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História Herdeiros da Magia - Capitulo 121 Beira de Precipício.


Escrita por: zariesk

Notas do Autor


As reviravoltas não param!
Sigamos com mais um capitulo desta mini-saga, praticamente o pontapé inicial da grande invasão!

Capítulo 128 - Capitulo 121 Beira de Precipício.


Fanfic / Fanfiction Herdeiros da Magia - Capitulo 121 Beira de Precipício.

Capitulo 121 – Beira de Precipício.

 

 

(20 anos atrás)

 

- E então? Qual o diagnóstico? – perguntou o rei Auste Baston.

- É uma doença desconhecida por todos, talvez seja a primeira vez que a vemos – explicava o médico da corte real – isso explica porque ele sempre teve a saúde frágil e muita pouca energia.

 

Eles se referiam ao príncipe herdeiro Helion Baston, desde muito novo a sua saúde não era nada boa e ele adoecia com facilidade, mas nos últimos meses a situação piorou drasticamente, ele passava mais tempo deitado do que fazendo outras coisas, perdia peso e nem comparecia aos eventos formais.

Mas foi só ontem que sua situação piorou ao ponto de ser perigoso, o príncipe teve um ataque e vomitou sangue, está inconsciente desde então e vários especialistas foram chamados, os melhores médicos e magos não conseguiram ajuda-lo, o melhor que puderam fazer foi aliviar os sintomas.

 

- É como se tudo nele estivesse definhando, seus órgãos estão ficando mais fracos, seu sangue mais aguado e até o seu Mana enfraquecendo – explicava o médico – podemos fazer remédios e tratamento magico, mas só estaremos prolongando a vida dele.

- Ouvi dizerem que magia épica pode curar qualquer doença – comentou Auste – o que precisamos pra conjurar tal magia?

- Me desculpe dizer isso, mas não é tão simples assim – disse o médico cortando qualquer esperança – mesmo se arranjar magos habilidosos o suficiente ainda não será possível, magia épica pra curar doenças tem que ser tão precisa quanto um remédio, sem saber o que estamos combatendo a magia não vai funcionar.

 

Enquanto o médico e o rei discutiam opções a história se espalhava pelo palácio, o príncipe herdeiro poderia morrer a qualquer momento por causa de uma doença, alguns já aumentavam a história dizendo que o caçula também poderia morrer, se isso fosse verdade a linhagem Baston estaria condenada, nunca na história do reinado houve tal tragédia.

 

(um mês depois)

 

- Esses são os lençóis do príncipe Helion? – perguntou uma empregada vendo a companheira saindo do quarto.

- São, sujos de sangue como sempre – respondeu a outra mulher fazendo cara de nojo – eu tenho pena da colega que tem que ajuda-lo no banho.

 

A mulher usava luvas pra segurar o bolo de pano que eram os lençóis da cama, depois jogou de qualquer jeito numa caixa, atualmente havia um mago só pra limpar e desinfetar o que o príncipe usava.

O maior medo é que essa doença fosse contagiosa, ninguém queria definhar como Helion, alguns até torciam pra que ele morresse logo e acabasse com o sofrimento, já o rei e a rainha se questionavam se o príncipe mais novo deveria ser oficializado como herdeiro do trono, Terion era monitorado o tempo todo para saber se não estava doente também, em último caso a família Baston teria que adotar o segundo filho ou filha de outra família real pra substituir os herdeiros caso eles morressem.

Enquanto isso o príncipe Helion chorava em seu quarto, com apenas 10 anos ele já sabia que estava com um pé na cova, nesse momento seu corpo inteiro doía e ele viu a cara de nojo que a empregada fez agora a pouco, seus pais quando vinham vê-lo o faziam sem chegar perto, mesmo o mago que usava magia pra aliviar seu sofrimento parecia estar dizendo “é melhor morrer logo” com os olhos.

Agora ele se encontrava num quarto escuro, cortinas fechadas impedindo a luz do sol de entrar, alguns abajures iluminando nos cantos, Helion deitado na cama com a respiração pesada, como se seus pulmões estivessem prestes a desistir de respirar.

 

- “Alguém me ajuda!” – implorava o menino em pensamento – “eu não quero mais sofrer, alguém me ajuda!”

 

Ele tentava pegar o cristalzinho que o médico deixou ao lado da cama, com ele Helion poderia chama-lo pra socorre-lo, mas sua mão estava tão fraca que deixou cair, ao ver seu estado lastimável o menino caiu no choro sentindo o catarro em sua garganta sufoca-lo.

