela planeja vencer de uma vez por todas.

 

O celestial desapareceu da mesma forma que chegou, Selvarino prestou uma oração aos deuses e depois se reuniu com o sacerdote, ele falou que seu filho mais velho estava encabeçando um plano pra destronar a princesa, então isso ia totalmente na direção oposta à de cooperar com ela.

 

- Precisamos fazer as duas coisas ao mesmo tempo – sugeriu Guido.

- Na verdade há alguém que está ansioso para cooperar com a princesa – dizia Selvarino – esse entusiasmo me enoja, mas neste momento ele será muito útil.

- E quem seria essa pessoa? – perguntou o sacerdote.

 

*************************************

 

A nave de transporte atracou na doca da fortaleza Appholis, assim que a escada foi liberada as pessoas presentes se ajoelharam, 50 soldados de elite marcharam primeiro fazendo um corredor, em seguida veio a princesa e seu guardião-real, fazia poucas horas que um pedido de ajuda foi enviado, e a princesa que governa o reinado veio pessoalmente, isso fazia as pessoas ficarem ainda mais motivadas.

 

- Diretor Gaius – cumprimentou Ryna – fico feliz de ver que está bem.

- É uma honra recebe-la – cumprimentou ele se curvando – mas não precisava ter vindo pessoalmente, não sabemos se algo pode acontecer ainda.

- Imagina, só apareci depois que estava tudo seguro – dizia ela – nem perto dos problemas que vocês passaram.

 

Ryna ouviu o relatório e decidiu confirmar por ela mesma, segundo a historia que ouviu a deusa negra apareceu na frente da fortaleza Appholis, e isso pouco depois de um batalhão celestial tentar atacar o lugar, em seguida começou uma guerra entre os celestiais e os arquidemônios, o resultado ninguém pôde ver porque a fortaleza recuou quase 100km do ponto original, em seguida se fechou na barreira multicolorida.

 

- Mover a fortaleza e ativar a barreira consumiu três meses de energia – explicava Gaius quando Ryna pediu um relatório da situação – considerando o ritmo atual de recarga ainda estamos bem, a fortaleza estará completamente carregada 8 meses antes da grande invasão.

- Mas se algo assim acontecer de novo pode ser perigoso, na pior das hipóteses a fortaleza não estará 100% antes da grande invasão – analisava Ryna – eu vou fazer tudo ao meu alcance para aprimorar a recarga, eu gostaria que ela já estivesse completamente carregada logo no início do ano fatídico.

 

Ryna instruiu a todos sobre como proceder de agora em diante, com a localização da fortaleza comprometida era necessário move-la novamente, isso gastaria mais energia mais era algo que não podia ser evitado, então o jeito era diminuir todas as outras funções, por duas semanas a fortaleza operaria na capacidade mínima, o que significava mais esforço humano para trabalhar.

 

- Eu quero agradecer a todos vocês que se comprometeram de corpo e alma a este projeto – dizia Ryna – os esforços de vocês mesmo diante de uma crise podem estar salvando o futuro do reinado.

- Suas palavras nos deixam muito felizes – disse um dos funcionários mais próximo a ela.

- Mas entendam que nenhum de vocês é descartável, se uma situação impossível de vencer aparecer então priorizem suas vidas – pedia Ryna – diante de um inimigo invencível por favor evacuem a fortaleza, mesmo que tenham que deixar tudo pra trás.

- As palavras de uma líder que ama seus súditos – elogiou alguém próximo batendo palmas suavemente.

 

Todos olharam pra direção de onde vinham as palmas, ao ver um sujeito de mascara e trajes estranhos todos ficaram em alerta, os 50 soldados que escoltavam a Ryna imediatamente formaram uma parede na frente dela entre ela e o estranho, pela aura que ele emitia dava pra reconhece-lo como um demônio.

 

- Ele deve ter se infiltrado quando chegamos – dizia Arik erguendo seu escudo – vamos neutraliza-lo agora mesmo, e se for impossível evacuaremos a princesa imediatamente!

- Oh por favor, não precisam ficar tão agitados – pedia Mephiles fazendo um gesto de mão como se quisesse tranquilizar todos – mesmo sendo um demônio eu sou mais fraco que um goblim, eu não vim para lutar, e sim para transmitir uma mensagem.

- Muito bem, eu ouvirei a sua mensagem! – disse Ryna fazendo um gesto para os guardas baixarem suas armas.

- Muito bem, os termos foram aceitos em ambas as partes – dizia Mephiles satisfeito com a concordância dela.

 

A sombra abaixo do Mephiles se esticou e depois cresceu, rapidamente assumindo uma forma humanoide feminina, a sombra então estabilizou na forma de uma mulher de pele acinzentada e vestido negro, a presença dela era pesada e fez muita gente ficar sem palavras.

 

- É um prazer para vocês me conhecerem, eu sou a deusa negra Anix – a mulher apresentou-se – sou a mãe dos arquidemônios e criadora das trevas que cobrem o multiverso.