 

- Suponho que não seja tarde demais – disse alguém próximo.

 

Helion viu um mascarado estranho parado ao lado da cama, o homem era tão suspeito que jamais poderia ser cogitado como um servo da família, mas ao mesmo tempo parecia tão refinado que não poderia ser uma assombração ou outra coisa.

O mascarado então pegou um frasco de uma poção misteriosa, ele quebrou o frasco na própria mão e o liquido em seu interior virou vapor, o vapor circulou o corpo do Helion aliviando os sintomas da doença mortal, e pouco a pouco o menino voltava ao normal, embora o normal fosse apenas comparado ao seu estado hoje de manhã.

 

- Quem é você? – perguntou Helion quando conseguiu juntar ar pra falar.

- Alguém que pode fazer por você o que nenhum médico ou mago poderia – respondeu Mephiles num tom confiante.

- O senhor pode me curar? – perguntou Helion com um pingo de esperança na voz.

- hun... mais ou menos, eu posso lhe dar o poder pra superar a morte – explicou ele puxando um livro que não caberia no bolso – você já ouviu falar das maravilhas da necromancia?

 

O livro que ele segurava era um grimório, tinha capa feita de ébano e suas bordas e decorações feitas de ossos reais, era indubitavelmente algo maligno, mas nada era mais assustador do que definhar até a morte.

 

************************************

 

- Alguém... pode me explicar o que está acontecendo? – perguntou Ryna que estava completamente confusa com os acontecimentos.

- Antes de você chegar o Pallas apareceu, aí ele falou umas coisas doidas e mostrou o rosto que era igualzinho ao do Helion – explicava Reina num ritmo meio rápido – aí eu fiquei puta, explodi ele em mil pedaços e agora o Helion ficou igualzinho ao Pallas.

- Como é que é!? – disse Ryna sem acreditar – Emílio, explica pra mim?

- É quase isso aí que ela disse – respondeu Emílio sem muita confiança nas palavras.

- Alguém me explica o que está acontecendo!? – ordenou Ryna.

- Arf! Vocês são uns idiotas! – reclamou Helion com a voz diferente – EU sou o Pallas, eu sempre fui, aquele de agora a pouco era só um cadáver que eu tentei usar pra ser independente, só não deu muito certo, era lento e difícil de usar magia...

- Tem muita coisa que não deu pra entender, mas o principal é que Helion Baston é o terrorista Pallas não é? – dizia Ryna depois de suspirar profundamente – como isso é possível? Eu te conheço desde criança, você não pode ser o Pallas!

 

Pallas sorriu maldosamente e caminhou até a guarda-real Selvis caída no chão, agarrando-a pelo pescoço ele conjurou uma magia que literalmente arrancou toda a vida do corpo dela na forma de uma energia esverdeada, Pallas então agarrou essa energia e a engoliu de uma vez só ficando com uma aparência mais saudável, já o corpo seco da guardiã caiu no chão como um boneco mole, Pallas então usou outra magia e ela se levantou como um zumbi.

 

- Isso deve tirar qualquer dúvida sobre quem eu sou não é? – perguntou ele em deboche – pobre Selvis, me servia com tanta devoção, até mesmo na cama.

- Ela nem lembra disso, o Dantalion a “programou” pra ignorar suas ações como Pallas não é? – dizia Hecante achando o comportamento dele infantil.

- Por mais que isso pareça um absurdo, eu reconheço esses modos e esse jeito de tratar vidas alheias – dizia Ryna se levantando após estabilizar o Darch – eu reconheço Helion como meu pior inimigo Pallas.

- Não... não pode ser... o meu irmão... – Nelia estava em choque não muito distante dele.

- Isso só pode ser uma piada, o cuzão do Helion sempre com um pé na cova é o pior terrorista do reinado!? – disse Terion com cara de espanto – por que o Mephiles não me contou isso?

 

Pallas fez uma cara de “é sério isso?” E fez um gesto de apertar algo com a mão, na mesma hora Terion sentiu uma dor avassaladora no peito e caiu no chão esperneando, a medida que Pallas pressionava mais a mão mais o Terion sofria e cuspia sangue.