 

Todos ali sentiram um aperto no coração, a deusa Anix não estava se manifestando pessoalmente, ela só estava enviando seus pensamentos através da sombra do Mephiles, mesmo assim alguns ali até sentiram vontade de chorar, eles sentiam que estavam diante de uma presença divina, Ryna tremia mas após apertar os punhos ela se estabilizou para falar.

 

- Eu sou Rynariana Reiges, atual governante do reino de Gendelfaw – apresentou-se Ryna tentando ser firme mas o mais educada possível.

 

Ryna caminhou para a frente dos guardas que ainda estavam protegendo-a, apenas Arik permaneceu ao seu lado, mesmo assim ela manteve pelo menos 8m de distancia entre ela e Mephiles, tanto por segurança como também por não ter a coragem de se aproximar daquela sombra divina.

 

- Parece que minhas crianças estão lhe causando muitos problemas, uma parte disso é que sou meio displicente com a educação deles – continuava a deusa Anix – mas em maior parte pelo fato do que aconteceu mil anos atrás, quando tomaram de nós o nosso glorioso reino.

- Aquele reino foi reconquistado, só pegamos de volta o que sempre foi nosso – respondeu Ryna um pouco irritada.

- hihihi ela não sabe de nada, pobrezinha... – a deusa riu divertida com as palavras da princesa – ah bem, originalmente eu estava com muita raiva, pois você matou o meu filho Eidos.

 

Havia uma certa maldade no olhar e no sorriso que ela mostrou, e por um mero segundo todos sentiram uma hostilidade assassina no ar, os guardas ficaram paralisados mesmo que quisessem pular na frente da Ryna, e a própria Ryna tremeu como uma gazela diante de um leão, mas assim como essa hostilidade veio ela também sumiu.

 

- Mas a minha raiva passou quando eu vi que você apoia magos negros, até tem um como amante – ela ficou subitamente gentil e amável – essas crianças injustiçadas receberam a minha benção, mas são sempre perseguidas e maltratadas, uma maga branca que apoia essas crianças merece uma consideração.

- Você é muito bondosa mãe, tolerando até a pessoa que explodiu o irmão Eidos – dizia Mephiles fingindo que enxugava lagrimas.

- Não é? Sou muito melhor que aquela deusa branca intolerante – ela ria de como se achava tão magnífica.

- Posso perguntar o que deseja de mim? – perguntou Ryna sentindo que estava perdida no assunto.

- Oh sim, de você eu não quero nada, exceto que continue fazendo o que está fazendo – explicou a deusa negra – em breve estaremos em guerra, mas fique a vontade para lutar o quanto quiser.

- Você está dizendo que quer que eu continue me preparando pra guerra? – Ryna não conseguia entender nada disso.

- Sim sim, se esforce, resista e lute bravamente – a deusa negra estava totalmente empolgada – e no fim quando a escuridão engolir este mundo eu verei você se afogar em desespero, esse é o meu presente por você ter matado o Eidos, e por seus antepassados terem tirado o meu reino de mim.

- Entendo, você veio zombar de mim por lutar contra uma deusa – disse Ryna ficando bem irritada – pois saiba que mesmo se meu destino for a derrota eu vou continuar de pé até o fim!

- Esse é o espirito! Então eu vou te dar mais um presente de despedida – disse a outra feliz – a partir do ano novo vocês terão 10 meses de paz, nem um único demônio irá ataca-los, até lá estaremos nos preparando para o dia em que vamos clamar suas vidas, façam bom proveito!

 

A deusa negra desapareceu e assim a sombra do Mephiles voltou ao normal, o arquidemônio então bateu seu cetro duas vezes no chão e um portal se abriu, ele desapareceu mergulhando no portal que se fechou em seguida, já Ryna estava completamente perplexa.

 

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(no mesmo dia)

 

- Mandou me chamar princesa? – perguntou uma moça muito assustada.

 

O guarda-real escoltou a moça para o escritório da Ryna, após deixa-la lá ele voltou pro lado de fora, dentro do escritório estava a princesa, seu guardião Arik e o tal mago negro de quem todos falam, ela o achou muito bonito para um mago negro, ela sempre os imaginou como bruxos com feições distorcidas.

 

- Você é a Nagasha Saltimo, historiadora real? – perguntou Ryna.

- s-si-sim, eu sou a historiadora real, herdei o cargo do meu pai que se aposentou – disse a moça curvando-se – o que posso fazer por vossa majestade?

- Eu quero saber tudo o que sabemos sobre a deusa negra Anix – explicou Ryna – eu mandei me trazerem livros mas não havia um sequer, não souberam me explicar o porquê de não termos livros sobre essa deusa, então eu mandei chamar você.

- Está correto, não temos livros sobre a deusa negra Anix – respondeu a moça tentando não gaguejar.

- Então o que sabemos sobre essa deusa? – perguntou Ryna – pode me falar diretamente, não precisa se preocupar com formalidades ou linguagem.

- Pois bem, tudo o que sabemos sobre esta deusa são citações em outros livros, mais precisamente livros que falam sobre a deusa branca Aura – explicou Nagasha – de forma resumida: “a deusa negra Anix é a mãe de todos os demônios, criadora do mal e corruptora dos deuses”

 

Ryna ficou em silêncio olhando pra ela como se esperasse mais, mas a moça estava terrivelmente constrangida, ela queria dizer que era só aquilo, mas não conseguia encontrar palavras pra isso, coube ao Darch quebrar aquele silêncio constrangedor e fazer as duas destravarem.

 

- Espera, é só isso? – perguntou Ryna – você está me dizendo que tudo o que sabemos sobre nossa maior inimiga é uma nota de rodapé?

- Talvez esteja em algum livro que ainda não leu – sugeriu Arik vendo Ryna ficar nervosa.

- Impossível, por 10 anos eu treinei para herdar o cargo do meu pai – explicava Nagasha – assim eu li todos os livros que constam na biblioteca real, e após assumir o cargo há dois anos eu li os arquivos restritos, não há um livro neste palácio que eu não tenha lido.

- Suponho então que você não tem vida social – brincou Darch.

- Pode me explicar por que não temos nenhuma informação sobre isso? – perguntou Ryna batendo de leve o dedo na mesa repetidamente.

- Bem, o culto à deusa negra é estritamente proibido dentro do reinado, a inquisição tratou de queimar absolutamente tudo relacionado, de livros à figuras e artefatos – explicava a moça – de modo que absolutamente nenhum conhecimento negro foi transmitido para futuras gerações.

- ISSO É TOTALMENTE INADMISSÍVEL!! – gritou Ryna batendo o punho na mesa.

- Me desculpe!! me desculpe!! me desculpe!! – dizia Nagasha se curvando repetidamente.

- Espere, eu não estou nervosa com você, estou nervosa com a situação – Ryna tentava acalmar a moça que achava que ia ser executada – eu acho inadmissível que por causa de medo e fanatismo tenhamos perdido qualquer conhecimento que hoje poderia nos dar uma vantagem.

- Eu concordo inteiramente, o maior pecado que alguém pode cometer é descartar conhecimento!! – Nagasha se animou e depois percebeu que mostrou um lado que não devia – quero dizer... se ao menos informações básicas tivessem sido preservadas teríamos mais recursos agora.

- Por isso que a maioria dos arquidemônios são desconhecidos, em mil anos os imbecis fizeram questão de apagar registros – dizia Darch – você encontra esse conhecimento no submundo, mas como não era vital pra mim eu não fiz questão de obter.

- Você pode obter agora? Se revirar o submundo pode me trazer informações? – perguntou Ryna.

- Posso garantir que sim, mas pode levar meses ou até anos – respondeu Darch – além de encontrar quem tenha algo temos que obter, depois classificar e saber se é útil, e na maioria dos casos a informação está na língua demoníaca, leva um tempão pra traduzir algo.

 

Ryna encontrou-se em mais um beco sem saída, depois de visitar a fortaleza Appholis ela teve a visita da deusa negra Anix, a deusa era bem diferente do que ela imaginava e ainda por cima disse algo impossível de acreditar, ela prometeu que por 10 meses após o ano novo o reinado não seria atacado por demônios, 10 meses de paz era uma benção sem tamanho, por isso mesmo ela não conseguia acreditar em algo tão bom, então Ryna quis informações sobre a deusa negra, para tentar ver quais são suas reais intenções e como ela gostava de agir, mas agora seus planos foram frustrados pela falta de informação em si.

 

- Darch, dá pra confiar na palavra de uma deusa criadora de tudo que não presta? – perguntou Ryna esfregando a cara na mesa.

- Demônios não mentem quando fazem acordos, e acredito que isso vale em dobro pra deuses – dizia ele – mas tecnicamente ela não fez nenhum acordo com você, ela só afirmou que vai lhe dar 10 meses de trégua.

- Talvez isso seja um plano pra nos pegar de guarda baixa, a gente pensa que vai ficar tudo em paz e daí vem um golpe mortal – imaginava Arik.

- Nesse caso não falar nada seria ainda mais efetivo, qualquer pessoa com um pingo de inteligência chegaria a mesma conclusão – respondeu Darch – então nos dar esse aviso só nos faria ficar paranoicos e em guarda.

- Talvez o objetivo dela seja esse mesmo, deixar a gente maluco e paranoico – dizia Ryna suspirando derrotada – imagine quantas noites de sono eu vou perder pensando nisso.

- Você fala das poucas que lhe resta? Você só dorme uma vez a cada dois dias agora – dizia Darch – daqui a pouco isso vai fazer mal a você, eu mesmo perdi muitas noites estudando até me acostumar.