 

- Quem é o cuzão com o pé na cova agora? – perguntava Pallas se divertindo – eu sei que o Mephiles me usa para seus objetivos, mas você nem pode ser chamado de peão, é só um fantoche totalmente descartável!!

 

Ao mesmo tempo Reina disparou novamente aquela flecha de energia trovejante na direção do Pallas, dessa vez Hecante que estava do lado segurou a magia com uma mão só surpreendendo a todos, toda a energia acumulada da magia se converteu em trevas e Hecante lançou de volta, Reina imediatamente pulou na frente e invocando uma espada cortou aquela energia toda, a lamina da espada derreteu e a energia restante atingiu a parede do fundo abrindo um buraco.

 

- O quão idiota os humanos são pra usar magia na minha frente? – reclamou Hecante com ódio no olhar – ponham-se em seu lugar! Só os demônios têm o direito de usar a magia livremente, vocês insetos apenas pegam emprestado um poder que não merecem!

 

Hecante conjurou várias esferas negras no ar, se todas elas fossem como as anteriores já seria ruim o bastante, mas essas tinham o dobro do tamanho e da quantidade, certamente iria aniquilar todos ali.

Então Ryna numa medida desesperada pegou a Gaencrista pousada do seu lado, concentrando o que lhe restava de Mana Ryna disparou um feixe de luz que obliterou as esferas, assim que terminou de brilhar a mão esquerda da Ryna também explodiu fazendo-a gritar em dor.

 

- Eu me lembro dessa lança, ela perfurou o meu querido irmão Kyriel – Hecante tremia de tanto ódio – PARA VOCÊS EU NÃO VOU DEIXAR SOBRAR NEM O PÓ!!

 

Hecante ergueu a mão para o alto e liberou uma grande quantidade de energia negra, do lado de fora do templo uma esfera gigante apareceu, consumindo parte dos andares superiores e até a barreira que protegia o lugar, de onde estavam o grupo da Ryna viu sem reação a esfera com 18m de diâmetro se formar.

 

- h-h-he-he-hei! Espera um pouco, isso é...

- Isso não é mais da sua conta Pallas! – disse Hecante pulsando em raiva.

- É CLARO QUE É DA MINHA CONTA! EU TÔ AQUI DENTRO AINDA PORRA!! – gritou ele desesperado.

 

Mesmo assim ela nem deu ouvidos, fazendo o gesto para a esfera cair os outros presentes sequer conseguiam mais pensar, tudo o que eles podiam fazer era assistir de olhos arregalados aquela coisa consumir tudo o que tocava, os nobres que estavam espalhados pelo templo também foram pegos nisso e destruídos, mas a esfera simplesmente parou no meio do caminho, uma mandíbula gigante abocanhou aquilo tudo de uma vez só fazendo tudo desaparecer.

 

- O que diabos você tá fazendo Ouroboros? – questionou Hecante com um tom bem frio.

- Se fizer isso vai matar nossos aliados também – o olho do arquidemônio gigante surgiu no ar – além disso ainda não sabemos se aquele bebê tem ou não alguma importância para nossa mãe.

- Se ela quisesse aquele bebê já teria nos mandado pega-lo, essa teoria é completamente furada – reclamou ela – é muito mais importante nos livramos de todas as pestes que ficaram em nosso caminho!

- Então por que você acha que ela decretou uma trégua durante esse tempo? – questionou Ouroboros – apenas pense nisso: se ela tem um plano e você matá-los aqui já era tudo, mas se ela não tem um plano e for só um dos seu caprichos podemos resolver isso depois.

- arrrgggghhh!!! Tá bom, eu paro!! – reclamou Hecante – guardem bem isso em suas mentes ridículas, esse foi o dia onde a nossa mãe salvou o rabo de vocês!!

 

Hecante usou seus próprios poderes pra desaparecer dali, Ouroboros deu uma risada e também foi embora, nesse meio tempo todos que estavam de pé ficaram sem forças nas pernas.

 

- Eu não acredito, nós sobrevivemos! – disse Emílio aliviado e chorando de felicidade.

- Eu perdi uns 5 anos de vida agora – disse Ryhana se apoiando numa coluna.

- Mãe, se apoie em mim – pediu Rysel ajudando-a.

- Gente, a Ryna desmaiou, acho que ela gastou todo o mana dela – disse Arik amparando-a – e perder as duas mãos deve pesar nisso também.

- Que falta faz um mago dimensional agora – dizia Emílio – você está bem Reina.