- Espere, tive uma ideia! – disse Ryna levantando a cabeça subitamente.

- Não! Nem pense nisso!! – Darch se levantou também todo assustado.

- Mas você nem sabe o que eu pensei! – protestou Ryna chocada.

- Minha alma tá gritando pra não te deixar fazer isso – Darch parecia bem desesperado – seja lá o que passou pela sua cabeça agora desista!!

- Eu adoraria ouvir seus sermões e conselhos, mas infelizmente nós dois vamos estar muito ocupados agora – ela se levantou e se preparou pra deixar o escritório – você vai ajudar a Nagasha a procurar informações no submundo, pode convocar quem você quiser pra ajuda-los.

- E quanto a você? – perguntou Arik preocupado com o que ela planejava.

- Eu vou visitar um advogado – respondeu ela pegando sua capa.

 

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- Então foi isso, desculpe por causar problemas pra vocês – dizia a deusa Anix sentada em um trono.

- Não é um problema realizar seus desejos, ficamos felizes com isso – dizia Dantalion – mas poderia esclarecer o que pretende com isso?

- Pretensão? Foi só um capricho – respondeu ela.

 

Belphegor que estava presente começou a rir muito disso, Dantalion parecia que ia explodir o cérebro tanto com a idiotice do irmão como os caprichos da sua mãe, os outros arquidemônios presentes só esperavam o desenrolar disso, Pallas que não podia estar presente fisicamente assistia através do espelho que estava conectado com o castelo da deusa, fora Mephiles que convocou a todos para que sua mãe pudesse contar o que ela fez.

 

- Agora eu sei a quem ele puxou – disse o necromante frustrado pela deusa parecer ser uma cabeça de vento.

- Quer dizer que vamos ter que ficar 10 meses sem fazer nada!? – reclamou Maostema em sua forma brutal.

- Do que está reclamando? Antes era um ano, ela cortou o tempo pela metade – disse Ouroboros que só manifestava seu olho no salão.

- Os celestiais pisaram na bola mais cedo do que o previsto – disse Anix – então aproveitei a oportunidade, sempre podemos contar com eles pra se jogarem de cabeça numa causa.

 

Celestiais eram conhecidos pela bondade, pureza e serenidade, mas como todos os seres do universo eles tinham seus próprios defeitos, e um dos defeitos dos celestiais é que eles agiam impulsivamente quando desafiados ou insultados, Anix sabia bem disso e explorou essa fraqueza, deixando Ryna fazer o que queria apenas permitia que esse cenário se consolidasse, usando o Mephiles infiltrado em vários lugares ela soube o dia em que eles iriam tentar recuperar a lança divina, e assim criou o cenário ideal pra ganhar uma vantagem.

 

- Existe um belo motivo para eu dar uma folga tão grande, eu plantei uma semente, e esta guerra será o adubo que a fará germinar – explicava Anix – mas para essa semente germinar forte precisamos da maior e mais brutal guerra que possamos criar, apenas sigam com o plano para trazer seus irmãos perdidos de volta, mas sem fazer nenhum estardalhaço, e você aí humano, continue de olho neles para que não façam nada.

- Certamente me empenharei nisso – respondeu Pallas se curvando – mas me permite fazer uma pergunta?

- Mas é claro, faça a sua pergunta – autorizou ela.

- A restrição de “não façam nada por 10 meses” se aplica a mim e aos meus subordinados? – perguntou ele humildemente.

- De forma alguma, continue fazendo o bom trabalho que faz – disse ela descontraída – mas não faça nada que derrube os esforços da princesa humana, eu quero que ela continue fazendo o que quer fazer.

- Fala de matar todos nós? – perguntou Amaimon – tipo, essa guerra é pra se livrar da gente não é?

- Ah meu querido filho, essa guerra importa muito para mim, eu só quero que ela aconteça – explicava a deusa negra – vocês verão que ao final dessa guerra esse mundo será nosso.

- Mãe, você planejou algo para essa guerra? – perguntou Belphegor ficando sério – se você quer que algo aconteça nos diga, e nós faremos acontecer.

- Essa é a última vez que falarei com vocês antes do eclipse, então prestem atenção – ela ficou subitamente séria e malévola – quando chegar a hora tinjam esse mundo de negro, levem terror, morte e destruição da forma que mais lhe aprazer, e ao final de tudo os humanos estarão de joelhos clamando o meu nome.

- Faremos isso mãe! – disseram todos ao mesmo tempo.

- Até lá tratem esse período como férias, saiam e se divirtam, mas não façam bagunça ok? – ela deu um sorriso super animador.

 

A deusa negra desapareceu num tornado escuro, assim o castelo que ficava no astro negro voltou a ficar vazio da presença divina, ainda que todos os arquidemônios estivessem reunidos.

 

- Eu acho que vou por a leitura em dia – dizia Dantalion como se estivesse se programando.