 

Ele tentou olhar pra ela mas Reina desviava o olhar, quando ele conseguiu ver seu rosto viu que ela estava chorando, Emílio riu quando percebeu que ela estava chorando por achar que ia morrer naquele momento.

 

- Cala a boca! Eu também choro! – reclamou ela – minha vida passou diante dos meus olhos, eu nem consigo parar de tremer!

- Eu tô rindo que você fica fofa até assim – disse Emílio – que bom que saímos dessa.

- Será que eu devo esperar vocês terminarem? – perguntou Pallas encostado num pilar com os braços cruzados.

- Ah sim, você ainda está aqui – disse Ryhana suspirando – achei que tinha ido embora com seus amiguinhos.

- Inesperadamente eles me esqueceram aqui, dá pra acreditar nisso? – disse ele frustrado – eu até queria matar todos vocês mas depois de ficar em pânico eu perdi o clima, mas também não quero ir de mãos vazias, então vou só matar esse desgraçado do Darch que sempre frustra meus planos!

 

Nesse momento sua irmã Nelia apareceu próxima a ele, ela tremia devido a tudo o que aconteceu, mas ainda assim empunhava uma espada curta tentando confronta-lo, Pallas olhou pra ela e suspirou com o quão patético ela parecia.

 

- Irmão, todos esses anos... você só estava fingindo ser um bom irmão? – perguntou ela com lagrimas nos olhos.

- Olha só pra isso, a caçulinha mimada tem mais coragem que o imbecil que queria ser imperador – disse Pallas olhando na direção dos escombros onde Terion se escondia – em respeito a isso eu vou pegar leve com você.

 

Ele usou sua magia e ergueu o corpo decapitado do Raphael, mesmo sem a cabeça ele começou a se mover brandindo sua espada de modo vergonhoso, o cadáver então atacou Nelia que apenas conseguia se defender de algum jeito, temendo pela vida dela Reina reuniu forças pra ir ajuda-la, já Pallas foi na direção do seu outro irmão que ao ver o outro se aproximando se jogou com a testa no chão implorando ajuda.

 

- hahahahahahahahahha só de ver isso já fez o meu dia valer a pena!!! – disse Pallas sem conseguir controlar a risada – eu ia te levar pro Maostema te transformar num pinico, mas você é tão patético que eu pensei numa coisa divertida: eu vou te deixar aqui, mal posso esperar pra saber o que a Ryna vai fazer com você!

 

Pallas saiu cantarolando do templo, com a barreira parcialmente destruída seus zumbis poderiam invadir facilmente, mas ele também achava imprudente matar todos lá dentro justo agora que as coisas estavam indo como a deusa Anix queria, então ele apenas recolheu suas tropas e seguiu na direção de onde acontecia uma luta, Pallas viu que Belphegor terminava sua luta contra Selvarino, e aparentemente deu empate já que Selvarino saiu vivo apesar de carregado pelo que sobrou dos paladinos.

 

- Te esqueceram aqui também? – Perguntou Belphegor vendo Pallas chegando com seus zumbis.

- Você ainda estava lutando contra o Selvarino? Ele era tão forte assim? – questionou Pallas.

- Que nada, mas pra um velho ele até mandou bem, segurou até o final – respondeu o outro – estávamos indo bem até que a Hecante soltou a franga, eu me virei pra ver aquilo e ele me atravessou o peito com a espada, então eu dei um coice nele tão forte que o mandou voando, você chegou e eles correram.

- Que seja, eu estou indo embora, quer uma carona? – perguntou Pallas.

 

Nesse momento um estrondo foi ouvido por vários quilômetros, tanto Belphegor como Pallas voltaram suas atenções para a direção de onde veio o estrondo, um enorme anel de Mana se formou na posição vertical tocando o chão e depois um portal se abriu dentro desse anel.

Segundos depois um exército começou a marchar pra fora desse anel, eram tantas pessoas que seria impossível contar visualmente, mas Belphegor como um general demoníaco tinha o extinto para saber, dentro do seu elmo ele riu maldosamente quando percebeu que eram dezenas de milhares de soldados, e bem no meio da formação que se erguia havia um homem imponente sobre um leão branco.

 

- Meu deus, olha só essa destruição! – disse um dos oficiais presentes – será que sobrou alguém para ser salvo?

- Os magos estão usando suas magias pra monitorar a área, parece que tem gente viva – disse outro oficial – principalmente a princesa Ryna.