- O que eu vou fazer se não for matar humanos? – perguntou Artroces.

- Você passou quase um século meditando numa montanha, e agora não sabe o que fazer por 10 meses? – disse Maostema – ah sim, eu ainda tenho umas cobaias em casa, vou fazer minha arte!

- Vocês não estão esquecendo de nada? – perguntou Pallas – a deusa negra disse que a trégua começa após o ano novo, ainda falta três meses pro ano acabar.

 

Eles pararam pra pensar sobre isso, não especificar o que fazer nesses três meses dava liberdade pra fazer o que quiser, mas e se as ações nesses três meses comprometessem o que viria depois? Sem saber as intenções e planos da sua mãe eles não tinham como dizer até onde era aceitável fazer coisas por conta própria.

 

- Pois eu vou continuar executando os meus planos, não foi dito nada sobre magos negros fazerem algo – dizia Pallas – de qualquer forma o meu plano para derrubar a princesa só começará no final do próximo ano.

- Eu vou continuar coletando almas, preciso delas para levar nosso plano adiante – dizia Mephiles – de qualquer forma fazer acordos não conta como ataques.

- Hei, estamos esquecendo de alguma coisa – dizia Amaimon.

- Sim sim, temos que avisar ao Onimaru, se bem que ele já não ia fazer nada mesmo – disse Ouroboros.

- Não é isso, tem mais alguém que não tá sabendo de nada – continuou o arquidemônio esqueleto.

 

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(2 dias depois)

 

- Seja bem-vinda majestade – cumprimentou Ardof se curvando.

- Ah por favor, não fique com isso de majestade – pedia Ryna rindo – fica muito estranho!

- Sabe, eu não achei que estaria vivo quando você assumisse o trono, por isso fico muito feliz – dizia Ardof caminhando do lado dela – eu só gostaria que tivesse sido em circunstancias melhores.

- Você está certo, tomar o trono pra evitar um genocídio foi terrível pra todo mundo – respondeu Ryna – eu só espero que eu consiga por as coisas nos trilhos.

- Você vai evitar a morte de milhões de pessoas, só por isso já valeu a pena – disse Ardof – eu estava pensando em quantas pessoas poderia salvar antes da desgraça acontecer.

 

Ardof apoiou Ryna incondicionalmente, não porque não confiasse em Eldair, mas simplesmente porque ele acreditava num futuro sem sacrifícios, por isso quando soube por Cedric que Ryna havia tomado o poder ele comemorou, seus alunos não iriam mais se abandonados a própria sorte.

 

- Agora eu gostaria que me acompanhasse até aquele lugar – pedia Ryna – quero finalizar isso ainda hoje.

- Você tem certeza? Não é o tipo de pessoa em quem você pode por uma coleira – advertiu Ardof.

- Na verdade eu acho que ela ia gostar de uma coleira... – Ryna imaginou um fetiche estranho – mas vamos ver no que dá, acho que pior do que tá não pode ficar.

 

Ardof assentiu e teleportou Ryna e ele para a entrada do calabouço, a porta de aço já estava aberta como se esperasse visitas, o lugar que antes era completamente escuro agora tinha luzes vermelhas em algumas paredes, o suficiente só para permitir a visão mas criando muitas sombras.

No interior da masmorra duas figuras pareciam cuidar da faxina, Inuka cozinhava enquanto um jovem meio-feral lustrava as armaduras, Ryna não lembrava dessa criança mas já tinha ouvido da Mastela que Misty arranjara um novo mascote, ao verem a princesa os dois pararam o que estavam fazendo.

 

- Já faz um bom tempo não é princesa? Quando foi a ultima vez? – perguntou Misty sentada no sofá com uma taça de vinho na mão – quando trouxe seu marido para ser bem tratado?

- Sua brincadeira na festa que fizemos pro Darch não conta? – perguntou Ryna – eu senti claramente você dentro de mim quando bebi aquela coisa batizada.

- Acredite, você não faz ideia de como é me ter dentro de você – Misty a provocou com um tom malicioso e Ryna sentiu que entendeu – mas diga-me, o que lhe trás a esta masmorra?

 

Ryna pediu licença e sentou no sofá de frente para Misty, Ardof invocou uma simples cadeira e sentou perto da porta, Inuka vendo que era uma reunião séria logo trouxe o carrinho com bebidas, Ryna agradeceu e pediu algo leve para ficar no clima, depois de seu anel ela invocou uma pasta com papeis.

 

- Eu conheci a sua mãe, a deusa negra Anix – começou Ryna – se ela não fosse tipo uma você eu até poderia gostar dela.

- Você conheceu a mamãe? Como ela está? O que ela disse? – perguntou Misty empolgada como uma criança – ela não vem me ver a mais de um século!