 

Galtran moveu seus olhos instintivamente em uma direção, mesmo estando a 2km de distancia ele sentiu o olhar do Belphegor sobre ele como um predador espreitando sua presa, era algo que facilmente daria arrepios em qualquer militar menos treinado, então ele chamou seus dois tenentes e também os tenentes que serviam à Reina na unidade dela.

 

- Atacaremos com uma formação em linha padrão, Kishard irá cuidar da ponta extrema direita – ordenava Galtran – já o Geward irá cuidar da ponta extrema esquerda.

- E quanto à nós? – perguntou a tenente Celes.

- Você cuida do centro direito, o Fauche cuida do centro esquerdo – respondeu Galtran – cada um comandará 10 mil homens, quando o inimigo avançar cerquem eles e apertem o círculo.

- E quanto à você comandante? – perguntou Kishard já empunhando sua lança.

- Eu vou pegar os 10 mil restantes e avançar contra o Belphegor – respondeu ele – quando vocês terminarem venham me ajudar, mas não esqueçam de deixar 5 mil homens para escoltar os sobreviventes.

- Ajuda-lo? Você sozinho não daria conta do Belphegor? – perguntou Geward.

- Se fosse um duelo eu teria 50% de chance de vence-lo, mas aqui é uma batalha campal – respondeu Galtran já tomando a frente – quem sabe que doideiras esse cara pode fazer? Eu creio que se vocês vierem me ajudar as chances ficarão a nosso favor.

 

E assim foi feito, Galtran pegou 10 mil soldados e começou a marchar na direção do Belphegor, seus soldados andavam devagar para manter a ordem e também para dar tempo de se acostumarem com a atmosfera agressiva de uma batalha real.

Já os 4 tenentes organizaram seus soldados, eles formaram uma imensa linha de 8 fileiras com 5 mil soldados cada uma, com passos organizados e rápidos eles seguiram na direção do que restou do templo, e com isso os 8 mil mortos-vivos voltaram suas atenções pra eles, um mês de treinamento intenso seria posto a prova em uma única batalha.

 

- Veja isso! Veja isso! Eles vieram até nós! – dizia Belphegor empolgado como uma criança – a guerra vai começar! E eu estou na primeira fila!

- Que guerra? Você nem tem soldados! – disse Pallas.

- Hei amigão, me empresta seus zumbis? – pedia ele de forma quase infantil.

- Agora você vem com essa de “amigão”? Você é um filho da puta mesmo – reclamou Pallas – ah foda-se, pode ficar com eles se isso ajudar a acabar com o Galtran.

 

Pallas usou sua magia pra entregar o comando do exército zumbi para Belphegor, além disso ele sacou um dos cristais que Hecante preparou, com ele Pallas invocou mais mil zumbis onde estava, além disso ele usou uma magia de área pra invocar 500 zumbis mais fracos pra reforçar.

Já Belphegor usou seu próprio poder e sua sombra se alargou por dezenas de metros, de dentro dessa sombra começaram a emergir demônios usando armaduras e carregando lanças e espadas, eram demônios fracos mas que agiam como um exército unificado, dois mil deles à serviço do general demoníaco.

 

- Agora eu tenho um exército, e com isso o bicho vai pegar! – disse Belphegor tomando à frente do exército.

 

***********************************

 

Ryna olhou seus filhos com carinho e ao mesmo tempo pena, tão jovens e já testemunharam um horror indescritível, teriam testemunhado muito mais se Emílio não tivesse usado sua magia para faze-los dormirem, mas provavelmente este pesadelo assombraria os sonhos da Riena.

Ryna que tinha acordado agora a pouco olhou para si mesma, cheia de queimaduras e suas duas mãos destruídas, danos físicos podiam ser facilmente restaurados quando isso acabasse, mas ela estava psicologicamente abalada com tudo o que aconteceu, era como se ela tivesse visto uma amostra grátis do inferno que viriam.

 

- Vai ficar tudo bem, o exército está aqui – disse Reina saltando para o lado da prima depois de observar os arredores – estão em uma vantagem de 5 pra 1, não tem como perder isso.

- Reina, o que o Darch já falou de ficar contando vantagem antes do fim? – alertou Emílio – se aquela tal da Hecante voltar nem 10 vezes esse número vai servir de alguma coisa.

- O quão bizarro o mundo ficou para você ser o pessimista entre nós? – comentou Arik exausto – você era o cara que sempre fazia uma piada mesmo quando estávamos afundados na merda.

- Desculpe, apenas por hoje a realidade me deu uma surra – disse ele com um sorriso derrotado no rosto – até hoje a gente sempre teve sorte, na verdade só estamos vivos agora por causa de algum milagre, mas quando esse pessoal ficar sério mesmo não vai sobrar nada.

 

Não dava pra repreender o Emílio por se sentir derrotado, agora mesmo uma imensa batalha estava acontecendo ao redor deles, mas se um único inimigo poderoso voltar eles não vão ter chances, não existia nada pior do que ficar a mercê do destino de forma impotente.

 

- Capitã Reina! Princesa Ryna! – gritou alguém se aproximando.

 

Reina viu que era seu tenente Fauche, junto com ele algumas centenas de pessoas vinham voando ou cavalgando, num instante os soldados montaram um perímetro ao redor da área, enquanto Fauche e os magos iam até o grupo reunido no centro do que restou do salão.

 

- Graças aos deuses vocês estão bem, quando nos convocaram não sabíamos de nada – dizia o tenente – o comandante Galtran pegou todos os 50 mil soldados treinando na outra dimensão, e o lorde Ardof usou todo o seu poder para nos trazer aqui.

- Então foi o Ardof? Aquele velhote nunca deixa de me surpreender – disse a rainha Ryhana.

- Trouxe comigo magos especializados em cura e alguns magos dimensionais, podemos tira-los daqui a qualquer momento – continuava Fauche – mas o comandante sugeriu que esperássemos o máximo possível, nos movermos sem segurança é perigoso.

 

Os magos rapidamente começaram a tratar todos os feridos, dois deles se concentraram em tratar o Darch que estava quase sem pele, um deles foi tratar Ryna mas ao ver suas mãos destruídas ele praticamente desistiu, só a magia de regeneração do 7º nível poderia tratar isso, então ele começou a cuidar dos danos superficiais pelo corpo dela.

Outros magos trataram de criar uma barreira ao redor da área, assim como criar um espelho magico pra monitorarem a batalha, era assim que eles podiam ver o general Galtran avançando com 10 mil soldados pra onde Belphegor estava, mesmo tendo um terço em número de soldados parecia que o arquidemônio estava em vantagem, e ele mal estava participando da luta, Belphegor parecia querer reduzir as tropas do Galtran a zero antes de enfrenta-lo pessoalmente, já o Pallas usava sua necromancia pra zumbificar qualquer soldado morto e usa-los, por causa disso a batalha estava equilibrada pra ambos os lados.

 

- Se tivermos muita sorte podemos nos livrar do Pallas e do Belphegor hoje mesmo – dizia Reina esperançosa.

- Depois da primeira colisão começamos a lutar na defensiva – explicava Fauche – o general quer minimizar as baixas do nosso lado, quanto mais lutarem mais treinados ficarão os soldados.

 

Nisso todos viram o que parecia uma corrente vermelha descer do céu em meio à nuvens negras, a corrente serpenteou até onde Belphegor e Pallas estava e laçou os dois de uma vez só, como se fosse uma pescaria a corrente vermelha puxou os dois de volta para as nuvens, uma clara retirada dos dois da batalha.

Mesmo assim os zumbis e demônios permaneceram no local, então após uma hora de batalha Galtran saiu vencedor e reuniu os soldados, ele foi até onde todos estavam reunidos e apresentou-se a todos.

 

- Sinto muito faze-los esperarem – disse Galtran ajoelhado – vencemos a batalha, e agora vamos escolta-los para a capital imperial.

- Obrigado Galtran, sempre podemos contar com você – disse Ryna aliviada.

 

Todos começaram os preparativos para a retirada, Ryna pediu que alguns soldados ficassem na área pra proteger o templo, Galtran destacou um batalhão de 5 mil soldados para fazerem a proteção e também pra patrulharem a área em busca de mais inimigos, esses soldados iriam se dividir em esquadrões de 100 homens e patrulhar estradas até as cidades próximas, vendo que todos estavam prontos pra partir Terion permaneceu escondido nos escombros esperando escapar no final.

 

- Olha só você aí, escondido embaixo de pedras como uma barata – comentou Nelia bem próxima de onde Terion estava – você planejava fugir de sua responsabilidade?