 

Misty percebeu que agiu de forma contraria ao seu habitual, dando uma tossidinha ela recuperou a compostura e esperou Ryna falar, e assim a princesa contou o que aconteceu recentemente e também o seu encontro com a deusa negra, de como ela falou em dar 10 meses de paz como se fosse alguma brincadeira.

 

- Bem, a minha mãe é desse tipo, em se tratando de ser caprichosa ela é como eu – disse Misty satisfeita – mas ela é maquiavélica como o Dantalion e o Mephiles, então você tem toda razão em ficar com medo.

- Eu estou cansada de ficar um passo atrás porque não sei de nada sobre o lado negro de tudo – dizia Ryna – eu fiquei puta de raiva quando soube que a inquisição queimou tudo que tínhamos sobre a deusa negra! Isso é burrice!

- hahahahaha bem-vinda ao mundo da intolerância, e depois são os demônios que não prestam – dizia Misty – tente dizer a um anjo que ele está errado pra você ver o que acontece!

- Por isso eu decidi fazer a coisa mais estupida e perigosa que eu poderia fazer, e mesmo sabendo que vou me arrepender acho que é a decisão certa – continuou Ryna – eu vim lhe oferecer um emprego em meu governo.

 

Em primeiro momento a Misty fez uma expressão de alguém que pensou ter ouvido mal, então Ryna repetiu que queria contrata-la como maga negra real da corte, então após 5 segundos de silêncio ela começou a rir, ela riu tanto que ficou fraca e caiu do sofá ficando largada no chão.

 

- Já terminou? – perguntou Ryna vendo Misty ofegante recuperando o folego.

- Você ficou louca? Eu sou a porra de um arquidemônio, até se eu fosse humana essa ideia seria estupida! – dizia Misty fazendo força pra sentar no sofá de novo – os magos do conselho real comandam todos os outros magos que trabalham para o governo, você está tentando botar um demônio pra ocupar essa posição? Justo quando o reinado vai começar a guerra contra os demônios!?

 

É claro que ela pensou nisso, contratar a Misty significava levar um inimigo para dentro do palácio, um inimigo que não tinha pudores e poderia corromper toda a estrutura de dentro pra fora, ainda que ela não saísse matando todo mundo a própria reputação da princesa iria por agua abaixo, qualquer pessoa chegaria a conclusão de que ela está sendo manipulada pelo inimigo, a repercussão de levar o Darch para o palácio já provocou comentários assim.

 

- Eu não sou tão burra assim para te contratar sem garantias – dizia Ryna jogando a pasta de papeis sobre a mesa – eu pedi que criassem um contrato, um que seja bom para nós duas.

 

Misty não tinha a intenção de receber ordens de ninguém, mas ela pegou o contrato só para satisfazer a curiosidade, quanto mais complexo e detalhado fosse mais seguro seria, mas ao mesmo tempo achar brechas exploráveis era um passatempo para demônios, se o contrato tivesse uma falha fatal Misty até poderia aceita-lo só para se divertir, mas o que ela viu tirou o sorriso de sua cara.

 

- Espere, isso aqui é sério? Não é só um rascunho? – perguntou ela sem entender.

- É o contrato completo, você pode ver que até tem minha assinatura em cada página – respondeu Ryna.

 

O contrato só tinha três páginas, ele explicava a natureza do contrato e de quem estava contratando e quem estava sendo contratado, os pontos principais do contrato a respeito de ambas as partes eram:

 

1 – A contratada (Misty) teria as mesmas obrigações e deveres que todos os outros magos da corte, bem como os mesmos direitos e privilégios, incluindo um título de nobreza.

2 – A contratada (Misty) estava proibida de se filiar aos outros seres conhecidos como arquidemônios, isso incluía participar de conflitos ou agir em favor deles contra a contratante (Ryna)

3 – A contratada (Misty) estava proibida de divulgar qualquer informação sigilosa que por ventura viesse a ter conhecimento sem a previa autorização da contratante (Ryna)

4 – A contratante (Ryna) estava proibida de usar sua autoridade para exigir que a contratada (Misty) divulgasse informações sigilosas dos seres conhecidos como arquidemônios, bem como exigir que participasse de conflitos contra os mesmos.

5 – Atividades particulares da contratada (Misty) estavam liberadas, desde que a contratada não pusesse em risco as atividades do governo ou seus participantes, além disso a contratada estava terminantemente proibida de tirar vidas sem a autorização previa da contratante (Ryna)

6 – A contratada (Misty) usaria um disfarce para exercer suas atividades públicas, incluindo reuniões dentro e fora do palácio real, em troca os seus gostos pessoais seriam respeitados dentro do limite do tópico anterior.

7 – Qualquer indivíduo de natureza humana, semi-humana ou extraplanar que viesse a se tornar subordinado da contratada (Misty) receberia os mesmos direitos e deveres referentes neste contrato.

8 – A liberdade da contratada (Misty) não seria restringida de forma alguma, contanto que a mesma se comprometa com seus deveres, se por ventura o contrato for anulado ambas as partes devem chegar a um acordo sobre como proceder para reativa-lo, se for a vontade de ambas as partes.

9 – É dever da contratante (Ryna) proteger a contratada (Misty) de qualquer ato hostil injustificado, seja de origem interna ou externa, a contratada é proibida de incitar atos hostis contra ela mesma ou outros.

 

E isso era tudo, o fato da assinatura da Ryna estar em todas as paginas indicava que ela já revisou e aprovou o contrato, o que significava que aquela era de fato a versão final do mesmo.

 

- Ou você é muito esperta ou muito burra, esse contrato é tão simplório que meu irmão Mephiles ia rir dele – dizia Misty pondo os papeis de volta na pasta – nem dá graça procurar brechas nele, o contrato em si é todo folgado.

- Eu pensei bem no tipo de contrato que você poderia aceitar, e assim descartei qualquer ideia de faze-la agir contra sua vontade – explicava Ryna – não adiantaria também tentar limitar suas atividades pervertidas ou sádicas, contanto que você não faça nada irreparável eu posso me virar com o resto.

- Ainda assim você está me pedindo pra ajuda-la a vencer uma guerra que nós demônios queremos vencer – dizia Misty – indiretamente eu estaria sendo uma traidora.

- Não vou tentar engana-la com palavras bonitas, é isso mesmo – dizia Ryna – eu estou completamente desesperada, por isso recorri a essa alternativa, manter você trabalhando pra mim é um inimigo a menos para lidar futuramente.

- Ora, você só precisava continuar a ordem do seu pai, e mandar me executar – dizia a outra.

- Até parece que você não tem um plano pra escapar quando a hora chegasse – disse Ryna cruzando os braços – mas mandar executar você só serviria pra me livrar de um pequeno problema, em troca eu poderia ganhar um problema ainda maior, como a ira dos seus irmãos, e principalmente a ira da sua mãe, eu escapei por pouco de vingança por causa do Eidos.

- hahahahah na nossa família o Eidos é muito mesquinho, e vive tentando chamar atenção – dizia Misty – mas você tem razão, os outros ficaram bem putos por ele ter sido morto, ainda não sei por que não vieram pra cima de você.

- Em todo caso, eu prefiro usar o seu conhecimento e habilidades, mesmo que eu vá me arrepender disso todos os dias – dizia Ryna – se isso puder aumentar minhas chances de vitória, mesmo que apenas 1% já terá valido a pena.

 

Misty sentiu uma sensação incomum para ela, ao mesmo tempo em que ela queria destruir aquela mulher ela também a admirava, muitos já tentaram conquistar sua simpatia ou seus favores, mas todos foram idiotas que só sabiam bajula-la, e todos acharam que eram mais espertos do que ela, agora Misty via alguém que não baixou a cabeça, não se humilhou mas também se manteve firme no seu desejo, e pediu sua ajuda mesmo sabendo com quem estava lidando, sem truques ou artimanhas.

 

- O contrato diz que a duração é até o final da guerra – dizia Misty – e depois?

- Você decide se quer continuar trabalhando pra mim ou se quer cair fora – respondeu Ryna – não vou impedi-la e nem ameaça-la.

- Você sabe muito bem que eu transformo tudo num puteiro não sabe? – avisava Misty – não venha pedir pra eu ser uma boa menina.

- Vou lhe dar uma mansão na parte mais afastada da vila real – respondeu Ryna – restrinja sua putaria ao interior da mansão, e se alguém for idiota o bastante pra ir lá faça o que bem entender.

- Posso levar meus bichinhos? – perguntou Misty.

- É bem melhor que você fique com aqueles que já estão acostumados, eu também vou indicar pessoal pra te servir – respondeu Ryna – na verdade eu já ia pedir pra pegar a Inuka, eu quero ela cozinhando pra mim.

 

Inuka e Meltres comemoraram, eles amavam sua mestra e gostavam da masmorra, mas poder sair era muito melhor, Misty cruzou os braços e fechou os olhos como se estivesse pensando profundamente, no final ela concordou.

 

- Me dá logo isso, quero ver o que você pode fazer com tudo isso – disse Misty pedindo os papeis.

 

Misty pegou uma caneta de pena negra, a tinta que ela usava era cristal de ébano liquefeito, em cada folha do contrato ela pôs sua assinatura no local abaixo da assinatura da Ryna (em tinta de ouro), depois do contrato assinado Ryna entregou uma fina tabuleta de cristal com um resumo e termos do contrato, essa tabuleta também tinha a assinatura dela, uma vez que Misty assinasse o contrato estaria imediatamente validado.

 

- Senhor Ardof, pode liberta-la agora? – pediu Ryna.

- Nunca pensei que esse dia chegaria, e ao mesmo tempo eu sempre achei que um dia aconteceria – disse ele sorrindo quase feliz.