- Nelia, não é o que você pensa, eu fui manipulado! Os demônios me enganaram! – suplicava ele.

- Te enganar não é a parte difícil, o que é difícil pra mim é você ter imaginado que isso daria certo – respondeu ela com muito rancor na voz – sabe por que os demônios não te levaram junto nem para matar? É que você simplesmente não vale sequer o esforço de mata-lo!

 

Nelia usou sua magia gravitacional e fez os escombros sobre ele pesarem toneladas, quando ela ficou satisfeita com o grito do seu irmão Nelia liberou o peso e denunciou Terion para os outros, Ryna então deu ordem para prendê-lo, só depois disso é que foi ordenada a retirada.

 

******************************

 

- Dá pra sentir o ódio dele daqui – comentou Maostema em sua forma de minotauro e depois mudando de forma – kakakakak é melhor se prepararem, ele vai nos fuder violentamente!

 

Segundos depois a porta do salão foi arrombada com um chute, por ela passaram Belphegor e Pallas, os outros arquidemônios estavam todos reunidos e sentados na mesa oval, com uma cadeira vazia representado a Misty e uma projeção do Onimaru em outra, Pallas ao ver Amaimon rapidamente conjurou uma barreira pra se proteger do seu poder, mesmo um mago negro necromante não iria durar muito tempo na presença dele.

 

- Eu estava lá brincando todo empolgado, estava há menos de 100m de distância do Galtran – dizia Belphegor sentando numa das extremidades da mesa – eu ansiei e planejei lutar contra ele por décadas, e finalmente quando a chance surge ALGUÉM ME TIRA DE LÁ!!

- Compreendo perfeitamente a sua frustração e não era nossa intenção – dizia Mephiles – mas uma emergência surgiu e não podíamos ignorar.

- Sabe o que é uma emergência? O trabalho que os médicos vão ter pra retirar as minhas botas de suas bundas! – reclamou Belphegor.

- hahahahahahahahaha essa foi foda!! – riu Maostema – eu tenho que lembrar dessa pra usar um dia!

- Antes de ouvirmos explicações, onde você estava Amaimon? Te procuramos em toda parte – disse Belphegor.

- Estava no banheiro – respondeu o arquidemônio esquelético.

- No banheiro!? Mas desde quando você usa banheiros? – perguntou o outro surpreso.

- Não disse que estava usando, quando me dei conta estava em um – explicou.

- Fascinante, e aí? Qual foi a emergência que me fez perder a luta da minha vida? – questionou Belphegor – que seja uma boa desculpa ou a agressão vai rolar solta.

- Nossa mãe chamou – foi tudo o que Hecante disse.

- Ops... deveria ter dito antes – Belphegor parecia um pouco assustado – e aí? Ela não tá brava não é?

- As ordens foram: deixem tudo como está e se reúnam – continuou Hecante que tinha sido a intermediaria – chegou a hora de reviver o Kyriel.

 

Pallas que só estava ouvindo (dentro da barreira) notou como a atmosfera mudou no local, era como se o ar estivesse vibrando levemente, nenhum dos arquidemônios presentes parecia ter qualquer dúvida do que fazer, uma vez ordenados pela deusa negra eles agiam em sincronia, o que poderia ser um desastre para o reinado.

 

- hehehehe demorou muito, mas finalmente chegou a hora de detonar geral – dizia Belphegor empolgado – e agora todos que são importantes estão aqui.

- O Eidos continua morto – comentou Pallas.

- TODOS QUE SÃO IMPORTANTES! – frisou Belphegor.

- Eu quase posso sentir a alma dele chorando no limbo – disse Mephiles balançando a cabeça.

 

E assim como por magia ou instinto todos os demônios do reinado recuaram, e por uma semana inteira nem uma única sombra foi vista em qualquer canto escuro.

 

Continua.


Notas Finais


Na capa temos Helion/Pallas, na fic o cabelo dele é um pouco mais curto e sua pele é de tom escuro, suas roupas são de tonalidade preta/vermelha.
.
Obrigado a todos os leitores que estão comentando, é importante para reviver a fic no seu auge!
Sempre que vocês tiverem uma dúvida pode me chamar que eu responderei tudo na medida do possível, e quanto a história do Pallas eu vou revelar mais coisas com o tempo, também quero agradecer ao Arthur pela ajuda com as imagens, é ele quem me fornece uma boa parte do material!


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