 

Ardof materializou uma chave de cristal verde com runas douradas, depois disso ele trouxe de outra dimensão algo que parecia um cadeado feito do mesmo material, quando a chave foi inserida no cadeado correntes de energia se manifestaram, as correntes prendiam os braços, pernas e pescoço da Misty, toda a academia era um selo para manter presa tal criatura a mais de duzentos anos.

Ardof recitou uma conjuração de 80 palavras que servia como senha de ativação da chave, após girar a chave no cadeado as correntes que prendiam Misty se desfizeram, uma onda de energia saiu dela representando a porção do seu poder que estava contido, todo esse tempo Misty só estava com metade do seu poder, mesmo que em termos de poder bruto seu poder fosse igual ao de um demônio superior.

 

- Nossa, tudo isso é seu poder maligno? – dizia Ryna impressionada – acho que você é mais forte que o Eidos.

- Eu diria que estamos empatados, mas eu sou muito mais diva que ele não é? – Misty abraçava o próprio corpo experimentando e saboreando a liberdade – Inuka! Chame os moleques, eu vou dar uma festa de arromba pra comemorar o dia de hoje!!

- Por mim tudo bem, mas lembre-se de não matar ninguém – avisou Ryna – o contrato já está valido afinal.

- NÃO BRINCA?! Eu esqueci disso! – Misty passou a mão na cara revoltada – que merda!! Uma festa minha sem pelo menos um cadáver no final não é uma festa minha!!

- Vou fazer os acertos no palácio, venha quando estiver pronta pra se mudar – disse Ryna – obrigado senhor Ardof, eu agradeço por confiar em mim.

- Não há de que, eu espero poder ajuda-la mais no que estar por vir – respondeu Ardof.

 

Ardof abriu um portal para Ryna voltar ao palácio real, depois que o portal fechou Misty ordenou que os dois servos preparassem as coisas para a mudança, foi quando subitamente Ardof foi até ela e a abraçou, Misty foi até surpreendida por isso.

 

- Mas que porra você tá fazendo!? – perguntou ela – você ficou gagá depois de velho?

- Eu sei que o que vou dizer é ridículo, mas eu sinto como se estivesse perdendo uma filha – dizia ele ainda a abraçando carinhosamente – você cometeu mais atrocidades do que posso lembrar, levou centenas de alunos para a perdição, mas você estava tão presente nesta academia como se fosse parte dela.

- Eu praticamente era parte dela, por isso não conseguia fugir – respondeu Misty bufando entediada.

- Você poderia ter me manipulado pra liberta-la, não seria nada difícil – disse ele.

- Esse lugar era meu parque de diversões, eu estava me divertindo todo esse tempo – disse ela afastando-o meio envergonhada – embora teve algumas décadas que eu praticamente só dormia.

- Será que é pedir demais por uma festa saudável de despedida? – pedia Ardof esperançoso.

- Não seja idiota, o melhor que posso prometer é apenas uma orgia até o amanhecer – disse ela – e se você ainda tiver fogo nesse corpo posso deixar você matar as saudades do meu corpinho.

- ohohoh! Eu adoraria, mas na minha idade sinto que não vou levantar no dia seguinte, literalmente – disse ele.

 

Misty deu uma risada e depois o puxou para um beijo, não foi um beijo lascivo como o de uma puta, foi um beijo de amante com o máximo de carinho que um demônio podia expressar, Ardof até achou que ela estivesse pegando sua alma mas a fraqueza que ele sentiu foi o sentimento que tinha por ela.

 

- Eu não sinto amor, compaixão, amizade ou qualquer uma dessas coisas, mas não sou insensível para não ter um pouco de felicidade – disse ela – eu tive o prazer de ter sido a sua primeira mulher, e agora você me deu essas palavras, se um demônio pode sentir felicidade eu estou sentido isso agora.

- Você está livre agora, eu estou ansioso pra ver o que você vai aprontar – disse ele com lagrimas nos olhos.

- hahahaha fique ligados nas notícias, em uma semana aquela princesa vai estar chorando de arrependimento!! – dizia Misty gargalhando – eu fui literalmente convidada pro palácio real, é o maior palco que eu poderia querer!!

 

Enquanto isso em seu escritório Ryna sentiu um arrepio subir pela coluna, foi tão forte que ela quase pulou arrepiada, Darch vendo a reação dela só podia imaginar que o plano dela deu certo.

 

- É muito cedo pra dizer “eu te avisei”? – perguntou ele vendo a Ryna tremendo.

 

 

Continua.


Notas Finais


Na capa temos a maga Nagasha, maga mental que trabalha como historiadora real.
.
Corram para as montanhas! A Misty tá solta!!
Heheheh eu acho que ninguém esperava por isso, a Ryna dando emprego pra Misty, alias, até a Misty tá conseguindo emprego e você não kkkkkk
Vamos ver o que vai acontecer agora, acho que não vai ficar um homem de cueca nesse palácio, e mulheres também!


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